O Partido dos Trabalhadores liberou seus filiados no segundo turno da eleição para o governo do RS, desde que não votem em Onix.
Significa que há uma tendência no eleitorado petista de anular o voto para não apoiar Eduardo Leite, que com sua agenda neo-liberal impõs pesadas derrotas ao partido.
A decisão do ex-governador de ficar neutro na disputa nacional entre Lula e Bolsonaro reforçou a rejeição.
Pesadas, porém, as consequências de um governo bolsonarisa no RS, é pouco provável que vingue a tese do voto nulo.
A esquerda terá que reconhecer que Eduardo Leite alcançou uma posição estratégica: é o que pode vencer o bolsonarismo no Rio Grande do Sul.
Se conseguir, será o primeiro governador reeleito, num Estado que não dá segunda chance a seus governantes.
Será um candidato natural à Presidência em 2026, quando terá 40 anos e será talvez um nome para uma chapa de coalisão que pode até envolver PSDB/ PT/PMDB, quem sabe.
Mas isso é conjetura. O concreto agora é que só ele pode barrar a possibilidade de um governo de Onyx Lorenzoni, que Bolsonaro define como “uma espécie de Coringa meu”.
É preciso lembrar a lição de Leonel Brizola em 1989, quando ficou fora do segundo turno por um percentual ínfimo e, imediatamente, declarou apoio a Lula, engolindo o “sapo barbudo”.