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Revitalização do Brique da Redenção será entregue em 11 de setembro
O ato de entrega da revitalização do Brique da Redenção, tradicional feira do Parque Farroupilha em Porto Alegre, acontecerá dia 11 de setembro.
A feira ganhará novas bancas, grades de exposição, camisetas, sacolas ecológicas padronizadas e site remodelado. A Revitalização do Brique é resultado de uma parceria da prefeitura, da Associação do Brique da Redenção e a gigante americana Walmart, por meio de sua nova marca no estado – BIG.
Realizada há 33 anos, no Parque Farroupilha (Redenção), a feira atrai cerca de 50 mil visitantes por final de semana. O local é um dos principais pontos turísticos da cidade. Funciona das 9h às 18h, na avenida José Bonifácio.
O Brique foi inaugurado em março de 1978 como “Mercado de Pulgas”, com 40 expositores. Em 1982, surgiu a Feira de Artesanato do Bom Fim e o Arte na Praça. Atualmente, trabalham no local 184 expositores de artesanato, 66 de antiguidades, 40 de artes plásticas e dez de gastronomia.
Programação Cultural do dia 11 de setembro:
9h – Recuerdos de Milonga
10h30 – Cordas e Cordeonas
11h30 – Solenidade com a presença de autoridades
12h45 – Canta Brasil
13h45 – Escuela Argentina de Tango Daniel Carlos
15h – Blue Grass
Feira ecológica ensina a aproveitar alimentos
Neste sábado, 29 de fevereiro, a Feira dos Agricultores Ecologistas, no Bom Fim, vai mostrar como usar alimentos alternativos e resistentes a bruscas variações do clima. A partir das 9h30, na Banca do Meio. Oficinas para aprender a fazer compostagem com lixo doméstico em pequenos espaços acontecem a partir das 10h, ao lado da Banca das Flores. As atividades são gratuitas.
A nutricionista Herta Karp Wiener vai ensinar como preparar salada de folhas de batata-doce, cujo valor nutritivo só perde para as folhas de aipim, mas as de aipim precisam ser processadas, e as da batata-doce podem ser ingeridas in natura. As folhas têm mais vitaminas A e C, cálcio e ferro do que a batata.
Sobras de alimentos orgânicos, como cascas e folhas, viram nutrientes em composteiras montadas em caixas, até em locais pequenos como a lavanderia de um apartamento. A oficina do DMLU e do Grupo ECO2009 vai ensinar como fazer. Os 150 primeiros participantes ganharão um manual impresso. A Feira dos Agricultores Ecologistas acontece aos sábados no canteiro central da primeira quadra da avenida José Bonifácio, em Porto Alegre, das 7h às 13h.
Jornal Já – Edição de dezembro de 2010
Qual será o destino da casa dos Lutzenberger?
A casa em que nasceu e viveu José Lutzenberger, na rua Jacinto Gomes, está
fechada desde que ele morreu, há oito anos. Numa edícula, no quintal da
casa de três pavimentos ainda funciona um escritório da Fundação Gaia, por
ele fundada.
Mas agora tudo vai mudar. A Fundação Gaia, presidida por Lara, a filha
mais moça de Lutz, vai transferir todas suas atividades para a sede em
Pântano Grande, o Rincão Gaia, a 125 quilômetros de Porto Alegre.
E a casa, projetada e construída em 1926 pelo arquiteto José Lutzenberger,
pai do ambientalista, provavelmente será alugada, para alguém que se
disponha a reformá-la, pois toda a estrutura de madeira está comprometida.
O empresário Cerilo Vallandro, proprietário do Bar Cerilo, vizinho da
esquina com a rua Venâncio Aires, já fez uma proposta. O interesse dele
não é o imóvel, mas o quintal, para ampliar o estacionamento com entrada
pela Jacinto Gomes.
Vallandro concorda em alugar tudo e até arrumar a casa. Não seria uma
reforma completa, apenas o suficiente para que possa sublocá-la e, com
isso, recuperar o investimento a ser feito.
O negócio ainda não saiu porque as herdeiras de Lutz exigem aprovar cada
candidato a sublocador que apareça e o uso a ser dado ao imóvel. A
contraposta do empresário é que elas apresentem uma relação das ocupações
que vetariam. Como tem planos de aumentar o restaurante, ele acha
importante ampliar o estacionamento.
Naturalmente, os ambientalistas não aprovam a idéia, especialmente os
contemporâneos de Lutz. Mas nada podem fazer para impedir o fim do jardim,
já que o imóvel é particular e não tem nenhuma ligação formal com Fundação
Gaia. Tampouco podem preservar o jardim ou, por exemplo, abri-lo à
visitação pública. (Patricia Marini)
Bonobo: o primeiro café vegano de Porto Alegre
Por Bruno Cobalchini Mattos
Foi-se o tempo em que ser vegetariano e comer fora de casa significava falta de opções. Além dos diversos restaurantes vegetarianos que se espalham pelo Bom Fim, agora esse público também tem à sua disposição o Bonobo, o primeiro café vegano da cidade. Sim, vegano, pois não é só a carne que fica de fora: os pratos do lugar não levam nenhum ingrediente proveniente de animais, tais como leite, ovo e queijo.
O Bonobo é dirigido por um casal, o Marcelo e a Valesca, que também são os responsáveis por cozinhar e servir a comida. O café, que abriu no começo de março, já recebeu visitantes de países como Irlanda, Suécia e Alemanha. Isso porque a comunidade vegana internacional é muito unida, e existem páginas na Internet que mantêm um catálogo com todos os estabelecimentos do gênero no mundo. Ainda assim, os proprietários se dizem surpresos com a boa aceitação que estão tendo, principalmente junto ao público não-vegetariano.
A variedade do cardápio contribui para o bom movimento, assim como o ambiente aconchegante. Entre as especialidades da casa estão o vegeburguer e o pão-sem-queijo, de sabor parecido ao do pão-de-queijo, mas… – adivinhe! – sem queijo. Para beber, além de diversos sucos, há chocolate quente (feito com leite de amêndoas) e vinho e cerveja artesanais. A água é liberada por cortesia da casa.
O Bonobo funciona de terça a sábado, entre as 16h30 e as 22h. Na segunda terça-feira de cada mês ocorre ali um sarau literário. O café fica no número 101 da Castro Alves, esquina com a Felipe Camarão. Tele-entrega politicamente correta, feita de bicicleta, pelo telefone (51) 3013-1464.
Estado ainda não sabe o que fazer com casarão abandonado há 20 anos
O casarão amarelo, numa esquina nobre de Porto Alegre (Venâncio Aires com João Pessoa), já abrigou uma escola. Há duas décadas, pelo menos, está abandonado, porque seu proprietário, o governo do Estado do Rio Grande do Sul, não consegue achar um destino para ele.
Planos não faltaram. O governador Olívio Dutra queria sediar ali o Museu Antropológico do Estado. Seu sucessor, Germano Rigotto pensou num “Centro de Cultura Negra”. A Procergs quis botar lá dentro seus computadores… Todos os planos fracassaram, ninguém sabe direito por que. Consta que o prédio tem uma dívida impagável com a CEEE.
Agora, a Secretaria de Administração informa que o casarão terá um destino nas próximas semanas. Segundo a assessora de imprensa, Adriana Correia, o secretário Elói Guimarães se reuniu na semana passada com três entidades, cujos nomes ainda não foram divulgados, para escolher qual a melhor proposta.
“É tudo enrolação. Ninguém sabe nem de quem é essa casa, se do estado, do município ou da união. Cada vez vem um aqui dizendo que vai fazer um projeto, mas nunca acontece nada e a casa vai continuar abandonada se eu sair” afirma Geraldo Márcio Xavier, 64 anos que há três anos mora no casarão. Ele transformou o imponente prédio, de área equivalente a três apartamentos médios, num escritório para seus biscates.
Nos tempos em que ficou ao Deus dará, o “escritório do Geraldo” foi abrigo de desocupados, ponto de drogas, antro de maconheiros e até bordel para sem teto. Os vizinhos reclamavam, mas a polícia raramente aparecia por lá.
Segundo o arquiteto Helton Bello, do EPAHC (Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre), o prédio pertencente ao casario histórico da João Pessoa erguido no início do século passado, com traços do período Positivista.
Por dentro, é um favelão. Não tem água, nem luz, está sem forro. De móveis tem apenas um sofá. Seu Geraldo usa o lugar para fazer bicos de eletricista, pedreiro, carpinteiro, pintor – e aos domingos tira um troco usando o pátio como estacionamento para freqüentadores da Redenção.
Geraldo conta que veio de Curitiba e que tem curso de administração ( ele é propositalmente vago e esquivo). O dono da banca de revistas localizada na frente do imóvel comentou que se sente mais seguro agora que ele expulsou os “chinelões”. Orgulhoso do seu feito, Geraldão se gaba: “Se eu não tivesse feito aquilo, hoje isso aqui nem existiria mais”.
Por enquanto ele está tranqüilo. Só a Brigada Militar aparece por lá de vez em quando:“Quando eu não estou os brigadianos arrombam o portão, entram aqui, quebram tudo e levam as minhas coisas de caminhão”. Ele até deu queixa na polícia, reclamando sumiço de cama, mesa e cadeiras.
Lá dentro o quadro é deprimente. Vidros quebrados em janelas quebradas, pintura gasta. Quando chove, o “xerife” passa trabalho com as dezenas de infiltrações no telhado. Tudo o que ele tem lá é um sofá e uma mesinha de ferro. Na parede, ele pintou uma frase guia da empreitada: “Propriedade de Deus”.
Antes, Geraldo morava numa área invadida na avenida Padre Cacique, perto do Estádio Beira Rio. Foi removido pela Prefeitura, junto com os demais moradores, por estar em “área de risco”. Pouco depois, na “área de risco” foi construída a sede da “Imperadores do Samba”, que está lá até hoje.
Segundo Geraldo, durante um tempo, a prefeitura pagou um hotel para ele e o filho, mas depois não tinha para onde ir. Todos os dias passava em frente ao casarão e não entendia o porque de estar vazio, sendo que necessitava tanto de um lugar pra dormir.
Numa dessas decidiu entrar. “Quando eu entrei aqui isso era uma bagunça, tinha traficante, prostituta, drogado. Eu limpei isso aqui, os vizinhos até hoje apertam a minha mão e me agradecem. Tem um monte de gente que fica falando que eu invadi, mas isso aqui estava abandonado, se eu não tivesse aqui cuidando ia estar bem pior”
“Eles acham que eu estou enriquecendo aqui, ganhando 70 reais por domingo. Ficam preocupados comigo, enquanto tem um monte de gente roubando. Se eles quiserem que eu devolva o dinheiro que ganho aqui, eu devolvo, mas só se os políticos e os colarinhos brancos que roubam bilhões também devolverem.”
Sobre as entradas constantes da polícia ao imóvel, afirma que “eles quebram tudo: janelas, correntes do portões. O portão da frente e eu já mandei consertar várias vezes, tenho todos os recibos comigo, para não dizerem que eu estou depredando o patrimônio público”.
Há 15 dias atrás, viaturas da polícia militar e uma funcionária do departamento de patrimônio, foram até o casarão tentar tirar Geraldo e o filho de lá. Sem saber explicar muito bem, ele diz que a “dra. Fátima, diretora do departamento, prometeu um acordo”. Ele sonha com “uma licença para continuar na casa e regularizar a situação”.
“Se eu sair, isso aqui vai continuar abandonado. Se querem que eu saía, então, venham conversar comigo, me ajudar, arrumar um lugar pra eu morar, porque já me tiraram uma casa”, diz ele.
Com reportagem de Daniela De Bem e Pedro Lauxen
As santas da creche Santa Terezinha
Por Ana Lúcia Mohr
Quem passa na frente da Creche Santa Terezinha, na Avenida Venâncio Aires, não pode imaginar que ela surgiu como um local para as empregadas domésticas deixarem seus filhos. E muito menos que isto aconteceu há 31 anos.
A Santa Terezinha foi criada pela Fundação CAPED (Centro Arquidiocesano de Promoção da Empregada Doméstica), em 1978, que até hoje a mantém com a ajuda das mães (as que podem pagam uma mensalidade de 90 reais, as demais não pagam), as senhoras Amigas da Creche, Sesc Mesa Brasil, Banco de Alimentos e doadores anônimos.
Funcionando inicialmente na Ramiro Barcelos, em maio de 1985 mudou-se para sede atual, adquirida pelo Governo do Estado e pela organização de Ajuda Miseror do Episcopado da Alemanha. Ali funcionam o CAPED e a Creche.
Em 1988, porém, com a nova constituição, o estatuto teve de ser modificado. Com a proibição da diferenciação, o atendimento passou a ser universal para crianças oriundas de famílias de baixa renda.
Administrada exclusivamente por professoras aposentadas (todas voluntárias, as quais, além de tudo, arcam com pequenas despesas), a creche funciona somente com 7 funcionários pagos: as 5 atendentes, a cozinheira e a copeira; os outros são todos voluntários.
A entidade possui um amplo espaço físico com profissionais qualificados para atender 60 alunos de 3 anos e meio a 6 anos das 8 às 17h, cujas mães trabalham, em sua maioria, como empregadas domésticas ou no comércio. As turmas são de 15 alunos e vão do Maternal 1 ao Jardim 2, como explica Estela Lopes Testa, que há dez anos é voluntária.
As crianças recebem atendimento especializado: nas segundas-feiras, têm aulas de Educação Física com estagiários da PUCRS, nas sextas, de música, com um professor. Também há acompanhamento médico e odontológico. Sempre que dá, as crianças da Santa Terezinha são levadas para passear. No dia 12 de maio, na semana de aniversário da creche, por exemplo, as crianças do Jardins 1 e 2 foram levadas ao teatro.
Segundo Estela, a comunidade ajuda bastante, “a gente não tem do que reclamar”. Tanto é que conseguem fornecer quatro refeições diárias, “alimentos não faltam nunca”, conta Estela. Já a doação de brinquedos costuma ser maior que a demanda. Quando isso acontece, eles são doados para uma creche da Ilha da Pintada, “pobre tem que ser solidário”, brinca a secretária. A única dificuldade enfrentada pelas administradoras é pagar funcionários na data correta. Apesar disso, segundo Estela, o pagamento nunca foi atrasado.
Corredor Cultural Bom Fim: festa no bairro
O lançamento do Mapa do Corredor Cultural Bom Fim e a 1a Feira do Livro e da Cultura do bairro marcaram, neste sábado, a estréia do Corredor Cultural.
A Feira foi na rua João Telles, 369, das 10 às 18 horas, sob um toldo branco montado no estacionamento do TRT. Praticamente todas as instituições culturais da região compareceram, para exibir seu trabalho e trocar idéias com a vizinhança. Foi exatamente esta a intenção do Memorial do TRT, ao propor o Corredor: reunir e, assim, aumentar a visibilidade sobre o trabalho dos produtores culturais do bairro.
Ao ser homenageado, o livreiro Edgardo Xavier surpreender a todos ao subir ao palco, declamar poemas e exibir uma memória invejável, aos 86 anos de idade. A Sociedade Italiana levou música e o chef Francesco Rosito, que ali ministra cursos de gastronomia, ofereceu um antepasto de berigelas e azeitonas como amostra do seu trabalho.
À tarde, o Museu da História da Medicina contou a crianças e adultos a história de Biblos, o livro-boneco que ensina como os livros gostam de ser tratados. A tarde continuou em clima festivo até o final, com uma apresentação de alunas da escola de dança flamenca Tablado Andaluz, e continou no Bar Ocidente noite adentro.
A Feira do Livro e da Cultura foi o primeiro evento do Corredor Cultural, que foi criado para ser permante. O próximo vento ainda não está definido, mas os participantes já pensaram em vários projetos: música, artes plásticas, culinária, e todo o mais o que o Bom Fim faz.
Buraco na cerca da Felipe Camarão ameaça pedestres
Por Felipe Bariele
Rompida em fevereiro, segue sem conserto a cerca que deveria proteger a vida de pedestres na esquina da Rua Felipe Camarão com a avenida Osvaldo Aranha. Nela existem grandes espaços abertos por onde apressados arriscam a vida diariamente. Como no local não há semáforo, a cerca seria a única medida para evitar acidentes.
– Isso é culpa da pressa. Agente vê o lugar que é mais próximo e acaba se enfiando em qualquer canto – explicou a estudante Elizabeth Vasquez Pereira, 23 anos. Mesmo tendo atravessado em lugar impróprio ela reconhece o perigo – Eu tenho consciência, sim – diz.
Apesar de imprudências assim acontecerem, a prefeitura demora a resolver o problema. Para comerciantes do local, além da ação do tempo e falta de manutenção, a cerca sofre com vandalismos e batidas de automóveis. Atualmente, em um dos trechos em que a proteção segue de pé, o que a mantém são barbantes amarrados a um poste.