Quilombo da Anastácia, em Viamão, é reconhecido pelo governo federal

Dona Berenice Gomes de Deus, uma das lideranças da comunidade quilombola. Foto: Ramiro Sanchez

O governo federal reconheceu, ontem, dia 20, no Dia Nacional da Consciência Negra, o direito de 29 comunidades quilombolas regularizar suas terras, incluindo o Quilombo da Anastácia, um dos três existentes em Viamão: 16 famílias ganharam o direito à propriedade de pouco mais de 64 hectares.

O reconhecimento da área na região metropolitana veio depois de 15 anos, tempo em que o processo de regularização fundiária tramitou no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

Foram realizados estudos de identificação e delimitação, e um relatório técnico foi aprovado pela sede regional do instituto, indicando o direito à titulação.

No entanto, a empresa catarinense produtora de arroz contestou o laudo, reivindicando a propriedade de parte das terras onde está o quilombo e o recurso teve que aguardar julgamento pelo Conselho Diretor do Incra, em Brasília.

Berenice Gomes de Deus, artesã e uma das lideranças da comunidade, é neta de Anastácia de Oliveira Reis, que dá nome ao quilombo, e bisneta de Hortência Marques de Oliveira, que viveu como escrava naquela região da Estância Grande.

Confira reportagem aqui: 

Quilombo da Anastácia: uma rotina de ameaças em 15 anos de espera