China corta subsídios para energia limpa e prioriza o carvão

Depois de ter superado suas metas em energias renováveis, a China muda o planejamento energético para o país.
Os subsídios para energia solar, que duraram mais de uma década, foram cortados em 2018, e os incentivos para energia eólica sendo reduzidos. O crescimento desordenado fez o governo recuar.
No mês passado o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse que o carvão é área prioritária.
A China é o maior produtor mundial. De 60% a 70% da energia consumida na China vêm de usinas a carvão mineral, e novas usinas vem sendo construídas.
As  políticas para as energias renováveis incluem só construir mais solar e eólica se o preço da energia puder competir com o carvão.
O investimento chinês em energia limpa no primeiro semestre deste ano foi 39% menor que no mesmo período de 2018.
A realidade começou a mudar há dois anos. Caiu de  76 bilhões de dólares no primeiro semestre de 2017 para 29 bilhões de dólares no primeiro semestre deste ano. Os dados estão no relatório da Bloomberg New Energy Finance divulgado esta semana.
A chinesa Yingli Solar, que já foi a maior fabricante de painéis solares do mundo em 2012 e 2013, com exportações para todos os continentes, está insolvente. Teve vinte mil funcionários, hoje são seis mil.
A crise já ficou evidente em 2016, quando não conseguiu pagar um empréstimo de 270 milhões de dólares. Endividada, não resistiu à queda dos preços dos painéis. Os cortes recentes do governo chinês só agravaram o problema.
Em 2018, a Yingli foi excluída da Bolsa de Valores de Nova York. Sua capitalização já não alcançava o limite mínimo de 50 milhões de dólares para participar. A sede da Yingli fica em Baoding, a cidade mais poluída do país. Por sediar muitos fabricantes de painéis solares, intitulou-se Vale da Energia.
(Fonte: Bloomberg/Financial Times/Valor)
 

Deixe uma resposta