Com 40 milhões de desempregados, EUA enfrentam agora onda de violência

Os protestos foram desencadeados pela morte do cidadão negro George Floyd por um policial branco de Minneapolis na segunda-feira (Foto Mark Vancleave / Star Tribune via Getty Images)

Com mais de 100 mil mortes e 1,7 milhão de casos confirmados, a pandemia do coronavírus atinge em cheio também a economia norte-americana.

Segundo o Departamento de Emprego, mais de 20 milhões de trabalhadores foram demitidos nos últimos dois meses, dobrando o número dos que buscam o seguro desemprego, o nível mais elevado no país em 70 anos.

Nesse ambiente tenso, uma onda de violência explodiu e desafia as autoridades. E a reação do presidente Donald Trump pode agravar ainda mais a situação.

“Quando o saque começa, o tiroteio começa.” A frase postada no twitter pelo presidente americano foi considerada uma incitação à violência policial e pode funcionar como um rastilho de pólvora na situação explosiva  que já atinge diversas cidades dos Estados Unidos, inclusive Nova York.

Começou com a morte de um homem negro, George Floyd,  por um policial branco na segunda-feira em Minneapolis, cidade de 425 mil habitantes no estado de Minnesota, onde já foi decretado Estado de Emergência.

Em Minneapolis, uma cidade grande no Minnesota, já são três noites de violência, com protestos, saques e incêndios.

Na noite desta quinta-feira, o prédio da polícia da cidade foi atacado e o governador do Estado, Tim Walz, pediu o auxílio da Guarda Nacional depois que as ruas de Minneapolis amanheceram com as chamas ainda vivas dos incêndios causados por manifestantes.

A polícia usou balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar aqueles que saqueavam negócios e queimavam pontos na cidade.

Walz disse em seu comunicado que apoia protestos pacíficos, mas que “infelizmente algumas pessoas se envolveram em atividades ilegais e perigosas” e que guardas e manifestantes “já foram feridos”.

“Não quero que os protestos sejam apenas por espetáculo”, disse Tara Brown, prima de Floyd, no programa This Morning, da rede CBS. “Isso foi claramente um assassinato. Queremos ver [os policiais] presos, acusados, condenados”, acrescentou.

Derek Chauvin, o policial branco que pressionou com o joelho o pescoço de Floyd durante vários minutos até deixá-lo inconsciente, e três outros policiais foram demitidos.

Os protestos organizados por movimentos que defendem os direitos dos afro-americanos, como o Black Lives Matter, se espalhou para outras cidades como Nova York, Columbos, Ohio, Memphis e Los Angeles.

Nesta última os manifestantes bloquearam uma estrada e quebraram janelas de algumas patrulhas policiais. Mas o maior grau de violência aconteceu nas ruas de Minneapolis, ao contrário da primeira noite, quando as pessoas saíram para protestar pacificamente.

O governador de Minnesota, Tim Walz, classificou a situação de “extremamente perigosa”.

O relatório policial explica que Floyd estava dentro de um carro quando foi preso e parecia drogado. Quando lhe ordenaram que saísse, “resistiu fisicamente”.

Um vídeo de vigilância divulgado na quinta-feira mostra o primeiro contato entre os policiais e o falecido. Um agente o escolta algemado para fora do carro e Floyd se senta na calçada sem revelar indícios de resistir à prisão.

“Não sou promotor, mas deixe-me ser claro: o policial que fez a prisão matou alguém”, disse o prefeito, que implorou à comunidade que mantivesse a paz e que a tragédia não gere mais tragédia. Também acrescentou que Floyd “estaria vivo hoje se fosse branco”.

Nota da Redação: Foi corrigido o número da população de Minneapolis, que integra uma região metropolitana com 3,5 milhões de habitantes 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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