Foi marcada por manifestações de protesto e muitas vaias a apresentação do projeto para revitalizar o Cais Mauá, o sítio mais icônico de Porto Alegre, onde nasceu a cidade,
“Os moradores não foram ouvidos”, foi o bordão repetido por quase todos que se manifestaram. Foi citada a carta aberta de 62 entidades protocolada no gabinete do governador pedindo uma audiência no ano passado.
“O governo não respondeu e não mandou representante na audiência realizada na Assembléia Legislativa”, acrescentou a deputada Sofia Cavedon, da Frente Parlamentar em Defesa do Cais Mauá.
O projeto foi apresentado em audiência pública promovida pelo governo do Estado, nesta quinta-feira, 28, no auditório do Centro Administrativo.
Um consórcio de oito empresas, contratado pelo BNDES, trabalhou dez meses na formatação da proposta (o Master Plan) apresentada na audiência. Com algumas alterações e maior detalhamento, é o mesmo projeto apresentado no Palácio Piratini, em novembro do ano passsado.
A exposição em power point foi feita por João Lauro de Matos, representante da empresa líder do consórcio Revitaliza, a Patrinvest, cuja especialidade é “transformar investimentos imobiliários em alternativas viáveis de inquestionável rentabilidade e segurança”.
Ele disse que o modelo concebido para sustentar a revitalização do antigo porto, que tem bens tombados pelo patrimônio público, é uma “PPP com contraprestação imobiliária”.
Significa que parte da área, de 180 mil metros quadrados, será concedida para exploração comercial e parte será vendida para incorporações imobiliária.
A área dos armazéns e os prédios públicos será concessão por 30 anos. Os terrenos das docas, que correspondem a 65 mil metros quadrados, um terço do total, serão vendidos para a construção de prédios residenciais e comerciais: hotél, salas comerciais e 900 apartamentos, para estimados 2.700 moradores.
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