Primeira condenação de Bolsonaro, por ofensas a jornalistas

Bolsonaro com o empresário Jorge Gerdau | Foto: Isac Nóbrega/PR

Por Márcia Turcato

Por atacar jornalistas, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro foi condenado pela Justiça de São Paulo a pagar uma indenização de R$ 50 mil, destinada ao Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos, que representa a sociedade brasileira.

O valor é baixo, mas de alto significado.

Essa é a primeira condenação de Bolsonaro após deixar a Presidência e é resultado de uma ação civil pública movida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) por conta das ofensas de Bolsonaro contra jornalistas.

A juíza Tamara Hochgreb Matos, da 24 Vara Cível de São Paulo, proferiu a primeira decisão  em junho de 2022. Em segunda instância, na quinta-feira (25), foi mantida por unanimidade a condenação de Bolsonaro.

Os desembargadores modificaram apenas o valor da indenização de R$ 100 mil para R$ 50 mil. O advogado Raphael Maia, coordenador jurídico do SJSP, fez a sustentação oral em favor do Sindicato.

O advogado argumentou que Bolsonaro “de forma hostil, desrespeitosa e humilhante, com a utilização de violência verbal, palavras de baixo calão, expressões pejorativas, homofóbicas, xenófobas e misóginas, que extrapolam  seu direito à liberdade de expressão, importam assédio moral coletivo contra toda a categoria de jornalistas, atentando também contra a própria liberdade de imprensa e a democracia”.

Na sentença, a juíza mencionou as declarações homofóbicas, machistas e de gênero proferidas por Bolsonaro  durante a sua gestão. “Ao ofender a reputação e a honra subjetiva de jornalistas, insinuando que mulheres somente podem obter um furo jornalístico se seduzirem alguém, fazer uso de piadas homofóbicas e comentários xenófobos, expressões vulgares e, pior, ameaçar e incentivar seus apoiadores a agredir jornalistas, o réu manifesta, com violência verbal, seu ódio, desprezo e intolerância contra os profissionais da imprensa, desqualificando-os e desprezando-os, o que configura manifesta prática de discurso de ódio”.

De acordo com levantamento feito pela Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), o ex-presidente Jair Bolsonaro, junto com seus apoiadores, foi o principal agressor a jornalistas.

O estudo, divulgado em janeiro de 2022, mostra 147 casos de agressão a jornalistas praticados por Bolsonaro, foram ameaças, palavrões, ataques machistas e episódios de descredibilização dos meios de comunicação e dos profissionais de imprensa.

 

Um comentário em “Primeira condenação de Bolsonaro, por ofensas a jornalistas”

  1. Não sou bolsonarista. Bolsonaro, para mim, é passado. MAS … jornalistas deixaram de ser uma classe isenta para se tornarem militantes esquerdistas há muito tempo. Deixaram de informar com isenção. Hoje, acredito que a maioria esmagadora deles sejam apenas porta-vozes do PT e seus partidos satélites. E a culpa é de quem? dos leitores atentos às mentiras da imprensa ? Acham que não notamos a ausência de críticas ao governo, aos desmandos do poder judiciário e “otras cositas mas”? Essa senhora escrivinhadora, Márcia, por exemplo: só falta tatuar PT no braço direito, PCdoB no braço esquerdo , PSOL na coxa direita , Stalin, Lenin, Fidel, Che, Mao, Ho chi Min e outros no restante do seu corpo senil.
    A verdade é que as pessoas estão fartas com a falta de vergonha na cara daqueles que algum dia foram formadores de opinião e que hoje não merecem sequer um mínimo de nossa consideração.

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