P.C. de Lester
Para quem assistiu ao evento Fundamentos & Fundações do Rio Grande, na quinta-feira (9) no auditório da Assembléia Legislativa, em Porto Alegre, era bastante nítido que o professor João Carlos Brum Torres não estava muito à vontade na mesa em que foi colocado ao lado de outros economistas críticos do governo, como Claudio Accurso e Pedro Cezar Dutra Fonseca.
No entanto, mesmo admitindo possuir relações históricas com o PMDB, inclusive com o governador Sartori cujo programa de governo coordenou, ele deu seu recado sem subterfúgios. Para Brum Torres, a extinção das fundações técnicas e culturais foi um erro grave.
Em sua fala de oito minutos, ele não atacou ninguém, mas foi claro. Disse inicialmente que não viu lógica na argumentação dos operadores do fechamento das instituições de pesquisa.
Em seguida, lamentou especialmente a extinção da Fundação de Economia e Estatística (FEE), cujos estudos e indicadores são fundamentais para avaliar a situação do estado, como constatou nas duas vezes em que esteve no cargo de Secretário do Planejamento do Estado.
Por último, afirmou que o Rio Grande não vai acabar por causa da crise, e encerrou sua fala com um “causo” que provocou risos na platéia formada por duas centenas de pessoas:
“Eu tive oportunidade de comentar o assunto (das extinções) com o governador, mas o fiz comparando a situação do governo à de um fazendeiro que lamenta não ter recursos para fazer uma reforma geral da propriedade, derrubar as grandes árvores etc. No meio desse grande impasse, chega alguém e se refere negativamente a diversas árvores pequenas que estão ali enfeiando a paisagem e sujando o chão todos os dias com um monte de folhas secas. Diante dessa sugestão implícita de ‘limpeza’, o que faz o fazendeiro? Ordena: ‘O que vocês estão esperando? Chamem a turma da motosserra…’.”
Moral da história: Ao invés de limpar, corta de uma vez