Eliane Tonello lança “Layla e a uva”, em formato impresso e virtual, e quatro idiomas.

 

A escritora Eliane Tonello lançou no início de setembro o livro “Layla e a uva”, dirigida ao público infanto juvenil. Aqui ela responde sobre a obra e como tem sido fazer literatura em tempos de pandemia.

Higino Barros

Pergunta: Pelos anos 1980 decretaram a morte do livro impresso. Em 2020, você faz parte da geração que ainda acredita no livro impresso. Livro tem textura, cheiro e outros atrativos que o virtual não tem. Fale dessa opção pelo livro impresso, que já foi visto como um anacronismo.

Resposta: Sobre a ideia da morte anunciada do livro impresso em 1980, acredito que se perdeu no caminho. Percebo uma grande mudança no cenário atual, visto que há um respeito pela particularidade de cada leitor. Em 2020, a pandemia chegou e nos desafiou. Foi então que passei a fazer parte da geração que acredita no livro impresso e no livro virtual e publiquei nos dois formatos, a obra quadrilingue em um só livro
“Layla e a Uva”. O livro em formato e-book possibilitou um alcance maior, o leitor poderá acessar a loja da Amazon em diferentes partes do mundo, enquanto o impresso pode ser adquirido com a autora que o envia através da tele-entrega e pelo correio para todo o Brasil. Também aceita pedidos de empresas e instituições.

Pergunta: Voltada para o público infantil/juvenil, a obra pega todas as idades. Intenção era essa?

Resposta: A publicação da obra quadrilíngue em um só livro “Layla e a Uva” está encantando leitores do Brasil e exterior de todas as idades. Como a publicação ocorreu durante a pandemia, a intenção foi aproximar e reaproximar os membros da família de uma forma amorosa. Sem o contato com o mundo externo a personagem Layla nos encanta, utiliza a sua criatividade e apresenta o seu sonho em quatro idiomas. E você
leitor, tens algum sonho? Qual é? A personagem vive em diferentes cenários e cria uma espécie de ponte que possibilita aguçar memórias olfativas, sensoriais, auditivas e gustativas no leitor. Um resgate cultural e afetivo com experiências e percepções significativas que envolvem vínculos afetivos. Mais uma vez, a arte e a criatividade se apresentam como grandes aliados frente à saúde mental. A literatura nos prepara para
a vida e nos salva.

Pergunta:  A opção pelos quatros idiomas e o italiano empregado, da serra gaúcha. Como chegou a esse solução?

Resposta: Sou filha da cidade de Rondinha, norte da Serra Gaúcha. Tataraneta de descendentes Italianos vindos da Região de Vêneto – Província de Belluno e Trentino Alto Ágide- Província de Trento. Cresci no campo embaixo dos parreirais escutando o dialeto regional. E publicar a obra “Layla e a Uva” foi uma forma de dar continuidade às
gerações futuras e de mostrar ao mundo a cultura da Serra Gaúcha regada de afeto, sonhos e esperanças. Sem deixar de mencionar o bom suco e o excelente vinho.

 

Pergunta:  O papel da ilustração na concepção da obra. Como foi a escolha do artista e por quê ele?

Resposta: O encantamento com o trabalho do artista Emerson Falkenberg, após conhecer as ilustrações da obra de uma amiga, foi imprescindível para contatá-lo para este projeto. Emerson decifrou meus rabiscos e conseguiu condensar de forma precisa através das ilustrações o cenário que a personagem vivencia com tanta alegria junto com
familiares. A obra é um convite ao leitor para experienciar momentos repletos de afetos, sensações e cheiros. A impressão é que Emerson, ao mesmo tempo em que criava, vivia intensamente cada cena da obra.

Pergunta: Literatura em tempo de pandemia. Como tem sido a experiência para a obra chegar ao leitor.

Resposta: A literatura em tempos de pandemia conquistou um espaço significativo em minha vida. Houve uma aproximação calorosa e significativa com o leitor. Essa vivência eu não tive como leitora infanto-juvenil, quando a figura do escritor era de alguém distante.
A experiência de fazer a obra chegar ao leitor teve algumas particularidades, visto que o contato ocorre exclusivamente através das redes sociais. Isso permite um alcance maior e um contato mais íntimo. Houve reaproximações de amigos da infância e da juventude que permitiram relembrar de forma carinhosa e engraçada de situações
vividas, além de possibilitar novas amizades, sempre com uma boa conversa e infinitas trocas. Enfim, uma experiência afetuosa indescritível com o leitor que jamais teríamos se os livros fossem vendidos nas livrarias, salvo, o momento mágico que ocorre nas sessões de autógrafos. Essa experiencia virtual é nova na minha vida e acho interessante, pois tem
possibilidade de atingir um público maior. Seguimos nessa aposta!

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