BNDES aprova R$ 488,5 mi  para ferrovias

25.9.18
·        Foram aprovadas quatro operações para três empresas: MRS Logística, VLI Multimodal e MRC Locação de Equipamentos Ferroviários 
·        Financiamentos vão viabilizar aquisição de 26 novas locomotivas nacionais, o equivalente a 25% da produção média anual desse tipo de máquina no Brasil
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou quatro operações de crédito, no valor total de R$ 488,5 milhões, para as empresas do setor de transporte ferroviário MRS Logística, VLI Multimodal e MRC Locação de Equipamentos Ferroviários.
Os financiamentos do BNDES vão viabilizar a aquisição de 26 novas locomotivas — todas fabricadas no Brasil —, a revitalização de outras 50 e a compra de 995 novos vagões, além de investimentos na recuperação de vias e em outros equipamentos pelas empresas. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), a fabricação das 26 novas locomotivas corresponde a cerca de 25% da produção média anual dessas máquinas no país nos últimos cinco anos.MRS – O financiamento do Banco à MRS Logística, no valor de R$ 252,4 milhões, destina-se à compra de 15 novas locomotivas, à revitalização de outras 50 locomotivas e à aquisição de 577 vagões dos tipos hopper e plataforma para transporte de produtos agrícolas, siderúrgicos e contêineres. 
A MRS é responsável pela exploração do transporte ferroviário de carga — com destaque para minério de ferro — na chamada Malha Sudeste, localizada no eixo RJ-SP-MG. Com mais de 1.600 km de extensão, a malha conecta regiões produtoras, grandes centros de consumo e alguns dos maiores portos do país (nos municípios do Rio de Janeiro, Itaguaí, Sepetiba e Santos).
VLI – Outros dois financiamentos, no valor total de R$ 124,6 milhões, foram aprovados pelo BNDES para investimentos da VLI Multimodal no aumento da capacidade de cargas das ferrovias Centro Atlântica e Norte Sul.
Um dos projetos da VLI, apoiado pelo Banco com R$ 40,6 milhões, consiste na expansão da capacidade de transporte de toretes de eucalipto no trecho entre Prudente de Morais (MG) e Aracruz (ES). Os recursos do Banco serão utilizados na aquisição de até 178 vagões tipo plataforma e na recuperação da via permanente na região de Prudente de Morais.
Já o projeto da empresa de logística para a Ferrovia Norte Sul — apoiado pelo Banco com R$ 84 milhões — consiste no aumento da capacidade de transporte ferroviário para o escoamento da produção agrícola em direção ao Porto de São Luís (MA). Serão comprados até 240 vagões tipo HFT e implantado um novo sistema de manutenção para atender a crescente demanda de exportação de grãos.
A VLI Multimodal pertence ao grupo VLI, uma das maiores empresas de logística do país, operando corredores logísticos que integram ferrovias, portos e terminais.
MRC – A aquisição de 11 novas locomotivas ferroviárias pela MRC Locação de Equipamentos Ferroviários também será financiada pelo BNDES com R$ 111,5 milhões. As locomotivas adquiridas pela MRC serão produzidas pela GE Transportation em Contagem (MG) e serão locadas à VLI Multimodal para utilização na Ferrovia Centro Atlântica.
A MRC é parte do grupo econômico Mitsui e opera com a compra, venda e aluguel de vagões, locomotivas e peças, além de atividades relacionadas com operações ferroviárias. Com a aquisição das novas máquinas, a empresa mais que dobrará sua frota, passando das atuais 10 para 21 locomotivas.

Media de crescimento de Haddad dá mais de 1% ao dia

O ritmo de crescimento do candidato do PT à Presidência acelerou desde a última pesquisa. Segundo pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (24). Fernando Haddad subiu mais quatro pontos em relação à semana anterior e chegou a 22%.
Na pesquisa anterior ele apresentava um ritmo de crescimentode 1% ao dia. Agora treze dias depois do registro oficial de sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 11 de setembro, o substituto de Luiz Inácio Lula da Silva subiu 14 pontos. Mais de 1% na média por dia.
O candidato Jair Bolsonaro (PSL), estacionou nos mesmos 28% das intenções de voto da semana passada.
A nova pesquisa Ibope confirma também a estabilização de Ciro Gomes (PDT) em terceiro lugar, com 11%, mesma pontuação dos últimos dois levantamentos.
O Ibope traz Geraldo Alckmin (PSDB) em quarto e Marina Silva (Rede) em quinto. Há 13 dias, o tucano tinha 9%, caiu para 7% e agora está com 8%. A candidata da Rede, que havia caído de 9% para 6%, agora está com 5%.
João Amoêdo (Novo) tem 3%, Álvaro Dias (Pode) e Henrique Meirelles (MDB) 2% e Guilherme Boulos (Psol)m 1%. Cabo Daciolo (Patriotas), Vera Lúcia (PSTU), Eymael (DC) e João Goulart Filho (PPL) não pontuaram.
 

Rio Grande do Sul pode ficar dois anos sem cálculo do PIB

Nos próximos dias estarão divulgados os PIBs de todos os Estados, referente ao segundo trimestre de 2018. Alguns já divulgaram, o do Rio Grande do Sul não será divulgado. Não há um número oficial.
Com extinção da Fundação de Economia e Estatística, em abril, foi dissolvido Núcleo de Contas Regionais. Os pesquisadores que faziam o cálculo do total de bens produzidos no Estado a cada ano foram disperso por várias secretarias.
“Eu fui parar no Departamento de Criminologia da Polícia Civil”, diz  o economista Roberto Rocha, ex-coordenador do Núcleo de Contas Regionais, da FEE, hoje lotado na secretaria da Fazenda..
Para fazer o que a FEE fazia, o governo do Estado contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, a FIPE, fundação privada ligada à Universidade de São Paulo. Mas o IBGE não repassou os seus dados à FIPE nem reconheceu o cálculo que ela apresentou em julho para o PIB estadual de 2017.
Segundo o cálculo da FIPE a economia gaúcha cresceu 1% em 2017. O IBGE não  reconhece a metodologia adotada. Os economistas da FEE vão mais fundo: dizem que o cálculo da FIPE subestima o crescimento do PIB estadual por falta de dados e pela metodologia. Dizem que no acumulado do terceiro trimestre, o crescimento da economia gaúcha já havia crescido acima do 1%. “Podemos dizer que a taxa de crescimento pela metodologia correta ficaria entre 1,4% e 1,6%, nunca 1%”, diz Rocha.
Para o cálculo de 2018 também há incerteza. Por orientação da Procuradoria Geral da República o IBGE não transferiu o convênio que tinha com a FEE para troca de dados para a FIPE. Por conta disso o Tribunal de Contas do Estado determinou a suspensão do contrado do governo com a FIPE.
Na semana passada houve um encontro nacional dos pesquisadores que trabalham no cálculo do PIB para consolidar os números de 2016.  Esses números vão influir na distribuição dos recursos às capitais e aos municípios. O Rio Grande do Sul não estava representado.
“É a hora em que se fecham indicadores que influem na distribuição dos recursos”, explica o economista Roberto Rocha ex-coordenador do Núcleo de Contas Regionais, da Fundação Estadual de Estatística, responsável pelo cálculo do PIB no Rio Grande do Sul. “Estão sendo feitos os ajustes nos cálculos, então tem que ter alguém para defender sua parte”.
Desde que o IBGE unificou a metodologia para o cálculo do PIB nacional, uma equipe de técnicos da Fundação de Economia e Estatística (FEE)  sempre acompanhou e contribuiu para esses cálculos. “Recebíamos os arquivos com antecedência, para analisar e discutir nas reuniões técnicas”, diz Rocha.
Para o cálculo de 2018 também há incerteza. Por orientação da Procuradoria Geral da República o IBGE não transferiu o convênio que tinha com a FEE para troca de dados para a FIPE. Por conta disso o Tribunal de Contas do Estado determinou a suspensão do contrado do governo com a FIPE, que parou de fazer o trabalho. Está em aberto como o IBGE vai fazer sem a contribuição da FEE.
Raízes da crise
A Fundação Estadual de Economia e Estatística foi criada em 1973 para atender uma carência, num momento de crescimento nacional: a falta de estatísticas sobre a economia estadual,  números que pudessem gerar indicadores confiáveis para orientar decisões do governo e das empresas.
Dados reunidos em vários departamentos do governo formaram o acervo inicial de informações da fundação. Em busca de uma perspectiva histórica, os primeiros estudos da fundação rastrearam dados econômicos desde 1947, no início do processo de industrialização do Rio Grande do Sul.
Um desses estudos, “Trinta Anos de Economia Gaúcha” já identificava as raízes da crise que hoje abala o ânimo dos gaúchos: a falta de um plano que definisse prioridades, falta de projetos e, consequente, falta de investimentos.
Nessa época não havia metodologia unificada para o cálculo de um PIB nacional. “Cada Estado calculava o seu. Ia somar dava 150%, eram dados que não dava para comparar”, diz Roberto Rocha.
O IBGE começou a unificar a metodologia para obter um PIB nacional em 1985, pela necessidade de ter parâmetros para a distribuição dos recursos federais para Estados e municípios. Foram muitos anos para chegar a produção de números compatíveis que permitissem ter uma noção das partes, sem deformação do todo. Também esse acervo se perde com a extinção da FEE.
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Sartori vai a seis cidades na fronteira e volta para caminhada no Brique

O governador Ivo Sartori, em camanha pela reeleição, vai à fronteira nesta sexta-feira e percorre seis cidades até o sábado à tarde quando estará em Rio Grande. No domingo, participa de uma “caminhada com as mulheres” na Redenção.
Eis a programação, segundo o comitê de campanha:   
21 A 23 DE SETEMBRO
Sexta-feira, 21 de setembro
Uruguaiana
9h- Caminhada no Calçadão (concentração na esquina da Bento Martins com a General Câmara)
Alegrete
11h- Recepção no pórtico de Alegrete e carreata até a sede do MDB (r. General Sampaio).
11h45- Caminhada até a Sociedade Italiana, onde almoça com lideranças, na r. Gaspar Martins, Centro
Livramento
15h- Visita a Rádio RCC
16h- Coletiva de Imprensa no comitê da candidata a deputado estadual Carine Frassoni (MDB), na r. David Canabarro, 625
16h15 – Caminhada até o Comitê da candidata a deputada federal Mari Machado (PSB)
Bagé
17h- Encontro Regional da Fronteira Sudoeste, no Clube Comercial de Bagé (av. Sete de Setembro, 1051)
Sábado, 22 de setembro
Pelotas
9h- Caminhada da Coligação Rio Grande no Rumo Certo (concentração na rua Andrade Neves esquina Voluntários da Pátria)
9h30- Coletiva de imprensa no Largo do Mercado Público
Rio Grande
11h- Caminhada da Coligação Rio Grande no Rumo Certo. Concentração na Catedral de São Pedro.
12h- Coletiva de imprensa na sede do MDB, na r. Dr. Napoleão Laureano, 189, Centro
13h- Encontro Regional da Região Sul no CTG Sentinela do Rio Grande (Parque São Pedro)
Domingo, 23 de setembro
10h30- Caminhada das mulheres da Coligação Rio Grande no Rumo Certo na Redenção.
15h- Gravações de programas eleitorais

 

Eleições 2018: edição especial do jornal JÁ está circulando

A primeira edição impressa do jornal JÁ  sobre as eleições de outubro está circulando desde quinta-feira.
Focada na eleição para o governo do Estado, a edição traça o perfil de cada um dos sete candidatos que disputam o cargo.
Com distribuição gratuita em pontos comerciais e nos principais logradouros da capital, a edição traz também um perfil do eleitor gaúcho, com base numa pesquisa do Instituto de Opinião Pública.
Diz o editorial da edição:
Toda informação é pouca
Teoricamente, no dia 7 de outubro a quase totalidade do poder político no Brasil estará em disputa.
Apenas um terço dos senadores atuais, os vereadores e prefeitos municipais permanecem em seus cargos.
Os demais, a começar pela Presidência da República, têm que passar pelo crivo do voto.
A possibilidade de grandes mudanças, porém, é mais retórica do que real.
Nem isso, nem a descrença generalizada reduzem a importância da eleição de outubro. Talvez seja a eleição mais importante desde a redemocratização.
Nas urnas o eleitor vai dizer se quer a continuidade do projeto iniciado em 2016, com o impeachment e a posse de Michel Temer, de rigor fiscal, redução do Estado e parcerias privadas.
Ou se quer voltar ao tempo anterior, do social desenvolvimentismo do período lulista.
Esta será, em última análise, a escolha e nós não queremos influenciar a decisão do eleitor. Queremos apenas fornecer o máximo de informação ao nosso alcance para que ele possa decidir de maneira consciente.
Só assim, com o voto consciente e respeito ao resultado, haverá um poder legítimo, haverá a estabilidade que o país precisa para enfrentar os seus graves desafios.
Não é hora de omissão.
 
 
 
 

Mais de 1.400 candidatos concorrem aguardando decisão da Justiça

Mais 1.400 políticos tiveram seus registros barrados pela Justiça Eleitoral.
Todos recorreram  e poderão concorrer nas eleições 2018 com nome, foto e número na urna eletrônica.
Diferentemente do caso de Lula – cuja defesa também recorreu ao TSE para garantir a sua candidatura, mas teve o pedido indeferido, várias vezes.
Para os demais candidatos, a campanha prossegue até que o recurso contra o indeferimento seja julgado em definitivo.
Nos casos de registros barrados, os votos são computados, mas não aparecem nos resultados oficiais até que todos os recursos sejam julgados.
Se o candidato conseguir reverter a decisão, seus votos serão divulgados. A diplomação do político em caso de vitória também depende do deferimento de seu registro.
O montante de candidatos sub júdice é heterogêneo:  12 disputam o cargo de governador, 26 de senador, 462 de deputado federal e 855 de deputado estadual.
O levantamento foi feito pelo Estadão com base em estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizadas até  a quinta-feira, 20.
 
“O número de candidatos sub judice deve cair nos próximos dias conforme os recursos forem sendo julgados pelo TSE e tribunais regionais eleitorais”, segundo o jornal.
 
O  Rio lidera entre os Estados, com 338 políticos barrados que tentam reverter a decisão.
 
Desses, o mais conhecido é Anthony Garotinho (PRP), candidato ao governo fluminense e que teve o registro indeferido em função de uma condenação do Tribunal de Justiça.
 
A suspeita recai sobre desvios de R$ 234,4 milhões na área da saúde nos anos de 2005 e 2006, quando ocupava o cargo de secretário de Estado.
 

Sartori aposta todas as fichas no acordo com o governo federal

Em sua propaganda no horário eleitoral, o governador Sartori, candidato à reeleição, desafia seus oponentes a apresentarem um plano. E diz: “Nós temos um plano”. O plano de Sartori  é o Regime de Ajuste Fiscal, que vai suspender o pagamento  da dívida do Estado com a União por três anos.
Que plano é esse?
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Nos quatro anos que vai completar no Palácio Piratini, José Sartori não cortejou a popularidade.
Aumentou imposto, cortou gastos, congelou o orçamento, suspendeu contratações, parcelou salários, extinguiu fundações, pulverizou investimentos.
Segundo a frase que repete, fez “o que precisava ser feito para arrumar a casa”.
Em nome desse princípio enfrentou greves, reprimiu manifestações e não hesitou em usar o Batalhão de Choque contra servidores que foram às ruas protestar.
 
Agora na campanha pela reeleição Ivo Sartori diz que começou um trabalho e que está no rumo certo, por isso quer continuar mais quatro anos “para continuar arrumando a casa”
As finanças ainda estão desarrumadas. Em 2018 o governo vai gastar mais de R$  1 bilhão a mais do que arrecadou. Serão R$ 8 bilhões de déficit nos quatro anos de seu mandato.
O candidato à reeleição diz que sem essas medidas amargas seria pior. O déficit seria três vezes maior.
Seu projeto “para continuar no rumo certo” depende umbelicalmente do Regime de Recuperação Fiscal, o acordo com o governo federal  que suspende por três anos o pagamento da dívida do Estado com a União. Isso representará uma economia de R$ 11,3 bilhões para o Rio Grande do Sul no período.
Em tratativas há dois anos, o acordo travou diante de uma questão polêmica:  federalizar ou privatizar empresas estatais, condição indispensável para o governo federal?.
Por dois anos, Sartori tentou mudar na Assembleia a lei que exige plebiscito para a população dizer se aprova ou não a privatização de estatais. No fim, quando aceitou enfrentar o plebiscito não havia mais condições políticas de realizá-lo. Seus próprios aliados votaram contra.
Em sua campanha, ele dá o acordo como garantido, se for reeleito. Acredita que conseguirá efetivar as privatizações exigidas e aposta que o novo presidente – seja quem for – vai manter esse programa criado pelo governo Temer para socorrer os Estados em dificuldades.
Sua  avaliação é que com os três anos de carência no pagamento da dívida previstos no Regime de Recuperação Fiscal, o Estado reorganizará as finanças e poderá buscar recursos para retomar os investimentos e voltar a crescer.
É uma aposta: há mais de um ano o Estado, mediante liminar, não paga as parcelas da dívida com a União, sem alteração no quadro de carências.
O Programa de Recuperação Fiscal de iniciativa do governo Temer, aprovado pelo Congresso, permite aos Estados adiarem por três anos pagamento da dívida com a União.
Dezesseis Estados em calamidade financeira são candidatos ao programa.
Até agora só o Rio de Janeiro conseguiu cumprir as exigências para aderir ao acordo. Além de privatizações e de congelamento dos gastos, o programa exige privatizações e controle pela união das finanças do Estado.
É pouquíssimo provável que o Rio Grande do Sul consiga condições para assinar o acordo ainda neste mandato de Sartori. Por isso ele está usando o programa como um passaporte para o segundo mandato.
Até agora, na campanha, nenhum candidato à presidência se comprometeu publicamente com esse programa, de assinar o acordo com os Estados. Nem mesmo Alkmin e Meirelles, os candidatos apoiados por Sartori.
Talvez tenham se comprometido internamente. Mas em público ainda não falaram.
Apesar de suas incertezas, o Programa de Recuperação Fiscal  é também cabo eleitoral de Eduardo Leite, do principal concorrente de Sartori nesta reta final da eleição.

Pesquisa mostra crescimento de Eduardo Leite que já ameaça Sartori

A terceira pesquisa Ibope/RBS sobre as intenções de voto para governador do Rio Grande do Sul na eleição de outubro, divulgada na noite desta quinta-feira, traz o atual governador do Estado, José Ivo Sartori (MDB) e o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB) em “empate técnico” na disputa ao Piratini.
Sartori cresceu quatro pontos e está com 29% mas ameaçado por uma verdadeira escalada de Eduardo Leite que em menos de um mês saltou de 8% para 25% das intenções de voto. Levando em conta a margem de erro, o estreante Leite já empatou com o veterano Sartori, que busca a reeleição.
O que surpreende na pesquisa é que os dois candidatos tem projetos semelhantes. com base no ajuste fiscal, redução da máquina pública, privatizações, concessões de serviços públicos.
Ambos inclusive tem como âncora de suas propostas o mesmo Programa de Ajuste Fiscal, plano do governo federal para enquadrar os Estados nas metas do ajuste que congelou o orçamento da União por 20 anos.
O crescimento de Sartori indicaria aprovação de seu projeto de ajustes, com suas “medidas amargas”, vencendo inclusive a resistência do funcionalismo submetido ao atraso sistemático de seus salários.
O crescimento de Eduardo Leite se expIicaria pela novidade. Um candidato de 33 anos, praticamente um estreante, que vem de uma gestão bem avaliada na prefeitura de Pelotas.
O crescimento dos dois indicaria que o eleitor aprova o projeto do ajuste iniciado por Sartori mas num ritmo de Eduardo Leite?.
O resultado desta pesquisa se torna ainda mais intrigante quando se verifica o desempenho dos dois candidatos à esquerda dos dois favoritos: Miguel Rossetto (PT), com 12%, com uma queda de 2% e Jairo Jorge (PDT) com 7% e queda de 1% em relação à pesquisa anterior. Surpreende principalmente Miguel Rossetto, caindo abaixo do indice histórico do PT e num momento em que o partido cresce nacionalmente.
Os dois, Jairo e Rosseto, somados não alcançam 20%.
Considerando-se que o percentual de indecisos e de brancos e nulos reduziu apenas 4%, mantendo-se em 24%, o que se pode deduzir é que o crescimento de Sartori e Leite se dá com uma migração dos votos dos candidatos à esquerda, cujo espectro encolheu significativamente, de acordo com a pesquisa.
Roberto Robaina, do PSOL, e Julio Flores, do PSTU, chegaram a 4% agora estão com 1%. E ai tem-se outra questão: para onde estão indo os votos da esquerda?
 
 

Candidatura de Haddad define quadro eleitoral a 25 dias do pleito

Faltam 25 dias para a eleição de 7 de outubro e só agora o quadro eleitoral está definido.
O PT finalmente definiu seu candidato, indicando Fernando Haddad para substituir o ex-presidente Lula, que insistiu até esgotar todos os recursos para manter a sua candidatura, impugnada formalmente pelo TSE desde o dia 31 de agosto.
Jair Bolsonaro, o outro candidato líder nas pesquisas, continua na disputa, mas estará fora da campanha se recuperando da facada que levou no dia 6 de setembro e ainda precisará passar por uma cirurgia em dois ou três meses.
A campanha de Bolsonaro ao que tudo indica será coordenada por seus dois filhos que são candidatos a deputado estadual e federal, com o vice, general Hamilton Mourão substituindo o candidato nas atividades de rua.
Há ainda uma indefinição quanto a participação do general nos debates e entrevistas.
No mais, o quadro segue sem maiores alterações. Três candidatos – Ciro, Marina e Alkmin – estão tecnicamente empatados na disputa pelo segundo lugar e Fernando Haddad embora tenha dado sinais de que vai crescer ainda é uma expectativa.
 
 

Bolsonaro

Penso que devemos estar preparados para o pior, mas não desistir de lutar para evitá-lo.
Pela minha ótica, o pior no momento seria uma eleição do capitão Jair Bolsonaro, que um alucinado mandou para o segundo turno com uma facada. Bolsonaro vai dividir o país.
Não, não acho que a alternativa seria o Lula. Temo que um terceiro governo Lula seria uma calamidade. Não por Lula, nem pelo PT, nem por nada. Seria um governo sob cerco implacável.
Lula está certo em lutar por sua inocência, se ele está convicto, e exigir provas cabais, não meras deduções a partir de delatores. Mas ele está derrotado no embate jurídico e a eleição tem uma data.
Haddad é uma saída para um impasse que ameaça embretar a eleição mais importante depois da redemocratização.
Há um aspecto positivo: de certa forma ele representa um avanço em relação a Lula, no sentido de ser menos messiânico, mais acadêmico.
Vai disputar com Ciro Gomes a candidatura da esquerda para o segundo turno. Um deles vai enfrentar Bolsonaro, o candidato que já se impôs à direita.
Não poderia haver cenário melhor para a esquerda e para as forças democráticas depois da avalanche de 2016.