O vídeo de um militar do Exército alemão na Bavária, lançado dia 29/12/2021 nas redes sociais, perturbou a festa de ano novo no país. Em pouco mais de um minuto, o homem em uniforme militar camuflado, identificado como sargento Oberauer, relata sua completa desolação frente à política do governo para o combate da pandemia. “Não posso mais me calar e fingir que não vejo o que está acontecendo”, desabafou o sub-oficial.
Ele se refere à dura repressão da polícia, especialmente a civil, chamada por ele de “mercenários”, aos protestos que ocorrem quase diariamente pelo país desde o fim de Novembro. Os “Passeadores” (Spazierengänger), que demonstram sua inconformidade frente à política da pandemia em passeios noturnos por inúmeras cidades do país.
O “Lockdown-light”, baixado em Novembro, assim como a agressiva campanha de vacinação, que promete ser obrigatória antes de março, são os principais motivos dos protestos. Para fazer valer a nova lei, inconstitucional, o governo usa, é claro, a polícia e a situação tem ficado cada vez mais violenta. Dezenas de policiais e centenas de manifestantes ficaram feridos nos protestos da Baviera e Saxônia na semana do Natal.
Um Aviso
“É chegada a hora de escolher de que lado estamos”, anuncia o Sargento no vídeo, citando inclusive um coronel e outros oficiais como parceiros na insubordinação. Com um ultimato, até as 16 hs. do dia de ano novo, Oberauer exige, entre outras coisas, a suspensão da obrigatoriedade da vacina entre os militares e outros grupos profissionais correlatos.
“Isso é um aviso. Já avisamos antes. Não repetiremos o aviso”, declarou o militar, convocando “todos os colegas, de todas as armas, e polícias” a defenderem a constituição e protegerem a população, em vez de atacá-la.
O Ministério da Defesa da Alemanha abriu inquérito para apurar o vídeo. Segundo a mídia chapa branca, até o fim do dia a polícia do exército já havia prendido, pelo menos, o “suposto sargento”. A ministra, Christine Lambrecht (SPD) foi ao Twitter comentar o assunto: “O Bundeswehr precisa de pessoas reflexivas e justas que estejam firmemente comprometidas com nossa Constituição. Aqueles que não compartilham isso, não têm lugar em nosso Bundeswehr!”.
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