Mais de 100 laboratórios estão na corrida para chegar a uma vacina contra o coronavirus

Três vacinas entraram na segunda fase de testes clínicos em Pequim, segundo informou nesta quarta-feira, 20, a agência oficial do governo chinês.

Inovio e Pfizer são duas das empresas americanas que já começaram a testar em pessoas uma vacina para a Covid 19.

Testes em seres humanos estão tambám sendo feitas por pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Eles disseram que poderiam ter uma vacina pronta para uso emergencial a partir de setembro.

Outra empresa, a Moderna, anunciou resultados encorajadores de um teste  de sua vacina em oito voluntários. Só a notícia já fez as ações da empresa subirem.

Em Boston, o Centro Médico Beth Israel Deaconess publicou  esta semana uma pesquisa mostrando resultados positivos de uma vacina aplicada em macacos.

O esforço em busca de uma vacina contra o coronavirus mobiliza mais de 100  equipes de pesquisas em todo o mundo, segundo um levantamento publicado nesta quarta pelo New York Times.

“Otimismo cauteloso” é o sentimento entre os cientistas que trabalham nos projeto,segundo o jornal.  A melhor expectativa é de que pelo menos uma vacina contra o coronavírus, esteja pronta no próximo ano.

“Se isso acontecer, será o programa de desenvolvimento de vacinas mais rápido da história”, segundo um pesquisador.

Até agora, a melhor notícia que os cientistas puderam dar é de que o coronavirus é “um patógeno estável”, ou seja, ele provavelmente não sofrerá uma mutação significativa até que se desenvolva a primeira vacina .

Isso o torna um “um alvo mais fácil”, como disse Michael Farzan, virologista da Flórida, ao NYT.

O coronavírus possui alvos tentadores em sua superfície, proteínas únicas  que o patógeno precisa para entrar nas células humanas. O sistema imunológico aprende prontamente a reconhecer essas proteínas, ao que parece, e a atacá-las, matando o vírus.

A descoberta da vacina, porém, não é o único obstáculo nessa corrida que alimenta as esperanças do mundo inteiro.  Depois de desenvolvida e testada em diversos níveis ainda haverá o problema de produzí-la e distribuí-la em grandes quantidades.

Quase todo mundo no planeta é vulnerável ao novo coronavírus. Cada pessoa pode precisar de duas doses de uma nova vacina para receber imunidade protetora. São 16 bilhões de doses.

“Quando as empresas prometem entregar uma vacina em um ano ou menos, não tenho certeza de que estágio elas estão falando”, disse Akiko Iwasaki, imunobiologista da Universidade de Yale. “Duvido que eles estejam falando sobre distribuições globais em bilhões de doses”.

O presidente Trump disse na sexta-feira que o o governo americano está desenvolvendo um projeto para distribuir uma vacina “antes do final do ano”. Para fazer isso, Trump conta com o Departamento de Defesa para gerenciar a logística de fabricação relacionada ao desenvolvimento de vacinas.

Mas em uma entrevista na quinta-feira, o general Gustave F. Perna, que gerenciará a logística de fabricação, disse que as discussões sobre os equipamentos e instalações necessárias para a produção estão apenas começando.

Ele descreveu seu trabalho como um “problema de matemática”: como obter 300 milhões de doses de uma vacina que ainda não existe para os americanos – até janeiro.

Ele acrescentou: “Agora, como vou distribuí-lo? Em que será distribuído? O que preciso solicitar agora para garantir a capacidade de distribuição? As pequenas garrafas, os caminhões.

Amesh Adalja, médico de doenças infecciosas e pesquisador sênior do Centro de Segurança da Saúde da Universidade Johns Hopkins, disse ao NYT que aspectos aparentemente menores da produção e distribuição podem complicar o progresso mais tarde.

“Isso está em uma escala que nunca vimos desde a vacina contra a poliomielite”, disse ele. “São as pequenas coisas como as seringas, as agulhas, os frascos de vidro. Tudo isso precisa ser pensado. Você não quer que algo tão simples seja o gargalo do seu programa de vacinação. ”

Na reunião da Assembléia Mundial da Saúde desta semana, foi adotada uma proposta da União Européia recomendando um pool voluntário de patentes , o que pressionaria as empresas a desistirem de seus monopólios de vacinas que desenvolveram.

A Oxfam, uma instituição de caridade internacional, publicou uma carta aberta de 140 líderes e especialistas mundiais pedindo uma “vacina do povo”, que seria “disponibilizada gratuitamente para todas as pessoas, em todos os países”.

“Essas vacinas precisam ser um bem público”, disse Helen Clark, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, que assinou a carta.

“Quando as empresas prometem entregar uma vacina em um ano ou menos, não tenho certeza de que estágio elas estão falando”, disse Akiko Iwasaki, imunobiologista da Universidade de Yale. “Duvido que eles estejam falando sobre distribuições globais em bilhões de doses”.

Na reunião da Assembléia Mundial da Saúde desta semana, foi adotada uma proposta da União Européia recomendando um pool voluntário de patentes , o que pressionaria as empresas a desistirem de seus monopólios de vacinas que desenvolveram.

A Oxfam, uma instituição de caridade internacional, publicou uma carta aberta de 140 líderes e especialistas mundiais pedindo uma “vacina do povo”, que seria “disponibilizada gratuitamente para todas as pessoas, em todos os países”.

“Essas vacinas precisam ser um bem público”, disse Helen Clark, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, que assinou a carta.

Prefeitura de Porto Alegre amplia liberação de atividades

Porto Alegre avança na retomada gradual da atividade econômica.

Estão liberados para abrir, a partir desta quarta-feira, 20, shoppings centers, galerias e centros comerciais, restaurantes, igrejas e templos, equipamentos culturais e empresas do setor do comércio e de serviços.

O funcionamento das atividades deverá respeitar as normas de higienização, distanciamento, ocupação de até 50% da capacidade dos estabelecimentos, bem como a oferta de máscaras aos trabalhadores que utilizam o transporte público para o deslocamento.

A decisão foi tomada a partir do monitoramento dos indicadores de evolução da pandemia na Capital, cuja principal referência é a ocupação de leitos de UTI por pacientes com Covid-19.

As categorias flexibilizadas foram incluídas no decreto 20.583, assinado pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior e publicado em edição extra do Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa) desta terça-feira, 19.

Seguem proibidos as aulas da educação infantil ao ensino superior das redes privadas e públicas, eventos e centros culturais, cinemas, casas noturnas e de shows, boates e similares, teatros, clubes sociais, saunas e parques de diversão. Para os condomínios, mantêm-se as regras vigentes até o momento.

CONFIRA AS ALTERAÇÕES

Comércio, shoppings, centros comerciais e galerias

– Os shoppings centers poderão atender com 50% da capacidade máxima de ocupação prevista no alvará de funcionamento.

O mesmo vale para galerias e centros comerciais. As praças de alimentação também estão autorizadas a reabrir seguindo normas de higiene e distanciamento. Já os espaços de recreação seguem fechados.

Restaurantes, lancherias e bares

Nos restaurantes e lancherias, os serviços de bufê estão permitidos desde que a montagem do prato seja feita exclusivamente por um funcionário do serviço. Os estabelecimentos também deverão observar a regra de distanciamento de dois metros entre as mesas e lotação de até 50% da capacidade máxima, regra geral que também vale para os bares.

Missas e cultos

A realização de missas, cultos ou similares poderá ocorrer com, no máximo, 30 pessoas, desde que não ultrapasse 50% do limite máximo de ocupação, e com distanciamento mínimo de 2 metros entre os presentes.

Supermercados e hipermercados – Deverão seguir a regra geral de 50% da capacidade máxima de ocupação e respeitar o distanciamento social de dois metros.

Mercado Público – A circulação de pessoas no Mercado Público não poderá exceder 50% da capacidade máxima prevista no alvará de funcionamento ou de prevenção e proteção contra incêndio.

Academias – As academias e centros de ginástica ou espaços privados para atividades físicas, inclusive nos clubes sociais, poderão atender um aluno a cada 16 metros quadrados, podendo ser acompanhado por um profissional.

Prática de esportes – Está permitida a prática de esportes individuais sem contato físico.

Outras atividades – Também estão autorizados a retomar o trabalho os serviços sociais autônomos e entidades sindicais. No entanto, está proibida a realização de cursos presenciais, palestras e qualquer aglomeração de pessoas. Esses locais podem funcionar com atendimento presencial individual e com hora marcada.

O decreto permite ainda o uso de espaços abertos, públicos ou privados para a realização de atividades eventuais no sistema de serviço no carro (drive-in) com distanciamento de, no mínimo, dois metros entre os veículos.

Museus e bibliotecas também estão liberados, respeitando a regra geral de 50% da capacidade. O novo regramento permite ainda aulas de ensino particulares e individuais, como as de idiomas.

O primeiro caso confirmado de Covid-19 na cidade foi registrado no dia 8 de março. Uma semana depois, a administração municipal já havia determinado a suspensão das aulas e o fechamento de shoppings, restaurante e bares.

A primeira morte ocorreu em 24 de março. Hoje, mais de dois meses após a chegada do vírus, Porto Alegre tem 25 mortes, uma das mais baixas taxas de letalidade do país. Nessa terça-feira, 19, 44 pacientes confirmados com Covid-19 estavam internados em UTIs da Capital.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

Brasil ultrapassa mil mortes por dia e já está em terceiro lugar no ranking mundial

Com 1.179 vítimas nesta terça-feira, 19, o Brasil bateu recorde de mortes num único dia e já está em terceiro lugar no ranking mundial do número de casos confirmados da Covi 19, depois de Estados Unidos e Rússia.

O resultado desta terça-feira, 19, representou um aumento de 7% em relação ao dia anterior, quando foram contabilizados 16.792 mil falecimentos pela covid-19.

A letalidade (número de mortes por quantidade de casos confirmados) ficou em 6,6% e a mortalidade (número de óbitos pela quantidade da população) foi de 8,6%.

O balanço diário do Ministério da Saúde registrou também recorde de novos casos confirmado em 24 horas, com 17.408.

No total, 271.628 pessoas foram infectadas. O resultado marcou um acréscimo de 6,8% em relação a ontem, quando o número de pessoas infectadas estava em 254.220.

Do total de casos confirmados, 146.863 (54%) estão em acompanhamento e 106.794 (39,3%) foram recuperados.

Há ainda 3.319 mortes em investigação. O número marca um aumento em relação aos últimos números para este indicador, que davam entre 2.000 e 2.300 falecimentos em investigação.

 

São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de falecimentos (5.147), se seguido pelo Rio de Janeiro (3.079), Ceará (1.856), Pernambuco (1.741) e Amazonas (1.491).

Além disso, foram registradas mortes no Pará (1.519), Maranhão (604), Bahia (326), Espírito Santo (325), Alagoas (231), Paraíba (219), Minas Gerais (167), Rio Grande do Norte (160), Rio Grande do Sul (151), Amapá (136), Paraná (129), Santa Catarina (91), Piauí (85), Rondônia (87), Goiás (73), Acre (72), Distrito Federal (72), Sergipe (63), Roraima (61), Tocantins (38), Mato Grosso (32) e Mato Grosso do Sul (16).

Já em número de casos confirmados, o ranking tem São Paulo (65.995), Ceará (28.112), Rio de Janeiro (27.805), Amazonas (22.132) e Pernambuco (21.242).

Entre as unidades da federação com mais pessoas infectadas estão ainda Pará (16.295), Maranhão (14.198), Bahia (11.013), Espírito Santo (7693) e Santa Catarina (5.413).

Segundo o mapa global da universidade Johns Hopkins, o Brasil passou o Reino Unido em número de casos, atrás da Rússia (299,941 mil) e Estados Unidos (1,52 milhão).

No número de mortes, o Brasil ocupa a sexta posição, atrás de Espanha (27.778), França (28.025), Itália (32.169), Reino Unido (35.422), Estados Unidos (91.661).

Nos dois indicadores, é preciso considerar também a população dos países, uma vez que o Brasil é mais populoso do que nações como Reino Unido, Itália e Espanha.

Até o início da noite desta terça-feira, já haviam sido registrados 4,88 milhões de casos confirmados de covid-19 no mundo.

Atendimento psicológico

Em entrevista no Palácio do Planalto, representantes do Ministério da Saúde anunciaram que começou hoje o atendimento psicológico a distância para os profissionais de saúde.

O projeto, chamado de Telepsi, é uma iniciativa em parceria com o Hospital das Clínicas de Porto Alegre e com a Universidade Federal do  Rio Grande do Sul (UFRGS).

Os trabalhadores da saúde que desejarem acessar o serviço de atendimento devem ligar para 0800 644 6543.

As consultas serão realizadas semanalmente com o mesmo psicólogo.

Caso haja necessidade de medicação, haverá o encaminhamento presencial para um psiquiatra. A expectativa é fornecer o serviço a 10 mil profissionais.

(Com informações da Agência Brasil)

China mantém meta de erradicação da pobreza em 2020

” A China é capaz de cumprir sua meta de eliminação da pobreza este ano apesar do impacto da epidemia da COVID-19″, declarou na segunda-feira, 18,  Liu Yongfu, diretor do Escritório do Grupo Dirigente de Alívio da Pobreza e Desenvolvimento do Conselho de Estado.

Até o final de 30 de abril, cerca de 97% das principais empresas e fábricas de alívio da pobreza haviam retomado a produção, enquanto 82% dos projetos de alívio da pobreza haviam sido reiniciados, informou o funcionário.

Segundo Liu, a China fortaleceu o apoio político para ajudar os trabalhadores migrantes presos em casa devido à epidemia a conseguir emprego localmente, como parte de seus esforços para impedir que as pessoas voltassem à pobreza.

As tarefas de alívio da pobreza do país estão quase concluídas, pois o número de pessoas empobrecidas caiu de 98 milhões no final de 2012 para 5,51 milhões no final de 2019, com o número de municípios atingidos pela pobreza caindo para 52 em 2020.

Liu observou que a China acelerará os esforços para tirar os 52 municípios e 1.113 aldeias da pobreza, concentrando-se em satisfazer as necessidades das populações pobres em termos de educação obrigatória, atendimento médico básico, moradia segura e água potável.

Em 25 anos, grupos resgataram 55 mil trabalhadores escravizados no Brasil

Criados em 1995, os grupos móveis de fiscalização do trabalho escravo tornaram-se uma política de Estado, independente de governo ou partido.

Nestas duas décadas e meia, 54.687 trabalhadores foram resgatados de situação análoga à escravidão, segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho.

Mais de 5.300 estabelecimentos foram fiscalizados, e perto de 48 mil trabalhadores foram formalizados. As verbas rescisórias somam R$ 107,8 milhões.

Ao Grupo Especial de Fiscalização Móvel, nome oficial da iniciativa, somou-se, em 2003, o Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e iniciativas como a chamada “lista suja”, de empregadores flagrados com práticas de trabalho análogo à escravidão.

Ao mesmo tempo em que o combate avança, algumas iniciativas visam a enfraquecer a atuação dos grupos móveis.

Afrouxamento e ameaças
O Sinait, sindicato nacional dos auditores-fiscais, cita “as tentativas de afrouxar o conceito de trabalho escravo” previsto no artigo 149 do Código Penal. “Temos casos de várias ameaças a auditores-fiscais do Trabalho, anônimas ou declaradas”, afirma o presidente da entidade, Carlos Silva.

A própria “lista suja” teve sua divulgação proibida durante três anos, por decisão legal. E o número de equipes de resgate diminuiu de nove para quatro.

A chamada chacina de Unaí, em 28 de janeiro de 2004, em Minas Gerais, é um exemplo extremo dos riscos da fiscalização. Naquele dia, três auditores e um motorista foram mortos a tiros. Depois de anos, a Justiça condenou primeiro os executores. Posteriormente, mandantes e intermediários foram condenados, mas em um caso o julgamento foi anulado. E os demais recorrem em liberdade.

A entidade também aponta “déficit” de pessoal para o combate ao trabalho escravo e outros itens da fiscalização.

De acordo com o Sinait, a carreira de auditor-fiscal do trabalho tem 3.644 cargos criados por lei, mas atualmente há apenas 2.100 na ativa.

Em média, todos os anos se aposentam 130 funcionários. “As vagas existem, mas o governo não realiza concurso”, diz o sindicato, citando estudo de 2012 do Instituto de Pesquisa Econômica Apolicada (Ipea), que aponta para a necessidade de 8 mil auditores-fiscais para dar conta da demanda.

Precarização
“A necessidade de ampliar o quadro aumenta à medida que a legislação trabalhista e de segurança e saúde do trabalho são flexibilizadas”, observa a vice do Sinait, Rosa Jorge. “Desde a reforma trabalhista, em 2017, aumentou o número de mudanças legislativas que têm levado a uma maior precarização e vulnerabilidade dos trabalhadores e, consequentemente, ao surgimento de mais casos de trabalho degradante.”

A desregulamentação é o “pior cenário” para o mundo do trabalho, acrescenta Carlos Silva.

Ele diz que “há toda uma intenção muito bem calculada para desregulamentar e deixar as relações de trabalho mais frágeis e fora do alcance da fiscalização”.

“Estamos vendo um enorme retrocesso que, em tempos de crise como esse que estamos passando, revela-se ainda mais cruel. Quando o mercado não tem compromisso com nada e ninguém, é o Estado que fica sobrecarregado. É o que está ocorrendo agora.”

(Da RBA, com informações do Sinait)

Sindicatos de sete países denunciam assédio sexual na rede McDonald´s

Sindicatos de Brasil, Austrália, Chile, Colômbia, França, Reino Unido e Estados Unidos se uniram para apresentar nesta segunda-feira (18) à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) denúncias de assédio sexual sistêmico contra a rede americana de fast food McDonald’s.

No Brasil, o documento encaminhado ao Dutch National Contact Point (NCP) – órgão responsável por observar as diretrizes da OCDE para multinacionais – mostra que o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu 23 queixas com sérias indicações de assédio moral, sexual e discriminação racial nas lanchonetes da rede.

As denúncias incluem toques indesejados, provocações verbais e outras más condutas dos supervisores.

Assinam a denúncia a central brasileira UGT, a União Internacional de Trabalhadores da Alimentação (International Union of Foodworkers), a Federação Europeia de Sindicatos da Alimentação, Agricultura e Turismo (European Federation of Food, Agriculture and Tourism Trade Unions) e o Sindicato Internacional de Trabalhadores em Serviços (SEIU, dos Estados Unidos e Canadá).

Também são alvos da representação os bancos de investimento APG Asset Management (Holanda) e Norges Bank (Noruega), que, juntos, detêm participação de US$ 1,7 bilhão no McDonald’s e teriam fracassado em constatar os crescentes casos de abusos em seus sistemas monitoramento interno e externo. “Trata-se de um alarmante e inaceitável padrão de assédio sexual e racial nos restaurantes McDonald’s no Brasil, que agora sabemos que ocorre também em várias outras partes do mundo”, afirmou o presidente da UGT, Ricardo Patah.

Mundo afora

Nos Estados Unidos, segundo as organizações, trabalhadores de 16 anos acusaram supervisores de conduta imprópria, incluindo tentativa de estupro, exposição indecente, toques indesejados e ofertas sexuais.

As mulheres disseram ter sido ignoradas, ridicularizadas ou punidas quando denunciaram os casos à empresa.

Na França, um gerente do McDonald’s teria instalado uma câmera de celular no vestiário feminino, para filmar secretamente jovens trocando de roupa.

Segundo a denúncia, a rede de lanchonetes ignorou as diretrizes da OCDE ao se recusar a envolver os trabalhadores e seus representantes para abordar o assédio sexual e o assédio de gênero em suas lojas. A empresa Arcos Dourados, que controla o McDonald’s no Brasil, não se manifestou sobre as acusações.

(Com informações da RBA )

Covid-19 tem evolução mais grave e maior letalidade entre fumantes

“Combinação catastrófica”.

Assim o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, define a relação entre o tabagismo e coronavirus.

Fator de risco para infecções respiratórias, doenças vasculares, cardiovasculares e pulmonares, o tabagismo é uma “porta de entrada principal” para o coronavirus, segundo o especialista.

Análise publicada na China, dos primeiros casos de covid-19, comparando grupos de fumantes e não fumantes, mostrou que a doença teve evolução mais grave e maior índice de letalidade no grupo de fumantes. “Alguns artigos mostraram 1,5 vez mais, outros 2,4 vezes mais. Ou seja, você mais do que duplica a chance de a doença se agravar e duplica os óbitos em relação ao grupo que não fuma”.

Disseminação

Maltoni chamou a atenção para o fato de o vírus se disseminar com facilidade, principalmente por contaminação pelo perdigoto (gotículas contaminadas de saliva). Outro agravante em relação ao tabagismo é o uso de narguilé (espécie de cachimbo de água de origem oriental, utilizado para fumar tabaco aromatizado e, ocasionalmente, maconha ou ópio) no mundo.

“É um mecanismo de disseminação do vírus muito alto, a ponto de países como o Irã proibirem seu uso em bares e ruas pela possibilidade de propagação, porque passa de boca em boca.

Também é uma associação muito perigosa”. Segundo Maltoni, há uma relação muito forte do tabagismo com o agravamento das condições dos pacientes que se infectam pelo novo coronavírus, com aumento maior da letalidade.

O mesmo ocorre em relação aos cigarros eletrônicos (também chamados de vape, são dispositivos eletrônicos para fumar alimentados por bateria de lítio). “São outra forma de você dispersar nicotina e outros produtos para o organismo humano”.

Embora a indústria do tabaco defenda que é instrumento para a pessoa parar de fumar, o diretor executivo da Fundação do Câncer afirmou que esse tipo de cigarro tem em sua constituição substâncias tóxicas, incluindo a nicotina que é oferecida no formato líquido e forma um aerossol.

“Essa inalação do volume de nicotina atinge a corrente sanguínea até mais rápido do que o cigarro convencional”. Maltoni destacou que a nicotina é o principal causador da dependência, com todos os efeitos  de agressão ao organismo, como a alteração da imunidade celular em nível pulmonar, alteração do DNA da célula pulmonar, predispondo à transformação das células em câncer, em tumores. Isso também está presente no cigarro eletrônico.

Alerta da OMS

No último dia 11, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez uma declaração pública alertando que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas em todo o mundo, a cada ano.

Mais de 7 milhões dessas mortes são decorrentes do uso direto do tabaco e cerca de 1,2 milhão se deve ao fato de os não fumantes serem expostos ao fumo passivo.

Um grupo de especialistas em saúde pública, convidados pela OMS, analisou estudos já publicados em relação à covid-19 e sua relação com o tabagismo.

Constatou que os fumantes tinham maior probabilidade de desenvolver as doenças graves e as complicações da infecção de maneira mais grave em comparação com os não fumantes, “inclusive em proporção maior de óbitos do que o grupo de não fumantes”, observou Maltoni.

Nicotina e covid-19

A OMS também se posicionou contrária a estudos favoráveis à adoção de substâncias como a nicotina no tratamento de pacientes com covid-19.

Embora sem se referir especificamente a um trabalho francês que defende a nicotina como proteção à covid-19, a organização alerta que é preciso ter cuidado ao adotar esse tipo de recomendação, antes que sejam feitos testes e confirmados seus resultados por instituições de credibilidade internacional.

Luiz Henrique Maltoni destacou que no caso do trabalho francês, ele foi publicado na internet e não em uma revista científica conceituada, como é tradicionalmente feito, onde um comitê editorial analisa cientificamente se o método do trabalho foi bem conduzido, para então autorizar sua publicação.

O estudo não foi revisado e não faz referência à aprovação por nenhum comitê de ética em pesquisa, afirmou Maltoni.

O diretor executivo da Fundação do Câncer qualificou o estudo como “um equívoco imenso”. Um dos autores do trabalho é um pesquisador que, durante muito tempo, foi financiado pela indústria do tabaco, disse. Do ponto de vista científico, o trabalho não merece crédito nem citação, acrescentou Maltoni.

Nota conjunta

Em razão da pesquisa francesa, sete entidades médicas, entre as quais a Fundação do Câncer, a Associação Médica Brasileira, a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia divulgaram nota na qual entendem que “é muito precoce e arriscado” afirmar que haja qualquer potencial fator protetor da nicotina para a covid-19.

“Uma vez contaminados pelo novo coronavírus, os fumantes tendem a ter pior evolução do quadro, com mais gravidade e mortes”, diz a nota.

As entidades de saúde reforçam a importância do combate ao fumo. Estudo do Instituto Nacional do Câncer mostrou que o país gasta cerca de R$ 57 bilhões por ano com despesas médicas e perda de produtividade relacionadas a doenças provocadas pelo fumo.

O estudo mostra ainda que o país arrecada R$ 13 bilhões de tributos por ano com a indústria do tabaco, o que significa que há um rombo de pelo menos R$ 44 bilhões para o sistema de saúde brasileiro. Todos os dias, 428 pessoas morrem devido ao tabagismo no Brasil.
(Com informações da Agência Brasil )

 

Polícia Militar confirma que empresário pediu proteção antes de denúncia

O G1 publicou nesta segunda a foto de uma viatura policial na frente da residência do empresário  Paulo Marinho, que denunciou vazamento da Polícia Federal para alertar Flávio Bolsonaro sobre investigações.

A PM confirmou ao portal que “reforçou o policiamento nas proximidades da residência de Marinho”, no Rio de Janeiro.

 Marinho vai depor na Polícia Federal e garante ter provas do que disse

O pedido foi feito por Marinho ao governador Wilson Witzel, após  entrevista  em que revelou que o senador Flávio Bolsonaro (PSL) foi avisado com antecedência sobre a deflagração da Operação Furna da Onça.

A operação, desdobramento da Lava Jato, culminou na prisão de parlamentares do estado em novembro de 2018.

Nessa investigação a PF havia chegado ao nome de Fabrício Queiroz, suspeito de administrar um esquema de”rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro.

O vazamento da operação, segundo Marinho, foi  feito por um delegado da PF.

Marinho foi um dos principais apoiadores da campanha de Jair Bolsonaro e é suplente do senador Flávio Bolsonaro. Várias reuniões do grupo político ocorreram na casa de Marinho, no Rio.

O senador nega as acusações e atribui a denúncia ao suposto interesse de Paulo Marinho em obter a vaga no Senado.

Presidente leva 11 ministros à rampa do Planalto para saudar apoiadores

Para Bolsonaro foi uma “manifestação espontânea, pacífica, sem agressão a quem quer que seja”.

Na verdade foi a repetição de um movimento organizado que nos fins de semana reúne duas ou três centenas de apoiadores do presidente na frente do Palácio do Planalto.

A novidade deste domingo, 17, foram as faixas e cartazes a favor da cloroquina, medicamento polêmico que o presidente recomenda para tratamento da Covid 19.

E os onze ministros que acompanharam Bolsonaro até a rampa do palácio para saudar os manifestantes.

A presença do presidente da República foi transmitida ao vivo nas redes sociais a partir das 12h20.

As faixas e cartazes contra o congresso e o judiciário e pedindo intervenção militar foram retirados da frente do palácio pouco antes por recomendação da segurança.

O presidente discursou: “É muito gratificante, honroso da minha parte, do meu ministério, receber uma manifestação de apoio nesse sentido”. Desta vez, ele mencionou o poder Legislativo, mas evitou falar no Judiciário, onde um inquérito apura acusações contra ele.

“Não existe preço para nós, políticos, ter uma manifestação espontânea dessa maneira, vinda do coração, da alma do povo brasileiro que, repito, quer acima de tudo liberdade, quer democracia, quer o respeito”.

“Nós vamos conseguir mudar o destino do Brasil, apesar dessa crise que tem afetado o mundo todo”.

Naquele momento, o tema dominante na mídia era a repercussão da entrevista do empresário e suplente de senador Paulo Marinho, ex-aliado do presidente, com novas denúncias de interferência na Polícia Federal.

Mais um ex-aliado engrossa campanha pelo impeachment de Bolsonaro

Paulo Marinho, empresário e suplente do senador Flávio Bolsonaro,  é o novo ex-aliado a alinhar-se ao movimento pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista, publicada na Folha de São Paulo deste domingo, Marinho diz que a Polícia Federal em outubro de 2018 adiou uma operação que poderia prejudicar a eleição de Bolsonaro.

A “Operação Furna da Onça”, sobre a prática de  “rachadinha” na Assembléia Legislativa do Rio, tinha entre os alvos o ex-policial Fabrício Queiroz, assessor parlamentar do filho do presidente, que era um dos operadores do esquema criminoso.

Além de segurar a operação, que seria deflagrada entre o primeiro e o segundo turno da eleição, um delegado bolsonarista avisou Flávio.

Segundo Marinho, foi o próprio Jair  Bolsonaro, informado pelo filho, que  mandou demitir Queiroz imediatamente e fez o mesmo com uma filha do ex-policiai, lotada como assessora no gabinete do candidato à presidência, na Câmara Federal.

Ambos,  Queiroz e sua filha Nathalia,  foram demitidos no mesmo dia, 15 de outubro de 2018.

A operação foi deflagrada dia 8 de novembro,  quando Bolsonaro já estava eleito.

“Todas as notícias de eventual desvio de conduta devem ser apuradas e, nesse sentido, foi determinada, na data de hoje, a instauração de novo procedimento específico para a apuração dos fatos apontados” disse em nota a Polícia Federal.

A PF justifica que a operação foi deflagrada no Rio de Janeiro no dia 8 de novembro porque os mandados judiciais foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2° Região, no dia 31 de outubro do mesmo ano, “portanto, poucos dias úteis antes da sua deflagração”.

Flavio Bolsonaro, em nota, diz que “Paulo Marinho, tem interesse em me prejudicar, já que seria meu substituto no Senado. Ele sabe que jamais teria condições de ganhar nas urnas e tenta no tapetão”.

“Por que somente agora inventa isso, às vésperas das eleições municipais em que ele se coloca como pré-candidato do PSDB à prefeitura do Rio, e não à época em que ele diz terem acontecido os fatos, dois anos atrás?”, diz o senador.

Paulo Marinho se aproximou de Bolsonaro através de seu amigo Gustavo Bebianno, outro ex-aliado falecido recentemente e que deixou o governo com sérias críticas ao presidente, dizendo que ele “nunca se preocupou realmente em combater a corrupção”.

A entrevista deve ser levada para o inquérito que tramita no Supremo sob a relatoria do ministro Celso de Mello,  a partir das denúncias do ex-ministro Sérgio Moro.

Morou deixou o governo há duas semanas denunciando pressões do presidente para interferir nas investigações da Polícia Federal.

“O suplente do senador é um homem vivido, experiente e não falaria algo de tal gravidade de maneira leviana. E a morte abrupta do grande amigo dele, Bebianno, certamente está compondo este jogo de xadrez”, escreveu o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, em artigo sobre o assunto.

Segundo ele, “para  uma denúncia junto ao Supremo Tribunal, não precisa da prova cabal do crime, bastam indícios fortes o suficiente para a justa causa na abertura da ação penal”.

A abertura da ação penal, que se dá pelo recebimento da denúncia por parte do Pleno do Supremo Tribunal, já afastaria Bolsonaro  da Presidência por 180 dias.

Para isso, no entanto, a denúncia tem que ser apresentada pelo Procurador Geral da República, Augusto Aras.