Lula no JN: a entrevista de um estadista

Lula mostrou na entrevista do Jornal Nacional porque é líder nas pesquisas para a Presidência da República, mantendo-se desde o início acima dos 40% das intenções de voto.

As perguntas foram óbvias e viciadas, o candidato, que busca o terceiro mandato presidencial, tirou de letra. Da Lava Jato ao Mensalão. “O que é o orçamento secreto?”

Quando o entrevistador questionou a aliança com Alckmin, “ainda não aceita por parte do PT”, rebateu: “Não estamos vivendo no mesmo mundo, Bonner”.  Quando Renata Vasconcelos  referiu-se às invasões de terras, recomendou que visitasse “uma das cooperativas  do MST”.

O discurso de Lula contém também uma boa dose de messianismo, como o de Ciro Gomes, com a diferença do arco de alianças que sustenta e dá viabilidade às propostas da chapa Lula-Alckmin.

Pode perder a eleição? A política é cruel. Mas se o país precisa de um estadista, ele está pronto.

 

Um comentário em “Lula no JN: a entrevista de um estadista”

  1. A política é cruel. Mas se o país precisa de um criminoso condenado em três instâncias, ele está pronto. “Não aconteceu nada. Não houve nada. Não sei de nada. Nada. Não erramos nada. Os fatos? Nada. O passado não foi nada. O Brasil não viu nada. Resumo de tudo: nada”. como escreveu o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ironizando as falas do ladrão que admitiu que houve corrupção durante o período dos governos petistas, mas fugiu de questionamentos sobre como combateria desvios de recursos em um eventual terceiro mandato. Lula, o corrupto condenado, foi previsível. Manteve o tom apelativo de entrevistas anteriores, colocando-se como vítima de um improvável conluio judicial que envolveu 4 instâncias do Judiciário, da base à cúpula do Ministério Público e centenas de policiais e auditores. O tema “Lava Jato” consumiu meia dúzia de perguntas de William Bonner e Renata Vasconcellos, que, apesar da insistência no assunto, se mantiveram na superfície do esquema de corrupção capitaneado pelo petista, sem explorar as contradições do candidato. Depois que os brilhantes Bonner e Renata suavizaram o tom deixando o clima mais ameno, o ladrão usou o JN como palanque e mentiu como nunca antes na história deste país, sem ser desmentido.
    Em resumo, Lula vendeu pela enésima vez a ideia surrada de que a corrupção em seu governo foi investigada e que nunca teve nada a ver com as indicações dos corruptos que dilapidaram a Petrobras ou com a compra de apoio no Congresso e tantos outros escândalos (Satiagraha, Castelo de Areia etc.), investigados sim e enterrados também.
    A impressão geral com a fala do ladrão foi que o governo de Lula não foi de Lula, pelo menos a parte ruim. Foi de um amigo, provavelmente, como nos casos do triplex e do sítio de Atibaia. O ex-presidente corrupto também nunca poderia ser responsabilizado pela recessão decorrente do abandono do tripé macroeconômico e da contabilidade criativa de sua pupila. Talvez isso tenha acontecido em outro Brasil, não no Brasil de Lula, onde mulher não apanha e a imprensa deve ser livre — regulação é coisa do amigo.
    O Lula da sabatina do JN também nunca estimulou a polarização política.
    Na verdade, o “nós contra eles” seria apenas uma coisa boba de “torcida organizada”, mas sem a violência. Afinal, na política é preciso tratar o outro como adversário, nunca como inimigo. A polarização é até uma coisa boa, existe em toda parte, menos “no Partido Comunista Chinês e no Partido Comunista Cubano”.
    Ah, sim. O MST do Lula, segundo ele mesmo, nunca invadiu uma terra produtiva na vida. Deve ter sido outro.

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