



Higino Barros
O governador Eduardo Leite anunciou nesta terça-feira, 17, um programa de R$ 76,1 milhões, para financiar projetos culturais no Rio Grande do Sul, até o final de 2022..
O valor destinado ao projeto “Avançar Cultura”, representa um investimento superior ao total realizado nos últimos oito anos no Estado.
O lançamento do projeto, no Palácio Piratini, teve presença de produtores culturais, prefeitos, vereadores e pessoas ligadas ao setor. A transmissão virtual da cerimônia teve uma média de 100 expectadores.
Durante 37 minutos, explicando os números, obras, fomento, editais e qualificações a cargo da Secretaria Estadual da Cultura para os próximos meses, Eduardo Leite demonstrou sua proximidade e interesse com temas da Cultura, citando tudo de cor, como salientou a Secretaria da Cultura Beatriz Araújo, que se juntou ao governador na explanação.
Eduardo Leite aproveitou a ocasião para criticar o governo Jair Bolsonaro três vezes, lembrando que “além da pandemia e da crise econômica, a cultura no Brasil ainda sofre com a forma com que o governo federal trata o setor”.
Segundo ele, o Avançar Cultura é um incentivo “a uma área que movimenta a economia e a vida das pessoas, que constitui identidades e ajuda a construir o Rio Grande de Sul”.
Números do projeto
Pelos números apresentados o “Avançar na Cultura” prevê aplicação de R$ 35,1 milhões no âmbito do patrimônio cultural, focando na qualificação, preservação e recuperação.
Serão obras e ações em 23 instituições vinculadas à Sedac, além de ações de valorização de forma geral, como projetos de restauração de bens tombados e um edital para instalação de Museus de Memória ou de História.
Pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), serão lançados sete editais. Totalizando R$ 30 milhões em investimentos, os novos projetos envolvem todos os setores da indústria criativa.
O Avançar na Cultura também prevê recursos para as fundações. A Fundação Theatro São Pedro contará com aporte de R$ 7,5 milhões, e a Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre receberá R$ 3,1 milhões.
Para o RS Criativo, programa estratégico que promove o desenvolvimento e fortalecimento da Economia Criativa, serão destinados R$ 400 mil. Com isso, o programa vai proporcionar capacitações para até 15 mil empreendedores até 2022.
Balanço na Cultura
Juntamente com o lançamento do Avançar na Cultura, o governo apresentou um balanço da gestão.
Em 2019, o governador Eduardo Leite recriou a pasta exclusiva – anteriormente atrelada ao Turismo, Esporte e Lazer –, garantindo atenção especial ao setor cultural.
Em 2020, o Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais (Pró-cultura) teve recorde na aplicação de recursos. Foram R$ 40 milhões pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC) e R$ 10,5 milhões pelo FAC.
Na prática, o crescente índice de investimentos na pasta significa mais projetos contemplados, mais trabalhadores do setor com capacidade de atuação e enriquecimento da economia.
Em 2020 e 2021, os esforços foram concentrados em socorrer os trabalhadores desse setor, um dos mais penalizados pela pandemia da Covid-19. Com o edital FAC Digital, foram disponibilizados R$ 3 milhões para a produção de conteúdos culturais digitais.
Com a Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, foram R$ 1,5 milhão em renda emergencial e R$ 72,9 milhões em editais.
Atualmente, a Sedac executa, em coinvestimento com os municípios, R$ 10 milhões em recursos do FAC para o pagamento de um novo auxílio emergencial. São mais de 75 municípios habilitados.
Higino Barros
Quem passou a noite pelo Viaduto Otávio Rocha, nessa quinta- feira, dia 12, na avenida Borges de Medeiros, Centro Histórico da capital, teve uma bela surpresa. A iluminação do local, o principal “monumento urbano” de Porto Alegre está funcionando em sua totalidade já que foram substituídas lâmpadas que estavam queimadas e/ou depredadas.
O trabalho de iluminação a cargo da IP Sul, contratada pela prefeitura, repôs 20 lâmpadas que estava danificadas, das cerca de 70 que existem no local. Segundo um funcionário da empresa, em 2020 houve duas reposições como essa. Ele comentou: “Vamos ver quanto tempo dura”.
Mas a declaração sobre as reposições regulares é contestada por quem frequenta o local. Como o produtor cultural Marcos Monteiro que promove exposições fotográficas na Escadaria da Borges desde 2018 e garante que a partir de 2019 a iluminação foi ficando cada vez mais precária.
De qualquer maneira, o viaduto e a escadaria estão iluminados e a intenção dos gestores da Prefeitura Municipal é que os locais sejam recuperados em todos os seus aspectos, inclusive com policiamento mais ostensivo e com câmeras para aumentar a segurança da população e evitar atos de vandalismo, entre outros.
Higino Barros
A Galeria Escadaria faz o lançamento oficial nesse sábado, dia sete, da exposição “Fora de Cena” da fotógrafa portuguesa Fernanda Carvalho. A galeria fica no viaduto Otávio Rocha, escadaria Verão, Centro Histórico. Nascida em Lisboa, Fernanda transita pelo teatro, arquitetura e principalmente a fotografia, onde realizou mais de 20 exposições individuais em Portugal e Espanha e participou de outras dezenas de exposições coletivas pela Europa.
Em Porto Alegre participou das exposições de rua, Street Expo Photo, no viaduto Otávio Rocha e da exposição Mosaicografia, no largo Glenio Peres.
Segundo Lidiane Back, que apresenta a mostra e é autora dos textos que acompanham cada fotografia, “a exposição da Fernanda Carvalho nos convida a adentrar num mundo cheio de cor, de fantasia e nos faz passear pelas memórias afetivas. Costumamos dizer que a fotografia é a arte de parar o tempo, mas a Fernanda foi além, subverteu essa ideia e nos faz passear no tempo, não aquele tempo histórico que aprendemos na escola, mas o tempo das emoções, o tempo da arte …
É como se a artista nos perguntasse a cada foto o que estamos deixando transbordar em nós? Como nossos olhos têm enxergado o mundo a nossa volta? A beleza da vida nasce da nossa capacidade de enxergá-la bela e é assim que a Fernanda nos envolve retirando os elementos de sua fotografia do seu lugar comum, tirando-os de cena, e nos convidando a recriar histórias, poesias através do seu olhar … Uma verdadeira pausa no tempo e espaço no meio do caos urbano no centro de uma grande cidade!”
Serviço:
Lançamento Oficial 08.09.2021
Encerramento 31.09. 2021
Galaria Escadaria – viaduto Otávio Rocha, escadaria verão, Centro Histórico Porto Alegre-RS
Curadoria de Marcos Monteiro
Textos expositivos: Lidiane Back.
O curador da Galeria Escadaria, Marcos Monteiro, conversou com o repórter Higino Barros sobre a exposição
Pergunta: Como você conheceu a fotógrafa Fernanda Carvalho? Onde ela nasceu e qual sua idade?
Resposta: Conheci a Fernanda Carvalho após a exposição Mosaicografia realizada no largo Glênio Peres em 2016 através de seus colegas portugueses que expuseram na amostra. Este ano ela completará 69 anos.
Pergunta: O que caracteriza o trabalho dela? Nesse, a ênfase é em retratos de pessoas e cenas criadas em estúdio. As outras fotos das exposições anteriores que ela participou aqui é a mesma temática?
Resposta: A Fernanda tem forte influência do teatro e sua fotografia
abrange projetos autorais de estúdio e fotografia street, seu olhar é refinado e suas fotos sempre tem uma história a contar, não consigo especificar seu estilo, para mim a fotografia da Fernanda é carregada de signos interpretativos e de uma originalidade impar.
Pergunta: Essa foi a primeira exposição internacional da Galeria Escadaria. Há outras na frente?
Resposta: A galeria nasceu em março deste ano e em seu 5º mês de existência apresenta sua 4ª exposição, que é a “ Fora de Cena” da querida Fernanda Carvalho, isso para mim é uma enorme alegria e satisfação, pois o fato de levar a arte de qualidade para a rua, estabelece um diálogo com pessoas que nunca frequentaram um museu ou galeria, além de aproximar todos a arte acaba formando um novo interesse na vida dessas
pessoas.
Pergunta: Há toda uma preocupação no conteúdo das exposições, já que é um lugar público. Explica isso.
Resposta: Isso é uma questão super delicada, o fato da galeria estar na rua perto de crianças,jovens e o público em geral, faz com que tenhamos cuidados para não criar constrangimentos ou desinformação. A arte não pode ser tolhida, mas tem que ter responsabilidade social.
Pergunta: Como tem sido a reação do público expectador?
Resposta: A reação é a melhor possível, minha
maior recompensa é ver crianças ou pessoas menos favorecidas admirando as obras com encantamento no olhar.
Pergunta: E como tem sido realizar exposições, em tempos pandêmicos?
Resposta: A Galeria Escadaria não tem vigilância e durantes as 4 exposições não houve sequer uma depredação, nosso povo é muito mais responsável e culto do que imaginamos. Em relação a
pandemia, a Galeria por ser num espaço aberto e sem aglomeração, permite que as pessoas transitem despreocupadas e seguras.
Pergunta: O que projeta para quando as condições de segurança de saúde estiverem mais consolidadas?
Resposta: Acredito que estamos vivendo uma “nova ordem mundial” nunca será como antes, sempre teremos alguma variante nova, mas acredito que as pessoas vão buscar algo para preencher este espaço vazio que se criou com a pandemia e nessa busca a arte vai predominar.
Para encerrar o projeto “O canto como revigoramento coletivo, inclusão social e cultural” que foi aprovado na Lei Aldir Blanc e realizou oficinas em abril e maio de 2021, serão feitas dezenas de apresentações de Canto a Capella, neste mês de julho, em entidades vinculadas ao Conselho Municipal do Idoso de Porto Alegre. As transmissões acontecem de forma virtual entre os dias 15 a 30 de julho através do YouTube do projeto, com direção geral e regência de Bernardo Grings.
São três vídeos preparados para essas transmissões e os locais já agendados são o Asilo Padre Cacique, Associação de Cegos Louis Braille (ACELB), Sociedade Porto Alegrense de Auxílio aos Necessitados (SPAAN), Lar Maria de Nazaré, Nosso Lar – Casa de Repouso, Ipanema Lar do Idoso, Associação Cultural Amigos para Sempre (ACAPS), Casa dos Amigos de Santo Antônio, Pequena Casa da Criança, entre outros.
O primeiro vídeo é resultado do Coro Virtual da FPE RS com a música Acredite, vai passar, que traz uma importante mensagem de esperança e otimismo perante este complexo período que vivenciamos. O segundo é uma apresentação do Vocal Live – um quarteto vocal a capella do estilo barbershop, com nove músicas e aproximadamente 30 minutos. O terceiro vídeo é a apresentação do Vocal5 – grupo campeão do quadro A Capella do Domingão do Faustão, com oito músicas.
Canto a capella é quando as músicas são cantadas sem o acompanhamento de instrumentos musicais, sendo o foco do trabalho desenvolvido no projeto “O canto como revigoramento coletivo, inclusão social e cultural”. As ações do projeto foram desenvolvidas em parceira com a Fundação de Proteção do Estado do RS (FPE RS) e o Conselho Municipal do Idoso (COMUI).
Técnica vocal
Nos meses de abril e maio foram realizadas diariamente oficinas de técnica vocal e ensaios de canto para a comunidade da FPE RS, preparando um arranjo vocal da música Acredite, vai passar de Rick Sollo para a produção do Coro Virtual da FPE RS. O vídeo foi lançado no dia 28 de maio nas comemorações de 19 anos desta entidade, que tem como missão acolher e proteger crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, e contou com a participação do compositor que fez um depoimento destacando a qualidade da versão vocal a capella de sua música.
O projeto “O canto como revigoramento coletivo, inclusão social e cultural”é realizado com recursos da Lei nº 14.017/2020 – Lei Aldir Blanc, contemplado no Edital Sedac nº 09/2020 – Produções Culturais e Artísticas. Devido ao agravamento da pandemia de COVID-19 as atividades foram adaptadas para a versão virtual, através de oficinas e ensaios por videoconferências e gravações.
O Vocal Live foi criado em 2018 e, desde então, tem atuado majoritariamente em eventos privados. Executa um repertório de música popular nacional e internacional, sendo uma grande parte dos arranjos composta exclusivamente para o grupo. Integram o Vocal Live os cantores Bruno Mezzomo (baixo), Guilherme Roman Marangon (Barítono), Aramis Malinski Argenta (Lead) e Lucas Alves (Tenor).
O Vocal5 teve seu início em 1999 e desenvolve um repertório que vai da MPB ao pop internacional. Em 2005 gravou seu primeiro CD e realizou shows no Brasil, na Alemanha (2009), no Paraguai (2010, 2012) e Uruguai (2019). Representou a cultura do canto coral gaúcho no quadro competitivo A Capella 2016 do Domingão do Faustão, sendo o grupo campeão desta edição. É formado por Cintia de los Santos (Soprano), Karine Rodrigues (Mezzo Soprano), Bruno Cardoso (Tenor), Eduardo Alves (Tenor / Beatbox) e Guilherme Roman Marangon (Baixo).
O Maestro Bernardo Grings é Doutor e Mestre em Música, Bacharel em Regência e Licenciado em Canto pela UFRGS, onde obteve a Láurea Acadêmica – “pelo excelente desempenho acadêmico no Curso de Música”. Participou e ministrou dezenas de cursos, festivais e congressos na área de música no Brasil, Escócia, Estados Unidos, Alemanha, Grécia, Inglaterra, México, Argentina e Uruguai. Foi docente em cursos de Graduação, Extensão e Pós-Graduação em Música, além de atuar como parecerista de artigos científicos para congressos como ANPPOM e ABEM. Desde 2011 atua como diretor-presidente da BG MAESTRO, quando passou a reger a Orquestra Sinfônica de Gramado (OSG) e Coral da Maçonaria Unida do RS (MURGS).
Links dos Vídeos:
Acredite, vai passar – Coro Virtual da FPE RS
https://www.youtube.com/watch?v=dPkWmgSQirc
Apresentação Vocal Live
https://www.youtube.com/watch?v=iwViOjmozVM
Apresentação Vocal5
https://www.youtube.com/watch?v=OjovtQXhQic
Realização:
BG MAESTRO – Cultura
Parcerias: Vocal Live, Vocal5, Fundação de Proteção Especial (FPE RS) e Conselho Municipal do Idoso (COMUI)
Financiamento: Edital Sedac nº 09/2020 – Produções Culturais e Artísticas – Lei Aldir Blanc nº 14.017/2020, Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Sedac.
O Trio Porto Alegre, um dos grupos mais tradicionais e importantes da música clássica no Brasil, vai fazer uma apresentação na temporada oficial da Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, um templo consagrado da música no país. O concerto, marcado para às 19h do dia 09 de julho, faz parte da programação Série Música de Câmara e será transmitido, gratuitamente, pela internet no www.salaceciliameireles.rj.gov.br.
O Trio Porto Alegre tem como uma de suas missões divulgar a canção brasileira ao lado de compositores consagrados do repertório camerístico. No concerto dessa noite ocorrerá a estreia de uma obra dedicada ao grupo pelo compositor Ernst Mahle, além de uma rara audição do Trio de Alberto Nepomuceno, encerrando com o magistral Trio de Maurice Ravel.
Com 63 anos de atividades, o Trio Porto Alegre é atualmente integrado pelo violinista Cármelo de los Santos, o violoncelista Hugo Pilger e o pianista Ney Fialkow tendo, com essa formação, iniciado suas apresentações em Berlim, na Alemanha, em 2006. Na agenda de 2022, está prevista uma apresentação em Porto Alegre, com uma homenagem à pianista fundadora do grupo, Zuleika Rosa Guedes.
Confira o Programa:
Alberto Nepomuceno (1864-1920)
Trio em Fá sustenido menor
I – Molto lento – Allegro enérgico e marcato
II – Lentamente
III – Scherzo – Com spirito
IV – Largo assai e molto espressivo – Allegro
Ernst Mahle (1929)
Trio Romântico (Estreia mundial e dedicado ao Trio Porto Alegre)
I – Allegro moderato
II – Valsa
III – Allegro
Ravel, Maurice (1875-1937)
Trio em lá menor
I – Modéré
II – Pantoum
III – Passacaille
IV – Final
AGENDA
O que: Concerto Trio Porto Alegre
Quando: 09 de julho
Horário: 19h
Onde: Sala Cecília Meireles (RJ) e online (www.salaceciliameireles.rj.gov.br)
Quanto: gratuito (pela internet)
Está pronto e com lançamento confirmado o catálogo geral das obras do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul – MACRS, equipamento cultural público vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. O evento, respeitando as normas de controle sanitário e distanciamento social, será dia 26 de junho, das 16h às 18h, nas galerias do Museu, no 6º andar da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736).
O projeto Arte Contemporânea RS, responsável por esta ação fundamental no campo das artes visuais, direcionou seu olhar para a catalogação do acervo do MACRS, resultando em uma publicação inédita em formato impresso e digital. O cuidadoso trabalho desenvolvido pela equipe de pesquisa, coordenado pela gestora e produtora cultural Vera Pellin, e orientado pela pesquisadora e curadora do projeto Maria Amélia Bulhões, catalogou 1813 obras de 921 artistas. Em edição trilíngue (português, espanhol e inglês), o catálogo também é apresentado em versão online gratuita para download no site www.acervomacrs.com. A versão impressa é composta de 304 páginas e tem tiragem de 1.200 exemplares, a distribuição será administrada pela Associação de Amigos do MACRS – AAMACRS, conforme previsto pelo projeto, através do site: www.amigosdomacrs.com.br .
O processo de trabalho, realizado pelo conjunto de profissionais e colaboradores, incluiu as etapas de pesquisa, documentação, digitalização, edição e impressão, demandando intensa dedicação, atenção e aprendizado. Entre os possíveis desdobramentos do projeto está a difusão e divulgação em diferentes mídias deste acervo de arte contemporânea que vem se constituindo ao longo de quase três décadas. Diferentes visões de mundo e expressões a respeito do nosso tempo estarão disponíveis a partir de agora em condição permanente. A partir do olhar desta geração de artistas se manifesta a história da arte contemporânea no Rio Grande do Sul, sendo o MACRS o principal Museu do estado focado nas atividades de preservação e conservação desta memória para as gerações futuras.
“A edição do Catálogo do Acervo do MACRS, com 1813 obras de 921 artistas, tem caráter inédito e viabilizará à comunidade artística a promoção, difusão, preservação e acesso à informação deste valioso patrimônio cultural, além de fonte de pesquisa ao público especializado e interessado. Sua edição impressa e digital possibilitará a emersão de novos processos de leitura e significação da arte ao conhecer, de forma ampliada, todas as obras que compõem este valioso acervo, suas linguagens, diversidade de técnicas e práticas artísticas”, afirma Vera Pellin.
Para o diretor do MACRS, André Venzon, a publicação é um forte indício da consistência desse caminho do Museu, de resgate da biografia desses artistas, doadores, gestores, servidores, estagiários e colaboradores que apontaram essa história, do seu início até hoje, para as novas gerações. Trata-se de uma publicação indispensável para todos que desejam conhecer mais sobre arte contemporânea, com toda a força e pluralidade que a sua produção representa.
‘É uma emoção finalizar o projeto Arte Contemporânea RS, destinado à catalogação do acervo do MACRS; foi um grande desafio e uma realização pessoal. O trabalho, desenvolvido no tempo recorde de quatro meses, incluiu a elaboração do Catálogo impresso de obras, a curadoria de uma exposição, a criação de um site, onde a versão online do catálogo está disponível, e a realização de um vídeo da exposição. Coordenar e acompanhar todas estas atividades demandou muita dedicação, e um enorme entusiasmo. Fico feliz na expectativa de que o resultado obtido concorra para o fortalecimento da credibilidade e respeitabilidade que esta instituição merece’, complementa a curadora Maria Amélia Bulhões.
O projeto ainda contempla uma significativa exposição do acervo no MACRS, em cartaz até 22 de agosto, com curadoria de Maria Amélia Bulhões, nas galerias Sotero Cosme e Xico Stockinger, além do espaço Vasco Prado, no 6º andar da CCMQ. De forma presencial e também virtual, o público pode conferir mais de setenta obras em diferentes suportes, marcando a multiplicidade e representatividade desse acervo.
O Arte Contemporânea RS é um projeto realizado com recursos da Lei Aldir Blanc nº 14.017/2020, com o financiamento da Secretaria de Estado da Cultura do RS, Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo do Governo Federal.
EQUIPE PROJETO ARTE CONTEMPORÂNEA RS
Produção/ Digrapho Produções Culturais – Carla Pellin D’ávila
Organização e Coordenação Geral – Vera Pellin
Pesquisa, catalogação e curadoria – Maria Amélia Bulhões
Auxiliares de pesquisa e catalogação – Caroline Ferreira, Luiz Felipe Schulte Quevedo, Nina Sanmatin, Malena Mendes, Mirele Pacheco, Kailã Isaias
Fotografia – Viva Foto – Fabio Del Re / Carlos Stein
Web Site – Laura Sander Klein
Design Catálogo – Janice Alves / Ângela Fayet
SERVIÇO:
Lançamento do Catálogo do Acervo do MACRS / Projeto Arte Contemporânea RS
Dia 26 de junho, das 16 às 18h no MACRS, 6º andar da Casa de Cultura Mario Quintana – Rua dos Andradas, 736, Centro Histórico, Porto Alegre/RS.
Exposição coletiva do acervo MACRS / Arte Contemporânea RS
Visitação até 22 de agosto de 2021, de segunda a sexta, das 10h às 18h, sábado das 13h às 18h, galerias Sotero Cosme e Xico Stockinger e Espaço Vasco Prado, 6º andar da Casa de Cultura Mario Quintana – Rua dos Andradas, 736, Centro Histórico, Porto Alegre/RS.
Higino Barros
O artista Roberto Freitas fez uma instalação artística no laguinho da Ponte dos Açorianos, no Centro Histórico de Porto Alegre, no dia 12 de junho, em homenagem às vitimas da Covid 19 no Brasil e seus familiares, de grande impacto visual e beleza plástica.
Segundo Freitas, foi uma releitura de evento semelhante realizado em 2019, quando colocou no local, um barco maior, também de papel, durante uma semana, na Semana da Água, em outubro:
“A ideia agora foi fazer um evento que remetesse à situação da saúde no Brasil, lembrar e homenagear através da arte as pessoas que morreram. Assim, optamos por 100 barquinhos de papel, iluminados, com pontos de led”, explicou.
Roberto Freitas é ligado ao Instituto de Artes, que esse ano completa 60 anos de fundação e contou com a participação de colegas da instituição no projeto atual. A instalação no Largo dos Açorianos começou às 17 horas e foi concluída às 20 horas. Teve o apoio da Prefeitura de Porto Alegre que desligou o chafariz localizado dentro da água.
Como havia vento forte no inicio da instalação alguns barcos viraram, o que não atrapalhou a beleza do evento. Pessoas que passavam pelo local comentavam a originalidade do projeto, se aproximavam para falar com o artista enquanto crianças, encantadas, interagiam com a instalação, pegando e empurrando os barquinhos.
“Serviu como metáfora da vida, alguns barcos viram, outros não. É uma instalação efêmera, um pouco como a vida é. É a questão da temporalidade das coisas, elas têm seu tempo. Importante é que os artistas tragam suas criações para a rua, as pessoas apreciam e precisam disso, ainda mais em um momento como esse”, concluiu Freitas.
Higino Barros
No período de sete a 30 de junho, o Museu de Arte de Santa Maria apresentará no espaço Iberê Camargo a exposição “Deusas do Mundo” da artista visual Susane Kochhann.
Ao JÁ Porto Alegre ela explicou: “Essa exposição surgiu da minha busca de trabalhar com esse arquétipo feminino de mulher selvagem que tenho e toda mulher possui também. Em geral, as deusas conhecidas são as gregas. Pesquisei sobre deusas celtas, chinesas e etnias diferentes, inclusive uma índia brasileira. Na mostra cada uma terá um texto explicativo. Todas têm uma lado selvagem, que a gente se identifica, que está sendo confrontado agora por essa pandemia”.
No texto de divulgação da mostra Susane escreve:
“A exposição Deusas do Mundo é uma instalação artística múltipla e inquieta. O processo criativo possibilitou experimentos nas mais diversas formas de expressão – pintura, desenho, bordado, modelagem, corte e costura, cerâmica e escultura – e pouco a pouco gerou e ocupou espaços plurais, mentais, físicos, afetivos, entre outros.
A instalação de arte têxtil possui 20 peças vestíveis criadas a partir de representações de arquétipos femininos. A instalação como modo de apresentação dos trabalhos permite a contemplação da obra de arte, não como objeto, mas como uma situação, tornando o espaço expositivo possível para ser percorrido e sentido, valendo-se da experiência, onde o espectador poderá encontrar a sua própria vivência introspectiva.
O ofício artístico feito à mão é uma parte importante do trabalho e a história contada propõem uma reflexão sobre a nossa própria identidade, muitas vezes calada e abafada e por vezes, prejudicada por séculos de patriarcado e machismo, somadas a absorção das mais diversas problemáticas experiências do mundo e da vida contemporânea.
Cada peça representa uma leitura interpretativa e intuitiva a partir de uma ampla pesquisa bibliográfica de algumas deusas, – Baba Yaga, Lillith, Deméter, Perséfone, Iemanjá, Freya, e outras – materializadas no tecido, nas linhas e em diversos materiais encontrados na natureza.
E assim, convido o público a apreciar as obras com a mente livre de preconceitos e a se permitir um reencontro com o Self, com o Eu interior, pois o conjunto da obra permite que a observação seja múltipla, individual e sensível”.
https://www.facebook.com/susanne.kochhann/
https://www.facebook.com/museudeartesm
Instagram: susanekochhann
RESPOSTA: Susane Kochhann, nascida na cidade de Boa Vista do Buricá-RS em 1974 (47 anos). Formação acadêmica: Ciências Contábeis (2007), Artes Visuais (2016), Mestre em Engenharia de Produção na área de Qualidade e Produtividade (2011), realizou inúmeras exposições individuais e coletivas nacionais e internacionais. Atua profissionalmente como artista, gestora cultural e curadora.
Higino Barros
A terceira exposição a ocupar a Galeria Escadaria, no alto do viaduto Otávio Rocha, Centro Histórico de Porto Alegre, traz um tema que está na ordem do dia no Brasil e no mundo todo A proteção ao meio ambiente. Chama-se “Pantanal, a beleza ameaçada”. E não traz imagens da devastação realizada na região, ao longo dos tempos. E sim fotos da natureza, os animais e a paisagem exuberante que caracteriza o Pantanal.
É um olhar duplo, dos fotógrafos Daisson Flach e Douglas Fischer. No texto de apresentação da exposição, eles explicam a motivação do trabalho, cujo valores das vendas de fotos serão integralmente repassados a instituição Banco de Alimentos.
O curador da mostra, fotógrafo Marcos Monteiro e responsável pela Galeria da Escadaria, respondeu às perguntas enviadas por email pelo JÁ Porto Alegre.
PERGUNTA: Como defines a próxima exposição da Escadaria?
RESPOSTA: A Exposição Pantanal vem sendo planejada desde janeiro juntamente com o Douglas e o Daisson. As imagens retratam de forma brilhante esse mundo pouco conhecido que é o pantanal brasileiro .
PERGUNTA: Como tu conheceu o trabalho dos fotógrafos.RESPOSTA:
RESPOSTA: O Douglas Fischer é um amigo que conheço e admiro há alguns anos e o Daisson Flack me foi apresentado em janeiro e seu trabalho me impactou pela excelente qualidade artística.
A exposição, nas palavras dos seus autores:
Pantanal, a beleza ameaçada
“A exposição “Pantanal, a beleza ameaçada” nasce de uma grande e
longa e amizade, construída a partir de muitas afinidades, entre elas a
fotografia. Em 2018, decidimos que era o momento de realizar uma viagem com o objetivo específico de fotografar vida natural. O destino escolhido foi o Pantanal mato-grossense, maior planície alagável do mundo, com uma biodiversidade riquíssima, que se espalha pelos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, adentrando também território paraguaio e boliviano.
A primeira expedição, em 2018, levou-nos ao Parque Estadual do
Encontro das Águas, em Porto Jofre, ponto final da Transpantaneira, estrada- parque que inicia em Poconé, no Mato Grosso. Logo ao cruzar o portal da Transpantaneira, um grande e preguiçoso jacaré e um sobrevoo de araras azuis anunciou a força e a diversidade daquele maravilhoso, raro e frágil bioma brasileiro
Em uma curta expedição de quatro dias, fizemos cerca de doze
avistamentos de onças em ambiente natural. Deslizando de voadeira pelas
águas do rio Piquiri e seus corixos, encontramos vida, vida e mais vida, com
seus contrastes, seus tantos cantos e sons. Tudo ali, simplesmente existindo diante de fotógrafos extasiados. Não há como falar do Pantanal sem hipérboles, sem os clichês que acompanham o vislumbre de uma beleza que parece tão irreal, onírica.
Voltando para casa, com milhares de imagens feitas e outras milhares
na memória, tínhamos a certeza de que fora apenas a primeira visita nossa. E foi. No setembro seguinte, partimos para a nossa segunda incursão pelo pantanal. Entramos pelo Mato Grasso do Sul, explorando a região do Pantanal de Corumbá, mais especificamente as regiões do Passo do Lontra e Nhecolândia, andando pela Estrada-parque do Pantanal, na área banhada por águas do Rio Miranda.
Dessa vez, fomos recebidos na entrada da estrada por um sobrevoo de
colhereiros, com seus inconfundíveis bicos e plumagem rósea.
Toda a beleza e a potência da natureza pantaneira estava novamente lá,
mas havia um outro componente, tangível, perigoso, desolador: a fumaça
nublava o céu pantaneiro, o azul se diluía em cinzas. Na estrada, podíamos ver as queimadas nas fazendas, gaviões e aves de rapina em grande atividade, um estranho halo em torno do sol. Mais de uma vez a fumaça envolveu toda a paisagem. À noite, o noticiário trazia tristes notícias do fogo que vinha queimando extensas áreas, inclusive no parque que visitáramos um ano antes.
O fogo quando chega, queima tudo: a onça, o cervo, o gavião, a garça-moura, o macaco, o lobito, o tuiuiú, o cardeal, a capivara, a sucuri, o pato, a
biguatinhga, o tamanduá. A beleza tenta fugir e, aprisionada, sucumbe. Os que escapam, começam de novo, esperançosos na chuva que há de encher o Pantanal novamente e trazer esperança para tudo o que vem. Como milagre, a beleza rebrota, resiliente, o ar vai ganhando cores, mas as cicatrizes ficam. Essa exposição, realiza o sonho de soltar os bichos na urbe, ocupar a cidade com a beleza ameaçada, trazer aos olhos o que lá existe e precisa de cuidado. É o vislumbre de um Brasil de antes do Brasil, uma conexão íntima com a natureza pujante que persiste e grita.
Com a sensível curadoria de Marcos Monteiro, a exposição é aberta,
gratuita, democrática, livre e solidária. No coração de Porto Alegre, em um dos mais icônicos espaços públicos, o viaduto da Otávio Rocha, um convite ao olhar à sensibilidade e à urgente reflexão sobre o futuro dos biomas brasileiros e sobre a responsabilidade que temos em sua preservação.
“Pantanal, beleza ameaçada” é uma declaração de amor e um
manifesto.”
Daisson Flach e Douglas Fischer
Quem são:
Daisson Flach: Advogado, professor universitário, tem como temas
fotográficos prediletos natureza e música. Realiza sua exposição de estreia
Douglas Fischer, procurador regional da República, professor e fotógrafo, com ênfase em natureza e urbano.