Dia do Leitor acontece na Praça da Alfândega sob o absoluto encantamento dos participantes

Higino Barros

O artista visual  Wili Cava falando sobre a obra de Quintana | Foto: Carlos Souza/Divulgação
A poeta Ana dos Santos declamou poemas de sua autoria | Foto: Carlos Souza/ Divulgação
O jornalista Paulo Gasparotto falou de suas lembranças de Mário Quintana e a importância de le |. Foto: Carlos Souza/Divulgação

Cerca de 100 pessoas participaram do Dia do Leitor nesta terça-feira, junto às estátuas dos poetas Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade, na praça da Alfândega. O evento aconteceu das 11h às 17h e teve presenças de vários intelectuais gaúchos, autoridades da Secretaria de Cultura de Porto Alegre e pessoas que estavam transitando pelo local no horário e pararam desfrutando a função, absolutamente encantadas com o que estava acontecendo. Entre eles dois estrangeiros, visitando a capital gaúcha – um irlandês e um argentino – e que acabaram declamando poemas em seus idiomas de origem.

A cantora e compositora Heloísa Marshall declamou poema de sua autoria | Foto: Carlos Souza/ Divulgação
O psicanalista Abrão Slavutzsky falou sobre a importância de ler | Foto: Divulgação
Grupo de fotógrafos do Foto Clube Porto-alegrense e o jornalista Carlos Souza |Foto: divulgação

Uma das organizadoras do evento, a artista visual Graça Craidy, ao lado dos jornalistas Ayres Cerutti e Higino Barros, fez uma descrição assim em suas redes sociais:

“Teve psicanalista se rendendo à poesia: Abrão Slavutzky diz que o poeta cura mais que o psicanalista.  Paulo Raymundo Gasparotto: que o último grande prazer da vida é a leitura.

Os organizadores do evento e o staff da Secretaria de Cultura Municipal de Porto Alegre | Foto: Carlos Souza/ Divulgação
O escritor Alcy Cheuiche lembrou da sua convivência com o poeta Mario Quintana/ Divulgação
O professor Sérgius Gonzaga leu poema de Carlos Drummond, a quem considera o maior poeta brasileiro | Foto: Divulgação
A deputada estadual Sofia Cavedon fez denúncia contra fechamentos de bibliotecas públicas estaduais  | Foto: Carlos Souza/ Divulgação
O turista argentino que declamou poema em espanhol | Foto: Carlos Souza/ Divulgação

E teve também vertentes dos próprios autores, elas e eles, em pessoa: Rafael Guimaraens, Lilian Rocha Eira eira eira!, Taiasmin Ohnmacht , Catia Simon, Ana dos Santos, Alcy Cheuiche e Alice Urbim, em nome do querido Carlos Urbim, já falecido.

Professor Sérgius Gonzaga ostentou um Drummond exclusivo praticamente inédito dedicado a Guilhermino César.

Cheuiche contou causos hilários do Quintana, seu mestre e conterrâneo do Alegrete. Diz que inventaram uma lenda do poeta: certa madrugada, voltando pra casa já meio alto, ele teria sido visto batendo na “porta” dum poste. Ao que o guarda noturno, brincalhão, teria  alertado: – Não adianta bater que não tem ninguém em casa! Contestado, incontinente, por Quintana: – Tem, sim, não tá vendo que a luz tá acesa?

Teve garotinha lendo redação do colégio. Teve um rapaz que me mostrou no celular dele mensagem em inglês em que dizia ser da Irlanda, não sabia português, mas queria muito dizer um poema, respondi Why not? E também outro muchacho argentino que declamou em espanhol.

Teve inclusive uma cidadã do povo, engraxate na Praça da Alfândega, que recitou versos que ela decorou do Poesia no Ônibus, veja a importância. E que tentou se desculpar dizendo “eu sou uma mera engraxate”, ao que devolvi na horita: aqui ninguém é mero!

Jornalista Ayres Cerutti, um dos organizadores do evento | Foto: Divulgação
O jornalista e escritor Rafael Guimaraens | Foto: Carlos Souza/ Divulgação
O secretário adjunto municipal de Cultura, Victor Hugo | Foto: Carlos Souza/ Divulgação
O professor e escritor Francisco Marshall | Foto Carlos Souza/ Divulgação

Teve presenças da Secretária da Cultura e seus assessores e do diretor do IEL – Instituto Estadual do Livro.

E teve, também, denúncia grave da deputada Sofia Cavedon: todas as bibliotecas de escolas públicas do Estado – inclusive a do Instituto de Educação! – foram fechadas pelo Governo Leite e, by the way, não existem mais bibliotecárias. E o vereador Adeli Sell reforçou: as bibliotecas de escolas municipais ainda estão fechadas por conta da enchente e do descaso público.

Teve pertinente observação feminista de que o dia era do leitor e também da leitora.

Teve a revoada amorosa dos fotógrafos do Fotoclube Porto-alegrense cobrindo o evento.

Graça ainda fez outras observações sobre o ocorrido. A reação de quem participou do evento foi de absoluto encantamento. As pessoas foram pegas de surpresa e não esperavam o acontecido. Assim todos eram elogios e sentimento de felicidade no final. Com isso o 7 de Janeiro, Dia do Leitor, que na edição de 2025 teve o slogan “Leio, logo existo”, passa a forte candidato de efeméride a ser  incorporada ao calendário cultural de Porto Alegre.

 

 

A volta do Dia do Leitor, com participação especial da artista visual Graça Craidy e 16 intelectuais gaúchos

Higino Barros

Criado pelo jornal cearense O Povo em 1928, fixado na data de 7 de janeiro o Dia do Leitor foi comemorado pela primeira vez em Porto Alegre vez em 2017. Iniciativa do jornalista Ayres Cerutti em um local icônico na capital gaúcha: as estátuas dos poetas Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade, da autoria do escultor Xico Stockinger, na Praça da Alfândega. Na ocasião grupo de moradores da cidade, em parceria com a Biblioteca Pública Estadual (BPE) e Associação Riograndense de Imprensa (ARI) se reuniu junto às estátuas e fez leituras de textos de autores diversos.

Após um intervalo de oito anos, o evento volta a se repetir no próximo dia 7 de janeiro, das 11h às 17h, na Praça da Alfândega, com uma atração especial. A participação da artista visual Graça Craidy cuja trajetória artística está intensamente ligada à literatura. Ela que é publicitária de formação e artista por vocação.

Desenhos do poeta gaúcho Quintana e do mineiro Drummond para o Dia do Leitor de 2025 pela artista visual Graça Craidy/ Divulgação

Além de Graça Craidy outros artistas, escritores e intelectuais gaúchos foram convidados e cresceu nos últimos dias a lista de convidados que confirmaram presenças na praça da Alfândega. Alguns como Sergius Gonzaga, Demétrio Xavier, Cátia Simon, Milton Ribeiro e Rafael Guimaraens confirmaram presenças logo no início.

Outros se juntaram ao grupo nos últimos dias. Como Alcy Cheuiche, Francisco Marshall, Juremir Machado da Silva, Jane Tutikian, Abrão Slavutziki , Silvio Bento (IEL) , Alice Urbin, Cintia Moscoviche, Taiasmin Ohnmacht e da Secretaria Municipal da Cultura, Clóvis André, secretário da cultura adjunto e o cantor Vitor Hugo. O Jornal JÁ Porto Alegre, o Foto Clube Porto Alegrense e Luciano Riquez Produções são parceiros do evento em 2025.

Outro diferencial é que a data cai em uma terça-feira, dia de movimentação normal na praça. A proposta é envolver também no evento o público que transita pela área, tornando acessível também à população que gosta de ler. A escolha do texto de leitura fica a critério do leitor.

 

Grupo de participantes da primeira edição do Dia do Leitor na Praça da Alfândega em 2017. Foto: Divulgação

Arte visual e literatura

Já Graça Craidy tem em sua produção visual desenhos de rostos de mais de 50 autores de literatura universal, além de brasileiros como Guimarães Rosa e Clarise Lispector, a quem Graça dedicou exposições exclusivas com grande repercussão no cenário gaúcho e brasileiro. A exposição sobre Clarice Lispector foi exibida no Rio de Janeiro, Curitiba e outras cidades. A de Guimarães Rosa, sobre personagem do romance “Grande Sertão, Veredas” foi incorporada à programação da Feira do Livro deste ano e teve grande afluência de público.

Graça Craidy explica sua ligação com literatura e a importância dela para seu trabalho:

“Para mim ler é um ato revolucionário, muda rumos de dentro e rumos de fora. Por isso me valho da minha arte feito mediação entre os visitantes e grandes autores como Guimaraes Rosa e Clarice Lispector. Para que o visitante, ao se encantar com a representação pictórica dos escritores e seus personagens, desperte para o original literário. Por isso sou a primeira a aderir à justa e heróica homenagem ao Dia do Leitor.”

Família posa junto as estátuas na Praça da Alfândega/ Foto:: Divulgação
Criança no banco com os poetas. Foto: Divulgação

Se é de ler, leio.

Organizador do evento, ao lado de Graça Craidy e do jornalista Higino Barros, Ayres Cerutti relembra da primeira edição do Dia do Leitor;

“Tenho um costume. Se é de ler, leio. Era uma lista de efemérides que recebi de jornalista amigo, do Espírito Santo. Primeira surpresa: janeiro, 7, Dia do Leitor.

Liguei para amigos. Ninguém conhecia.  Como em 2017 a data cairia num sábado, pensei em promover algo. Primeiro passo: ligar para os amigos da Câmara do Livro e colegas jornalistas. Final de ano, muitos já estavam com outros compromissos, mas todos aplaudiram a proposta.

A Morgana Marcon, a então diretora da Biblioteca Pública, entusiasmada, decidiu levar livros para distribuir na praça. O Higino Barros publicou no JÁ Porto Alegre e enviou material para a Coletivanet. A Sônia Zancheta, a professora Ana Carolina Martins, da UERGS, ampliaram os convites.

Os organizadores do evento, Graça Craidy, Aires Cerutti e Higino Barros/ Divulgação

Na primeira semana do ano, recebi como hóspede o amigo Arno Rochol, que trabalhava na Alemanha. Na manhã do dia 07, na hora do nosso chimarrão, ele me surpreendeu com três camisetas que ele tinha feito com tesoura e cola para marcar o dia; Estava escrito Dia do Leitor. Naquele sábado, passamos o dia em ritmo de leitura. No final da tarde, o jornalista Elmar Bones declamou um dos poemas preferidos pelo jornalista Danilo Ucha, que tinha falecido há poucos meses, provocando forte emoção entre os presentes.”

Assim promete ser- sob fortes emoções- a próxima edição do Dia do Leitor, 7 de janeiro de 2025.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Miniarte prorroga prazo de inscrições e já recebe obras de artistas inscritos

Levando em conta os embaraços que a recente catástrofe climática causou na vida das pessoas no Rio Grande do Sul, o Projeto Miniarte Internacional decidiu estender o período de inscrições até 31 de agosto.

A prorrogação de prazo vale para todos, ou seja, também para interessados em participar da Miniarte de fora do estado e do país, conforme a coordenadora geral internacional do projeto, a reconhecida artista visual gaúcha Clara Pechansky.

Mensageira da paz, obra de Lenora Santos/ Divulgação

As informações sobre as inscrições, gratuidade (facultada a artistas atingidos pelas enchentes que não tiverem condições de pagar a taxa), descontos progressivos, ficha técnica, etc. estão disponíveis no site miniartex.org. O regulamento, além do português, consta em inglês e espanhol.

Artista visual Clara Pechansky, coordenadora da Miniarte – Arquivo pessoal – Divulgação

“A inscrição de quem pode pagar vai permitir a participação gratuita dos que não podem, devido às enchentes”, diz Clara, que criou a Miniarte há 21 anos.

Paz, obra de Marta Loguercio/Divulgação

Obras de participantes nacionais e estrangeiros sobre o tema proposto – Paz – já estão sendo recebidas pela coordenação. A Miniarte Paz será realizada em Porto Alegre, na Gravura Galeria, de 5 a 31 de outubro.

Era Beta, obra de Fernando da Luz/ Divulgação

Uma novidade da Miniarte este ano é estar aberta à participação de escritores, cujos textos e poesias serão apresentados no idioma original dos autores. A artista visual, escritora e editora Liana Timm foi consultora do projeto na elaboração desse tópico do regulamento.

Bomba da Paz, obra de Roger Monteiro/ Divulgação

No ano passado, a Miniarte Futura contou com trabalhos de 163 artistas de 11 países. Em 2021, a Miniarte Vida reuniu 261 artistas visuais de 14 países das Américas, Europa, Ásia e Oceania, por exemplo.

Mostra de Graça Craidy no Memorial Ucraniano promove encontro de Clarice Lispector com suas origens

Depois de mais de 103 anos de seu nascimento, em 10 de dezembro de 1920, e 46 de sua morte, em 9 de dezembro de 1977, a escritora Clarice Lispector finalmente encontra, ainda que simbolicamente, o povo e as tradições da terra onde nasceu, a Ucrânia.

Por meio da arte, desde sexta-feira (5/7), a autora está abrigada no Memorial Ucraniano, no Parque Tingüi, em Curitiba, que sedia a exposição “Clarices”, da artista visual gaúcha Graça Craidy. Reunindo 20 pinturas, nas quais a escritora é retratada em diversas facetas de sua vida, a mostra permanecerá aberta à visitação até o final do ano.

A artista no Memorial Ucraniano/ Divulgação

A exposição foi destacada no site do Congresso Mundial Ucraniano, entidade fundada em 1967, que representa os interesses de mais de 20 milhões de ucranianos na diáspora, unindo comunidades e organizações ucranianas em mais de 60 países, por “uma Ucrânia europeia, democrática e próspera”.

Vitorio Sorotiuk, artista Graça Craidy e cônsul Mariano Czaikowski, da esq p. dir./ DEivulgação

O cônsul honorário da Ucrânia, Mariano Czaikowski, presente ao vernissage, destacou ser importante valorizar a memória e a obra de Clarice, em especial no difícil momento vivido pela Ucrânia, em guerra com a Rússia desde que foi invadida e atacada em 24 de fevereiro de 2022.

A exposição, sob a coordenação da Fundação Cultural de Curitiba, também foi saudada pelo presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira (RCUB), Vitorio Sorotiuk, citado na notícia, em inglês, do site da entidade internacional. O Paraná é o estado brasileiro que abriga o maior número de imigrantes e descendentes de ucranianos.

Clarice nasceu em Tchechelnik, na Ucrânia, então pertencente à Rússia, quando sua mãe, Mania, o pai, Pinkhas, e suas irmãs, Elisa e Tania, fugiam da perseguição e ataques aos judeus. A família, com a recém-nascida nos braços da mãe, alcançou a Romênia e a Alemanha, onde embarcou em navio para o Brasil.

Clarice nunca mais voltou à terra que a viu nascer e em cujo solo nunca pisou, embora tenha vivido na Europa depois de casada. Ela naturalizou-se brasileira em 1943, no Rio de Janeiro, onde morreu de câncer, aos 57 anos.

O Paraná é o estado brasileiro que mais abriga ucranianos – entre 500 mil e 600 mil imigrantes e descendentes -, dos quais cerca de 70 mil radicados na sua capital. O Memorial Ucraniano foi inaugurado em 1995 em homenagem ao centenário da chegada dos primeiros imigrantes ao território paranaense.

 Contexto especial

Por esse contexto, essa montagem de “Clarices” é especial, na avaliação da artista Graça Craidy. “É como se a nossa querida e magistral escritora estivesse voltando para o lugar onde nasceu, pois o memorial é uma espécie de ‘embaixada’ cultural da Ucrânia”, diz a pintora, empenhada em difundir a obra clariciana entre os jovens. Na mostra, alguns livros da autora estão à disposição dos visitantes.

Na mostra, que já foi vista em Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Niterói, Brasília e Florianópolis, Graça apresenta Clarice em diferentes papéis: a escritora trabalhando em casa com a máquina de escrever no colo e o cigarro nos lábios; como esposa de diplomata que vivia no exterior dividida entre a vida conjugal e o desejo de autonomia; a mãe de dois filhos; a tutora do cão Ulisses, por exemplo.

Memorial Ucraniano, em Curitiba, abriga exposição Clarices, de Graça Craidy/ Divulgação

Em 25 de agosto (domingo), o Memorial Ucraniano promoverá festividades alusivas à data da independência da Ucrânia, como a leitura de textos de Clarices, considerada a maior escritora modernista brasileira, no espaço da exposição.

 

  SERVIÇO

 Exposição “Clarices”, da artista visual Graça Craidy

Local: Memorial Ucraniano, em Curitiba, no Parque Tingüi

Endereço: Rua Dr. Mbá de Ferrante s/nº, Pilarzinho, Curitiba

Período: de 5 de julho até o final de 2024

Visitação: de terça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h

Entrada gratuita

Musicoterapeutas do Brasil se mobilizam para ajudar pessoas atingidas pelas enchentes do RS

A saúde mental dos gaúchos depois das enchentes de maio é uma grande preocupação no Estado. Profissionais de várias áreas da saúde estão unidos para amenizar este problema em crianças e adultos. As musicoterapeutas Natália Magalhães e Graziela Pires criaram a iniciativa SOS ENCHENTES RS_Musicoterapia para os refugiados climáticos. Já foram atendidas 120 pessoas e até o final do ano, o projeto seguirá de forma presencial, em abrigos, ou online.

“Assim que entendemos que a situação era muito grave e que afetaria muito a saúde mental, sobretudo do público de crianças que nós atendemos com transtornos de desenvolvimento, autismo e outros, pensamos: temos que fazer alguma coisa”, diz Grazi. O processo iniciou no dia sete de maio através de ações nas redes sociais e grupos de whatsapp, convidando colegas do Brasil todo a se voluntariarem para atendimentos presenciais e online. “Fomos buscar apoio da UBAM (União Brasileira das Associações de Musicoterapia) e da AMTRS (Associação de Musicoterapia do RS) da qual eu estava presidente na época, para abranger o Brasil todo na ação. E para nossa surpresa, em uma semana encerramos as inscrições de profissionais, pois já haviam mais de 80 cadastrados. E os atendimentos iniciaram imediatamente.”, destaca Natália. Fazem parte dos profissionais cadastrados musicoterapeutas de todo o Brasil, de norte a sul, com diferentes perfis, experiências e dedicação profissional.

Até o final de junho, um total de 20 pacientes, de 03 a 70 anos, haviam se inscrito para receber atendimentos online e em torno de cinco musicoterapeutas voluntários estavam atuando presencialmente e semanalmente nos abrigos da região metropolitana de Porto Alegre, como no CTG Recanto Nativo, em Viamão, Colo de Mãe e no Abrigo no Lindóia Tênis Clube, ambos em Porto Alegre. Nos abrigos, cerca de 100 pessoas foram atendidas. As coordenadoras entendem que o projeto deverá seguir com os atendimentos até o final do segundo semestre. “Sabemos que os efeitos desta grande tragédia sobre a saúde mental das pessoas não será imediato. Por isso nosso time de voluntários seguirá a postos para acolher qualquer pessoa que sinta a necessidade de um espaço de escuta qualificada, orientação psicológica e principalmente que acredite que a música possa auxiliá-lo em seu processo de cura. Independente da idade, do tipo de situação a que a pessoa tenha sido exposta (se direta ou indiretamente), os musicoterapeutas estão prontos para acolher a todos e todas.” desta Grazi Pires que desde 08 de junho assumiu a presidência da Associação de Musicoterapia do Rio Grande do Sul.

PREPARO

As coordenadoras do Projeto, juntamente com a UBAM e AMTRS, pensaram em formações e supervisões gratuitas para os profissionais que se dispuseram a atender. O Dr. Musicoterapeuta Gustavo Gattino ministrou a formação “Métodos, técnicas e procedimentos em musicoterapia para situações de crise e experiências traumáticas”. A Dra. Musicoterapeuta Cláudia Zanini falou sobre a temática “Musicoterapia e lutos: perdas e descobertas”. Já a Dra. Musicoterapeuta Mariane Oselaime compartilhou o tema “Encaminhamentos pós situação de crise”.

 

Conheça a nova Diretoria da AMTRS – Gestão 2024- 2026

Presidente: Grazi Pires (455/2016)

Vice-presidente: Carolina Veloso (487/2020)

1ª Secretária: Rossana Flores Bastos (497/2021)

2ª Secretária: Daniela Amorim Faria Schoenknecht (471/2019)

1⁰ Tesoureira: Mª Helenita Nascimento Bernál (437/2010)

2⁰ Tesoureiro: Valdonei dos Santos (514/2022)

Conselho Fiscal:

Irene Marli Bertschinger (459/2016)

Maria Helena Nunes Schaan (462/2017)

Luciana Steffen (416/2008)

Sobre A Associação de Musicoterapia do Rio Grande do Sul

A Associação de Musicoterapia do Rio Grande do Sul (AMT-RS) foi fundada em 11 de novembro de 1968, Porto Alegre. É uma entidade sem fins lucrativos, com a finalidade de resguardar a defesa da classe e atuação profissional ética; promover o uso, desenvolvimento e divulgação da Musicoterapia no tratamento, educação e reabilitação de todos que a necessitem; congregar profissionais e acadêmicos de Musicoterapia e instituições oficiais e/ou particulares cujas áreas de atuação tenham relação com a Musicoterapia; estimular e promover a investigação e a pesquisa no campo da Musicoterapia; promover cursos de atualização e capacitação profissional; representar os profissionais do estado a nível nacional e em demais entidades latinoamericanas e mundiais da Musicoterapia; esclarecer a população e entidades frente a profissionais que fazem uso da musicoterapia de forma indevida, sem formação; e apurar e denunciar a prática antiética e que pode causar prejuízo à população, fazendo uso de instrumentos legais previstos no Estatuto da AMT-RS.

FOTO Grazi Pires_arquivo pessoal/ Divulgação

Sobre UBAM
A União Brasileira das Associações de Musicoterapia (UBAM) foi fundada no dia 10 de outubro de 1995, durante o 8º Simpósio Brasileiro de Musicoterapia em São Paulo, e intitulada União Nacional das Associações de Musicoterapia do Brasil (UNAMB), cuja finalidade era formar um colegiado das associações regionais para trocar informações e tentar estruturar o crescimento da profissão em nosso país.

Governo Federal destina R$ 60 milhões para a reconstrução do setor cultural gaúcho

Texto e fotos Higino Barros

O Governo Lula destinou de R$ 60 milhões ao setor cultural do Rio Grande do Sul atingido pelas enchentes do mês de maio. O anúncio foi feito pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante solenidade realizada em lugar simbólico para Porto Alegre e cultura estadual. o Mercado Público da capital, duramente atingido pela catástrofe climática que devastou grande parte do Estado.

 

A titular do Ministério da Cultura estava acompanhada pelo Ministro Extraordinário para a Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, cerca de seis assessores diretos do MINC, alguns gaúchos, além de integrantes de outros ministérios e conduziu sua fala em tom emotivo. “Nós artistas somos assim, tocados pelos sentimentos. Chorei muito nos dias das chuvas aqui e vou deixar as explicações técnicas sobre como se dará esta ajuda para os especialistas”, explicou Margareth Menezes.

O ato foi acompanhado pela comunidade cultural gaúcha, principalmente de Porto Alegre e cidades vizinhas. Compareceram deputados federais e estaduais de partidos aliados do governo federal, além da Secretária Estadual de Cultura, Beatriz Araújo, cuja presença foi destacada pela ministra Margareth Menezes como exemplo de união em prol da cultura. A Prefeitura de Porto Alegre não enviou representante ao evento, demonstrando suas divergências com o governo federal durante as negociações para a gestão da tragédia ambiental.

O Ministro Extraordinário para a Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, disse que todo o esforço do governo federal será empregado para ajuda aos gaúchos. “A única coisa que não dá para recuperar são as mortes causadas pelas enchentes. Mas o resto nós vamos reconstruir com muita fé e trabalho”, afirmou.

O convite da visita da Ministra da Cultura Margarete Menezes que cumpriu agenda a outros pontos culturais da capital gaúcha.

 

Coletânea solidária traz crônicas de 25 escritores sobre as enchentes de 2024

 

Uma coletânea literária organizada em apenas 12 dias reúne crônicas inéditas de 25 escritores sobre a maior catástrofe climática da história gaúcha. O resultado está no e-book A grande enchente, lançado pela Boaventura Editora. Todo valor obtido com a venda da obra será revertido para o Grupo de Resposta a Animais em Desastres (primeiro lote), Central Única das Favelas (segundo lote) e Ação da Cidadania (terceiro lote).
A ideia foi fazer um registro artístico-histórico deste grave momento do RS. As narrativas trazem situações vividas por muitos gaúchos nos últimos dias: o medo, o pânico, a desesperança, o temor quando a chuva chega, o dia a dia nos abrigos.
Há textos que retratam o domingo das mães atípico, a corrente de solidariedade que se formou para ajudar as pessoas e os animais impactados pelas inundações. Também há espaço para a crítica à má gestão da crise pelos governantes e o cenário político. Em comum, a perplexidade diante da força das águas e suas consequências.
O e-book A grande enchente pode ser adquirido diretamente com a Boaventura Editora, ao valor de R$ 10,00. O pagamento pode ser feito pelo pix boaventuraeditora@yahoo.com. Após enviar o comprovante para este e-mail, a editora enviará o arquivo do livro. O material também pode ser adquirido na Amazon.
Boaventura
A Editora Boaventura foi criada em 2018 pelo escritor Lucas de Melo Bonez, que é também o organizador de A grande enchente. Em 2022, lançou a série Novelas Porto-Alegrenses, que traz histórias da capital como pano de fundo. Segundo Bonez, o objetivo da Boaventura é seguir dando espaço às questões pertinentes à capital e ao Estado, valorizando seus escritores e suas produções.
Os autores da coletânea
ADRIANA MASCHMANN | ALEXANDRE BELUCO
BERENICE COPSTEIN | BRUNA TESSUTO | CARLOS MACEDO/ CECÍLIA GANDIN | CLÁUDIA SEPÉ | CRISTIANO FRETTA/ CRISTIANO GREINERT | GABRIELA SILVA | GABRIELLE CALEGARI/ JÉSSICA MARQUES MACIEL | LAURA DEORRISTT | LÉO CRUZ/ LIZ QUINTANA | LUCAS DE MELO BONEZ (ORG.)/ LÚCIA REGINA DA ROSA | LUÍS DILL | LUIZA BELLO/ MARCELO VILLAS-BOAS | MARIO AUGUSTO POOL/ MIGUEL DA COSTA FRANCO | RAFAELA KRIEGER DE AGUIAR/SABRINA DALBELO | SORAYA JORDÃO.

 Confraria Cultural Latino Americana faz evento com música, gastronomia e sorteio de ilustrações de cartunistas gaúchos consagrados

 

Higino Barros

O evento vai acontecer no dia 28 de abril, domingo, no espaço Cultural Mosaico,  localizado na Rua Otavio Correia, 39.  Segundo um dos organizadores, o músico Chicão Dornelles, “estaremos comemorando os 40 anos da Associação Jose Marti e 27 anos da Associação Recreativa e Cultural Bota Fogo. Teremos além de um almoço , um show com as participações dos artistas : Liane Shuller  Rosa Franco, Gilberto Oliveira , Mario e Nene Falcão , Bernardo Zubaran , Florisnei Thomaz , Claudio Baraldo , Chicão Dornelles , Josue Krug e Leonardo Ribeiro. “
Liane Schuller, uma das atrações da festa no domingo; Foto: Divulgação
O surgimento , em 25 de julho de 1984, da Associação Jose Marti RS, que desde então tem defendido a auto determinação dos povos, em especial do povo cubano e dos povos em luta trabalha com a cultura para que os povos se integrem e estabeleçam laços de amizade. Já produziu dois CDS , trovas da Pátria Grande em 2008 e Jose Marti em Canto em 2014, com lançamentos em Porto Alegre , Rio de Janeiro , Montevideo e Havana, participando igualmente de atividades solidárias nas comunidades carentes de Porto Alegre.
O músico Nenê Falcão. Foto: Divulgação
O músico Josué Krug. Foto: Divulgação
O músico Leonardo Ribeiro. Foto: Divulgação
A Associação Recreativa Cultural e Desportiva Bota Fogo fundada há 27 anos reúne-se toda semana para um encontro esportivo e musical. Atualmente o encontro se dá na AMRIGS, na avenida Ipiranga, todas as terças-feiras as 20.hs. E todo ano faz ações solidárias com o objetivo de angariar alimentos , roupas e material de higiene para a creche da comunidade que fica ao lado da Amrigs, Vila São Pedro .
A formação é totalmente eclética, com músicos, profissionais liberais,  artistas visuais e o time futebol tem também participação de várias jogadoras, além do Clube das Mães  do Bota Fogo, sempre presente nas atividades culturais e solidárias
O músico Gilberto Oliveira/ Divulgação. Foto: Divulgação
O músico Rosa Franco. Foto: Divulgação
O músico Florisnei Thomaz. Foto Divulgação
O músico Cláudio Baraldo. Foto: Divulgação

Graça Craidy abre exposição sobre Clarice Lispector no Mercado Público de Florianópolis

A exposição “Clarices”, da artista visual gaúcha Graça Craidy, será aberta nesta quarta-feira (24/04), às 18h, na Galeria de Arte do Mercado Público de Florianópolis – Sala José Cipriano da Silva.

A mostra, em homenagem à célebre escritora Clarice Lispector, permanecerá em cartaz até 14 de junho. A mostra já foi vista em Porto Alegre, na cidade do Rio de Janeiro, em Niterói e em Brasília, em espaços culturais dos Correios; e, em São Paulo, na galeria do Conjunto Nacional, entre outubro de 2022 e setembro de 2023. A intenção da artista é ajudar a popularizar e manter viva a obra da escritora.

Graça Craidy no Mercado Público de Florianópolis. Foto: Carlos Souza/ Divulgação

Graça apresenta Clarice em diferentes situações e fases da vida: a autora trabalhando em casa com a máquina de escrever no colo e o cigarro nos lábios; a esposa de diplomata que morava no exterior dividida entre a vida conjugal e o desejo de autonomia; a mãe de dois filhos; a tutora do cão Ulisses, por exemplo.

Exposição Clarices” abre dia 24de abril em Galeria de Arte do Mercado Público de Florianópolis. Foto Carlos Souza/ Divulgação

“Embora Clarice Lispector tenha partido há 47 anos, sua prosa se faz muito necessária neste momento histórico de vazio existencial e valorização equivocada do aparente e do fútil”, diz a artista que vive e tem atelier em Porto Alegre.

Livro ” A Lanceirinha” conta a história dos Lanceiros Negros para o público infantil

Livro infantil de Ângela Xavier, com ilustrações de Alisson Affonso, tem lançamento no ano em que os Lanceiros Negros são inscritos no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria

A história resgata o orgulho de um povo na voz de um avô e emociona os leitores com o brilho nos olhos da netinha Aisha. E comprova, com afetos cotidianos, que é possível acreditar na luta por um futuro mais justo e inclusivo.

A autora conta como surgiu a abordagem: “Sou educadora, e ao trabalhar com a EJA, fui instigada a estudar sobre o tema. Uma jovem negra me questionou sobre o assunto, que ouvira de seus avós. O ano era 2004 e pouco se falava sobre o tema. Desde então, comecei a pesquisar a temática, fiz especialização, escrevi um artigo e decidi incluir o assunto em minhas práticas pedagógicas.

A escritora Ângela Xavier foto Marco Nedeff/ Divulgação

No ano de 2018 escrevi uma esquete sobre os Lanceiros Negros, que foi contemplada em um Festival de Teatro Estudantil do Rio Grande do Sul. No ano seguinte, nascia minha primeira obra literária: O Lanceirinho Negro, seguida de O Lanceirinho Negro: Herança de Porongos e Jerá Poty”. Em suas obras, a escritora tem valorizado bastante a oralidade dos mais velhos e também a ancestralidade. E, segundo ela própria, esse aspecto reflete um pouco da Ângela Xavier. Na infância ela sempre teve o hábito de escutar muito as pessoas mais velhas.

O ilustrador Alisson Affonso foto by Clô Barcellos/ Divulgação
Sobre os Lanceiros:

Em 14 de novembro de 1844, no Rio Grande do Sul, aconteceu o Massacre de Porongos. Quase 10 anos antes começara a Guerra dos Farrapos, em 1835. Estancieiros gaúchos pediam independência econômica e redução de impostos ao governo imperial. Os negros escravizados ingressaram no exército dos Farrapos em 1836, através da criação do 1º Corpo de Cavalaria de Lanceiros Negros, lutando a pé e a cavalo. Foi feita a eles uma promessa de liberdade, e essa era a única motivação do grupo.

 

A lancerinha. Aisha. Ilustração/ Divulgação

No entanto, já em épocas de tratativas de paz com o Império, alguns líderes farroupilhas entregaram aos imperiais o batalhão dos lanceiros desarmados em uma emboscada. Quase todos os combatentes negros foram massacrados. A monarquia escravagista não desejava a libertação daqueles homens e esta foi a solução encontrada. Morreram mais de cem homens negros, e os que sobreviveram voltaram à escravidão.

Em 2024, mais de 180 anos depois, no dia 8 de janeiro, foi publicada, no Diário Oficial da União, a Lei 14.795, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que insere o nome dos Lanceiros Negros no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. Esta foi uma vitória coletiva do movimento negro, que continua lutando pelo protagonismo de seu povo na construção de nosso país. “É uma reparação ainda que tardia. Fico satisfeita em saber que A Lanceirinha poderá ajudar no resgate do protagonismo negro junto as nossas crianças”, coloca Ângela.

Eventos de lançamento:

No dia 13 de abril (sábado), em Porto Alegre, Ângela realiza duas atividades de contação de história, além dos autógrafos: das 10h às 12h, com o Projeto Cultural Nossa Identidade no Instituto Sociocultural Afro-sul Odomodê (Av Ipiranga, 3850) e, a partir das 16h, na Livraria Cirkula (Av Osvaldo Aranha, 522). A programação é aberta ao público e com entrada franca.

Ângela Maria Xavier Freitas nasceu em Porto Alegre, em 1972, e é professora desde 1997. Começou com EJA (educação de jovens e adultos), depois, educação infantil e séries iniciais, na rede municipal de ensino de Gravataí, no Rio Grande do Sul. Escreve para o público infantil desde 2018, é formada em Letras (Ulbra/IERGS), com especialização em História e Cultura Afro-brasileira (Instituto Dom Alberto). Dentre seus livros já publicados, O Lanceirinho Negro foi contemplado em edital, sendo distribuído em mais de 50 escolas da Região Metropolitana de Porto Alegre. Também atua como diretora de teatro, ganhando em 2018 o troféu Desconstrução da História Oficial com a esquete Lanceiros Negros no Festival Estudantil de Teatro no RS. Seus filhos, William e Vallentina, foram os seus primeiros leitores.

Alisson Affonso é cartunista e ilustrador. Nasceu em 1979, em Rio Grande, no interior do Rio Grande do Sul. É bacharel em Artes Visuais pela FURG. Começou desenhando plaquinha para a tia do picolé, e hoje, já ilustrou dezenas de livros. É premiado pelo Brasil (São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro), expôs no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e até na França, em Saint-Jus-le-Martel. Em 2023, foi patrono da 49ª Feira do Livro da FURG.