Por Liège Copstein
Moacyr Scliar, autor da mais portoalegrense das literaturas universais, é hoje um imortal da Academia, prolífico escritor responsável por mais de 80 livros em vários gêneros: romance, conto, ensaio, crônica, ficção infanto-juvenil.
Publicado em mais de vinte países. Premiado, incensado, suas histórias ambientadas no bairro do Bom Fim e vizinhanças falam ao coração de qualquer um, em qualquer lugar do mundo. Mas o romance que Scliar está lançando nesta Feira do Livro é daqueles em que ele sai do gheto.
É a história de Valdo, rapaz idealista e apaixonado. A ideia de que a desigualdade fosse uma injustiça e de que houvesse pessoas lutando pelo fim da opressão social muda sua vida e o leva a deixar a estância onde vive rumo ao Rio de Janeiro, onde pretende entrar para o Partido Comunista.
Lá, acredita, o lendário líder do Partido, Astrogildo Pereira, haverá de recebê-lo de braços abertos para conduzi-lo em pessoa às fileiras da militância, onde finalmente sua vida ganhará sentido.
Mas, Astrogildo não está no Rio. Foi a Moscou, sem data para voltar. E Valdo não tem dinheiro. Em vez de lutar para libertar a classe oprimida, torna-se ele próprio um assalariado, operário da construção.
Para piorar as coisas, ele trabalha na obra que culminará num imenso ícone da alienação: o Cristo Redentor. Com o cenário efervescente do Brasil dos anos 30, Eu Vos Abraço, Milhões, da editora Companhia das Letras, parece trazer como personagem principal mais um dos incríveis visionários característicos da obra de Scliar.
Tag: feira do livro
Domingo de votar e ir na Feira do Livro
Um belo domingo de primavera, com dois programas obrigatórios: votar e ir na Feira do Livro.
Confira a programação do dia:
Filhote de Cruz Credo
Adaptação para o teatro do livro autobiográfico do impagável Fabrício Carpinejar, com direção de Bob Bahlis. Penalizado por não aparentar os padrões estéticos mais aceitos em termos de beleza, menino é vítima de bullying na escola.
Às 15h, no Teatro Sancho Pança – Cais do Porto
Sexualidade e a Pessoa com Deficiência
Palestra com a escritora e cadeirante Juliana Carvallho, abordando com bom humor tema que é também objeto do seu livro Na Minha Cadeira ou Sua?, que será autografado na Feira no próximo domingo.
Às 15h20, na Casa do Pensamento – Cais do Porto
Cultura, Guerra e Terror
Debate sobre o Ocidente e o Oriente, cultura e religião, guerra e terrorismo. Com Luiz Antônio Araújo, Sergio Tutikian e Jurandir Malerba.
Às 16h, na Sala dos Jacarandás – Memorial do Rio Grande do Sul
Roda da Vida como Caminho para a Lucidez
O lama budista Padma Samtem autografa sua obra.
Às 17h30, na Praça de Autógrafos – Praça da Alfândega
Adoniran, Letra ou Crônica?
Com Marô Barbieri e Adão Pinheiro, palestra e homenagem ao célebre sambista carioca, que tão bem representava a vida do proletariado no Rio.
Às 18h, na Tenda de Pasárgada – Praça da Alfândega
Cultura Gaúcha em Movimento
Rumos da cultura no Rio Grande do Sul debatidos por Paixão Côrtes, Alcy Cheuiche, Ivo Benfatto e Luís Augusto Fischer.
Às 18h, na Sala dos Jacarandás – Memorial do Rio Grande do Sul
Ciclo Fahrenheit 451: Tatata Pimentel é Ficção Científica
No ciclo inspirado na obra homônima de Ray Bradbury, cada convidado encarna uma obra, sobre a qual conta sua história.
Às 19h, Cine Santander Cultural
Grandes Clássicos da Ficção Científica: Alien, de Ridley Scott
Às 19h, no Cine Santander Cultural
Título do evento: Ciclo Fahrenheit 451: Tatata Pimentel é o gênero Ficção Científica
Local: Sala Leste – Santander Cultural – Área Geral
Participantes: Tatata Pimentel
Inspirado em Fahrenheit 451, do mestre da ficção científica Ray Bradbury, o ciclo lembra a história em que, num futuro totalitário, os livros seriam proibidos e queimados. Graças a uma comunidade de homens-livros, publicações são decoradas e retransmitidas.
Atrações de sábado na Feira do Livro
O tempo bom no sábado véspera das eleições presidenciais convida a um passeio no primeiro sábado da Feira do Livro de 2010. Confira a programação do dia:
Programa Cafezinho
Com Mauro Borba, Arthur de Faria, Paulo Inchauspe, Bivis
Programa da Rádio PopRock com músicos e escritores convidados.
Às 13hs, no Teatro Sancho Pança – Cais do Porto
Carlos Heitor Cony – Tenda.Doc, Documentário Autor por Autor
Exibição de coprodução entre a TV Cultura e SescTV, série que traça perfis de grandes autores brasileiros. Duração 8 min.
Às 14h30, na Tenda de Pasárgada – Praça da Alfândega
Marcia Tiburi autografa Filosofia Brincante, Ed. Record.
Às 15h, no Deck dos Autógrafos – Cais do Porto
Vida e Obra de Paixão Côrtes, de Luzimar Stricher
Exibição de documentário e homenagem ao patrono desta Feira, com a presença de patronos anterioros como Carlos Urbim e Alcy Cheuiche.
Às 15h, no Auditório Barbosa Lessa, Casa de Cultura Érico Veríssimo
Projeto Jornal Boca de Rua – 10 anos
Exibição do documentário Notícias de uma outra cidade, de Wagner Machado, e oficina.
Às 15h30, na Casa do Pensamento – Cais do Porto
Rato de Redação: Homenagem a Tarso de Castro, um jornalista brasileiro
Sessão de autógrafos com os autores Mauro Gaglietti, Aline do Carmo e Olmiro Schaeffer
Às 17h30, na Praça de Autógrafos – Praça da Alfândega
Flávio Gikovate autografa Sexo: repensando a valorização do desejo para uma sociedade menos violenta e mais equilibrada
Às 18h na Sala dos Jacarandás – Memorial do RS
Padaria Espiritual – O Jornal Vaia e a alegria, com Paulo Seben, Guto Leite e Fernando Ramos.
Em homenagem à Padaria original, movimento intelectual brasileiro do final do século XIX no Ceará, escritores, leitores e afins alimentam com o pão do espírito os sócios e os povos em geral, em programações que tem o livro e a leitura como mote central.
Às 18h, na Tenda de Pasárgada – Praça da Alfândega
Moacyr Scliar autografa Eu Vos Abraço, Milhões, Ed. Companhia das Letras
Às 19h30, na Praça de Autógrafos – Praça da Alfândega
Cliclo Fahrenheit 451 – Claúdio Moreno é Fahrenheit 451, de Ray Bradbury
Inspirado em Fahrenheit 451, do mestre da ficção científica Ray Bradbury, o ciclo lembra a história de um futuro totalitário em que livros são proibidos e dissidentes decoram mentalmente as obras, para que mesmo depois que todas tenham sido queimadas, ainda possam ser retransmitidas. No Ciclo, cada dia um convidado especial passa a ser um livro, dividindo-o com o público.
Às 19h, na Sala Leste do Santander Cultural
Grandes Clássicos da Ficção Científica: Contatos Imediatos do Terceiro Grau, de Steven Spielberg
Às 19h, no Cine Santander Cultural
Cordão da Saideira: Artes Olvidadas
Espetáculo poético-musical em homenagem ao legado cultural de Atahualpa Yupanqui, desenvolvido pelo seu filho Roberto “Kolla” Chavero
Às 20h30, na Tenda de Pasárgada – Praça da Alfândega
Feira abre em ritmo de folclore gaúcho
Por Liège Copstein
A abertura oficial da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre acontece hoje às 19h no Teatro Sancho Pança, no Cais do Porto. Mas diversas atividades acontecem desde a manhã, principalmente o 8º Forum Gaúcho pela Melhoria das Bibliotecas Escolares.
O clima de festa esquenta desde as 16h, com a chegada de grupos das cidades litorâneas Mostardas, Tavares e Santo Antônio da Patrulha, integrantes dos CTGs Xico Borges e Patrulha do Rio Grande.
Numa manifestação espontânea de homenagem ao patrono deste ano, o folclorista Paixão Côrtes, os visitantes virão vestidos a caráter para interpretar, em pleno Cais do Porto, as danças gaúchas típicas de sua região, como a Mazurca Marcada, a Galopeada, a Valsa de Mão Trocada, a Jardineira e a dança do Masquê, onde os homens vestem-se de mulheres e dançam mascarados. Essa dança é única no Brasil por suas características e a tradição vem desde o século XVII.
Feira tem orçamento de R$ 2,9 milhões
Por Liège Copstein
A 56ª Feira do Livro de Porto Alegre recebeu na terça,26, repasse de R$ 300mil da Prefeitura, que representam cerca de 10 por cento do orçamento de R$2 milhões e 900 mil necessários à sua realização. A Feira abre na próxima sexta-feira.
O repasse veio da Secretaria Municipal da Cultura. O convênio assinado pela Câmara Riograndense do Livro (CRL), na presença do prefeito José Fortunati, do presidente da CRL, João Manoel Maldaner Carneiro, e do secretário municipal da Cultura, Sergius Gonzaga, foi apenas a formalização dos entendimentos que já há meses vinham sendo alinhavados entre Câmara e Secretaria, através de seu comitê gestor. “A Feira expunha suas necessidades e a Prefeitura consultava sua disponibilidade”, explica João Carneiro.
Grande parte dessa verba, sujeita a prestação de contas, será convertida em serviços por órgãos da própria municipalidade, tais como EPTC, Smam, Smov, Procempa (que garante o acesso wireless à internet no espaço da Praça) e Smic.
Só para se ter uma idéia dos arranjos que são necessários, neste ano foi preciso realocar os artesãos para o trecho da rua General Câmara conhecido como Ladeira, uma vez que o Largo dos Medeiros também será ocupado pela Feira, em função da diminuição do espaço pelas obras do Projeto Monumenta. Como a Ladeira normalmente costuma ser utilizada como estacionamento de motos, a EPTC terá que providenciar nova sinalização para o local durante o evento.
Parcerias
O orçamento total da Feira – neste ano, em torno de R$ 2 milhões e 900 mil – sempre foi alocado principalmente de três formas: convênios com órgão públicos, patrocínio de apoiadores e recursos dos sócios da CRL, através inclusive das inscrições para participar do evento.
A edição que começa na próxima sexta-feira tem quase 2 milhões oriundos de parcerias estimuladas pela Lei de Incentivo à Cultura ou Lei Rouanet, em que empresas privadas podem destinar os valores de seus débito com ICMS (estadual) ou Imposto de Renda (federal) a projetos culturais.
O restante foi captado através de outros patrocínios, convênios como o da Secretaria Municipal de Cultura, e recursos dos próprios livreiros. Todas essas verbas estão sujeitas a prestação de custos e devolução de excedentes, embora segundo João, “tenhamos sempre calculado bem o aporte de recursos e fechado as contas com pouca diferença”.
Ele afirma que apoiadores nunca faltaram à Feira, entra crise ou sai crise. “Nossas parcerias são pensadas para durar. Temos o cuidade de não aceitar dois apoiadores da mesma área de atuação, por exemplo. Neste ano, além dos patrocínios da Gerdau, da Prefeitura de Porto Alegre e da Rede Zaffari, tivemos três novos apoiadores master: a Fiat, a Net e a Ades, além da Refap atuando especialmente na área Infantil e Juvenil”.
Feira do Livro atrai 3 mil escolas
Por Liège Copstein
A Feira do Livro vai tirar crianças da escola. Calma, explica-se. Com seus vários projetos dirigidos ao educador e às crianças, a feira atingiu este ano o recorde de 3 mil escolas estaduais cadastradas através do diálogo contínuo durante o ano com 12 mil professores.
Segundo a coordenadora da área infanto-juvenil, Sônia Zanchetta, foram milhares de e-mails trocados contendo sugestões, críticas, “até xingamentos, todo tipo de comunicação”, brinca ela.
O resultado é que tantas turmas de alunos vão participar das programações do evento, que Sônia chamou mais escritores, além dos agendados, para integrarem a contação de histórias e debates com leitura prévia das obras. E esses autores extra virão gratuitamente e por seus próprios recursos, tamanho é o desejo de participar de um dos encontros.
Esta ano o Teatro Sancho Pança, palco desses momentos, teve sua capacidade reduzida de 1000 para 500 lugares, numa medida ousada porém racional: a meta é melhorar a qualidade do local das palestras e espetáculos.
Confira algumas das maiores atrações da área infanto-juvenil, gratuitas como todos os espetáculos da Feira:
Oficina Histórias para Contar em Casa, onde são os familiares que vão aprender formas e técnicas de contação de histórias, além de exercícios e brincadeiras. Dia 30/10, 10h30, no QG dos Pitocos.
Peça teatral Filhote de Cruz Credo, baseada no livro de Fabrício Carpinejar. Autobiografia de Carpinejar, que por ter uma aparência fora dos padrões estéticos vigentes, sobre agressões (bullying) na escola. Dia 2/11, às 17h, no Teatro Sancho Pança.
Encontro com o músico e escritor Frank Jorge (da banda Graforréia Xilarmônica), Rock´n roll, Literatura e outras coisas mais, dia 4/11, às 9h, na Casa do Pensamento.
Exibição do filme Antes que o Mundo Acabe, de Ana Luiza Azevedo. Daniel (Pedro Tergolina) tem 15 anos e mora no interior do Rio Grande do Sul. Em sua existência restrita, vive seus pequenos dramas: uma namorada que não sabe o que quer, o melhor amigo sendo acusado de ladrão e o pai que reaparece depois de 15 anos. Dia 5/11, 14h, com audiodescrição para deficientes visuais, na Ducha de Letras.
Contação de histórias com Chico dos Bonecos, poeta, contista e arte-educador mineiro que trabalha com o resgate de brinquedos e brincadeiras antigas. No repertório, contos e fábulas oriundos da literatura oral. Dia 6/11, 14h, na Arena das Histórias.
Oficina Histórias para Contar em Casa, onde são os familiares que vão aprender formas e técnicas de contação de históris, além de exercícios e brincadeiras. Dia 30/10, 10h30, no QG dos Pitocos.
Feira do Livro Quase Pronta
Por Liège Copstein
A menos de uma semana da abertura oficial da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre, a maioria das barracas no entorno da Praça da Alfândega já está montada, e as que ocuparão o espaço infantil, no cais do porto, já se encontram em fase final.
“Estou satisfeita com a organização este ano”, afirma Sonia Zanquetta, a responsável por aquele setor. Satisfação é o sentimento da maioria dos participantes, não só porque a Feira costuma ser um acontecimento festivo também para os que trabalham nela, mas porque ficou para trás a ameaça de que a versão 2010 não acontecesse na praça, em função das obras do projeto arquitetonico Monumenta.
Veteranos do evento, como o livreiro Rudimar Bernardes, da Editora AGE, comemoram: “Nossa expectativa é a melhor possível, depois de toda a polêmica sobre se a Feira seria na praça ou não. Acho que a economia do Brasil está estabilizada e em crescimento, há muitos fatores que vão contribuir para que a gente tenha uma bela feira”.
Afinal, Quem Somos
A AGE, por exemplo, entre os 35 lançamentos que trará, aposta nos títulos de tema espírita, o segmento de longe mais procurado nas vendas de livros no país. É do seu time, por exemplo, o escritor Moacir da Costa de Araujo Lima, estudioso de física quântica e espírita, autor da obra “Afinal, Quem Somos”, que sugere respostas surpreendentes para inquietantes perguntas como: que é realidade? Quanto dela percebemos? Como aumentar a influência de nossa consciência nos acontecimentos? “Todo mundo precisa se encontrar de alguma forma”, filosofa Bernardes, que participa da Feira já há 25 edições.
Em sua opinião, a Feira é realmente ainda o momento de trazer os novatos ao vício da leitura. É quando muita gente pode vir a ter ser primeiro contato com o livro, e mesmo com a verba curta encontrar a felicidade em um balaio, por livros a partir de 3 R$.
Ele, que já esteve ao lado de Mario Quintana e inclusive fez a editoração eletrônica do célebre Lili inventa o Mundo, espera apenas que este ano não haja surpresas tão desagradáveis como o temporal do ano passado, que manteve as barracas fechadas por dois dias, influindo muito no resultado final. “Foi o que me acontece de mais negativo em todos esses anos, mas é assim mesmo, este ano está de novo todo mundo alegre e na torcida para superar os melhores anos do passado”.
Feira declarada patrimônio da cidade
Por Liège Copstein
A Feira do Livro edição 2010 pretende manter o desempenho dos últimos anos, atingindo as médias de 100 mil visitantes dia e 400 mil exemplares vendidos aos final do evento.
Unanimidade na simpatia dos portoalegrenses, é preciso dizer que a Feira é opção de lazer mesmo para quem ainda não descobriu a dor e a delícia da leitura, mas aprecia um bom corpo a corpo na multidão, com direito a pipoca, palhaços, esbarrões acidentais em políticos, artistas e amigos que não se vê há muito tempo.
Esse sucesso popular, aliado aos inegáveis méritos culturais, já rendeu em 2006 a medalha da Ordem do Mérito Cultural, concedida pela Presidência da República.
Este ano, uma nova honraria veio se somar, esta algo poética: a Feira do Livro de Porto Alegre – a mais antiga em tempo contínuo do Brasil – foi declarada Patrimônio Imaterial da cidade.
E se pensarmos no muito que há de imaterial na literatura – ela não é o objeto do livro, muito menos a tinta e o papel, os mesmos com que se faz bulas médicas e listas telefônicas – fica evidente que esse é um reconhecimento que cai como uma luva a um evento tão simpático.
Criada em 1955, por um grupo de livreiros que pretendia dinamitar a sacralização das livrarias como templos hospitaleiros apenas a iniciados, a Feira hoje está tão na boca do povo como as cocadas de maracujá que o seu Pedro da carrocinha faz em casa e venda às toneladas durante essas célebres primeiras semanas de novembro.
É como afirma o presidente da Câmara Riograndense do Livro, João Carneiro: popularizar a literatura era a motivação inicial há 55 anos atrás, e continua sendo atualmente. “E até agora, estamos conseguindo”.
Paixão Côrtes quer literatura do povo na Feira do Livro
Por Liège Copstein
O atual patrono da Feira do Livro, Paixão Côrtes, não é apenas “um guasca-largado da campanha”, como o próprio humildemente se intitula.
Na verdade, em sua incansável pesquisa e resgate das tradições artísticas e valores morais do gaúcho, acabou por ser um dos mais ativos editores independentes do RS, trabalhando sem vínculo partidário ou subvenção governamental.
Ele tem nada menos do que 87 publicações, desde a primeira, em 1950 – Lendas Brasileiras, com desenhos de José Lutzemberger – até a mais recente, Danças Birivas do Tropeirismo Gaúcho, deste ano.
Mas o projeto que é a “laranja de amostra” do gaudério neste momento é o MOGAR, Momento Gauchesco Artístico-Cultural Rio-Grandense, que além de organizar cursos e palestras, edita publicações que enriqueçam as bibliotecas dos Centros de Tradições Gaúchas, grupos artísticos e equipes equestres.
São 1500 entidades nativistas só no Rio Grande do Sul, 1800 em Santa Catarina (!!!) e centenas em outros estados e até no exterior, chegando a um milhão de associados.
E falando especificamente de livros e folhetos, o MOGAR trata também da distribuição gratuita dos Pacotes Culturais, compostos de um mix de 20 obras variadas de Paixão Côrtes, que são oferecidos aos CTGs, secretarias municipais de educação, cultura e turismo, museus e bibliotecas públicas, fundações, instituições de ensino de todos os níveis e grupos artísticos.
Porém, como nesse grande pampa de meu deus não existe picanha grátis, há uma exigência: é preciso comprovar que essas instituições tenham ou desenvolvam programas temáticos gauchescos que se integrem aos propósitos do projeto.
No mais, Paixão avisa que do alto das suas 83 invernadas bem vividas, está preparado psicologicamente e fisicamente – “se o meu marca-passos autorizar” – para a quantidade de compromissos e emoções que a Feira do Livro vai trazer. “Nunca me achei muito bom nas ´pretas` – que é como os guascas chamam as letras impressas – mas a literatura do povo merece ter seu espaço ao lado da erudição das grandes obras”.
Como ele mesmo diria, “cosa bunita barbaridade”.
Livramento e Rivera promovem feira binacional
Por Cleber Dioni Tentardini
Está confirmada a realização entre os dias 18 e 21 de novembro da 1º Feira Binacional do Livro na Fronteira da Paz, nas cidades de Santana do Livramento, no Brasil, e Rivera, no Uruguai.
O evento está sendo organizado pelas administrações municipais, Universidade Federal do Pampa – Unipampa, Direção de Cultura de Rivera, Sociedad de los Poetas Jovenes de Rivera, Biblioteca Municipal de Livramento, Núcleo de Estudos Fronteiriços da UFPEL, Sesc e Sesi.
Dez bancas irão comercializar livros na Casa de Cultura Ivo Caggiani. Os descontos oferecidos ao público ainda não foram definidos. As sessões de autógrafos ocorrerão na Casa de Cultura Ivo Caggiani.
Esta primeira edição não haverá patrono, tendo em vista que são duas cidades participantes, mas o comitê organizador da Feira decidiu homenagear o escritor santanense Arlindo Coitinho, com um prêmio em seu nome que será entregue a personalidades santanenses e uruguaias, e a alunos do ensino fundamental vencedores do concurso Memórias Literárias. Os autores dos melhores textos sobre cultura, costumes, arte, tradição e perspectivas para o futuro na fronteira ainda serão contemplados com oficinas de literatura.
Neste ano, somente os espaços culturais do município gaúcho terão atividades (Confira a programação). Na praça General Osório, defronte à prefeitura municipal, será lançada a campanha “Compartilhando Letras”, onde a comunidade encontrará livros espalhados pela praça, que poderão ser levados para casa.
Segundo a secretária-executiva da Cultura, Marta Pujol, também serão realizadas palestras, oficinas e exposições a fim de promover a integração entre escolas, universidades, livrarias, editoras, espaços culturais, instituições públicas e privadas e comunidade.
“Ao incentivar a leitura queremos conscientizar a sociedade sobre a influência da cultura na educação e na formação intelectual do cidadão”, explica a coordenadora-geral da Feira.
A ideia da 1º Feira Binacional do Livro surgiu na Unipampa, em um projeto de quatro estudantes do curso de Administração. As colegas Letícia Alves, Silvia Flores, Deise Moreira e Fernanda Aguirre apresentaram o projeto para a Secretaria Municipal de Cultura de Santana do Livramento, onde a proposta foi prontamente acolhida.
Confira a programação
18 de novembro
Manhã
8h30 – Exposição do acervo das bibliotecas municipais (Núcleo de Estudos Fronteiriços)
9h30 – Início das oficinas
9h30 – Oficina sobre a Reforma Ortográfica (Unipampa)
9h30 – Oficina de Leitura e Interpretação Textual (Biblioteca)
9h30 – Oficina de Leitura Dramática (Cinema Internacional)
9h30 – Oficina de Contação de Contos (Unipampa)
10h30 – Oficina de Leitura e Interpretação Textual (Cinema Internacional)
Tarde
Exposição do acervo das bibliotecas municipais (Núcleo de Estudos Fronteiriços)
14h – Início das oficinas
14h – Oficina de Escritura “Como nasce a inspiração” (Cinema Internacional)
14h – Apresentação teatral “Noite Estrelada” (Sala Cultural)
15h – Hora do Conto (Praça General Osório, Parque Internacional)
17h – Apresentação musical (Casa de Cultura Ivo Caggiani)
18h – Seção de Autógrafos (Casa de Cultura Ivo Caggiani)
19h – Abertura oficial da Feira (Salão de atos)
19 de novembro
Manhã
8h30 – Exposição do acervo das bibliotecas municipais (NEF)
8h30 – Exposição e comercialização de livros (Casa de Cultura)
9h – Início das oficinas
9h – Mesa Redonda “A popularização do Livro” (Casa de Cultura)
9h – Mesa Redonda sobre Integração Cultural ( Unipampa)
9h – Oficina de Literatura (Biblioteca)
9h – Oficina de Leitura e Interpretação Textual (Biblioteca Municipal)
9h30 – Oficina de Leitura Dramática (Cine Internacional)
9h30 – Oficina de Escritura “Como nasce a inspiração” (Sala Cultural)
9h30 – Oficina sobre a Reforma Ortográfica (Unipampa)
9h30 – Oficina de Contação de Contos (Unipampa)
10h30 – Oficina de Leitura e Interpretação Textual (Cine Internacional)
Tarde
14h – Teatro de Rua Grupo Oigalê (em frente a Casa de Cultura)
14h – Hora do Conto (Pr. General Osório, Parque Internacional e Biblioteca Municipal)
14h – Oficina de Línguas (Salão de atos da Casa de Cultura)
14h – Oficina de Escritura “Como nasce a inspiração” (Cine Internacional)
15h – Hora do Conto (Pr. General Osório, Parque Internacional)
18h – Sessão de autógrafos (Casa de Cultura)
21h – Cinema na praça (Pr. General Osório)
20 de Novembro
Manhã
8h30 – Exposição do acervo das bibliotecas municipais (NEF)
8h30 – Comercialização de livros (Casa de Cultura)
9h30 – Oficina de Reforma Ortográfica (Unipampa)
Tarde
14h – Bate papo Cultural (Unipampa)
18h – Capoeira Local (Pr. General Osório)
19h – Charla Literária – “A Literatura de Fronteira” (Casa de Cultura)
19h – Escuela de Tango Local (Casa de Cultura)
20h30 – 8º Mostra de Teatro (Sala Cultural)
21 de Novembro
Manhã
8h – Exposição dos livreiros
8h30 – Exposição do acervo das bibliotecas municipais (NEF)
9h – Mesa redonda “A popularização do livro” (Presenças ainda não confirmadas)
Livro na praça
Tarde
14h – Capoeira (Rol de entrada)
14h – Exposição e comercialização de livros (Casa de Cultura)
15h – Apresentações musicais
15h30 – Dança de rua
17h – Entrega do Prêmio Arlindo Coitinho Memórias Literárias