Livro Nosso Pampa Desconhecido, da Zoobotânica, é finalista do Prêmio Jabuti

A Câmara Brasileira do Livro divulgou resultados da primeira fase da mais importante premiação literária do País, na terça-feira, 03/10.
Nosso Pampa Desconhecido, livro organizado por pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, e lançado no ano passado, ficou entre os dez finalistas na categoria Ciências da Natureza, Meio Ambiente e Matemática, do Prêmio Jabuti 2017 (Confira a lista completa abaixo).
A obra, com 208 páginas, foi organizada pelos biólogos Glayson Bencke e Luiza Chomenko e está muito bem ilustrada, com fotos do jornalista e fotógrafo Adriano Becker. Pode ser lido aqui.
Aborda as paisagens, a biodiversidade, a cultura e as atividades produtivas do Pampa. Mostra sua gente e seu cotidiano.

Noivinhas-do-rabo-preto em Lavras do Sul, espécie endêmica do pampa e globalmente ameaçada/Adriano Becker

A obra ainda destaca a pecuária a pasto nativo como vocação natural da região e grande trunfo para alcançar o seu desenvolvimento sustentável. Revela um Pampa que por vezes já deixa saudades ou apenas lembranças de épocas passadas, das quais nos dá testemunho o seu patrimônio arquitetônico.
Retrata um Pampa que, tendo-se formado ao longo de milhões de anos, agora é transformado a cada dia. Todo esse trabalho tem um objetivo: despertar um novo olhar sobre o Pampa gaúcho.
O gaúcho e a atividade pecuária na vastidão do Pampa/Adriano Becker

Na 59ª edição do prêmio, foram 2.346 inscritos, então, foram selecionados os finalistas em 29 categorias. Duas delas são inéditas, neste ano de 2017, o Jabuti também irá premiar nas categorias de histórias em quadrinhos e livro brasileiro publicado no exterior.
A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada em 30 de novembro, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.
RS Biodiversidade
O livro integra o projeto Conservação da Biodiversidade como Fator de Contribuição ao Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (RS Biodiversidade), financiado pelo Global Environment Facility – GEF por meio do Banco Mundial – BIRD, com doação de US$ 5 milhões e contrapartida do Estado de US$ 6,1 milhões.
O projeto executou um conjunto de ações com objetivo de promover a conservação e a recuperação da biodiversidade mediante o gerenciamento integrado dos ecossistemas e a criação de oportunidades para o uso sustentável dos recursos naturais, com vistas ao desenvolvimento regional, promovendo a incorporação do tema nas instituições e comunidades envolvidas.
A coordenação geral esteve sob responsabilidade da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e coordenadores técnicos dos órgãos coexecutores, FZB – Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental “Henrique Luiz Roessler”, EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo do Rio Grande do Sul e TNC – The Nature Conservancy do Brasil.
Os autores organizadores
Luiza Chomenko é Mestre em Ecologia e Doutora em Biogeografia. Pesquisadora da Seção de Conservação e Manejo do Museu de Ciências Naturais, da FZB, até 2016. Agora, trabalha no Departamento de Unidades de Conservação, da Sema. Integra a Mesa Diretiva da Alianza del Pastizal.
Glayson Ariel Bencke é Mestre em Zoologia. Pesquisador do Setor de Ornitologia do Museu de Ciências Naturais, da FZB. Coordenou a elaboração e revisão da lista das espécies da fauna ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul. É colaborador da Alianza del Pastizal.
Confira, abaixo, a lista com os indicados: 
ADAPTAÇÃO
​Título: A Casa à Beira do Abismo – Autor(a): Autor: William Hope Hodgson / Tradução e Adaptação: Heloisa Prieto e Victor Scatolin – Editora: Papirus 7 Mares
Título: A Ilha do Tesouro – Autor(a): Rodrigo Machado – Editora: FTD Educação
Título: As Aventuras de Sargento Verde – Autor(a): Helena Gomes – Editora: Editora Biruta
Título: Branca de Neve – Autor(a): Gil Veloso – Editora: Editora Pulo do Gato
Título: Cordéis de Arrepiar Europa – Autor(a): Marco Haurélio – Editora: Editora IMEPH
Título: Duas Lendas Indígenas de Amor – Autor(a): Fernando Paixão – Editora: Editora IMEPH
Título: O Príncipe Desencantado – O Dia em que Chapeuzinho Vermelho desencalhou – Autor(a): Mônica Martins – Editora: Scortecci Editora
Título: Romeu e Julieta – Autor(a): Walcyr Carrasco – Editora: Editora Moderna
Título: Samba de uma noite de Verão – Autor(a): Renato Forin Jr. – Editora: KAN Editora
Título: Viagens de Gulliver – Autor(a): Ronaldo Simões Coelho – Editora: FTD Educação
CIÊNCIAS DA NATUREZA, MEIO AMBIENTE E MATEMÁTICA 
Título: A espiral da morte – Autor(a): Claudio Angelo – Editora: Companhia das Letras
Título: A simples beleza do inesperado – Autor(a): Marcelo Gleiser – Editora: Record
Título: Abelhas sem ferrão do Brasil – Autor(a): Marilda Cortopassi Laurino e Paulo Nogueira-Neto – Editora: Editora da Universidade de São Paulo
Título: Abrolhos – Terra e Mar – Autor(a): Rafael Duarte e Jaime Portas Vilaseca – Editora: Bambalaio
Título: Energia e Sustentabilidade – Autor(a): Arlindo Philippi Jr, Lineu Belico dos Reis – Editora: Editora Manole
Título: Nosso Pampa Desconhecido – Autor(a): Luiza Chomenko e Glayson Ariel Bencke – Editora: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
Título: O Universo Escuro – Autor(a): Larissa Carlos de Oliveira Santos – Editora: Editora Kiron
Título: Os cientistas da minha formação – Autor(a): Mario Novello – Editora: Editora Livraria da Física
Título: Plantas e civilização: fascinantes histórias da etnobotânica – Autor(a): Luiz Mors Cabral – Editora: Edições de Janeiro
Título: Um Pouco da Física do Cotidiano: Se o ar quente sobe, por que é frio nas montanhas e quente no litoral? – Autor(a): Otaviano Helene – Editora: Editora Livraria da Física
ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, NEGÓCIOS, TURISMO, HOTELARIA E LAZER
Título: A crise de crescimento do Brasil – Autor(a): Fundação Getúlio Vargas – FGV/IBRE – Regis Bonelli e Fernando Veloso (Orgs.) – Editora: Elsevier Editora
Título: A crise fiscal e monetária Brasileira – Autor(a): Edmar Bacha – Editora: Civilização Brasileira
Título: Anatomia de um desastre – Autor(a): Claudia Safatle, João Borges e Ribamar Oliveira – Editora: Companhia das Letras
Título: Brasil Saúde Amanhã: População, Economia e Gestão – Autor(a): Paulo Gadelha, José Carvalho de Noronha, Sulamis Dain, Telma Ruth Pereira (organizadores) – Editora: Editora Fiocruz
Título: Como matar a Borboleta-azul: Uma Crônica da era Dilma – Autor(a): Monica Baumgarten de Bolle – Editora: Intrínseca
Título: Executivos Negros: Racismo e Diversidade no Mundo Empresarial – Autor(a): Pedro Jaime – Editora: Editora da Universidade de São Paulo
Título: Finanças Públicas – Autor(a): Felipe Salto e Mansueto Almeida – Editora: Editora Record
Título: Monitoramento e Avaliação de Programas Sociais: Uma Introdução aos Conceitos e Técnicas – Autor(a): Paulo de Martino Jannuzzi – Editora: Alínea
Título: O Tempo de Keynes e os Tempos do Capitalismo – Autor(a): Luiz Gonzaga Belluzzo – Editora: Editora Contracorrente
Título: Por que fazemos o que fazemos? – Autor(a): Mario Sergio Cortella – Editora: Planeta
ILUSTRAÇÃO
Título: A Saga do Iconoclasta Zé Ferino – Ilustrador(a): Horácio Gama – Editora: SESI-SP Editora
Título: De A a Z, Eróticas – Ilustrador(a): Caio Borges – Editora: Laranja Original
Título: Knispel: Retrospectiva 1950-2015 – Ilustrador(a): Gershon Knispel – Editora: Editora Maayanot
Título: Macunaíma – Ilustrador(a): Mariana Zanetti – Editora: FTD Educação
Título: Mãe – Ilustrador(a): Anna Cunha – Editora: Miguilim
Título: Orgia dos Loucos – Ilustrador(a): Mariana Fujisawa – Editora: Editora Kapulana
Título: Outras Meninas – Ilustrador(a): Manu Cunhas – Editora: Independente
Título: Plantas e Civilização: Fascinantes Histórias da Etnobotânica – Ilustrador(a): Carol Engel – Editora: Edições de Janeiro
Título: Pó de Lua nas Noites em Claro – Ilustrador(a): Clarice Freire – Editora: Intrínseca
Título: Rio Sketchbook – Ilustrador(a): Eduardo Bajzek – Editora: Marte Cultura e Educação
JUVENIL
Título: A Menina dos Sonhos de Renda – Autor(a): Marília Lovatel – Editora: Editora Moderna
Título: Cecília que Amava Fernando – Autor(a): Caio Riter – Editora: Editora da Cidade
Título: Dentro de Mim Ninguém Entra – Autor(a): José Castello – Editora: Berlendis & Vertechia
Título: Heróis e suas jornadas – 10 Contos Mitológicos – Autor(a): Rosana Rios – Editora: Editora Melhoramentos
Título: Lua de Vinil – Autor(a): Oscar Pilagallo – Editora: Companhia das Letras
Título: O Caderno da Avó Clara – Autor(a): Susana Ventura – Editora: SESI-SP Editora
Título: O Mágico do Barro Preto – Autor(a): Tiago de Melo Andrade – Editora: Editora Melhoramentos
Título: Quando Tudo Muda – Autor(a): Regina Drummond e Shirley Souza – Editora: Panda Books
Título: Um Grito de Liberdade – A saga de Zumbi dos Palmares – Autor(a): Álvaro Cardoso Gomes e Rafael Lopes de Sousa – Editora: Editora Moderna
Título: Vozes Ancestrais – Autor(a): Daniel Munduruku – Editora: FTD Educação
LIVRO BRASILEIRO PUBLICADO NO EXTERIOR
Título: A Cup Of Rage – Autor(a): Raduan Nassar – Editora: Penguin Random House Uk – Editora Internacional: Penguin Random House Uk
Título: Ancient Tilage – Autor(a): Raduan Nassar – Editora: Penguin Random House Uk – Editora Internacional: Penguin Random House Uk
Título: Atención al Nacimiento Humanizado – Basado en Evidencias Científicas – Autor(a): Hugo Sabatino – Editora: Oliver Print S.a. – Editora Internacional: Oliver Print
Título: Brasil – Una Biografia – Autor(a): Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling – Editora: Penguin Random House Grupo Editorial – Editora Internacional: Penguin Random House Grupo Editorial
Título: Broda Zalana Krwia – Autor(a): Daniel Galera – Editora: Rebis – Editora Internacional: Rebis
Título: El Vuelo de Madrugada – Autor(a): Sérgio Sant’anna – Editora: Hueders – Editora Internacional: Hueders
Título: Enigmas of Spring – Autor(a): João Almino – Editora: Dalkey Archive Press – Editora Internacional: Dalkey Archive Press
Título: Mijn Duitse Broer – Autor(a): Chico Buarque – Editora: Penguin Random House Uk – Editora Internacional: De Bezige Bij
Título: Vég – Autor(a): Fernanda Torres – Editora: Libri Kiadó – Editora Internacional: Libri Kiadó
Título: Xangô Z Baker Street – Autor(a): Jô Soares – Editora: Rebis – Editora Internacional: Rebis
PSICOLOGIA, PSICANÁLISE E COMPORTAMENTO
Título: A Clínica Psicanalítica em Face da Dimensão Sociopolítica do Sofrimento – Autor(a): Miriam Debieux Rosa – Editora: Editora Escuta
Título: A Paciente, a Analista e o Dr. Green: Uma Aventura Psicanalítica – Autor(a): Silvia Lobo e Cristina M. Bassi – Editora: Zagodoni
Título: Amar a Si Mesmo e Amar o Outro. Narcisismo e Sexualidade na Psicanálise Contemporânea – Autor(a): Joel Birman et al. – Editora: Zagodoni
Título: Combate à Vontade de Potência – Autor(a): Marcelo Checchia – Editora: Annablume
Título: De que Cor Será Sentir? : Método Psicanalítico na Psicose – Autor(a): Marina de Oliveira Costa – Editora: Manole Editora
Título: Desafios Atuais das Práticas em Hospitais e nas Instituições de Saúde – Autor(a): Michele Kamers, Heloísa Helena Marcon e Maria Lívia Tourinho Moretto (orgs.) – Editora: Editora Escuta
Título: Ditadura Civil-militar no Brasil. O que a Psicanálise tem a Dizer – Autor(a): Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes e Flávio Carvalho Ferraz (orgs.) – Editora: Editora Escuta / Sedes Sapientiae
Título: Fragmentos – sobre o que se escreve de uma psicanálise – Autor(a): Luciana K. P. Salum – Editora: Iluminuras
Título: O Adolescente e a Internet: Laços e Embaraços no Mundo Virtual – Autor(a): Cláudia Prioste – Editora: Editora da Universidade de São Paulo / FAPESP
Título: O Terceiro Tempo do Trauma – Autor(a): Eugênio Canesin Dal Molin – Editora: Editora Perspectiva
ROMANCE
Título: A Tradutora – Autor(a): Cristovão Tezza – Editora: Record
Título: Como se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas – Autor(a): Elvira Vigna – Editora: Companhia das Letras
Título: Descobri que Estava Morto – Autor(a): J. P. Cuenca – Editora: Tusquets
Título: Machado – Autor(a): Silviano Santiago – Editora: Companhia das Letras
Título: O Marechal de Costas – Autor(a): José Luiz Passos – Editora: Companhia das Letras
Título: O Tribunal da Quinta-feira – Autor(a): Michel Laub – Editora: Companhia das Letras
Título: Outros Cantos – Autor(a): Maria Valéria Rezende – Editora: Companhia das Letras
Título: Simpatia Pelo Demônio – Autor(a): Bernardo Carvalho – Editora: Companhia das Letras
Título: Soy Loco Por Ti America – Autor(a): Javier Arancibia Contreras – Editora: Companhia das Letras
Título: Tristorosa – Autor(a): Eugen Weiss – Editora: @linkeditora
ADAPTAÇÃO
Título: A Casa à Beira do Abismo – Autor(a): Autor: William Hope Hodgson / Tradução e Adaptação: Heloisa Prieto e Victor Scatolin – Editora: Papirus 7 Mares
Título: A Ilha do Tesouro – Autor(a): Rodrigo Machado – Editora: FTD Educação
Título: As Aventuras de Sargento Verde – Autor(a): Helena Gomes – Editora: Editora Biruta
Título: Branca de Neve – Autor(a): Gil Veloso – Editora: Editora Pulo do Gato
Título: Cordéis de Arrepiar Europa – Autor(a): Marco Haurélio – Editora: Editora IMEPH
Título: Duas Lendas Indígenas de Amor – Autor(a): Fernando Paixão – Editora: Editora IMEPH
Título: O Príncipe Desencantado – O Dia em que Chapeuzinho Vermelho desencalhou – Autor(a): Mônica Martins – Editora: Scortecci Editora
Título: Romeu e Julieta – Autor(a): Walcyr Carrasco – Editora: Editora Moderna
Título: Samba de uma noite de Verão – Autor(a): Renato Forin Jr. – Editora: KAN Editora
Título: Viagens de Gulliver – Autor(a): Ronaldo Simões Coelho – Editora: FTD Educação
ARQUITETURA, URBANISMO, ARTES E FOTOGRAFIA
Título: A Modernidade Impressa: Artistas Ilustradores da Livraria do Globo – Porto Alegre – Autor(a): Paula Ramos – Editora: Editora da UFRGS
Título: Carlos Leão – Arquitetura – Autor(a): Jorge Czajkowski e Roberto Conduru – Editora: Bazar do Tempo / Dois Um
Título: Desenho da Utopia – Autor(a): Ruy Teixeira e Jayme Vargas – Editora: Editora Olhares
Título: Guia da Arquitetura do Rio de Janeiro / Rio de Janeiro Architectural Guide – Autor(a): Maria Helena Salomon, Gustavo Rocha-Peixoto, Marcos Moraes de Sá, Farès El-Dahdah, Mozart Vitor Serra, Claudia Carvalho, Claudia Brack, Carlos Eduardo Comas – Editora: Bazar do Tempo
Título: Jayme C. Fonseca Rodrigues: Arquiteto – Autor(a): Hugo Segawa – Editora: BEI Editora
Título: João Kon, Arquiteto – Autor(a): Abilio Guerra, Luis Espallargas Gimenez, Fernando Serapião, Nelson Kon – Editora: Romano Guerra Editora
Título: Lentes da Memória: A descoberta da fotografia de Alberto de Sampaio (1888-1930) – Autor(a): Adriana Martins Pereira – Editora: Bazar do Tempo
Título: Marcel Gautherot, Fotografias – Autor(a): Samuel Titan Jr e Sergio Burgi – Editora: IMS
Título: Millôr: obra gráfica – Autor(a): Cássio Loredano, Julia Kovensky e Paulo Roberto Pires – Editora: IMS
Título: Pasolini, do neorrealismo ao cinema poesia – Autor(a): Davi Kinski – Editora: Laranja Original
BIOGRAFIA
Título: Caio Prado Júnior: Uma biografia política – Autor(a): Luiz Bernardo Pericás – Editora: Boitempo
Título: Diário de Francisco Brennand: O nome do livro e o nome do outro – Autor(a): Francisco Brennand – Editora: Inquietude Brennand Fortes Produções Culturais
Título: Diários da Presidência 1997 – 1998 (volume 2) – Autor(a): Fernando Henrique Cardoso – Editora: Companhia das Letras
Título: Enquanto Houver Champanhe, Há Esperança: Uma biografia de Zózimo Barrozo do Amaral – Autor(a): Joaquim Ferreira dos Santos – Editora: Intrínseca
Título: Frei Betto: biografia – Autor(a): Américo Freire e Evanize Sydow – Editora: Civilização Brasileira
Título: Jango e eu: Memórias de um exílio sem volta – Autor(a): João Vicente Goulart – Editora: Civilização Brasileira
Título: Rita Lee, uma autobiografia – Autor(a): Rita Lee – Editora: Globo Livros
Título: Roberto Civita: O dono da banca – Autor(a): Carlos Maranhão – Editora: Companhia das Letras
Título: Xica da Silva: a Cinderela Negra – Autor(a): Ana Miranda – Editora: Record
Título: Yara Amaral: A operária do teatro – Autor(a): Eduardo Rieche – Editora: Tinta Negra Bazar Editorial
CIÊNCIAS HUMANAS
Título: A desordem mundial – Autor(a): Luiz Alberto Moniz Bandeira – Editora: Civilização Brasileira
Título: A Grande Estratégia do Brasil – Discursos, Artigos e Entrevistas da Gestão no Ministério da Defesa (2011-2014) – Autor(a): Celso Amorim – Editora: Unesp
Título: A Nervura do Real II – Autor(a): Marilena Chaui – Editora: Companhia das Letras
Título: A palavra no espelho – os reflexos da imagem no barroco mineiro – Autor(a): Cristina Ávila – Editora: ICAM – Instituto Cultural Amilcar Martins
Título: A radiografia do golpe: entenda como e por que você foi enganado – Autor(a): Jessé Souza – Editora: Leya
Título: A tentação fascista no Brasil: Imaginário de dirigentes e militares – Autor(a): Hélgio Trindade – Editora: Editora da UFRGS
Título: Ciclos anuais no Rio Tiquié – pesquisas colaborativas e manejo ambiental no noroeste Amazônico – Autor(a): Aloisio Cabalzar – Editora: Instituto Socioambiental
Título: Novas faces da vida nas ruas – Autor(a): Taniele Rui, Mariana Martinez e Gabriel Feltran (orgs.) – Editora: EDUFSCAR
Título: Peter Hansen Hajstrup – Viagem ao Brasil (1644-1654) – Autor(a): Benjamin Nicolaas Teensma, Bruno Romero Ferreira Miranda e Lucia Furquim Werneck Sodré (organizadores) – Editora: Cepe Editora
Título: Rei do Congo – Autor(a): José Ramos Tinhorão – Editora: Editora 34
Título: Trópicos Utópicos – Autor(a): Eduardo Giannetti – Editora: Companhia das Letras
DIREITO
Título: A “tradução” de Lombroso na Obra de Nina Rodrigues: O racismo como base estruturante da Criminologia Brasileira – Autor(a): Luciano Góes – Editora: Revan
Título: A Performance no Direito Tributário – Autor(a): Luciano Gomes Filippo – Editora: Almedina
Título: As Marcas do Cárcere – Autor(a): Leandro Ayres França – Editora: IEA Editora
Título: Comentários ao Código de Processo Civil – Coleção Completa 17 Volumes – Autor(a): Diretor: Luiz Guilherme Marinoni, Coords.: Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero – Editora: Revista dos Tribunais
Título: Controle judicial de uma administração pública complexa: A experiência estrangeira na Adaptação da Intensidade do Controle – Autor(a): Eduardo Jordão – Editora: Malheiros
Título: História Oral do Supremo – Autor(a): Fernando de Castro Fontainha, Marco Aurélio Vannucchi Leme de Mattos, Carlos Victor Nascimento dos Santos – Editora: FGV Direito Rio
Título: Jurimetria: Como a estatística pode reinventar o Direito – Autor(a): Marcelo Guedes Nunes – Editora: Thomson Reuters
Título: O Direito Penal da Guerra às Drogas – Autor(a): Luis Carlos Valois – Editora: Editora Dplácido
Título: Os Direitos da Mulher e da Cidadã por Olímpia de Gouges – Autor(a): Dalmo de Abreu Dallari – Editora: Saraiva
Título: Teoria da Argumentação Juridica – Autor(a): Fábio Shecaira e Noel Struchiner – Editora: Contraponto Editora
EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA 
Título: A Instrução Pública nas Vozes dos Portadores de Futuros (Brasil – Séculos XIX e XX) – Autor(a): Carlos Monarcha – Editora: EDUFU
Título: A Maior Zoeira na Escola: Experiências Juvenis na Periferia de São Paulo – Autor(a): Alexandre Barbosa Pereira – Editora: Editora UNIFESP
Título: Alfabetização: A questão dos métodos – Autor(a): Magda Soares – Editora: Editora Contexto
Título: Currículos Integrados no Ensino Médio e na Educação Profissional: Desafios, Experiências e Propostas – Autor(a): Francisco de Moraes e José Antonio Küller – Editora: Editora Senac São Paulo
Título: Diversidade na Educação. Implicações Curriculares – Autor(a): Alípio Casali e Suely Dulce de Castilho – Editora: EDUC – Editora da PUC-SP
Título: Educação Física e Esporte no Século XXI – Autor(a): Wagner Wey Moreira e Vilma L. Nista-piccolo (orgs.) – Editora: Papirus Editora
Título: Educação Inclusiva: Para todos ou para cada um? Alguns paradoxos (in)convenientes – Autor(a): Kelly Cristina Brandão da Silva – Editora: Editora Escuta
Título: Educação Média Profissional no Brasil: Situação e Caminhos – Autor(a): Simon Schwartzman – Editora: Fundação Santillana
Título: História da Alfabetização no Brasil – Autor(a): Maria Luiza Marcílio – Editora: Editora da Universidade de São Paulo
Título: Histórias de Pedagogia, Ciência e Religião: Discursos e Correntes de Cá e do Além-mar – Autor(a): Maria Juraci Maia Cavalcante – Editora: Edições UFC
ENGENHARIAS, TECNOLOGIAS E INFORMÁTICA
Título: Acústica de Salas – Projeto e Modelagem – Autor(a): Eric Brandão – Editora: Editora Blucher
Título: Banda Larga no Brasil: Passado, presente e futuro – Autor(a): Peter Knight, Flávio Feferman e Nathalia Foditsch – Editora: Figurati
Título: Fundamentos Básicos da Qualidade Aplicados ao Setor Industrial e de Serviços – Autor(a): José Eduardo Ferreira de Oliveira – Editora: Empresa Corisco Editora Gráfica Comércio e Indústria de Equipamentos
Título: História da Computação – Autor(a): Raul Sidnei Wazlawick – Editora: Elsevier Editora
Título: Introdução à Computação — Hardware, Software e Dados – Autor(a): André C. P. L. F. de Carvalho e Ana Carolina Lorena – Editora: LTC
Título: Introdução à Engenharia de Produção — Conceitos e Casos Práticos – Autor(a): Orlando Roque da Silva e Délvio Venanzi – Editora: LTC
Título: Introdução à Mineração de Dados: Com aplicações em R – Autor(a): Leandro Augusto da Silva, Sarajane Marques Peres e Clodis Boscarioli – Editora: Elsevier Editora
Título: Lições em Mecânica das Estruturas: Dinâmica – Autor(a): Carlos Eduardo Nigro Mazzilli , João Cyro André, Miguel Luiz Bucalem e Sérgio Cifú – Editora: Editora Blucher
Título: Nanotecnologia Experimental – Autor(a): Henrique Eisi Toma, Delmárcio Gomes da Silva e Ulisses Condomitti – Editora: Editora Blucher
Título: Química Orgânica Experimental: Uma abordagem de Química Verde – Autor(a): Arlene G. Corrêa, Kleber T. de Oliveira, Márcio W. Paixão e Timothy J. Brocksom – Editora: Elsevier Editora
INFANTIL
Título: A Fantasia da Família Distante – Autor(a): Stella Maris Rezende – Editora: Globinho
Título: A Outra História de Chapeuzinho Vermelho – Autor(a): Jean-Claude Alphen – Editora: Editora Salamandra
Título: Abrapracabrasil! – Autor(a): Fernando Vilela – Editora: Brinque-Book
Título: Adélia – Autor(a): Jean-Claude Alphen – Editora: Editora Pulo do Gato
Título: Birigüi – Autor(a): Mauricio Meirelles – Editora: Miguilim
Título: A Boca da Noite – Autor(a): Cristino Wapichana – Editora: Zit Editora (Meneghetti’s Gráfica e Editora)
Título: Drufs – Autor(a): Eva Furnari – Editora: Editora Moderna
Título: João, Joãozinho, Joãozito – Autor(a): Claudio Fragata – Editora: Record
Título: Se Eu Fosse… Um bicho, uma planta ou até um objeto, minha vida seria muito diferente. – Autor(a): Luisa Massarani – Editora: Publifolha Editora: Selo Publifolhinha
Título: Um Dia, Um Rio – Autor(a): Leo Cunha e André Neves – Editora: Editora Pulo do Gato
POESIA
Título: A Palavra Algo – Autor(a): Luci Collin – Editora: Iluminuras
Título: Carcaça – Autor(a): Josoaldo Lima Rêgo – Editora: 7 Letras
Título: Dobres Sobre a Luz – Autor(a): Thiago Ponce de Moraes – Editora: Lumme Editor
Título: Identidade – Autor(a): Daniel Francoy – Editora: Urutau
Título: Livro das Postagens – Autor(a): Carlito Azevedo – Editora: 7letras
Título: Madrigaes Tragicomicos – Autor(a): Glauco Mattoso – Editora: Lumme Editor
Título: O Mar e o Búzio – Autor(a): Bruno Palma – Editora: Com-arte
Título: Quase Todas as Noites – Autor(a): Simone Brantes – Editora: 7letras
Título: Rol – Autor(a): Armando Freitas Filho – Editora: Companhia das Letras
Título: Tempo de Voltar – Autor(a): Mariana Ianelli – Editora: Edições Ardotempo
TRADUÇÃO
Título: Briggflatts – Tradutor(a): Felipe Fortuna – Editora: Topbooks
Título: Conversações com Goethe nos Últimos Anos de Sua Vida: 1823-1832 – Tradutor(a): Mário Luiz Frungillo – Editora: Unesp
Título: Fedro – Tradutor(a): José Cavalcante de Souza – Editora: Editora 34
Título: Lessing: obras, crítica e criação – Tradutor(a): J. Guinsburg e Ingrid D. Koudela – Editora: Editora Perspectiva
Título: O Reino – Tradutor(a): André Telles – Editora: Companhia das Letras
Título: Ouça a Canção do Vento / Pinball, 1973 – Tradutor(a): Rita Kohl – Editora: Companhia das Letras
Título: Pequeno Mundo Antigo – Tradutor(a): Ivone Benedetti – Editora: Carambaia
Título: Políbio: História Pragmática – Tradutor(a): Breno Battistin Sebastiani – Editora: Editora Perspectiva
Título: Romeu e Julieta – Tradutor(a): José Francisco Botelho – Editora: Companhia das Letras
Título: Uma outra Juventude: e Dayan – Tradutor(a): Fernando Klabin – Editora: Editora 34
 
 

Temporal leva pânico durante concerto da OSPA no Jardim Botânico

Cleber Dioni Tentardini
O temporal começou a se armar por volta das cinco e meia da tarde, mas o céu ainda estava claro. Cheguei por volta desse horário para assistir ao Concerto de Primavera da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, neste domingo, 01/10, evento tradicional de boas-vindas à nova estação, organizado pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA) e OSPA.
Na entrada, comentei com amigos que a chuva estava vindo. Me informaram que já havia mais de três mil pessoas.
Ao chegar no multipalco, vi uma multidão acomodada pelo gramado do Jardim Botânico.

Cerca de 3 mil pessoas foram assistir a OSPA

Às seis da tarde, começou a apresentação dos músicos, conduzida pelo maestro Evandro Matté. Raios começaram a ser vistos durante a apresentação da soprano Raquel Fortes, e logo vieram as trovoadas. Algumas pessoas com crianças no colo começaram a levantar para ir embora. A maioria do público permaneceu.
Apresentação da soprano Raquel Fortes

Apresentação dos músicos, conduzida pelo maestro Evandro Matté

Sentados nas cadeiras nas primeiras filas estavam a secretária estadual do Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, o presidente da Fundação Zoobotânica, Luiz Branco, os diretores do JB e do Museu de Ciências Naturais.
Titulares da SEMA e FZB assistiram o começo do concerto

Aos primeiros pingos o público levantou e começou a sair caminhando, mas, uma rajada de vento muito forte cruzou o gramado, levantando cadeiras e atingiu o palco, balançando com toda a estrutura. Lonas e caixas de som foram arremessadas para as laterais. A cobertura do palco entortou, ameaçando desabar.
Sem luz a visibilidade era garantida pelos faróis dos carros

Começou a correria. Para piorar, foi-se a luz. Pânico e gritaria. Vento e chuva fortes. Pessoas perdidas dos parentes. Crianças chorando. Havia muitas senhoras e crianças no local. As famílias levaram cadeiras de praia, muita gente estava praticamente acampada ali, dividindo lanches, sucos, vinhos, chimarrão. Algumas coisas foram deixadas pelo caminho.
Ao ver a estrutura prestes a desabar, os músicos correram para uma tenda armada para o apoio, ao lado do gramado, o mesmo que dezenas de pessoas fizeram, inclusive eu. Mas o abrigo foi por pouco tempo, porque a estrutura também começou a balançar e a lona abriu-se de vez. A cobertura do palco veio abaixo.
Parte de um telhado voou a caiu sobre um carro

Na rua interna, a multidão a pé disputava espaço com as centenas de carros. Tinha que desviar dos galhos quebrados pela ventania. Quem caminhou, conseguiu alcançar mais rápido a saída na avenida Salvador França, totalmente alagada.
Não havia orientação, apoio técnico ou qualquer funcionário do SAMU ou dos Bombeiros Civis para orientar as pessoas. Esses apoios são de praxe em eventos como esses. Não sei se obrigatórios, talvez sejam.
Público indo embora e desviando dos galhos


Depois de seis anos sem apresentar concertos no Jardim Botânico de Porto Alegre, a Ospa, uma das grandes orquestras do Brasil, não conseguiu mostrar seu programa repleto de trechos de óperas, danças e obras relacionadas a esta época do ano.
 

Juiz deve decidir em outubro sobre Fundação Zoobotânica

cleber dioni tentardini
O juiz Eugênio Couto Terra, da 10ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, encerrou a fase de inspeção nas coleções da Fundação Zoobotânica (FZB) do Rio Grande do Sul e abriu prazo de 20 dias úteis para as partes envolvidas – o Governo do Estado e o Ministério Público Estadual – manifestarem-se e juntar aos autos do processo fotos dos locais inspecionados.
“Após, em princípio, haverá decisão”, garantiu nesta segunda-feira. O magistrado está julgando uma Ação Civil Pública, do MP-RS, em defesa da FZB. Terra já realizou duas inspeções. Na primeira, no dia 25 de agosto, visitou o Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre (NOPA), o serpentário, que está fechado, e uma área restrita do Jardim Botânico que faz limite com a vila Juliano Moreira, cuja entrada é pela avenida Cristiano Fischer. Ali, pode constatar a falta de segurança da área porque partes do muro que separa o JB das casas caiu e não foi reconstruído.
A segunda visita ocorreu no dia 21 de setembro. Desta vez, começou a visita pelo Bromeliário e o Cactáreo do JB, e depois foi ao herbário e à coleção de insetos do Museu de Ciências Naturais.
As inspeções judiciais foram acompanhadas pelas promotoras de Justiça Annelise Steigleder e Ana Maria Marquesan, da Defesa do Meio Ambiente, pelos funcionários curadores das coleções, pelo presidente da FZB e diretores do JB e MCN.
Ação Civil Pública corre desde fevereiro
A liminar solicitada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre impede que o governo do Estado demita o quadro técnico-científico e se desfaça de qualquer bem, móvel, imóvel e de animais que constituem o patrimônio material e imaterial do Jardim Botânico e do Museu de Ciências Naturais, duas das três instituições vinculadas à FZB. O Parque Zoológico não está contemplado nesta ação.
O pedido de liminar proíbe ainda a rescisão de acordos ou contratos que impliquem as atividades de educação ambiental, preservação dos acervos ou pesquisa científica, e impede o desmembramento ou fracionamento da matrícula do imóvel do Jardim Botânico. No caso de descumprimento, multa de R$ 50 mil.
A ação requer que o Estado apresente em juízo um plano para a extinção da FZB que garanta a continuidade e a mesma qualificação de todos os serviços e atividades do Jardim Botânico e do Museu de Ciências Naturais, e providenciar imediatamente o conserto do muro que faz a divisa com a Vila Juliano Moreira com o Jardim Botânico. Por fim, determina ao IPHAE (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul) a inscrição do Jardim Botânico no Livro Tombo, por já ter sido declarado patrimônio cultural do Estado, em 2003.

Com escassez de soro, Estado conta com Zoobotânica para reduzir acidentes com cobras

Cleber Dioni Tentardini
A chegada da primavera neste final de setembro e o aumento da temperatura deixa as cobras mais ativas em busca de alimento e acasalamento. Naturalmente, aumenta o risco de acidentes com a população.
Diante do quadro limitado de soro antiofídico na rede hospitalar, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), da Secretaria de Saúde, quer desencadear uma campanha de prevenção aos acidentes e elaborar um diagnóstico que inclui a identificação das serpentes mais comuns nas regiões em que é alto o número de pessoas picadas.
Para produzir o diagnóstico vai contar com a ajuda dos especialistas da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.
O Estado está entre os dez estados brasileiros com maior número de acidentes com cobras. Em 2016, foram registradas 841 ocorrências, sendo que um paciente morreu.
O soro antiofídico é a única medicação capaz de neutralizar o veneno das serpentes, mas teve a produção reduzida pelos laboratórios. Essa escassez atinge vários países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A bióloga sanitarista Cynthia da Silveira é responsável no CEVS pelo controle e distribuição de soros antivenenos aos hospitais no Estado. Ela diz que depois de uma década coordenando o abastecimento dos soros, em 2013 viu os estoques reduzidos drasticamente, na medida em que os acidentes continuaram ocorrendo como antes.
Sua equipe, então, soou o alerta de que era preciso remanejar a distribuição dos medicamentos recebidos do Ministério da Saúde. “Priorizamos os hospitais referências nas 19 coordenadorias regionais do Estado. Em tese, são esses hospitais que recebem as ampolas com soros, mas há municípios em que há mais ocorrências, então são deixados estoques mínimos de soro também”, afirma.

A bióloga Cynthia da Silveira controla a distribuição de soros aos hospitais / Cleber Dioni / JÁ

Mas a bióloga sabe que essa readequação não é suficiente porque ao suprir um município com mais soros, vai deixar outros sem. E isso acontece com frequência.
O Centro de Informações Toxicológicas (CIT), do Estado, antes ligado à Fundação Estadual de Pesquisa em Saúde (FEEPS), agora um departamento do CEVS, deve participar das ações, embora existam alguns contratempos como a alta demanda pelos seus serviços de teleatendimento 24 horas e o quadro reduzido de funcionários do CIT.
Num primeiro momento, Cynthia convidou os biólogos Roberto Baptista de Oliveira e Acácia Winter, da FZB, para uma reunião. Tão logo o projeto for formatado pelos três, será apresentado ao secretário da Saúde para que marque uma reunião com o presidente da Zoobotânica.
Roberto é especialista em serpentes e Acácia tratadora de animais silvestres. Ambos trabalham no Núcleo de Ofiologia de Porto Alegre (NOPA), vinculado ao Museu de Ciências Naturais da FZB.
Canguçu e região têm mais ocorrências
Cynthia fez um mapa do Estado onde registrou a média do número de ampolas com soro antibotrópico usada no período de 2010 a 2016. Por aí, apontou onde ocorre o maior número de acidentes. E constatou que foram utilizadas 720 ampolas com soro antibotrópico por ano em municípios que estão na 2ª, 3ª e 4ª coordenadorias regionais.
Média de ampolas usadas nas 19 coordenadorias regionais indica locais com mais ocorrências / Reporodução

Municípios com mais ocorrências

Figuram municípios como Canguçu, Dom Feliciano, São Lourenço do Sul, Piratini, Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Encruzilhada do Sul e Camaquã.
Pode-se presumir que ocorrem entre 60 e 180 acidentes. A classificação é leve, moderado e grave e determina o número de ampolas a ser usado.
Para um acidente com jararaca ou cruzeira considerado leve são usadas quatro ampolas. Lesão moderada exige oito ampolas, e grave, 12 ou mais ampolas de soro antibotrópico. Pelo protocolo o limite são 12, mas pode chegar a 20 ampolas, se não estancar a hemorragia que leva à morte.
Noroeste e Norte do Estado também registram alto índice de ocorrências. Naquelas cidades, foram usadas, em média, 500 ampolas com soros por ano, de 2010 a 2016.
Cada veneno de animal tem uma reação e, por isso, cada um tem seu soro específico. O soro antibotrópico é usado contra o veneno das jararacas e cruzeiras. Junto com as cascavéis, as três espécies são responsáveis por 90% dos acidentes no Rio Grande do Sul.
Cruzeira, do plantel do NOPA\Foto Mariano Pairet

Se o paciente busca atendimento e o médico não consegue identificar o animal que o picou, recorre ao 0800 do CIT, que vai passar orientações para o atendimento médico adequado.
 
 
 
O CIT orienta os exames necessários, o tipo e a quantidade de soro que o paciente precisa receber. Porque varia conforme a quantidade de veneno que o animal injetou e uma série de informações do paciente e da lesão.
Soro antibotrópico

Soro antiveneno da coral verdadeira, cuja lesão é considerada grave

 
 
 
 
 
 
 
 
“A gente precisa entender o que acontece naquelas localidades onde há um número tão grande de acidentes, se é o tipo de atividade agrícola, tipo de vegetação, microclima, e também quais as espécies de Bótropes predominam naquela região”, explica a bióloga. “Em São Lourenço, por exemplo, não há uma vegetação uniforme, o tipo de relevo, então precisamos saber exatamente onde está o problema para realizar ações de prevenção junto às comunidades”, completa.
A maioria das vítimas está na faixa etária produtiva, dos 19 aos 50 e poucos anos. Os acidentes normalmente acontecem no final do dia. Cynthia desconfia que é justamente nesse horário quando os agricultores estão voltando para casa, cansados e desatentos por onde passam. O animal prefere o entardecer pra sair em busca de alimento e ataca porque se sente ameaçado.
Cruzeiras, do plantel do NOPA\Foto Mariano Pairet

Nos municípios da Campanha, onde também há muitos animais peçonhentos, há poucos acidentes porque geralmente as pessoas andam protegidas com botas de couro e, em certos locais, usam até caneleiras que vão até o joelho.
“Quero que a Zoobotânica me aponte quais as espécies que estão lá em Canguçu e arredores. Porque eu vou poder analisar também se o veneno de uma determinada espécie é mais potente que o das outras”, afirma.
HPS atende entre 4 e 5 pacientes por mês
Na área rural de Porto Alegre ocorrem mais acidentes com a jararaca pintada, que é uma das menores do gênero, mas muito agressiva.
Na capital, os atendimentos são concentrados no Hospital de Pronto Socorro, que dispõe hoje de 56 ampolas com soro antibotrópico. É suficiente para atender quatro pacientes com lesões consideradas graves.
O hospital atende, por mês, durante as estações mais quentes, primavera e verão, entre 4 e 5 vítimas. É preocupante se considerar que a Capital não possui atividade agrícola expressiva. No primeiro semestre do ano passado, foram atendidos 34 pacientes picados por serpentes.
Inchaço

Ação do veneno no braço

 
 
 
 
 
 
 
O HPS atende também os pacientes da Região Metropolitana, com exceção dos municípios de Novo Hamburgo e Montenegro, que também recebem os soros.
 
Agricultores estão mais vulneráveis, diz especialista
Para o biólogo Roberto Baptista de Oliveira, é preciso fazer uma avaliação no local para dizer o que pode estar acontecendo naquela região. Pode ser o número muito grande de espécimes ou a diminuição dos predadores, entre os quais existem mamíferos como os gambás, aves, lagartos e cobras que se alimentam de outras.
“Na minha percepção à distância, acredito que o número elevado de acidentes pode estar associado a características das atividades humanas, ao uso do solo, o trabalho manual nas pequenas lavouras. A gente sabe que tem muita jararaca pintada ali, então provavelmente essa espécie esteja causando um grande número de acidentes. É uma espécie própria de afloramento rochoso, área de campo”, avalia o biólogo.
Roberto e as crianças encantadas com as serpentes em evento no Jardim Botânico / Cleber Dioni / JÁ

Em torno de 90% dos acidentes são causados por jararaca, jararaca-pintada e cruzeira. A jararacuçu, no RS, é restrita à região do Parque Estadual do Turvo, e são raros os acidentes.
As corais verdadeiras são muito abundantes em todo o Estado, mas os acidentes são raros, devido principalmente ao comportamento pouco agressivo da espécie; o padrão de coloração chamativo também pode ser um fator que colabora com o baixo número de acidentes, pois torna fácil sua visualização.
Coral verdadeira, no NOPA

“Agora é o momento ideal para realizarmos estudos nesses locais. Estão mais ativas para alimentação, termorregulação e reprodução. Os acasalamentos ocorrem principalmente neste período (final do inverno e primavera), e os nascimentos ocorrem principalmente entre o verão e início do outono”, ressalta Oliveira.
No Estado ocorrem aproximadamente 80 espécies de serpentes. Dessas, quatro foram incluídas em alguma categoria de espécies da fauna ameaçadas de extinção no RS (Decreto Estadual No 51797 de 2014),: Apostolepis quirogai, na categoria “Em Perigo”, e Atractus thalesdelemai (cobra da terra), Bothrops jararacussu (Jararacuçu) e Hydrodynastes gigas (Boipevaçu), na categoria “Vulnerável”. Outras 12 espécies foram consideradas como “Dados Insuficientes” para avaliação.
Dez espécies são consideradas peçonhentas de importância médica: seis do gênero Bothrops (grupo das jararacas), uma do gênero Crotalus (cascavel) e três do gênero Micrurus (corais-verdadeiras).
Cascavel, do plantel do NOPA/ Foto Raul Carvalho/Ministério Público RS 

NOPA orienta equipes de saúde e segurança
A bióloga Acácia Winter ressalta a importância de capacitar o maior número possível de agentes de saúde para que possam repassar as informações às comunidades. Os servidores do NOPA regularmente oferecem treinamento de contenção, manejo e identificação de serpentes aos soldados da Brigada Militar e do Exército, bem como aos agentes de saúde e ambientais.
Acácia lembra que o Núcleo ainda acolhe serpentes capturadas e que não podem ser soltas na natureza novamente e conforme a demanda, fornece peçonha para pesquisas científicas nas faculdades.
Acácia com alunos de Biologia da Ufrgs / Mariano Pairet / Divulgação

Hoje, o NOPA é o único serpentário do Estado que realiza extração de peçonha. Mantém cerca de 350 cobras de 16 espécies, sendo oito peçonhentas. Há espécies que ocorrem somente no Rio Grande do Sul como a Jararaca-pintada (Bothrops pubescens). São encontradas ali, também, a cruzeira, a coral verdadeira, a cascavel, a jiboia, entre outras.
Servidora do NOPA extraindo veneno/Foto Mariano Pairet/Divulgação

O contrato com o Instituto Vital Brazil, (IVB), um dos quatro laboratórios responsáveis pela produção nacional de soro antiofídico, está suspenso desde janeiro deste ano. Assim como permanece fechada a área de visitação pública do serpentário.
Ainda em janeiro deste ano, falou–se na possibilidade de transferência do serpentário para IVB, que fica no Rio de Janeiro. Na época, o diretor científico do Vital Brazil, Rafael Cisne, disse que o Instituto tinha interesse em receber as serpentes do NOPA, mas dependia de recursos do Estado para efetuar a remoção dos animais. Mas, o impacto financeiro que essa transferência acarretaria aos cofres públicos deficitários do Rio inviabilizou o envio dos animais.
Em 2016, 841 pessoas foram picadas no Estado
O Rio Grande do Sul está entre os dez estados brasileiros com maior número de acidentes com cobras. Figuram como campeões os estados do Pará, Minas Gerais e Bahia.
Primeiros sintomas

Em 2016, foram notificados ao Ministério da Saúde 841 casos de acidentes com serpentes no Rio Grande do Sul, sendo que um paciente morreu. No Brasil, foram 26.244 casos e 116 óbitos. Em 2015, foram registrados 886 acidentes e um óbito em solo gaúcho, e 27.120 casos e 106 óbitos no país.
 
 
Acidentes com serpentes (Brasil)
Ano  2014 – 26.185
2015 – 27.120
2016 – 26.244
Acidentes com serpentes (RS)
Ano  2014 – 805
2015 – 886
2016 – 841
Os óbitos (BR)
Ano  2014 – 101
2015 – 106
2016 – 116
Os óbitos (RS)
Ano  2014 – 5
2015 – 1
2016 – 1
“Se não tiver soro, o mundo vem abaixo”
Impressiona a rede de saúde e logística montada para prestar atendimento às vítimas de picadas de cobras. A dor intensa e os efeitos visíveis provocados pelo veneno desse animal acabam mobilizando todos na sua volta.
A estratégia é de guerrilha. Cynthia tem planilhas atualizadas diariamente. Um banco de dados na internet tem que estar com as informações em dia. Hoje, ela sabe exatamente o estoque de ampolas que possui o Hospital de Santo Ângelo ou a Santa Casa de Misericórdia, de Santana do Livramento. Com a condição de que os estoques dessas instituições tenham sido atualizados.
A bióloga carrega um telefone celular só para atender as chamadas dos hospitais e não tem hora, às vezes ligam à meia-noite para saber onde há soro mais próximo de um determinado município.
Bióloga trabalha há 18 anos no CEVS / Cleber Dioni / JÁ

A rede está montada para atender de forma ágil. As primeiras três horas após a picada são imprescindíveis para neutralizar o veneno. Cynthia tem que saber onde estão as ampolas para mandar buscar o mais rápido possível. Se o paciente tem condições, o SAMU o leva até o hospital que possui a medicação, mas se está com quadro hemorrágico grave e não pode ser transferido, a prioridade, então, é que algum motorista leve o soro até onde ele está.
“Se um paciente chegar ao hospital e não tiver soro, o mundo vem abaixo. Porque ele pode morrer. Como as pessoas têm muito medo de cobras, quando acontece um acidente, isso gera uma comoção impressionante. Nos 18 anos em que trabalho nesse programa, nunca recebi um não para atender alguma ocorrência, seja a hora que for”, explica.
A bióloga narra situações que acontecem seguidamente: “Verão de 2017, oito horas da noite de um domingo, me ligam de Bagé. Estavam sem soro. Eu peguei minha planilha e vi que havia tantas ampolas lá. O problema é que eles não haviam registrado o uso e estavam sem a medicação. Liguei para o lugar mais próximo, em Pelotas, e disse que alguém teria que levar as ampolas para Bagé. Não daria para enviar por ônibus, era caso de emergência. Um motorista tem que ser liberado para ir buscar soro. Mas o funcionário era novo e ficou em dúvida porque implicaria no pagamento de horas extras. O motorista se prontificou na hora, buscou o carro e levou as ampolas”.
“Em Santo Ângelo, tivemos uma situação peculiar tempos atrás, onde foram atendidos num só dia seis pacientes picados”.
“Um jovem agricultor de 32 anos foi picado, em questão de meia hora já estava recebendo todo o atendimento adequado, mas foi ao óbito porque tinha uma gastrite e não conseguiram reverter o quadro hemorrágico”.
CIT é referência em emergências há 41 anos
O Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT/RS) completou 41 anos em agosto como a principal referência no Estado para auxiliar profissionais de saúde em caso de intoxicações dos pacientes e orientar a população sobre os primeiros socorros e na prevenção de acidentes.
Unidade de telemedicina atende 24 horas, nos sete dias da semana / Cleber Dioni / JÁ

O CIT funciona através de um sistema informatizado de atendimento, feito por 21 pessoas que se revezam nos plantões. Trabalham ali universitários de semestres avançados, como estagiários, e profissionais das áreas da medicina, veterinária, biologia e farmácia. É o que chamam de uma unidade de telemedicina, que atende em regime de plantão 24 horas, nos sete dias da semana, através do seu 0800.721.3000.
Até 2016, o Centro era vinculado à Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS), extinta pelo governo estadual. Hoje, é ligado ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), da Secretaria da Saúde. Está com quadro de funcionários bem reduzido, 21 funcionários, embora cresça a cada ano a demanda por seus serviços.
O secretário adjunto da SES e diretor do Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial (DAHA), Francisco Zancan Paz, ressalta que o CIT mantém em estoque permanentemente amostras de soros necessários para o tratamento de intoxicações por todo tipo de picada de animais peçonhentos encontrados no Estado.
“Temos condições de, em uma hora, disponibilizar o soro indicado para qualquer parte do Estado, desde que cumpridos os protocolos pois face a pequena capacidade de produção de soros no país, tem sido necessário manter-se um rigoroso controle de estoque, para evitar situação de desabastecimento. Mas as utilizações de soro nos hospitais polos são rapidamente repostas”, afirma.
Paz destaca ainda a importância de o CIT realizar campanhas de prevenção, nas regiões com mais ocorrências do Estado, principalmente com a chegada dos meses mais quentes.
A bióloga Kátia Moura, servidora há 17 anos no Centro, afirma que os casos mais comuns envolvem intoxicações por medicamentos, animais e plantas.
Kátia com a aranha marrom, venenosa / Cleber Dioni / JÁ

Por se tratar sempre de atendimento de emergência médica, através de ligação gratuita, o Centro acaba recebendo demandas de todo o país.
 
 
“Seguidamente recebemos ligações de outras regiões do Brasil e até de países da América Latina como Uruguai e Argentina porque os profissionais da saúde buscam atendimento em um 0800 e, se não conseguem, já tentam outro até receberem as orientações que precisam”, explica Kátia.
Entre as principais vítimas de intoxicações estão crianças com idade abaixo de cinco anos. Os acidentes nesta faixa etária ocorrem normalmente dentro de casa e com produtos químicos de uso frequente como medicamentos, limpadores, desinfetantes, solventes, detergentes, produtos de higiene e cosméticos.
Bióloga mostra um exemplar do plantel de animais peçonhentos do CIT / Cleber Dioni / JÁ

O CIT mantém ainda um pequeno plantel de animais peçonhentos, entre aranhas, escorpiões e serpentes, mas não extrai mais veneno, que era doado às universidades. Além de passar orientações, realiza análises laboratoriais e de diagnósticos para tratamento das exposições tóxicas.
Além do telefone 0800, a página na internet do CIT (http://www.cit.rs.gov.br/) contém muitas informações úteis.
Para evitar acidentes com animais peçonhentos
Material usado para prevenção de acidentes

Medidas Preventivas:
Usar botas de borracha (até o joelho), ou botinas com perneiras ao andar no campo ou mata;
Usar luvas de raspa de couro e/ou abrigo com mangas longas nas atividades de jardinagem. Manter jardins e quintais limpos. Limpar terrenos baldios próximos das residências. Evitar folhagens densas junto a paredes e muros de casas. Usar graveto, enxada ou gancho ao mexer em lenha, buracos, folhas secas, troncos ocos;
Rebocar paredes para que não apresentem rachaduras ou frestas;
Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha. Colocar telas nos ralos das pias ou tanques;
Consertar rodapés soltos;
Colocar telas nas janelas;
Evitar o contato com lagartas urticantes. Observar a presença de folhas roídas, fezes ou pupas no solo.
Primeiros socorros:
Lave o local da picada com água e sabão;
Mantenha a vítima sentada ou deitada para não favorecer a circulação do veneno. Se a picada for na perna ou no braço, mantenha-os em posição mais elevada;
Leve a vítima ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber atendimento;
Se possível, fazer registro fotográfico da cobra causadora do acidente, para que seja feito o tratamento adequado;
Ligue para o CIT/RS – 0800 721 3000.
O que não fazer?
Não fazer torniquete ou garrote, não colocar substâncias no local da picada (café, fumo, folhas, urina etc), não cortar ou queimar o local da picada, não sugar o veneno, não ingerir bebidas alcoólicas ou outras substâncias. Atenção: só o soro cura a picada de cobra.
O soro não é vendido. Ele só pode ser aplicado em hospitais. Em caso de acidente na região de Porto Alegre, deve-se procurar o Hospital de Pronto Socorro (HPS), pelo telefone 192 ou, em qualquer parte do Estado, o Centro de Informação Toxicológica (CIT), pelo telefone 0800-721 3000.
Não matar as cobras
Além de serem animais silvestres protegidos por lei, as cobras são predadores e presas, responsáveis pelo controle populacional de outros animais (ratos, por exemplo). O veneno é usado para fabricar medicamentos, entre eles o tratamento para picada de serpentes e remédio para pressão alta. No Rio Grande do Sul, estão ameaçadas de extinção a jararacussu, a cotiara e a surucucu do Pantanal.
Ministério da Saúde tem estoque limitado de soros antiofídicos
Há quatro laboratórios conveniados com o Ministério da Saúde, que produzem os nove tipos de antivenenos, incluindo os cinco tipos de soro antiofídico: o Instituto Butantan (SP), Instituto Vital Brazil (RJ), a Fundação Ezequiel Dias (MG) e o Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (PR).
Produção de soros no Instituto Butantan / Divulgação

O Ministério requisita anualmente um número determinado de ampolas com soros, que será distribuído para todo o Brasil. O contrato em vigor neste ano de 2017 prevê a entrega de 495.500 ampolas de antivenenos. Destas, 360.500 ampolas correspondem aos soros para os acidentes com serpentes. Esse estoque dá para atender cerca de 30 mil acidentes, considerando a utilização de, no máximo, 12 ampolas para cada paciente, procedimento padrão em ocorrências com certa gravidade.
As solicitações são realizadas mensalmente pelos estados, exceto em situações especiais quando poderão ser solicitadas remessas extras.
Para o Rio Grande do Sul, em 2016 foram enviadas 8.600 ampolas de antivenenos, sendo 6.300 de antiofídicos. Em 2017, até o momento, já foram enviadas 5.630 ampolas, sendo 4.395 ampolas de antivenenos de cobras.
Problema no abastecimento começou em 2013
O problema no abastecimento começou em 2013. O Ministério da Saúde avisou que iria ter uma escassez de soro com o argumento de que a Anvisa havia determinado uma reorganização nos laboratórios produtores para atender a um manual de boas práticas, conforme ficou acertado em reunião da OPAS – Organização Pan-americana de Saúde.
Soro antiofídico anticrotálico

“Antes, todos os hospitais no Estado, independente de registrar ou não acidentes com cobras, tinham no mínimo 12 ampolas de soro em seu estoque. Mas tivemos que centralizar em função da falta de soro, diz Cynthia, do CEVS gaúcho.
OMS alerta para escassez global de antídotos 
Cada vez menos empresas produzem soro antiofídico. A Organização Mundial da Saúde divulgou um comunicado no final de agosto alertando para a escassez global de antídotos contra venenos de cobras devido a diminuição de empresas produtoras de soro antiofídico e o consequente aumento do número de mortes por envenenamento.
Mais de 100 mil pessoas morrem anualmente no mundo em consequência de picada de cobra, sendo que o problema é particularmente grande na África. Até 30 mil pessoas morrem por ano no continente após serem picadas por serpentes. Na Índia, o número de vítimas mortais sobe para 50 mil.
Testes em laboratório
Além dos cavalos utilizados para a produção de soros, está sendo testadas substâncias com ajuda de vacas e ovelhas, cujos genes dos sistemas imunológicos animais foram trocados por genes humanos. O método já está sendo testado nos EUA, com resultados promissores. “Mas o novo método ainda não é uma alternativa para produção das grandes quantidades de soro antiofídico necessárias”, pondera Nübling.

Juiz faz segunda inspeção nas coleções da Fundação Zoobotânica

cleber dioni tentardini
O juiz Eugênio Couto Terra, que está julgando o pedido de liminar do Ministério Público Estadual em defesa da Fundação Zoobotânica (FZB) do Rio Grande do Sul, realizou junto com sua equipe da 10ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, nesta quinta-feira, 21/09, uma segunda inspeção na Zoobotânica. Desta vez nas coleções do Jardim Botânico e do Museu de Ciências Naturais, ambos vinculados a FZB. Em 25 de agosto já tinha ocorrido uma primeira visita.
A promotora de Justiça Ana Maria Marquesan, da Defesa do Meio Ambiente, uma das autoras da ação civil pública, acompanhou a inspeção.
O juiz reuniu os biólogos curadores das coleções e começou a visita pelo Bromeliário do JB. Ali se encontram algumas espécies ameaçadas de extinção. Depois, visitou o Cactáreo, com aproximadamente 50 espécies do RS, muitas delas também ameaçadas.

Visita junto as bromélias

No cactário

No Museu, visitou a coleção de insetos e o herbário da FZB, que possui 130 mil plantas depositadas, sendo 230 tipos (plantas que serviram de referência para a descrição da espécie).
No acervo da paleontologia

O magistrado quis saber dos funcionários que trabalham em cada seção a quantidade de servidores considerados estáveis segundo o parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e se a Secretaria de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA) teria pessoal capacitado para assumir a responsabilidade sobre as coleções visitadas. Os curadores reiteraram que a SEMA não tem servidores habilitados para tal.
Na coleção de insetos

Após as visitas, o juiz Eugênio fez uma reunião com os funcionários, o presidente da FZB e os diretores do JB e MCN.
Ação Civil Pública corre desde fevereiro
A liminar solicitada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre impede que o governo do Estado demita o quadro técnico-científico e se desfaça de qualquer bem, móvel, imóvel e de animais que constituem o patrimônio material e imaterial do Jardim Botânico e do Museu de Ciências Naturais, duas das três instituições vinculadas a FZB. O Parque Zoológico não está contemplado nesta ação.
O pedido de liminar proíbe ainda a rescisão de acordos ou contratos que impliquem as atividades de educação ambiental, preservação dos acervos ou pesquisa científica, e impede o desmembramento ou fracionamento da matrícula do imóvel do Jardim Botânico. No caso de descumprimento, multa de R$ 50 mil.
A ação requer que o Estado apresente em juízo um plano para a extinção da FZB que garanta a continuidade e a mesma qualificação de todos os serviços e atividades do Jardim Botânico e do Museu de Ciências Naturais, e providenciar imediatamente o conserto do muro que faz a divisa com a Vila Juliano Moreira com o Jardim Botânico. Por fim, determina ao IPHAE (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul) a inscrição do Jardim Botânico no Livro Tombo, por já ter sido declarado patrimônio cultural do Estado, em 2003.
O juiz não adiantou uma data para a decisão final sobre o assunto.

Jornada de Iniciação Científica da FZB e Fepam tem 105 trabalhos qualificados

cleber dioni tentardini
A décima terceira edição da Jornada de Iniciação Científica-Meio Ambiente (XIII JIC), promovida pela Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB-RS) em parceria com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luís Roessler (Fepam), qualificou 105 trabalhos de 27 instituições de ensino e pesquisa.
As atividades realizadas no Jardim Botânico de Porto Alegre encerraram na sexta-feira, 15 de setembro.

Willian Piovesani apresenta a Composição florística de trepadeiras no Jardim Botânico

O engenheiro agrônomo Alexandre Krob, do Instituto Curicaca, abriu o evento com a palestra “A Pesquisa Científica e a Gestão da Biodiversidade”.
Apresentação de minipósteres / Foto Divulgação

Estudantes e seus orientadores e coorientadores apresentaram em 22 sessões trabalhos inscritos nas categorias de Botânica, Ecologia, Ecotoxicologia, Educação Ambiental, Engenharia Ambiental, Microbiologia Ambiental, Genética Ambiental/Toxicológica, Geoquímica, Gestão Ambiental, Paleontologia, Química Ambiental e Zoologia.
Gabriela Oliveira (à dir) fala sobre seu trabalho “Proposição de medidas mitigadoras para atropelamentos de quelônios no Campus do Vale da Ufrgs

Segundo o biólogo Patrick Colombo, da FZB/RS, um dos coordenadores da Jornada, os trabalhos foram avaliados através na análise do seu resumo, mini-pôster e de sua apresentação oral.
Kassiane Gonçalves mostra as Correlações ecológicas do uso de liquens para construção de ninhos por aves no RS

“Alem da quantidade de trabalhos, o que nos alegrou muito foi o excelente nível deles. Ao longo dos anos da Jornada os estudos dos alunos e alunas vem mostrando uma ótima qualidade. Este ano, as bancas tiveram uma enorme dificuldade em escolher um destaque, em função disso. É gratificante pensar que as Fundações (FZB e FEPAM) estão capacitando cada vez melhor seus/suas bolsitas de iniciação cientifica, entregando para sociedade futuros profissionais cada vez mais qualificados”, ressaltou Colombo.
Alunos e orientadores nas apresentações orais da JIC

Além dos pesquisadores, orientadores, estudantes de pós-graduação, de iniciação científica, técnicos e demais funcionários da FZB-RS e FEPAM, também participaram da Jornada membros do Comitê Externo do CNPq, professores Larissa Rosa de Oliveira (Unisinos), Paula Beatriz de Araújo (Ufrgs/Biociências), Silvia Miotto (Ufrgs/Biociências) e Victor Pereira (Ufrgs/Geociências).
Maiquel Rodrigo Müller fez o Levantamento florístico preliminar das dunas da Praia Grande, Torres, RS

Mateus Zimmer com o miniposter do seu trabalho sobre padrões de atividade de graxains em parques nacionais dos Campos de Cima da Serra

Os trabalhos envolveram também as instituições de ensino e pesquisa Ceclimar/Ufrgs, Embrapa Pecuária Sul, Feevale, Fepam, FZB, ICMBio, Instituto Federal do Rio Grande do Sul, PUC/RS, SEMA/RS, Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade de Porto Alegre, Teia Projetos Ambientais, UCS, Uergs, Universidade Federal de Goiás, UFPel, UFSM, UFV, Viçosa, MG, Ulbra, Unesp, Uniasselvi, Unilassale, Unipampa, Uniritter, Unisc, Univates, Urcamp e Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões.
Marina Zimmer Correa mostra a Fenologia de samambaias em borda natural, artificial e interior de Floresta com Araucária – uma análise parcial

Júlia da Silva junto ao trabalho sobre a ocorrência de Contracaecum sp. na cavidade celomática de Butorides striata no RS

Jéssica Neto D’Avila apresenta “Melhoramento genético frente à conservação de Chinchilla lanigera”

Cauanne Machado apresentou a Influência da passagem pelo trato digestório de mamíferos no sucesso germinativo de sementes de espécies vegetais nativas do RS

Thamara Almeida apresentoua “Variação intraespecífica na morfologia e tamanho do úmero de Ctenomys minutus em diferentes habitats: uma abordagem de morfometria geométrica”

Aniversário de 59 anos do Jardim Botânico de Porto Alegre atrai grande público

cleber dioni tentardini
Jardim Botânico, o que dizer de ti?  Hoje voltando aqui resgatei todos os momentos da minha infância e adolescência. Meus pais, eu e meu irmão chegamos aqui no bairro no final do ano de 1951, fomos morar na rua Surupá (nome indígena que significa ave sem rabo), até eu completar 23 anos, ainda chamado de Vila Russa, mais tarde, Vila São Luiz, até ganhar o nome de Jardim Botânico (…) És um palco de vida pra mim, onde sempre colhi os registro da natureza (…). Espero que esse culto à natureza seja sempre respeitado”.
O breve depoimento da artista plástica Elizabeth Nicolaidis, que volta a Porto Alegre depois de residir um tempo em Maceió, emocionou os biólogos que estavam participando das atividades de aniversário de 59 anos do Jardim Botânico de Porto Alegre, nesse domingo escaldante, onde a temperatura bateu nos 34 graus.

Eng florestal Clarice Glufke nas atividades com arranjo de folhas e flores/ Priscila Porto Alegre

As atividades do projeto JardinAção começaram às 10h. Todas buscaram interação com a comunidade. Às onze e meia, os alimentos doados tiveram que ser realocados para uma mesa maior, na entrada do JB. O grande movimento pela manhã, que normalmente é fraco, já indicava o que seria logo adiante. Às duas da tarde, não tinha mais vaga no estacionamento.
Exposições, cantorias, oficinas, palestras, práticas de yoga e meditação, pinturas, massagens, visitas guiadas às coleções de plantas e trilha pelo arboreto.
Comunidade participou de cantorias/Foto Cleber Dioni

O Museu de Ciências Naturais, também ligado à Fundação Zoobotânica do RS, participou com as atrações do projeto Ciência na Praça. Um microscópio à disposição do público fez toda a diferença, para adultos e crianças. E o interesse pelas cobras, então?
Biólogo Roberto Oliveira tirando dúvidas sobre as serpentes do MCN,FZB/Cleber Dioni

No meio da tarde, os pais corriam para as sombras, enquanto os filhos queriam mais uma foto com o jacaré empalhado. Teve gente que montou “acampamento” no gramado e preferiu apenas desfrutar das áreas de lazer.
Público se dividiu entre descanso e atividades/Foto Cleber Dioni

Foto Fernando Vargas

Como não foi cobrado ingresso, tem-se um cálculo aproximado do público, cerca de duas mil pessoas. Os alimentos foram doados para a Associação Comunitária Vó Chica.
Confira mais fotos

Atividades interativas/Foto Fernando Vargas


Exposições/Foto Cleber Dioni

Sessões com massagistas /Foto Cleber Dioni


Foto Cleber Dioni

Foto Cleber Dioni

Pesquisadores da FZB são coautores de livro didático sobre Ecossistemas do RS

Cleber Dioni Tentardini
Fundação Zoobotânica do RS assinam capítulos do livro recém lançado pela Editora da FURG, “Ecos Terrestres do Sul: Articulando os Ecossistemas ao Ensino de Ciências”. A publicação faz parte da iniciativa de uma rede brasileira que visa melhorar o ensino de ciências por meio de cursos e da elaboração de materiais paradidáticos voltados ao Ensino Básico, estimulando o interesse pela ciência.
A obra, coordenada pelas especialistas em Educação, Lavínia Schwantes e Paula Costa Ribeiro, busca auxiliar na fundamentação teórica dos professores numa linguagem menos técnica e com exemplos locais, sendo organizada em três eixos: a problematização do ensino de ciências nas escolas, os ecossistemas terrestres do RS e, por fim, sugestões de atividades e propostas pedagógicas.
Os capítulos que compõe a obra são de autoria de pesquisadores e estudantes da FURG, de professores do Ensino Fundamental do município de Rio Grande. Pela FZB, participaram os biólogos Marco Azevedo e Jan Karel Mahler Jr., que assinam um capítulo sobre as unidades de conservação como forma de preservação dos ecossistemas; Martin Molz, que aborda as formações florestais do estado; e Luiza Chomenko (atualmente na SEMA), que trata sobre os ecossistemas de campos do RS.
Os exemplares do livro deverão ser distribuídos a professores de ciências da rede pública.

Jardim Botânico de Porto Alegre chega aos 59 anos como um dos melhores do país

Cleber Dioni Tentardini 
Considerado um dos melhores e maiores do país, o Jardim Botânico de Porto Alegre completa 59 anos no dia 10 de setembro e, para comemorar, a direção e servidores em conjunto com entidades e profissionais autônomos prepararam uma série de atividades nas áreas de saúde, cultura e meio ambiente para compartilhar com a comunidade.
As atrações integram o projeto JardinAção, que chega aos 10 anos oferecendo exposições, oficinas, palestras, práticas de yoga e meditação, apresentações artísticas, visitas guiadas às coleções de plantas e trilha pelo arboreto.
O Museu de Ciências Naturais, também ligado à Fundação Zoobotânica do RS, vai participar com as atrações do projeto Ciência na Praça, onde os biólogos, técnicos e estudantes  organizam exposições de plantas, fósseis e animais vivos e das coleções, além de disponibilizar espaço interativo para as crianças.
As atividades acontecem das 10h às 17 horas. O ingresso é a doação de 1kg de alimento. Será cobrado apenas estacionamento, no valor de R$ 11 por veículo. Confira a programação completa no final da matéria.

Famoso casal de cisnes negros em um dos lagos do JB/Cleber Dioni

Um sexagenário de categoria A
O Brasil possui 31 jardins botânicos: um distrital, dois privados, seis estaduais, oito federais e 13 municipais. Estão nos estados do Rio Grande do Sul (5), Paraná (1), São Paulo (7), Rio de Janeiro (4), Espírito Santo (1), Minas Gerais (3), Goiás (1), Brasília (1), Bahia (1), Pernambuco (1), Paraíba (1), Rio Grande do Norte (1), Ceará (1), Pará (2) e Amazonas (1).
No RS, existem dois JBs municipais, de Caxias do Sul e Lajeado, um privado, da Unisinos, um ligado à Universidade Federal de Santa Maria, e o da FZB, o maior, classificado na categoria A porque atende a todos os critérios do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Há 97 espécies ameaçadas de extinção nas coleções de plantas reunidas no Jardim Botânico de Porto Alegre. São bromélias, cactos, orquídeas, espinilhos, araucárias e espécies das famílias da goiabeira, araçá e pitanga, do pau-brasil, feijão e erytrina-do-banhado e de diversos tipos de samambaias.
Bióloga Andreia Carneiro é a curadora das coleções do Jardim Botânico

Estão preservadas lá o butiá da serra e o pinheiro bravo. Entre as herbáceas, há o bolão-de-ouro e a efedra, que ocorre no Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina.
Um dos cinco maiores do Brasil
O Jardim Botânico de Porto Alegre, uma das três instituições vinculadas à Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, foi criado em 1958 e planejado por uma equipe de cientistas, médicos, engenheiros, arquitetos e urbanistas, entre eles Alarich Schultz, padre Balduino Rambo, Curt Mentz, Edvaldo Pereira Paiva, além do senador Mem de Sá e do jornalista Say Marques.
Ir. Teodoro no Horto de Pelotas/Divulgação

O terreno original incluía uma colônia agrícola e a antiga chácara do Visconde de Pelotas, “compreendendo a elevação de um morrinho granítico a 50 metros sobre o nível do mar, vales de alguns arroios à sua periferia, marginados por várzeas de regular extensão”, na descrição do jesuíta Teodoro Luís, conservacionista espanhol que coordenou a implantação do Jardim Botânico.
Dos 81,5 hectares de sua área original já perdeu mais da metade. Hoje, giram em torno de 36 hectares. Ainda assim é considerado como um dos cinco maiores jardins botânicos brasileiros, com um acervo significativo da flora regional. O local abriga mamíferos, répteis, anfíbios e peixes, mais de 100 espécies de aves, além das cerca de 3 mil espécies de plantas.
Em 1960, foi iniciada a construção da Casa das Suculentas, também conhecida como Cactário, tendo sido inaugurado em 1° de maio de 1962, pelo governador Leonel Brizola.
Há outra placa que ficou escondida por 40 anos e marca um plantio de mudas no JB, no Dia da Árvore, em 1959, pelo governador Leonel Brizola, acompanhado de seus secretários, Alberto Hoffmann, da Agricultura, e Mário Maestri, de Obras Públicas. E só foi redescoberta porque o funcionário autor da proeza, seu Julião Prado, hoje aposentado, esteve em 2016 no Jardim Botânico e relatou o ocorrido.
Se imóvel for tombado pelo município, JB não poderá ser modificado/foto Divulgação FZB

Em 2003, o JB foi declarado Patrimônio Cultural do Estado do Rio Grande do Sul, pela Lei nº 11.917. Em 2004, foi publicado o Plano Diretor do Jardim Botânico de Porto Alegre.
Há um projeto do vereador Marcelo Sgarbossa (PT), que propõe o tombamento do imóvel onde está a sede do JB. Se aprovado, o imóvel passará a integrar o Patrimônio Cultural e Histórico do Município de Porto Alegre, ficando vedadas alterações que o modifiquem ou descaracterizem.
A programação de aniversário do JB
Fernando Vargas, do JB, )de barba e óculos à esq.) com organizadores do projeto JardinAção

Exposições:
Agafape (Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes Esquizofrênicos)
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento.
Associação Fundo de Quintal: Mostra Institucional
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento.
Brahma Kumaris: Exposição de quadros e livros
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento.
COA-Clube de Observadores  de Aves de Porto Alegre: Mostra Institucional
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Instituto Ambiental Bugio Ruivo: Mostra Institucional
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Jisui Zendo: Mostra Institucional
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Museu de Ciências Naturais/FZB: Ciência na Praça
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Pesquisadores estarão em contato com o público visitante, passando informações e conteúdos sobre a flora e fauna nativa

ONG Pachamama: Mostra Institucional
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Jeannine Krischke: Lançamento Estampas Autorais Jardim Botânico Vivo
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
JB /FZB: Plantas Fascinantes
Horário: 10 às 17 h
Local: Quiosque
Associação dos Produtores da Economia Solidária Contraponto: Exposição de Produtos e Mostra Institucional
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Apresentações musicais
Agafape: Apresentação Coral
Horário: 13 h
Local: Estacionamento
Oficinas:
Grupo Tardes no Botânico: Reciclagem em papel maché
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Oficinas

UFRGS: Libras (Língua brasileira de sinais)
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Cataventus: Oficinas Lúdicas
Horário: 10 às 17 h
Local: Próximo ao Orquidário
Jardim Botanico: Artesanato com folhas
Horário: 13h
Jisui Zendo: Meditação
Horário: 14 h
Local: Estacionamento
EARTE- Escola de Música e Artes: Musicalização infantil (2 à 6 anos)
Horário: 15 h
Local: Estacionamento
EARTE- Escola de Música e Artes: Confecção de Mandalas Naturais
Horário: 16 h
Local: Estacionamento
Jisui Zendo: Lian Qong, prática chinesa de cultivo da energia
Horário: 16 h
Local: Estacionamento
Estão previstas várias atividades com a comunidade

Palestras:
Brahma Kumaris: Raja Yoga: posturas mentais para conquista da felicidade
Horário: 13 h 30
Local: Centro de Visitantes
ONG Pachamama: Consciência Pachamama e os Direitos da Mãe-Terra
Horário: 14 h
Local: Centro de Visitantes
JISUI ZENDO: Meditação no Mundo Secular
Horário: 16 h
Local: Centro de Visitantes
JB deve integrar patrimônio histórico de Porto Alegre/foto Nathalia Kerkhoven/Divulgação

Visita orientada
JB /FZB: Visita às Coleções Especiais (bromélias, cactos e mais)
Horário: 11 h e 15 h
Local: Centro de Visitantes
JB /FZB: Visita à Coleção de Plantas Medicinais
Horário: 14 h
Local: Centro de Visitantes
Árvores estão todas identificadas

JB /FZB: Visita ao Arboreto (coleção de árvores)
Horário: 14 h 30
Local: Centro de Visitantes
Vivências
Caminhada meditativa pelo Jardim Botânico/ Foto Tiago Nicoloso/Divulgação

Brahma Kumaris: Jogo “Escolha a calma” e “Horóscopo das virtudes”
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Reiki no Parque: Aplicação de Reiki
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Instituto Ambiental Bugio Ruivo: Bate papo com o Bugio
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Brahma Kumaris: Prática de meditação ao ar livre
Horário: 15 h 30
Local: Estacionamento
Espaço Yoga Vera Edler: Prática de Yoga
Horário: 11 h e 15 h 30
Local: Próximo ao quiosque
Rede de Integração e Cidadania (RINACI): Biodanza no parque
Horário: 10 às 17 h
Local: Estacionamento
Comunidade Kilombola Morada da Paz:  Brincando CoMPaz: Vivências do Kilombo de Mãe Preta
Horário: 10 às 17 h
Local: Próximo ao quiosque

Juiz faz inspeção antes de decidir sobre Fundação Zoobotânica

Cleber Dioni Tentardini
O juiz Eugênio Couto Terra foi o primeiro a chegar nesta sexta-feira de manhã ao Jardim Botânico de Porto Alegre para realizar a inspeção judicial.
O magistrado está julgando o pedido de liminar do Ministério Público Estadual em defesa da Fundação Zoobotânica do RS . A Ação Civil Pública tem por fim proteger as coleções de plantas, animais e fósseis, e impedir a demissão dos pesquisadores da FZB.
Pouco antes das 9h30 chegou sua equipe da 10ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central de Porto Alegre e as promotoras de Justiça Annelise Steigleder e Ana Maria Marquesan, acompanhadas dos seus assessores da Defesa do Meio Ambiente.
Foram recebidos pelo presidente da Zoobotânica, Luiz Fernando Branco, e pelo diretor do JB, Cristian Barreto. Logo depois da reunião, que durou 10 minutos, visitaram o Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre (NOPA).
“Quais as condições do serpentário hoje”, perguntou o juiz Eugênio à coordenadora do NOPA, Maria Lúcia Alves, e servidora do Museu de Ciências Naturais/FZB desde 1974.
A pesquisadora disse que o núcleo está funcionando, mas não estão fornecendo mais o veneno para a produção de soro antiofídico.
O presidente da FZB, Luiz Branco, complementou afirmando que as tratativas para renovação do contrato estão em andamento.
Dali, foram ao serpentário, onde a bióloga Josy Matos, representante da associação dos funcionários, relatou o arrombamento, que resultou no fechamento do local para visitação pública, e a necessidade de substituir a porta danificada que custaria, segundo orçamentos, cerca de mil reais, com a colocação.

Promotora Annelise (de branco) acompanha juiz/Fotos Cleber Dioni

A próxima parada foi uma área restrita do Jardim Botânico que faz limite com a vila Juliano Moreira, cuja entrada é pela avenida Cristiano Fischer. O grupo percorreu uma boa parte da extensão de um muro que separa o JB das casas até alcançar um local totalmente sem proteção. Um arquiteto do Ministério Público se prontificou a elaborar um orçamento para ter noção dos custos a fim de reerguer o muro.
Presidente da FZB, Luiz Branco, esclarece dúvidas ao juiz

Grupo confere área em que o muro foi derrubado e uma tela precária separa o JB das casas

Após uma caminhada de 30 minutos sob um sol de 30 graus, o juiz Eugênio sugeriu encerrar a inspeção e marcar uma segunda, para o dia 21 de setembro, que incluirá as coleções científicas e o orquidário, cuja estrutura apresenta infiltrações e outros problemas.
“Achei interessante vir porque a percepção in loco facilita bastante quando a matéria é de fato e não de direito. E como aqui tem problemas na infraestrutura, além de outras coisas, e há um pedido de medida liminar que ainda não foi apreciado, que tem muito haver com a questão da segurança de tudo ali e a contenção do muro, eu precisava ver a situação concreta e comparar com o que as partes dizem para esclarecer as dúvidas e depois relatar a decisão”, explicou o magistrado.
Assessor da promotoria de Justiça registra área sem proteção

Área em que o muro provavelmente foi derrubado

Ação Civil Pública corre desde fevereiro
A liminar solicitada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre impede que o governo do Estado demita o quadro técnico-científico e se desfaça de qualquer bem, móvel, imóvel e de animais que constituem o patrimônio material e imaterial do Jardim Botânico e do Museu de Ciências Naturais, duas das três instituições vinculadas a FZB. O Parque Zoológico não está contemplado nesta ação.
O pedido de liminar proíbe ainda a rescisão de acordos ou contratos que impliquem as atividades de educação ambiental, preservação dos acervos ou pesquisa científica, e impede o desmembramento ou fracionamento da matrícula do imóvel do Jardim Botânico. No caso de descumprimento, multa de R$ 50 mil.
A ação requer que o Estado apresente em juízo um plano para a extinção da FZB que garanta a continuidade e a mesma qualificação de todos os serviços e atividades do Jardim Botânico e do Museu de Ciências Naturais, e providenciar imediatamente o conserto do muro que faz a divisa com a Vila Juliano Moreira. Por fim, determina ao IPHAE (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul) a inscrição do Jardim Botânico no Livro Tombo, por já ter sido declarado patrimônio cultural do Estado, em 2003.
Caminhada durou pouco mais de 30 minutos em área restrita do JB


Presidente da FZB na área em que o muro foi derrubado