Pousada Garoa: ex-secretário Léo Voigt será o primeiro a depor na CPI

O ex-secretário de Desenvolvimento Social, Léo Voigt em depoimento na Câmara logo após a tragédia. Foto: CMPA

O ex-secretário de Desenvolvimento Social Léo Voigt será o primeiro a depor na CPI que apura responsabilidades pelo incêndio que matou 11 pessoas e deixou 15 feridas na Pousada Garoa, na avenida Farrapos, em Porto Alegre.

O presidente da CPI, vereador Pedro Ruas, do Psol, disse  ao JÁ que Voigt  confirmou sua presença, nesta quinta-feira. Embora a “convocação” da CPI não tenha “força coercitiva”, ele se dispôs a depor e será ouvido a partir das 9h30 da segunda-feira, 17/03.

Na condição de secretário de Desenvolvimento Social da prefeitura de Porto Alegre, Leo Voigt foi responsável pela renovação do contrato com a “Pousada Garoa”, mesmo depois da morte de uma pessoa em incêndio numa das 23 unidades da rede, conveniada com a prefeitura para acolher moradores em situação de vulnerabilidade.

Além do depoimento do ex-secretário Leo Voigt, a CPI deverá aprovar nesta segunda-feira o “plano de trabalho” que vai determinar as providências e convocações necessárias à investigação.

Na instalação, o vereador Pedro Ruas, proponente da CPI, apresentou um plano que foi parcialmente acolhido (a convocação de Leo Voigt foi um dos itens aprovados), mas no decorrer da sessão, ficou acertado que o relator, vereador Marcos Felipi, do Cidadania, apresentará um plano de trabalho nesta primeira audiência.

Essas pequenas divergências sinalizam um embate que tende a se tornar tenso, no interior da CPI, pelo potencial de desgaste que pode causar ao prefeito Sebastião Melo.

Oito, dos doze integrantes, começando pelo relator,  são da base de apoio de Melo na Câmara Municipal. Em princípio, o prefeito está bem protegido.  Mas deve-se considerar que à frente dos quatro vereadores da oposição está o experiente vereador Pedro Ruas, advogado, no sétimo mandato no Legislativo de Porto Alegre, e ele se diz “disposto a ir às últimas consequências” para apurar as responsabilidades. “É uma das maiores tragédias da história da cidade: 11 pessoas carbonizadas, num local em que supostamente estariam abrigadas pelo poder público”.