Pedidos de poda dobram em dois anos e já são quase 15 mil na fila

Foto: Cristine Rochol/PMPA

São exatos 14.820 pedidos de poda de árvores que se acumulam na Secretaria de Serviços Urbanos de Porto Alegre. Houve uma redução, pois no inicio do ano, havia quase 18 mil pedidos na fila de espera.

Mesmo assim, o número  dobrou em dois anos. Os dados foram fornecidos pela própria secretaria que executa os pedidos.

Em 2018, com a  justificativa de reduzir o passivo de pedidos  a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou uma lei, de autoria do vereador Moisés Barbosa (PSDB), que regula a supressão e poda de árvores e vegetais em Porto Alegre. A lei foi sancionada no ano seguinte.

A estimativa do autor do projeto era de que se 30 a 40% das pessoas que fizessem o protocolo tivessem condições de contratar o serviço.  Mas, nestes dois anos apenas 350 pedidos de “manejo arbóreo” com base em laudo privado foram autorizados.

A proposta permite que o cidadão contrate um serviço privado para a realização da supressão ou retirada dos vegetais.

Além disso se reduziu o tempo de espera entre requisição de poda e realização da poda, para 60 dias, para que depois desse período, se a Prefeitura não realizar o pedido, o cidadão pode contratar uma empresa especializada para realizar o serviço.

Quem realiza a poda é a Secretária de Serviços Urbanos com a supervisão da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams).

De lá para cá foram encerrados mais de 35 mil pedidos, segundo a Prefeitura. Muitas vezes vários pedidos e protocolos gerados são referentes à mesma árvore.

Por mês, em média, o 156 recebe 1.779 pedidos relativos à poda, o que não quer dizer o mesmo número de poda. O fato é que com poucas equipes de manejo arbóreo(Ema), são quatro próprias e nove terceirizadas, o número de protocolos dobrou. Atualmente os serviços urbanos executa uma média de 2.4 mil serviços entre podas, remoções de árvores caídas, remoções de galhos caídos, supressões, levantamento de copa, reequilíbrio, retirada de galhos secos e destocamento.

Por meio da Assessoria a Secretaria disse que trabalha com recursos e orçamentos limitados, ainda definidos pela gestão anterior, mas que já reduziu e pretende reduzir ainda mais o número de pedidos na fila até o fim da gestão.

Ex-vereador alertou que projeto não resolvia o problema

O biólogo e ex-vereador Alex Fraga foi um dos parlamentares que votou contra o projeto. ‘Nós falávamos que só se reduziria o grande número de pedidos protocolados com aumento e qualificação do corpo técnico. O processo de supressão ou poda de um vegetal é minucioso, tem de ser feito um breve estudo técnico antes disso, por isso é importante o acompanhamento técnico” alertou Fraga. Para ele o projeto também não desafogou o sistema pois não são  todas pessoas que podem pagar para a realização de um laudo técnico que viabilize uma poda.

 

2 comentários em “Pedidos de poda dobram em dois anos e já são quase 15 mil na fila”

  1. Como o caso da vacinação a arborização urbana não pode ser tratada como uma questão política.
    É uma questão técnica, onde deve haver planejamento. Infelizmente podemos dizer que nos últimos 20 anos os serviços cada vez estão diminuindo mais e os problemas crescem, pois as árvores não deixam de se desenvolver apesar da vontade de muitos. Nossos vegetais estão ficando idosos necessitando de reposição, não existe plantio por parte da prefeitura e os moradores quando plantam, por desinformação acabam plantando vegetais que na maioria das vezes causam problemas no futuro. Nossa capital que já foi uma das vanguardas da arborização urbana no Brasil hoje corre para apagar incêndio.

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