No seu segundo dia de funcionamento, o Centro Popular de Compras sofreu um furto que interrompeu suas atividades por meia hora, na quarta-feira.
Às 15 horas, muitos lojistas reclamavam da falta de iluminação e alguns já estavam fechando suas bancas, indo embora. Meia hora depois a luz foi restaurada, ainda que parcialmente, pois só os andares superiores voltaram à normalidade.
Desinformado, o engenheiro Rafael Alves de Oliveira, da Verdi Construções, responsável pelo projeto do CPC, disse que a falta de luz seria conseqüência da manutenção da subestação do local – instalação elétrica que controla a transmissão e distribuição de energia.
A verdade é que, com apenas dois dias de funcionamento, o Camelódromo tinha sido alvo de um furto, segundo depoimento dos próprios funcionários da empresa Martins e Moura, que trabalhavam na manutenção: “ Foi roubo de fios de cobre”, informou Gilmar Guzenski, responsável pela operação.
Os ladrões acarretaram prejuízo estimado em R$ 5 mil reais. Não existe nenhum sinal de arrombamento, portanto suspeita-se que os ladrões tenham utilizado uma chave padronizada da empresa CEEE. “Por questões de segurança nos já compramos cadeados para as portas da subestação”
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Camelódromo agrada visitantes na abertura
Por Pedro Lauxen
Movimento foi intenso na abertura do Centro Popular de Compras
Depois de vários adiamentos, nesta segunda-feira, 09, foi inaugurado o Centro Popular de Compras de Porto Alegre. Na boca do povo, simplesmente camelódromo. A compra de um pen-drive de R$25, efetuada às 9 da manhã pelo secretário da Smic, Idenir Cecchin, simbolizou a inauguração do espaço, que abriga 800 camelôs antes espalhados pelas ruas do centro.
Durante todo o dia de ontem, o entra e sai foi constante nos estreitos corredores do local e a iniciativa já agrada tanto os ex-camelôs, agora chamados de comerciantes populares, quanto os consumidores.
Construído sob os terminais de ônibus das praças Rui Barbosa e Tamandaré, entre as avenidas Mauá e Voluntários da Pátria, o CPC é oferece, além das lojas, praça de alimentação, estacionamento para 216 veículos, área de serviços, banheiros, seis elevadores, segurança privada e sistema de monitoramento.
Encontra-se de tudo no CPC. Predominam o comércio de vestuário e eletrônicos, mas dando um giro pelo local é possível comprar artesanato, material escolar, cosméticos, artigos tradicionalistas ou religiosos, brinquedos. Precisa comprar uma fantasia? Tem. Incenso? Também. Para os mais letrados, uma das lojas de 4m² acolhe um sebo com centenas de títulos.
Praça de alimentação apresenta variadas opções de refeição.
Quem está com fome tem muitas opções, que vão do simples pão de queijo ao buffet de grelhados. Se a preferência for por uma pizza, baguete, um salgado, sem problemas. Aqueles que apreciam um chopinho no final da tarde também foram contemplados. E tem espaço para novidades, como o Biskuit, cuja especialidade é um reforçado sanduíche com 200 gramas de mortadela e queijo derretido. O lanche custa R$ 6.
PERSONAGENS
Cerca de 1600 trabalhadores ocupam os 19 mil metros quadrados de área construída do empreendimento. Muitos deles, com apenas algumas horas de labuta, já faziam uma avaliação positiva do novo endereço.
Para Carla Simone Silva, 39 anos, proprietária da RC Games, o primeiro dia de vendas foi melhor do que a expectativa. “Não perdi nada em vendas, está muito bom e vai melhorar”, disse. Ela, que no domingo à tarde mudou-se do asfalto da Praça XV, aonde atuou por 18 anos, para a loja 414 do CPC, investiu os R$ 8 mil que arrecadou no Natal na estrutura e nas mercadorias do seu novo ponto comercial.
Além de atrair nova clientela, a vendedora trouxe a sua freguesia de fé. Taís Rocha, 26, foi conhecer o CPC e de quebra deu uma passada na RC para comprar um jogo de videogame para a filha com a Carla, sua fornecedora oficial. “Aqui tu está bem melhor, é bonito, organizado, não tem sol”, explicou. No mesmo sentido, a amiga Vanessa Porto, 26, pondera: “ficou melhor para os dois lados”.
Carla, da banca de Games recebeu os antigos clientes da rua.
Como muitos dos comerciantes populares que chegaram ao camelódromo, Carla registrou, sem custos, sua empresa no CNPJ. Até o final do ano, a Smic estima que 90% dos lojistas sigam o mesmo caminho.
Marta Pereira, 44, responsável pela “Lua Azul”, vende camisas de clubes de futebol no número 405. Camelô desde os 14, quando ajudava a mãe Eva na Marechal Floriano, Marta não arrecadou no primeiro dia o mesmo que costumava ganhar na rua, mas projeta um futuro próspero. “Graças a Deus está sendo bem melhor do que eu pensava”, comemorou.
Dono da Bali Thay, aonde vende correntes, pulseiras, anéis e outros artigos de prata, Humberto Torbes, 32 anos, desde que ouviu falar do projeto aprovou a idéia e ontem teve certeza de que terá vantagens no novo logradouro. “A estréia foi maravilhosa”, sentenciou. Há três anos ele mantinha o negócio na Praça XV, mas lembra que lá o início foi mais difícil. “No meu primeiro dia aqui rendeu muito mais do que naquela vez”, recordou. Torbes estima recuperar em seis meses o investimento de R 4 mil.
Levados ao centro pela curiosidade, Divane Dutra, 39, e o marido Francisco, 33, observavam atentamente as vitrines do CPC. Ele “namorava” os eletrônicos, enquanto ela procurava alguma blusa daquelas bonitas e baratas. “Estava curiosa, estamos gostando, mas os preços são iguais em todas as lojas, não adianta pesquisar”, advertiu. Saíram sem sacolas.
NOVO VELHO CENTRO
Com o início das operações do Camelódromo, fica proibido o comércio de rua no centro da capital. Segundo o secretário da Smic, Idenir Cecchin, haverá dura fiscalização da BM em conjunto com a secretaria e os próprios comerciantes do CPC vão ajudar a coibir os camelôs de rua. “Agora eles são nossos aliados porque também não interessa pra eles alguém lá”, disse.
Além disso, equipes da prefeitura já trabalham nos antigos pontos de camelôs transformando os locais em Área Azul – estacionamento rotativo mantido pelo município. Pelo menos no primeiro dia, as ameaças surtiram efeito.
Praça XV teve visual modificado na manhã de segunda-feira.
Desde cedo, pôde-se notar que havia um novo cenário no centro. Nenhuma banca de camelô na praça XV, tampouco na José Montaury. Na Vigário José Inácio, apenas pedestres no seu vai-e-vem habitual. Os prédios centenários, que antes passavam despercebidos, agora figuram em primeiro plano. As árvores da praça XV ganharam um colorido especial. Na Vigário, era possível observar os detalhes Igreja do Rosário.
José Montaury também amanheceu livre das bancas de camelôs.
Como nem tudo é perfeito, vendedores ambulantes de CDs, DVDs, games, tênis, óculos e até mesmo capas para colchão continuavam oferecendo discretamente seus produtos nesta tarde, na Praça XV, Marechal Floriano e Voluntários. Sem os artigos em mãos, eles vendem o seu peixe mostrando catálogos impressos em folha de ofício. “Ô amigo, CD de Play ou PC?”, “DVD, três por dez!” e “Nike, Nike, Nike!” continuam sendo frases correntes nos arredores do Chalé.
Camelódromo inaugura na próxima segunda-feira
Por Shana Torres
Depois de aproximadamente 7 meses de atraso na obra, atribuído pelo engenheiro Roberto Moura como um contratempo devido às intempéries, o Centro Popular de Compras de Porto Alegre finalmente será inaugurado. Há três dias da inauguração, camelôs e donos de lanchonetes que possuem alvará já estão comercializando seus produtos e serviços.
Mas 25 funcionários ainda trabalham nos retoques finais da obra. Falta a finalização do restaurante a ser construído no terraço. Nesse local, desde o início do processo licitatório, estava havendo especulação imobiliária. Segundo o engenheiro responsável pelo camelódromo, Roberto Moura, o aluguel do espaço destinado ao restaurante foi cotado por trinta e dois mil reais. Há outras licitações em andamento, dentre elas o estacionamento do terraço.
Segundo o Relações Públicas da Verdicon, empresa responsável pela obra, Mateus Santos, em frente ao restaurante ainda será construída uma sala para treinamento gratuito dos funcionários. A preocupação social do investimento torna-se evidente nas minúcias da construção. O sistema de exaustão foi instalado de maneira a coibir a emissão de gás carbônico dentro do camelódromo. Os dutos levam o gás até o terraço, onde ele é expelido.
Agora o CPC também foi adaptado para os portadores de deficiência. Há solo podotátil para cegos na beira das escadas, além de elevadores com avisos sonoros e identificação em braile.
Quanto à questão ambiental, lixeiras de coleta seletiva foram instaladas estrategicamente pelo camelódromo, as de lixo orgânico mais próximo às lanchonetes e restaurante e as de lixo seco nas proximidades das lojas.
A obra tinha como proposta terminar com o trabalho ilegal nas ruas do centro de Porto Alegre. No entanto, os 800 comerciantes que terão expostos seus estandes já estavam regularizados pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) antes da construção do camelódromo, o que significa que todos os outros 240 que estão na fila de espera não terão um espaço oficial para o trabalho formal. A seleção dos comerciantes foi feita por antiguidade, através do tempo de registro na Smic.
O Centro Popular de Compras de Porto Alegre terá seu horário de funcionamento entre as 9h e 20h, com horário facultativo das 10h às 22h. Com o recebimento da carta Habite-se pela Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), só falta a liberação do Ministério Público para o Camelódromo inaugurar. A data prevista é segunda-feira, 9 de fevereiro.
Justiça impede inauguração do Camelódromo
Por Pedro Lauxen
Uma ação civil pública impetrada pelo Ministério Público do RS impediu que o Camelódromo fosse inaugurado nesta segunda-feira, 26, como estava previsto. A medida do MP prevê que a prefeitura só possa inaugurar o empreendimento após obter a carta de habitação – o Habite-se – e a licensa do Corpo de bombeiros. Como a justiça acatou o pedido e os documentos necessários ainda não foram expedidos, fica adiada por tempo indeterminado a abertura do Centro Popular de compras aos consumidores.
O Corpo de Bombeiros fez uma vistoria na tarde de domingo e detectou alguns problemas estrururais, como a existência de um degrau na saída de emergência. Além disso, a corporação recomendou a instalação de válvulas de gás. Somente depois de cumprir as exigências, o camelódromo ganhará o alvará dos bombeiros.
Erguida sobre o terminal Rui Barbosa, a construção abrigará 800 lojas alugadas pelos comerciantes populares que hoje ocupam vários pontos do centro da capital.
Projetada para retirar das ruas os vendedores informais, a obra conta com três pavimentos, incluindo o terminal de ônibus totalmente remodelado. No segundo andar, as bancas dos antigos camelôs e a praça de alimentação. O terceiro piso está reservado para o estacionamento para 216 veículos e um restaurante com vista para o Lago Guaíba.
ÚLTIMOS DETALHES
Os proprietários fazem os últimos retoques nos seus espaços, na expectativa pelo início do trabalho no novo endereço. Leonel Dobre Costa, 53 anos, está ultimando os detalhes da sua banca de artigos religiosos. Artesão como a esposa Lolita e os três filhos, Costa vai se mudar da frente da Rodoviária – aonde vendia seus trabalhos há oito anos – para o camelódromo. Nos últimos dias, está dividido entre as vendas no antigo ponto e os ajustes no estabelecimento quase pronto. Pega o ônibus em alvorada às 6h, desembarca em POA uma hora depois e começa o rodízio entre os negócios, a marcenaria e a pintura. Entre uma pincelada e outra nas prateleiras da loja 564, ele se mostra entusiasmado com a novidade. “Somos privilegiados. Pra mim essa é a plataforma do progresso”, define.
Na área da alimentação, Vilson José da Silveira também está ansioso. Morador do bairro Floresta, ele tinha uma lanchonete no terminal Mauá e se sentiu traído quando recebeu a informação de que deveria desocupar o local e alugar um lugar no novo prédio. “O espaço era bem maior e eu tinha licença por dez anos. Completados sete tive que sair”. Mesmo tendo que investir R$10 mil para equipar sua banca e pagar mais R$2 mil de aluguel (fora da praça de alimentação o valor cai para R$500), Silveira já está se acostumando com a idéia. “Estou apostando tudo aqui, tenho boas expectativas. O lugar é organizado, tem segurança”, explicou.
NOVA REALIDADE
Coordenador da Comissão dos vendedores da Praça XY, José Montaury e Vigário José Inácio, que será dissolvida após a inauguração do Camelódromo, Alfonso Linberger acompanhou todos os detalhes do projeto. É provavelmente a pessoa que mais conhece o local e suas particularidades. Por isso, é também mais requisitado. “Alfonso, quando vai inaugurar?” é a pergunta mais escutada por Linberguer nos últimos dias. Nem mesmo ele, que tem trânsito livre na Smic, é capaz de respondê-la.
Voto vencido na época da votação da proposta, Linberger decidiu que seu papel seria ajudar os companheiros na transição. “Assimilei a derrota e resolvi colaborar no processo todo. O pessoal tem que se adaptar a essa realidade diferente. Não teremos mais o consumidor eventual, agora vai funcionar diferente e todos precisam entender isso”, frisou.
FUTURO DO CENTRO
Após a inauguração do CPC, fica proibido todo e qualquer comércio de rua no centro da cidade. Para o secretário da Smic, Idenir Cecchin, a medida vai funcionar porque haverá fiscalização rígida. “Não vai ter. Se alguém teimar vai perder a mercadoria e pagar multa.”, disse. Além disso, acredita que próprios donos de bancas no camelódromo devem colaborar neste sentido. “Eles serão nossos aliados, pois também não querem ninguém na rua”.
Ambulantes que ficarem fora do camelódromo poderão ir para os bairros
Incluído entre as realizações de José Fogaça, o Centro Popular de Compras foi um dos destaques na campanha de reeleição do prefeito, embora não estivesse totalmente concluído.
A inauguração do prédio de dois módulos, com 20 mil metros construídos, foi marcada inicialmente para setembro, depois para outubro e, agora, foi adiada para janeiro.
Quando ele começar a funcionar, não será mais permitida a presença de ambulantes nas ruas do centro. Mas a SMIC vai permitir que se instalem nos bairros do entorno os que são cadastrados e não tem lugar no camelódromo.
Foi transferida para janeiro de 2009 a inauguração do Centro Popular de Compras, o Camelódromo, no centro de Porto Alegre. Foi o quarto adiamento desde o início da construção, em setembro de 2007.
Dúvidas não faltam a respeito da obra, orçada em R$ 14 milhões e entregue por licitação à construtora Verdicon, empresa de Erechim, especializada na construção de presídios. Ela constrói o prédio de 20 mil metros quadrados, em dois módulos, em troca da permissão para explorar comercialmente o local por 25 anos, com direito a duas renovações de cinco anos cada.
Serão 800 boxes, alugados aos camelôs, mais praça de alimentação e um estacionamento, não previsto no projeto original.
Inicialmente, tudo seria explorado pela concessionária, mas depois de uma denúncia do Jornal do Centro – de que a empresa iria arrecadar R$ 120 milhões a mais, sem nenhuma contrapartida ao município, houve mudança. O estacionamento será explorado pela EPTC, até uma nova licitação.
Há polêmica também quanto à lista dos selecionados para ocupar os 800 boxes do CPC. Durante a campanha eleitoral, apareceu o nome de Juarez Gutierrez de Souza, candidato à vice-prefeito em Viamão pelo PMDB.
Funcionário público estadual, Gutierrez declarou ao Tribunal Regional Eleitoral um patrimônio de R$ 90 mil, incluindo um imóvel de 100 m² em Viamão e três automóveis. “Desde 1981, o funcionário público tem cadastro na secretaria, estando em condições totalmente legais”, justificou o secretário municipal de Indústria e Comercio, Léo Antônio Bulling.
O secretário, reconhece que a a legislação tem brechas que podem levar a distorções. Não é obrigatório, por exemplo, que o trabalhador da banca seja o signatário do contrato. “A legislação facultou ao ambulante ter o chamado auxiliar. E isso possibilita que o titular tenha outra atividade”.
Não há também, segundo Bulling, impedimento a um camelô que possua outra fonte de renda. “Eticamente é incorreto, pois esse espaço público é para suprir uma necessidade de uma pessoa que não tem emprego. Mas legalmente não há o que impeça”.
As afirmativas de Bulling reforçam os comentários entre os ambulantes, de que está havendo venda dos espaços por quem foi contemplado com uma vaga. Uma das entidades que representa os camelôs está preparando um dossiê sobre o tema, mas não adianta os resultados do levantamento.
Quem sobrar vai para os bairros
Segundo a Smic, estão registrados 840 camelôs com bancas fixas no cetro de Porto Alegre. “Por isso idealizamos o camelódromo para 800 bancas”, observa o secretário Léo Antônio Bulling.
Ele admite que há mais gente sem registro na Smic. É o caso de Ana Cláudia Fonseca dos Santos, de 37 anos, 20 deles dedicados à atividade ambulante. Ela e seus dois filhos dependem exclusivamente da venda de bijuterias. “Querem exterminar nossa classe”, desabafa.
Muitos outros camelôs afirmam ter ficado de fora do espaço da Prefeitura. A maioria garante que não vai sair das ruas do Centro. “Não sei os outros, mas eu não vou”, promete uma camelô que tem mais de 30 anos de praça.
Prevenida, ela está antecipando a quitação de suas dívidas e também trancou a faculdade da filha, pois não sabe como obter outro rendimento caso seja impedida de trabalhar na rua.
Aos 40 ambulantes registrados, que ficarão fora do camelódromo, a secretaria vai oferecer a alternativa de irem para os bairros. “Como a legislação proíbe a instalação de qualquer banca de camelô no centro após instalado o CPC, nós iremos oportunizar para essas pessoas, para que não fiquem sem trabalho, para se dirigirem aos bairros”, revela.
Com reportagem de Priscila Pasko e Gabriel Sobé
Smic prepara licitação do estacionamento
A Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), por meio de sua assessoria jurídica, deve finalizar nos próximos dias os termos para o edital de licitação prevendo concorrência pública para a exploração do estacionamento do Centro Popular de Compras do Terminal Rui Barbosa (CPC), o Camelódromo, atendendo à recomendação do Ministério Público. As obras devem estar concluídas no próximo mês.
Responsável pela construção do Camelódromo, que se deu graças a uma Parceria Público-Privada (PPP), a empresa Verdicon Construções já adiantou que não pretende participar dessa nova concorrência para a exploração comercial das 216 vagas do estacionamento.
No contrato assinado entre a prefeitura e a Verdicon, ficou acertado que a empresa construiria o empreendimento, num investimento de R$ 14 milhões, e que, em troca, teria 25 anos para a exploração comercial do Camelódromo, prazo renovável por dois períodos de cinco anos. (do site da prefeitura)
Estrutura do camelódromo
– Localizado na Praça Ruy Barbosa, entre as avenidas Mauá e Voluntários da Pátria, o novo empreendimento vai abrigar 800 camelôs licenciados, numa área de 2.914 metros quadrados
– A plataforma de concreto é de 10 mil metros quadrados, sobre o terminal de ônibus na Praça Ruy Barbosa
– Cruzará a Avenida Júlio de Castilhos por uma passarela totalmente coberta até Avenida Mauá
– Cada comerciante ocupará um Box, que terá de três a quatro metros quadrados, contendo pontos de luz, água, esgoto e telefone, com aluguel estimado em R$ 300
– Com acesso a todas as calçadas e interligado às ruas do entorno, o CPC terá ainda lojas-âncoras, como restaurante popular, farmácia e agência bancária
– O projeto prevê jardins descobertos, praça de alimentação, sanitários, acesso para deficientes, sistema de segurança por câmeras de vídeo e policiamento
– Serão instalados 30 filtros de carvão ativado. Cada filtro terá a capacidade de renovação de 60 mil metros cúbicos de ar por minuto. Os equipamentos têm a função de filtrar os gases gerados pelos ônibus.
25 camelôs podem ser substituídos caso não apresentem seus contratos
Gabriel Sobé
Entrando em sua reta final de obras, o Camelódromo começa a estipular prazos para os comerciantes inquilinos, para que acertem seus contratos com a construtora e concessionária do local, a empresa Verdicon. Segundo o assessor de imprensa da Smic, Ocimar Pereira, restam ainda 25 camelôs regularizarem suas situações.
No final da semana passada, havia sido estipulado o prazo até o dia 13 de outubro para que todos apresentassem seus contratos regularizados, entretanto esta data foi altaerada. O assessor afirma que, estes 25 comerciantes ainda podem se apresentar com contrato em mãos, mas qualquer momento “vamos bater o martelo”, afirmou. O secretário municipal da Produção, Indústria e Comércio, Léo Antônio Bulling, observa que se não acontecer a regularização, os suplentes serão chamados.
Últimos ajustes
Duas escadas rolantes e dois elevadores já estão em testes no prédio do camelódromo. A obra está na fase final de acabamentos e de licenciamentos legais da Smov e dos futuros comerciantes populares junto ao setor de alvarás da Smic. As 800 bancas metálicas estão montadas no segundo piso do CPC. Todas terão portas independentes com chaves.
A smic espera entregar o Camelódromo a população na primeira quinzena de novembro. Esta data já foi prorrogada três vezes – duas em setembro, e uma em outubro.
Tensão e incerteza no centro às vésperas da inauguração do Camelódromo
Se o Centro Popular de Compras, que será inaugurando ainda no final de outubro, no Centro de Porto Alegre, está deixando muitos comerciantes satisfeitos, não se pode dizer o mesmo dos vendedores ambulantes.
Tanto os que não conseguiram fazer parte do novo espaço, quanto os contemplados com o box, todos têm alguma reivindicação a fazer. “Eles querem o extermínio de uma classe”, protesta a vendedora ambulante Ana Cláudia Fonseca dos Santos, de 37 anos, 20 deles dedicado à atividade.
Ela, que depende exclusivamente da venda de suas bijuterias, com que sustenta os dois filhos, não conseguiu ficar entre os 800 camelôs que serão abrigados no novo espaço. Ana Cláudia pretende recolher 40 mil assinaturas para criar uma lei de iniciativa popular. Com este documento, ela pretende garantir aos vendedores da Rua da Praia e da Praça XV um espaço de venda fixo.
A razão para a rejeição da maioria dos ambulantes que hoje ocupam alguns pontos do Centro de Porto Alegre diz respeito, principalmente, aos custos. Atualmente os vendedores que ocupam estes pontos gastam em média R$180 por mês. Entre as despesas estão incluídos os custos com o depósito dos produtos que são vendidos, alimentação e passagem.
Mas a partir do final do mês de outubro, quando o Centro Popular de compras deverá funcionar, já está estipulado o pagamento de R$ 124,80 por semana, mais as despesas próprias como luz, serviços de limpeza e de vigilância do prédio.
“Se a gente vai ter que pagar quase R$ 400,00 por mês porque teremos que desembolsar mais o custo de limpeza e segurança? Nós pedimos um camelódromo e que nos deram foi um shopping” reclama uma camelô que não quis ser identificada, por temer represálias por parte da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio (Smic).
Algumas bancas não somam R$ 250,00 em mercadorias. A maior preocupação é de que forma se terá garantia do pagamento semanal dos espaços, pois, conforme o contrato, o não cumprimento implica multa e suspensão do contrato de locação.
Alguns vendedores também rejeitam o Centro Popular de Compras porque a exposição dos produtos será prejudicada. “Aqui na rua, fica mais fácil para quem está a caminho comprar. Agora quem vai querer se deslocar até o CPC e olhar cada um dos 800 estandes?”, reclama outra camelô.
Os vendedores dizem se sentir “enganados” pela Smic, já que o primeiro projeto apresentado a eles pela secretaria difere do prédio que está sendo erguido. Uma reunião com os ambulantes para discutir os pontos polêmicos, marcada para a última terça-feira, foi suspensa pela Smic.
O projeto prevê escadas rolantes, elevadores, ocupação de redes de fast food, farmácia e estacionamento. Conforme a Smic, a obra já está na sua fase final, com prazo de conclusão para o final do mês de outubro.
Até o início desta semana 781 camelôs já haviam se cadastrado. O restante terá até esta sexta-feira, 10, para aderirem ao centro Popular de Compras, caso contrário, os suplentes começarão a ser chamados no dia 13, segunda-feira.
Funcionário público e candidato a vice em Viamão ganhou banca no Camelódromo
Elmar Bones
Segundo o secretário Léo Bulling, da Smic, desde 2007 Juarez Gutierrez tem uma banca de bijuterias no centro. Mas exerce atividades de vendedor ambulante desde 1981, quando começou como fruteiro. “Muitos comerciantes trocam de atividade ao longo dos anos, com Juarez aconteceu o mesmo”, afirma o secretário.
O secretário classificou como infundada a denúncia da vereadora Sofia Cavedon, que trouxe o assunto a público. Bulling acusou-a também de agir levianamente, movida por interesses políticos. “Ela não consultou a Smic para obter maiores informações da situação do comerciante”, alertou.
Juarez Gutierres de Souza tem 52 anos. Foi candidato a deputado estadual, em 1998, recebendo 8.675 votos. Em 2006 foi eleito presidente da Associação das Entidades Recretativas, Culturais e Carnavalescas de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, para um mandato de dois anos e sua posse foi prestigiada pelo prefeito José Fogaça (foto)
Ao saudar a nova diretoria, Fogaça afirmou na ocasião: “Porto Alegre é uma cidade privilegiada pela história de seu Carnaval. Somos parceiros da nova Executiva, vamos trabalhar juntos e solidários para que tenhamos um dos maiores carnavais do Brasil”.
Juarez Gutierres de Souza recebeu o box 161 no Camelódromo da capital, e seu nome consta na lista do Diário Oficial de 29 de setembro de 2008, onde foram publicados os comerciantes que exerceriam suas atividades no CPC. Confira aqui
com reportagem de Gabriel Sobé e Priscila Pasko
Candidato a Vice-Prefeito de Viamão, do PPS, ganha Box no Camelódromo de Porto Alegre
O funcionário público estadual e candidato à vice-prefeito de Viamão, Juarez Gutierres de Souza, pela coligação Juntos Para Fazer Mais, que tem como candidato a Prefeito Glademir Moura Sarico pela coligação formada pelos partidos do PMDB/PPS/PT do B/PCdoB/PSC e PSL, foi contemplado Fogaça com um Box (número 161) no Centro Popular de Compras (CPC), mas conhecido como Camelódromo. O nome de Juarez de Souza está na lista dos 800 camelôs e ambulantes “escolhidos” pela Prefeitura para se fixarem no CPC e tem um suposto registro na SMIC com o número 3515664.
As denúncias foram feitas à vereadora Sofia Cavedon (PT), que aponta desde o início as inúmeras irregularidades que acompanham a construção do Centro Popular de Compras. Também foi denunciado a Vereadora que o candidato de Viamão é irmão do presidente do Sindicato Estadual dos Ambulantes,
Moacir Gutierres de Souza.
Para Sofia isso é mais uma prova que a lista para ocupar o Camelódromo não tem critério social, mas sim político. A Comissão dos Camelôs está estudando os 800 nomes – um a um, pois além desse, muitos outros que compõem a lista não são camelôs ou ambulantes – e levará a relação com os
destaques para a reunião do dia 07 de outubro (terça-feira), às 10h, com a secretária de Governança Local, Clênia Maranhão.
Inauguração do camelódromo será no segundo turno
Pela terceira vez foi adiada a inauguração do Centro Popular de Compras que está em construção no centro de Porto Alegre, como solução para um problema já histórico da cidade: os vendedores ambulantes que ocupam as ruas da área central.
Prometido para o início, depois para o fim de setembro, o prédio agora só ficará pronto no final de outubro, se tudo correr bem. “Ainda temos uns 20 dias em trabalhos de acabamento se a chuva não atrapalhar”, disse o engenheiro Roberto Moura, responsável pela obra.
A coordenadora da sessão de Licenciamento de Utilidades Ambulantes da Smic, Irapuama May, prevê no site da secretaria mais uns 15 dias de trabalho para o cadastramento dos camelôs.
São 20 mil metros quadrados de área construída em dois módulos (um com dois, outro com três andares) ligados por uma passarela sobre a avenida Julio de Castilhos. O prédio terá ainda um estacionamento que será explorado pela EPTC e postos de serviços públicos.
Os 800 boxes terão tamanhos variáveis desde dois metros de comprimento por um de largura até 8 metros x 3 metros. Os comerciantes pagarão R$ 24,96 por semana, por metro quadrado. Ou seja, o valor dos aluguéis mensais vão variar entre R$ 190,oo (para os boxes menores) e R$ 600 para os maiores.
A Verdicon Construtora é uma empresa de Erechim que ganhou a concorrência para construir, com o direito de explorar o camelódromo por 25 anos. A empresa vai completar dez anos e recentemente ficou conhecida com o lançamento de celas pré-moldadas para presos.
A construção de presídios e viadutos é a sua especialidade. No momento está construindo presídios em Minas, Maranhão e Espírito Santo, além de um viaduto em Guaiba. Os proprietários são dois irmãos Carlos e Henrique Deboni. O camelódromo é a primeira obra urbana da empresa em Porto Alegre.