Vice na sombra: Bruno Covas e Sebastião Melo têm algo em comum

Ricardo Gomes, ex-secretário da gestão Marchezan, faz chapa com Sebastião Melo. Foto Divulgação MDB/Galileu Oldenburg

No debate do Roda Viva desta segunda-feira, 23/11, na TV Cultura, foi levantada mais uma vez a questão do vice que o candidato Bruno Covas tenta manter na sombra durante sua campanha à reeleição como prefeito de São Paulo.

O vereador Ricardo Nunes, do MDB, vice na chapa de Covas, tem registro policial de violência contra a mulher e uma investigação no Tribunal de Contas por suspeita de superfaturamento em creches alugadas à prefeitura. Estas acusações já foram publicadas pelo blogueiro Felipe Neto e motivaram um processo, mas a Justiça não mandou retirar as denúncias do ar.

Covas, no Roda Viva, voltou a repetir que não há nada provado contra seu vice e que ele está sendo atacado porque é uma figura popular. Mas a verdade, como comentaram os entrevistadores do programa, é que Covas só fala do vice quando questionado.

Enquanto seu adversário, Guilherme Boulos, não perde oportunidade de mencionar a sua vice, Luiza Erundina, Covas não cita o vice nem na propaganda.

Nisso se parece ao candidato Sebastião Melo, do MDB, cujo vice Ricardo Gomes, atual DEM, também fica na sombra e mal aparece na propaganda eleitoral.

Fundador do Movimento Brasil Livre (MBL), Gomes foi eleito vereador na esteira das manifestações de apoio ao impeachment de Dilma Roussef e defendendo uma política liberal e a favor de privatizações. Com histórico em atuação e promoção de sociedades empresariais ligadas ao liberalismo, presidiu o Instituto de Estudos Empresariais (IEE), associação que reúne empresários, forma lideranças políticas e realiza eventos como o Fórum da Liberdade.

O vice de Melo foi secretário de Desenvolvimento Econômico de Marchezan, mas brigou e rompeu com o atual prefeito ao discordar da lei que modificou o IPTU na Capital gaúcha. Ricardo Gomes é contra o projeto, que classifica como aumento abusivo de imposto. Eleito pelo PP, trocou de partido e está no DEM, e foi o indicado para vice de Melo.

Gomes já denominou a chapa como de “centro-direita” e age como ligação ao empresariado gaúcho liberal e com forças próximas ao bolsonarismo, ainda que ele, Gomes, não se declare abertamente apoiador do presidente da República.

A eleição no segundo turno ocorre no próximo domingo, dia 29. Em Porto Alegre disputam o voto Sebastião Melo (MDB) e Manuela D’Ávila (PCdoB), que tem como vice em sua chapa Miguel Rosseto (PT).

 

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