O Sindicato dos rodoviários de Porto Alegre se reuniu no final da tarde para receber a proposta de aumento salarial das empresas de ônibus, como não houve acordo, a entidade optou por um “estado de greve”, e promete mobilizações na cidade pra chamar atenção da população. Segundo o presidente do sindicato, Julio Gamaliel, a partir da manhã desta quinta-feira (19), ocorrerão diversas ações para pressionar as empresas de ônibus. Gamaliel não quis comentar quais seriam essas ações, mas alguns membros disseram que poderá haver operações tartarugas em alguns corredores de ônibus e até bloqueio de faixas.
As cerca de 300 pessoas que participarão da assembleia do sindicato reprovaram as negociações com o sindicato patronal, que ofereceu reajuste de 4% – menor que a inflação em 2011, de 6%. Os trabalhadores exigem 22% de reposição de perdas salariais e mais 5,5% da inflação do período. Um novo encontro foi marcado para sexta-feira, caso não haja acordo os representantes da categoria prometem que haverá greve geral no transporte público da Capital.
Um novo valor das passagens também depende do acordo com os funcionários, as empresas irão encaminhar até o final do mês pedido de reajuste das tarifas de acordo com as despesas do período e o pedido de aumento dos rodoviários. A previsão inicial é que a passagem subiria cerca de 10%, ficando em torno de R$ 3,00.
O Sindicato dos Rodoviários da Capital representa 8,5 mil trabalhadores. Em janeiro do ano passado, a categoria obteve 8% de reajuste em seu dissídio coletivo com ganho real de 1,9%, além do acréscimo de R$ 1,00 ao tíquete refeição, que passou para R$ 13,00.
Segundo dados da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), em torno de um milhão de pessoas utilizam o transporte coletivo de Porto Alegre.
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EPTC já tem regras para escolha do novo guarda-corpo de ciclovia
Já está disponível no site do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), departamento do Rio Grande do Sul, o regulamento para seleção de ideias para execução do guarda-corpo da ciclovia da Avenida Ipiranga, em Porto Alegre.
Após a polêmica gerada pelo primeiro modelo instalado, que usa toras de eucalipto, a prefeitura de Porto Alegre resolveu buscar alternativas junto a especialistas. A expectativa é que dentro de duas semanas um novo projeto, menos rústico, já esteja pronto. A função do guarda-corpo é salvaguardar os ciclistas em caso de queda.
Os critérios foram divulgados no site da Empresa Pública de Transportes e Circulação EPTC. Arquitetos e engenheiros podem enviar os projetos até 19 de janeiro. O custo máximo de execução do produto acabado e instalado deverá ser de R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais) por metro linear; O regulamento diz ainda que o guarda-corpo não pode ser de metal, devido a exigências da CEEE, já que a ciclovia acompanha a rede elétrica, além de considerar altura mínima de 1,20 metros.
O cronograma e este:
16.01.2012 – Abertura e divulgação das diretrizes da seleção no site do IAB RS;
23.01.2012 – Até as 18h00 – Entrega das propostas via e-mail;
26.01.2012 – Divulgação dos três finalistas selecionados pela Comissão de Seleção 30.01.2012 – Divulgação do Resultado.
Haverá um prêmio para a proposta vencedora no valor de R$ 4.553,20 (quatro mil quinhentos e cinquenta e três reais, vinte centavos). O prêmio será pago diretamente ao profissional autor da ideia pela empresa responsável pela elaboração do projeto da ciclovia da Avenida Ipiranga
Em construção desde o dia 22 de setembro de 2011, a ciclovia da Avenida Ipiranga terá 9,4 km de extensão entre as avenidas Antônio de Carvalho e Edvaldo Pereira Paiva. A obra deve ser concluída até a metade deste ano, ainda sem data definida.
EPTC diz que Porto Alegre não terá pedágio urbano
Mesmo com cada vez mais carros nas ruas da Capital, hoje são cerca de 720 mil, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) descarta qualquer possibilidade de implantação do pedágio urbano para acesso de veículos em qualquer área da cidade.
A condição deste tipo de iniciativa ficou aberta a partir da recente aprovação da Lei de Mobilidade Urbana, pela presidente Dilma Rousseff, que permite aos municípios cobrar pedágios para diminuir o tráfego de veículos em áreas de maior fluxo.
“Pedágio urbano, nem pensar. Investir, cada vez mais, na qualificação do transporte coletivo, em tecnologia, educação e em engenharia de trânsito, além da fiscalização. Estas são as nossas prioridades, lembrando também das diversas obras previstas para a Copa de 2014, que certamente darão uma maior mobilidade ao nosso trânsito”, afirma o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari.
Em investimento tecnológico, Cappellari lembra que são 56 as câmeras de monitoramento do trânsito, com previsão de 140 para a Copa. Outra novidade são os chamados laços virtuais – a gestão dos tempos de sinaleiras é feita através de câmeras que avaliam a fluxo de veículos. O modelo está em teste no cruzamento da Nilo Peçanha com Carazinho, ex-rótula da Encol: “Queremos ampliar este modelo, totalmente aprovado, para outros 33 cruzamentos da cidade, que apresentam trânsito mais pesado. Este projeto está em processo de licitação”, informa o diretor-presidente da EPTC.
Entre os 33 cruzamentos previstos para a gestão dos semáforos por laços virtuais estão os da Assis Brasil com Baltazar de Oliveira Garcia; Assis Brasil com Sertório; Benjamin Constant com Cristóvão Colombo; Érico Veríssimo com José de Alencar; Icaraí com Campos Velho; Ipiranga com Salvador França; Protásio Alves com Saturnino de Brito e Voluntários da Pátria com Sertório.
Porto Alegre tem site com informações sobre transporte público
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) apresentou um novo site que pretende dar informações detalhadas dos serviços de transporte prestados à população.
Já em funcionamento, o site www.poatransporte.com.br traz as rotas de ônibus, lotações, bem como paradas e pontos de táxi. Além disso, é possível conhecer a integração entre os três modais. Tudo é demonstrado em um mapa da cidade, com o nome de ruas e zonas de interesse, como pontos turísticos, parques, hospitais e outras referências na cidade.
A prefeitura firmou um convênio com o Google para a disponibilização deste produto. Conforme o diretor-presidente da Procempa, André Imar Kulczynski, responsável pela elaboração do site, todas as informações da cidade foram geoprocessadas. “Não é um trabalho fácil, foi necessário organizar um elevado número de dados, como as mais de 5,5 mil paradas de ônibus da cidade. Mas, possuímos informações qualificadas, confiáveis e vamos melhorar ainda mais”. A ferramenta também pode ser acessada nos dispositivos móveis.
Os usuários podem colaborar com informações mandando e-mail para o site www.poatransporte.com.br ou www.portoalegre.rs.gov.br/eptc
Ônibus começam a circular com tabela de verão
A partir de hoje, 26, inicia a tabela horária de verão na frota de ônibus da Capital. A medida se dá até 26 de fevereiro. As linhas de ônibus urbanas terão sua frequência de viagens reduzida em 10%, devido à diminuição de usuários nos meses de férias. Os novos horários já estão disponíveis no site da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Outras informações sobre ônibus podem ser obtidas no telefone 156, ou no www.poatransporte.com.br.
Recuperação da passarela da rodoviária levará 90 dias
A Recuperação da passarela da Rodoviária de Porto Alegre começa neste sábado e tem prazo de conclusão em até 90 dias. A empresa responsável pela execução das intervenções é a EPT Engenharia, o investimento será de R$ 196.533,89.
Concluído o processo licitatório de contratação por emergencialidade, a autorização de início para a obra de recuperação da estrutura foi entregue pelo secretário municipal de Obras e Viação, Cássio Trogildo, à empresa vencedora da licitação, na tarde de hoje, 16, no local. “Concluímos em dez dias a licitação que ocorreu por emergencialidade, conforme o previsto. As propostas foram recebidas, habilitadas e avaliadas. Desta forma, estamos iniciando de forma imediata a obra de recuperação estrutural do local onde houve o abalo ocasionado pela colisão de um caminhão”, informa o titular da Smov.
A Smov interditou a passagem de pedestres no dia 18 de outubro, informada pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) da colisão de um caminhão com a estrutura, quando foi iniciada a elaboração de um laudo técnico para avaliar as condições de segurança estrutural da passarela.
Para os pedestres, a alternativa para a travessia dos pedestres é o túnel da estação da Trensurb, que seguirá disponível durante as obras. “A EPTC instalou toda uma sinalização e mantém agentes de trânsito orientando a população para que não arrisque a vida atravessando de forma imprudente aquelas vias de fluxo intenso de veículos”, explica o titular da Smov.
Para tentar conter a imprudência dos pedestres que, mesmo com a alternativa de travessia pelo túnel do Trensurb, insistem em se arriscar, a EPTC instalou 170 metros de gradis metálicos que permanecerão no local até o fim das obras e a liberação da passarela.
Garagem na Redenção tem edital em janeiro
Expansão das áreas azuis, garagens subterrâneas,a reforma do Túnel e as modificações no trânsito e o novo sistema de transporte coletivo que vai “revolucionar Porto Alegre”. Estes foram os assuntos de uma entrevista exclusiva com Vanderlei Capellari (foto), presidente da Empresa Portoalegrense de Transporte e Circulação. Confira:
Como está a concessão das áreas azuis?
– Tivemos a área azul concedida por dez anos para a Estapar. O prazo encerrou em 1° de maio. Fizemos uma pesquisa nacional e mundial sobre operações de estacionamento rotativo pra ver equipamentos e tecnologias, custos.
Agora, concluímos um edital para conceder novamente a operação. Queremos publicar ainda em dezembro. Em julho estará concluído.
A área azul de porto alegre é considerada uma das melhores do país, várias cidades vem a porto alegre ver como funciona aqui, o objetivo é manter a atual qualidade e melhorar com essa nova licitação.
E o novo preço das tarifas …
– O valor, de dois reais por duas horas, nunca foi reajustado desde 2001. Agora, era necessário atualizar. Medimos a inflação no período e o custo médio das cidades que tem o serviço. Aí aplicamos uma correção em torno de 50%. Vai para R$ 3,00 às duas horas, que é o tempo máximo permitido. Acreditamos que ficou justo.
Para que houvesse maior competitividade e empresas profissionais participem da nova licitação era necessário fazer uma esta pequena atualização. Na verdade, talvez seja uma falha não ter feito uma correção sistemática pra manter os valores mais atualizados, foi uma opção.
E a expansão da área azul?
-Temos um número grande de pedidos, mas temos um critério claro. Fizemos avaliação do impacto no lugar, o tipo de comércio, de serviços. Só depois consultamos os moradores e definimos a implantação. A meta para 2012 é expandir 10% das atuais 4.300 vagas.
Onde serão as novas áreas?
– Primeiro ponto será na Av. São Pedro – zona norte, no trecho entre a presidente Roosevelt e Av. Bahia. A cada ano haverá 5% de expansão. Isso sempre negociado com a população – inclusive se for decidido retirar a área de algum local, nós vamos lá e retiramos. E quem define onde vai ter área azul e a EPTC, assim como a fiscalização e exclusiva nossa, isso nunca foi terceirizado. Assim vai continuar no próximo contrato.
E a reforma do Túnel?
– Já foi entregue o sentido Bairro-Centro, o prazo programado para conclusão do sentido Centro-Bairro é abril. Poderemos entregar no começo do ano. Isso depende da conclusão da parte superior. Para ampliar a sustentação do túnel, o pavimento será em placas de concreto, e faltam ainda algumas placas.
E as mudanças no trânsito permanecem?
-A principal mudança foi criar um binário entre a Santo Antônio e a Garibaldi. Precisávamos de uma alternativa pra o fluxo da Loureiro da Silva e da João Pessoa, para poder acessar no mínimo ate a rodoviária. Hoje a Garibaldi vai até a rodoviária. As pessoas podem utilizar a Garibaldi para sair da cidade, pegar a Castelo Branco. Também concluímos a Barros Cassal entre o largo Vespasiano e a Voluntários, alternativa de fluxo pra saída e entrada da rodoviária. Essas mudanças deram resultados tão positivos que a população não sentiu a obra. Todas as alterações permanecerão. O único ponto que está sendo avaliado é a reabertura da alça de acesso do Túnel com a Alberto Bins. Naquela área formam-se duas filas. Temos até o fim do ano para decidir.
E as garagens subterrâneas?
– Há uma pessoa nomeada no gabinete do prefeito especialmente para realizar os estudos da construção dessas garagens. Será um sistema de PPP, uma empresa constrói e tem direito de explorar a área por um tempo.
Já foram apresentados e aprovados estudos de dois locais, o Ramiro Souto na Redenção, e a Praça Parobé, no mercado público.
Agora iremos preparar o edital, que deverá sair em janeiro. Tudo certo, as obras iniciam no primeiro semestre de 2012.
No campo Ramiro Souto, o investidor construiria e devolveria a parte da superfície recuperada. Como ali terá a casa de show Araújo Viana, o local foi pré-escolhido, será uma garagem para 800 carros. O que vai facilitar o acesso no Bom Fim. Irá permitir inclusive que a gente possa avaliar algumas restrições de estacionamentos.
Há um lençol freático muito próximo da superfície…
– O contrato é muito simples. A empresa tem que fazer o estacionamento e devolver o campo melhorado. As questões de engenharia são resolvíveis. O campo ficará no mesmo nível que está hoje. O projeto executivo irá mostrar onde serão os acessos.
Onde mais seria possível?
-Temos demanda em vários pontos, mas estamos trabalhando em cima destes dois locais, como uma experiência. A partir desta avaliação, a prefeitura poderá estender o projeto.
O transporte coletivo vai mudar?
– O sistema de transportes vai sofrer uma das maiores alterações já vistas na cidade. Primeiro porque nós vamos ter o metrô, depois porque vamos implantar o sistema BRT (corredores com ônibus especiais) na Protásio, na Bento Gonçalves e em parte da zona sul. Porto Alegre vai sofrer modernização bastante significativa. Os corredores já existem, agora vamos revitalizá-los para implantar o BRT. São ônibus de alta capacidade que oferecem um serviço rápido e confortável, similar ao desempenho de transporte urbano sobre trilhos, com uma fração do seu custo. Os corredores passarão a ter pavimentos de concretos, pois o ônibus é muito pesado.
Quando começa?
– Já existe um processo de licitação para o corredor da Protásio Alves. Serão estações fechadas, cobrança externa, embarque e desembarque em nível, com controle de temperatura. O usuário será informado quanto tempo cada ônibus vai levar pra chegar à estação. Não vamos conseguir implantar tudo até 2014, mas uma boa parte já vai funcionar.
E a integração dos ônibus, como está?
– A integração dos ônibus já é preparatória pra isso tudo, no dia 1 de julho entrou a integração total em porto Alegre, até então o usuário pegava mais de um ônibus tinha que pagar a segunda tarifa, a partir de então ele não paga a segunda tarifa, há uma integração.
É um passo importantíssimo, qualificou o planejamento da EPTC em termos de mapa de linha. Hoje já sabemos que tem muita linha que saí de bairros mais extremos com uma lotação razoável naquele ponto, quando chega no meio do itinerário diminui muito a ocupação – e esse ônibus vai parar sempre no centro. Isso é muito prejudicial pro sistema e pro meio ambiente. Aumento da poluição, um custo agregado à tarifa desnecessário. Agora podemos racionalizar essas linhas deficitárias, que ela possa ser interrompida ao longo do trajeto e esse usuário possa utilizar outra linha e que não fique muito tempo esperando e não tem custo adicional.
A região metropolitana também terá integração com Porto Alegre?
– A integração com transportes interurbanos está acelerada, nossos cartões já tão inter operáveis com o sistema do trensurb, já começou desde o inicio do ano com as questões da gratuidade, no caso dos idosos, agora entrou o vale transporte, vamos fazer integração total com o tresnurb, inclusive proporcionando que o usuário que use um, depois o outro sistema, tenha descontos nas tarifas, por exemplo, um usuário que pega um ônibus em Porto Alegre, quer pegar o trensurb e ele tem um cartão da bilhetagem eletrônica, passa o cartão no ônibus, paga o valor, quando ele usar o validador do trensurb ele terá 10% de desconto nas duas tarifas, no ônibus e no metrô.
Prefeitura quer fim do Passe Livre
Por Débora Gallas | colaborou Bruno Mattos
O suposto aumento dos índices de violência nos dias em que o transporte público é gratuito para a população de Porto Alegre foi apresentado como justificativa da Prefeitura em documento enviado à Câmara em abril pedindo o fim do passe livre.
A proposta foi enviada pelo Conselho Municipal de Transportes. O presidente do órgão, Jaires Maciel, alegou que o projeto foi apresentado devido à insegurança nos dias de passe livre. De acordo com ele, há muita depredação de veículos e quem se utiliza do serviço não o faz com boas intenções.
Criado em 1991 pelo então prefeito Olívio Dutra (PT), o passe livre acontece uma vez por mês. Nesse dia, os porto-alegrenses podem utilizar os ônibus da capital de maneira gratuita. Ocorre normalmente no primeiro domingo do mês, podendo ser transferido para dias de eleição, vacinação ou para feriados como o Ano Novo e o Dia do Trabalho. É a chance para as pessoas que não podem pagar a passagem tenham um dia de cultura ou lazer. Agora, por causa da proposta enviada à Câmara, esta conquista dos cidadãos de Porto Alegre pode ser extinta.
Na última sexta-feira, o passe livre completou dezoito anos de existência. Nesse dia, saímos às ruas para saber o que a população pensa sobre o possível término do benefício.
Em um ônibus da linha Santana, às nove da manhã, Lourdes Pazilato se dirigia à casa de uma amiga. De lá, iriam de carro até o zoológico de Sapucaia do Sul. A aposentada não paga a passagem também nos outros dias por ter mais de 60 anos. Por isso, teria feito o programa independentemente do passe livre.
Lourdes é a primeira a fazer aquela que seria a reclamação mais freqüente do dia: “hoje tem pouco ônibus. As pessoas que trabalham acabam se atrasando”. Disse ainda que o passe livre “por um lado é ruim, porque tem muitos que assaltam. Mas tem que ver os dois lados. Tem gente que não tem dinheiro nem pra comprar um pãozinho. Esse é o único dia do mês em que essas pessoas podem passear”.
Na parada do Hospital de Pronto Socorro, no bairro Bom Fim, o casal Felipe e Cristina esperava o ônibus Bom Jesus. Felipe, que é funcionário de um estacionamento ali perto, acha o passe livre “muito bom, mas que tem pouco ônibus”. Sugere que ocorra em outro dia da semana, para que os desempregados possam sair em busca de trabalho. “Porque o cobrador não ajuda quando tu precisa. Ele te humilha, quase desce o braço em ti. Mesmo quando tu tem passagem”.
Cristina reclamou da demora, mas concluiu que é um problema recorrente: “O nosso ônibus é sempre assim. Qualquer feriado isso acontece”. Nenhum dos dois acredita que a cidade fique mais violenta por causa do passe livre. “A violência não aumenta. A violência já tá em todo lugar, nos bairros, longe do centro. Mas algumas pessoas não podem sair da vila nos outros dias. Na vila tu não tem lazer. Sair de lá e vir pro centro é um refúgio” diz Felipe.
Eduardo e Salete Pereira, moradores de Eldorado do Sul, esperavam o ônibus no fim da linha Padre Réus. Levavam seus dois filhos para passar o feriado na avenida Cavalhada. Eduardo pega ônibus todos os dias porque trabalha em Porto Alegre. Apontou para o número reduzido de brigadianos naquela manhã. “Eu vim lá debaixo, desde o Mercado Público, e só vi um. Eles reclamam de violência, mas no dia em que aumenta o fluxo tem redução no policiamento. É por isso que dá tanto assalto”.
Família Pereira aproveitou o passe livre para visitar Porto Alegre.
Questionado sobre o fim do passe livre, diz que “já faz tanto tempo que tem isso que já virou um direito do gaúcho. Até pode ter alguns que saem pra assaltar, mas 80 ou 90 por cento de quem usa é pelo lado familiar mesmo”.
Perto do meio dia, a família Soares da Silva aguardava pelo ônibus Restinga Velha no viaduto da Borges de Medeiros. Para eles, o passe livre “tinha que ser quando a gente trabalha, que a gente não tem opção. Daí sobrava um dinheirinho”. Rosaura Silva, moradora do bairro Mário Quintana, reclamou dos constantes aumentos no preço da passagem. “Se o Lula aumentar o nosso salário, a passagem vai lá pra cima de novo. Então nem vale a pena”.
À tarde, a superlotação de um ônibus Camaquã era perturbadora. A maior parte dos usuários era composta de jovens que se deslocavam de um ponto a outro da cidade em busca de diversão. Faziam muito barulho e gritavam xingando o motorista. Alguns batiam no teto. Quase todos desceram na parada do shopping Praia de Belas. No mesmo local, cerca de 15 jovens que pegariam o TI desistiram ao ver a fila enorme, com cerca de 30 pessoas. “Vamos achar outra coisa pra fazer”, sugeriu um deles.
Das cerca de 30 pessoas ouvidas, somente três eram contra o passe-livre. O motivo: a redução no número de ônibus. “Até é bom, mas lota muito. Eu que tenho criança de colo, tem gente hoje que nem dá lugar” disse Renata Dora, passageira do Rubem Berta – Protásio Alves. Wylmar da Silva, no terminal da rua Uruguai, justificou sua oposição porque “a cidade fica cheia de bêbado e de chapado”. Reclamou também da desorganização nos horários de saída dos ônibus. “Isso é culpa da empresa. Passam o mês inteiro bem. Mas nesse dia tão pobre, não querem trabalhar. Nem tem carro pra por na rua”.
Buraco na cerca da Felipe Camarão ameaça pedestres
Por Felipe Bariele
Rompida em fevereiro, segue sem conserto a cerca que deveria proteger a vida de pedestres na esquina da Rua Felipe Camarão com a avenida Osvaldo Aranha. Nela existem grandes espaços abertos por onde apressados arriscam a vida diariamente. Como no local não há semáforo, a cerca seria a única medida para evitar acidentes.
– Isso é culpa da pressa. Agente vê o lugar que é mais próximo e acaba se enfiando em qualquer canto – explicou a estudante Elizabeth Vasquez Pereira, 23 anos. Mesmo tendo atravessado em lugar impróprio ela reconhece o perigo – Eu tenho consciência, sim – diz.
Apesar de imprudências assim acontecerem, a prefeitura demora a resolver o problema. Para comerciantes do local, além da ação do tempo e falta de manutenção, a cerca sofre com vandalismos e batidas de automóveis. Atualmente, em um dos trechos em que a proteção segue de pé, o que a mantém são barbantes amarrados a um poste.