Noite dos Museus de volta, com presença de público, traz 100 atrações gratuitas

Depois de dois anos sem presença de público, a Noite dos Museus volta a acontecer em Porto Alegre. Será a sexta edição, no próximo sábado, dia 21 de maio, com cerca de 100 atrações artísticas gratuitas para o público. O evento acontece das 19h à 1h, sendo  possível frequentar as exposições e os acervos dos mais de 20 espaços culturais, que estarão abertos para visitação com entrada franca. Haverá também de dezenas de apresentações gratuitas que envolvem música, cinema, performance, artes visuais e literatura. Atração internacional

Pela primeira vez em sua história, o Noite dos Museus receberá uma atração internacional. Acompanhada pela sua banda, a cantora e compositora argentina Barbarita Palacios apresentará o seu novo disco, “Criolla”, em um palco montado na Praça da Alfândega especialmente para o evento. O álbum mistura ritmos contemporâneos e sul-americanos, como cumbia, milonga e rock alternativo.

Noite dos Museus. Foto:_Anderson Fetter/ Divulgação

Para dar conta do público  esperado, que chegou a mais de 100 mil pessoas na última edição presencial em 2019, a organização do evento ampliará o espaço de circulação ao ar livre, instalando dois palcos externos no Centro Histórico: um na Praça da Alfândega e outro em frente ao Museu da Brigada Militar. Algumas das ruas do entorno serão fechadas para o trânsito de carros, priorizando o acesso de pedestres e facilitando a movimentação a pé na região.

Noite dos museus. Foto: Divulgação

A programação completa é essa:

Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736 – Centro Histórico)

19h – Bloco Areal do Futuro (cortejo/música)
20h – James Liberato e Grupo (música)
21h – Jordana Henriques (música)
22h – Matheus Alves e Bruno Coelho (música)
23h30 – Café Trio (música)

Exposição
– “A casa do tempo” – cinco exposições, do térreo ao 5º andar
– “Cont(é)m POA” – mostra da CCMQ e do MACRS, no 3º andar do prédio Alfândega, na Microgaleria Tatata Pimentel
– “Cidade Oculta” – exposição sobre os 21 anos do Jornal Boca de Rua
– “Anahatron” – Instalação do artista Athos Aguiar
– “Mulheres em Luta” – mostra da CCMQ e do MACRS

Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Av. Independência, 75 – Centro Histórico)
19h15 – Pedro Tagliani (música)
20h – Joaquim Velho Instrumental (música)
21h – Balaio de Palha (música)
22h – Carlos Badia e Grupo (música)

Exposição
– “Vilões vilões violam violentam violas violões” – exposição que faz um convite para a reflexão, ao mesmo tempo que celebra a memória e a poesia, na Sala Múltiplos Usos I
– “A última invenção de Luciano Wieser” – exposição performática do Grupo De Pernas Pro Ar, na Sala Múltiplos Usos II
– Acervo com mais de 30 mil objetos, como instrumentais médicos, indumentárias, imagens sacras, relógios, móveis e utensílios farmacêuticos
– Acervo arqueológico, composto de mais de 25 mil itens recolhidos nas diversas fases de construção do complexo hospitalar
*A instituição fechará à meia-noite

Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 – Centro Histórico)
19h15 – Irmãos Rocha! (música)
20h30 – Projeção de trechos do filme “Vento Norte” com trilha sonora ao vivo por Ângelo Primon e Oly Jr. (cinema + música)
22h – Exibição do curta-metragem “Vicious”, de Rogério Brasil Ferrari, com atuação de Julio Reny (cinema)
22h30 – Julio Reny e os Irish Boys (música)
23h30 – Sessão musicada de “O Inferno” com trilha sonora ao vivo de Carlos Ferreira e Fu_k The Zeitgeist (cinema + música)

Exposição
– Acervo que reúne obras e documentos diversos relacionados ao cinema gaúcho, nacional e internacional

Espaço Força e Luz (Rua dos Andradas, 1223 – Centro Histórico)
19h – Sexteto Blazz (música)
20h – Neuro Júnior e Lucas Fê (música)
22h – Rodrigo Maia (música)
23h – Fernanda Copatti (música + performance)

Exposição
– “Complete as lacunas” – mostra de Bruno Novaes para refletir sobre a diversidade de vozes, corpos e histórias que possuem um lugar social comum: a escola
– “Watts e Volts” – exposição que remonta a história da energia elétrica através de itens como luminárias, maquinários e alguns dos primeiros eletrodomésticos do país
– “Memorial Erico Verissimo” – reúne correspondências, desenhos e manuscritos originais do escritor gaúcho

Fábrica do Futuro (Rua Câncio Gomes, 609 – Floresta)
19h15 – Richard Serraria (música + literatura)
20h15 – Jortacio e Eduardo Morlin (música)
21h – Dona Conceição (música)
22h15 – Bel_Medula (música)

Exposição  com inauguração de exposição do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS)
– “As Mil Faces de Makunaima” – experiência imersiva que une projeções audiovisuais às técnicas tradicionais de pintura. Criada por Mishta & Manatit, que visa difundir a arte indígena contemporânea de Jaider Esbell. A exposição foi desenvolvida em parceria entre o Museu de Arte Contemporânea (MACRS) e a Fábrica do Futuro especialmente para o Noite dos Museus

Farol Santander (Rua 7 de Setembro, 1028 – Centro Histórico)
19h15 – Cleômenes Junior (música)
20h15 – Marcelo Corsetti (música)
21h15 – Projeto Nó (música)
22h15 – Guitarras da Cidade (música)

Exposição
– “Observatório – Artur Lescher” – com 28 obras, a exposição traz um recorte da trajetória do artista. Utilizando materiais como latão, alumínio, aço inox, linha, granito e madeira, exibe as tradicionais instalações tridimensionais que compõem o repertório do artista
– “ECOARt – Uma viagem pelos biomas do Brasil através da arte” – apresenta a diversidade da flora e dos biomas retratados através do olhar de diferentes artistas fotográficos brasileiros

Galeria do DMAE (Rua 24 de Outubro, 200 – Moinhos de Vento)
19h15 – Coro do DMAE (música)
20h – Inserções em Circuitos Ideológicos (música)
21h – Tonda y Combo (música)
22h – Lucas Brum Big Band (música)

Exposição do Goethe-Institut criada especialmente para o Noite dos Museus
– “Retrato de Família” – com curadoria de Tiago Coelho, apresenta mais de 20 fotografias e vídeos de artistas contemporâneos da cena local da cidade, que retratam relações de parentesco e relações comunitárias, identitárias, afetivas e ancestrais. A exposição foi proposta pelo Goethe-Institut especialmente para o espaço da Galeria do DMAE, com a união dos dois espaços culturais para o Noite dos Museus

Instituto Ling (Rua João Caetano, 440 – Três Figueiras)
Apresentações
19h – Slam das Minas RS (poesia falada)
20h – Miri Brock (música)
21h – Gustavo Telles & os Escolhidos (música)
22h – Mari Kerber e Ale Ravanello (música)
23h – Tom Bloch (música)

Exposição
– “Uma Experiência Compartilhada” – mostra coletiva reúne 30 obras produzidas nas mais variadas técnicas da gravura em metal, assinadas por 27 artistas de projeção nacional e internacional. A exposição apresenta um recorte da Coleção Ateliê de Gravura da Fundação Iberê, com seleção do curador Eduardo Haesbaert
– “Ling Apresenta obra de Bruno Tamboreno” – intervenção artística inédita criada pelo artista visual bajeense, desenvolvida em uma das parede do centro cultural
– Acervo permanente com 19 obras de arte contemporânea brasileira assinadas por renomados
*A instituição fechará à meia-noite

Memorial do Rio Grande do Sul (Rua 7 de setembro, 1020 – Centro Histórico)
Apresentações
19h – Grupo Teko Guarani (música)
20h30 – Lipsen (música)

Exposição
– “Palmares não é só um, são milhares: 50 anos do 20 de Novembro” – exposição em comemoração ao cinquentenário do dia nacional da Consciência Negra, no saguão
– “Kunhun Gá Jýkre – História e memória das retomadas Kaingang no Rio Grande do Sul” – exposição com fotografias, textos e objetos sobre as retomadas Kaingang no Estado, além de desenhos da artista Kaingang Vera Lúcia Kaninhka da Rosa, no segundo andar
– A edificação também sedia o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul (AHRS) e o Museu Antropológico do Rio Grande do Sul (Mars), além do Espaço Cultural Correios

Multiverso Experience – Cais Embarcadero (Av. Mauá, 1050 – Armazém A7 – Centro Histórico)
Exposição
– “Mostra Van Gogh” – exposição com mais de 40 obras digitalizadas de Van Gogh, apresentadas em conjunto com obras de Monet. No espaço, que conta com tecnologia de mapeamento digital de superfícies, composta por projetores de alta resolução que formam as imagens apresentadas, o público pode conhecer as origens e as experiências dos dois maiores representantes do impressionismo e pós-impressionismo no mundo.
–  “LiquidEffects”, ambiente contemplativo que apresenta cores em movimento com ambientação sonora envolvente, resultando em um espetáculo de efeitos audiovisuais.

Museu da Brigada Militar (Rua dos Andradas, 498 – Centro Histórico)
Apresentações em palco externo, em frente ao museu
19h – Banda da Brigada Militar (música)
19h30 – Lux Sonora (música)
20h – Fofa Nobre (música)
20h45 – Instrumental Picumã (música)
21h30 – Fátima Gimenez (música)
22h – Jean Carlo Godoy Trio (música)
23h – Rafa 16 e Caco Velho Ensemble (música)

Exposição
– “Portões do Regimento do Caty” – exposição que faz parte do acervo do museu, abrange conteúdos sobre o quartel do Caty, o primeiro do Rio Grande a ser construído de acordo com as modernas exigências da técnica de Engenharia.

Museu da Comunicação Social Hipólito José da Costa (Rua dos Andradas, 959 – Centro Histórico)
Exposição
– ”Esquina da Comunicação” – mostra sobre o histórico de uma das mais tradicionais esquinas de Porto Alegre, a Esquina da Comunicação, formada pelo encontro da Rua dos Andradas com a Rua Caldas Júnior, no Centro Histórico da capital gaúcha
– “Paralelos” – exposição, com curadoria da equipe do MuseCom, apresenta ao público acervos preservados pela instituição dos séculos XIX, XX e XXI e aborda paralelos existentes ao longo da história da Comunicação Social num contexto global
– Os acervos, disponíveis para pesquisa, abrangem diferentes áreas da Comunicação, como Imprensa escrita, Televisão, Rádio e Fonografia, Publicidade e Propaganda, Fotografia e Cinema

Museu da UFRGS (Av. Osvaldo Aranha, 277 – Bom Fim)
Apresentações
19h30 – Lucas Brum Trio (música)
20h30 – As Aventuras (música)
21h30 – Matheu Corrêa (música)
23h – Naddo Entre Gigantes (música)

Exposição
– “Museu e Universidade: Trajetórias que criam conexões” – mostra conta a trajetória do museu e da UFRGS relembrando momentos marcantes e celebrando encontros, parcerias e experiências vividas
– “Cidade e Universidade” – exposição apresenta transformações urbanas dos anos 1890 a 1930 e o surgimento dos primeiros cursos superiores em Porto Alegre
– Acervo composto por fotos, documentos e objetos tridimensionais sobre a universidade

Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS (Praça da Alfândega, s/n° – Centro Histórico)
Apresentações
20h30 – Guilherme Dable (performance sonora)
22h – Lipsen (música)

Exposição
– “Guilherme Dable — Não um tempo, mas um lugar” – exposição de um dos mais destacados nomes de sua geração, que despontou nos anos 2000, apresentando pela primeira vez em Porto Alegre uma mostra abrangente e significativa de sua produção e trajetória
– “Presença Negra no MARGS” – exibição coletiva que propõe o debate e a reflexão racial sobre a presença e a representatividade de artistas negros/as no acervo do Museu e no sistema da arte, trazendo a público obras de artistas históricos e atuantes
– “Acervo em movimento” – exposição coletiva e permanente dedicada à exibição pública do acervo do MARGS que opera com um modelo de rotatividade de obras, mediante substituições frequentes, procurando oferecer uma experiência sempre renovada e inédita ao público
– Acervo com mais de 5 mil obras de arte, desde a primeira metade do século XIX até os dias atuais, abrangendo diferentes linguagens, como pintura, escultura, gravura, cerâmica, desenho, arte têxtil, fotografia, instalação, performance, arte digital e design, entre outras

Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo (Rua João Alfredo, 582 – Cidade Baixa)
Apresentações
19h15 – Bate & Sopra (música)
20h15 – Desagravo (música)
21h – Luana Fernandes (música)
22h – Farabute (música)

Exposição
– “O Solar que virou Museu – memórias e histórias” – exposição em que são exploradas as transformações sofridas pela edificação e trajetória dos indivíduos que a ela se relacionaram
– “Nomeando caminhos: a cidade por suas ruas” – mostra apresenta fragmentos da história da cidade através de suas ruas
– “Patrimônio Imaterial: as Lendas Urbanas de Porto Alegre” – exposição percorre a cidade através das lendas que povoam e formam o seu imaginário
– Acervo formado por mais de 1,3 mil objetos dos séculos XIX e XX, como instrumentos musicais, mobiliário e indumentária; 200 mil itens arqueológicos provenientes de áreas de ocupação indígena oriundos de sítios ocupados entre os séculos XVIII e XX; além de 9 mil imagens dos séculos XIX e XX, com registros de diferentes aspectos da cidade, e mais de 400 cartões postais das primeiras décadas do século XX

Museu Julio de Castilhos (Rua Duque de Caxias, 1205 – Centro Histórico)
Apresentações
19h30 – Paulinho Cardoso Quarteto (música)
20h30 – Felipe Azevedo e Trio (música)
21h30 – Pedro Cassel (música)
22h30 – Gelson Oliveira (música)

Exposição
– “Passeio” – exposição alusiva aos 250 anos de Porto Alegre, apresenta cenas de vários momentos da cidade associadas a peças que remetem ao hábito de passear no Centro Histórico
– “Memória e Resistência” – mostra exibe 97 peças representativas do povo indígena, com destaque para as esculturas missioneiras
– “Narrativas do Feminino” – expõe diferentes perspectivas de mulheres de meados do século XIX a meados do século XX

Museu Militar do Comando Militar do Sul (Rua dos Andradas, 630 – Centro Histórico)
Apresentação única
19h15 – Grupo de Percussão da APAE Porto Alegre (música)

Exposição
Exposição permanente composta por diversos acervos militares, desde viaturas blindadas até réplicas com dioramas que buscam aproximar o público ao ambiente militar. Conta com descrição das Armas, Quadros e Serviços do Exército Brasileiro

Palácio Piratini (Praça Mal. Deodoro, s/n° – Centro Histórico)
Visitação
– Durante o Noite dos Museus, o público poderá contemplar a Ala Governamental, que inclui os dois principais salões do Palácio, Alberto Pasqualini e Negrinho do Pastoreio, com as pinturas do italiano Aldo Locatelli e outras peças do acervo histórico do Piratini

Pinacoteca Aldo Locatelli – Paço Municipal (Praça Montevidéo, 10 – Centro Histórico)
Apresentação única
19h – Candombe POA (cortejo/música)

Exposição
– “Francis Pelichek: um moderno boêmio em Porto Alegre” – exposição comemorativa ao centenário da chegada em Porto Alegre em 1922 do desenhista e pintor tcheco Francis Pelichek, reunindo obras de arte, documentos, fotografias, entre outros itens pertencentes a acervos públicos e privados, selecionados pelas curadoras Paula Ramos e Ana Koehler
– “Portoalegrismo: a soma de todos os bairrismos” – mostra composta por obras elaboradas por tapeceiras do estúdio Maria Rita Caminhos Culturais, oferece uma visão singular sobre a cidade a partir da perspectiva de pertencimento, com curadoria de Maria Rita Webster e a coordenação técnica de Dinorá Bohrer Silva
– Acervo com coleção que possui obras de importantes artistas gaúchos, bem como peças de nomes nacionais e internacionais que passaram por Porto Alegre deixando sua contribuição na cultura local

Pinacoteca Ruben Berta (Rua Duque de Caxias, 973 – Centro Histórico)
Apresentações
19h15 – Ricardo Silvestrin (música)
20h – “Ruído Ancestral” (performance sonora e visual)
21h – “Infusion Guitar Project” (performance musical)
22h – Gil Jazz Trio (música)

Exposição
– “Existências Ocultas – políticas de legitimação na Pinacoteca Ruben Berta” – mostra, sob a curadoria do pesquisador Nei Vargas, traz obras da coleção da Pinacoteca que raramente foram expostas ao longo da história do museu, com pinturas, desenhos, esculturas e gravuras assinadas por figuras lendárias da arte brasileira, como Almeida Junior, Di Cavalcanti, Lasar Segall e Portinari

Planetário da UFRGS (Av. Ipiranga, 2000 – Santana)
Apresentações
19h15 – Paradise Sessions (música)
21h – Carrossel Diabólico (música)
22h30 – Os Replicantes (música)
23h – DJ Chernobyl (discotecagem)

Visitação
– Atuando como órgão de complementação de ensino e divulgação da astronomia durante os últimos 50 anos, o Planetário vem oferecendo programas científicos e culturais à comunidade do Rio Grande do Sul. O espaço conta com uma exposição científica sobre os planetas em seu saguão

Palco na Praça da Alfândega, entre o MARGS e o Memorial do Rio Grande do Sul
Apresentações
19h30 – Imperadores do Samba (música)
20h – “Fakecina”, de Alexandre de Nadal, com remédio contra fake news (performance)
21h – As Tubas + 50 Tons de Pretas (música)
22h15 – Gelpi (música)
23h30 – Barbarita Palacios (atração internacional/música)

Jazz instrumental com João Maldonado, de solo a sexteto, no Espaço 373

Nesta sexta, 20 de maio, o Espaço 373 recebe o pianista João Maldonado para um show inédito, que vai de solo a sexteto, como as apresentações nas famosas formações de jazz de Nova Iorque. A noite promete surpresas ao público amante do estilo tradicional.

No repertório, músicas compostas por Maldonado, que estão nos álbuns Beauty, Prêmio Açorianos de Música 2020 – Melhor Disco Instrumental, e Solitude, primeiro trabalho só de piano da carreira do artista, além de clássicos de nomes, como Art Blakey, Ellis Marsalis, Wayne Shorter e William Gillok.

Para este show, João Maldonado contará com as participações de Amauri Iablonovski (tenor, alto e soprano sax), Cristiano Ludwig (tenor sax), Gian Becker (trumpete), Miguel Terreira (contrabaixo) e Daniel Vargas (bateria).

SERVIÇO
João Maldonado – de solo a sexteto
Quando: 20 de maio | Sexta-feira | 21h
Ingressos: https://www.eventbrite.com.br/e/joao-maldonado-sexteto-tickets-325907396797?aff=ebdssbdestsearch

Ingresso Amigo: R$ 35
Ingresso Mui Amigo: R$ 45
Ingresso 373: R$ 55
Ingresso Apoiador da Arte: R$ 65
Ingresso Patrocinador da Arte: R$ 100 (tornar um novo espaço colaborativo do Distrito Criativo)

Informações: (51) 9 81423137 | (51) 9 98902810

Carolina Marostica mostra “Algo turvo, cremoso e entorpecido”, no Museu do Trabalho

 

O Museu do Trabalho apresenta sua segunda exposição em 2022. Em “Algo turvo, cremoso e entorpecido”, Carolina Marostica ocupa as duas salas do Museu do Trabalho com instalações compostas por esculturas desenvolvidas em materiais sintéticos que remetem a organismos vivos. A mostra abre dia 17 de maio às 19h e permanece em cartaz até 19 de junho.

Obra de Carolina Marostica.

Ao utilizar polímeros como espuma, borracha, nylon e plástico de modo artesanal e não mecânico e seriado, a artista se apropria da potencial maleabilidade desses materiais e convida a estabelecer uma conexão que parte do deslocamento de suas formas, gerando um desconforto que contorce o estômago e insinua que nossos corpos não terminam na pele. Em seu uso de elementos presentes no cotidiano doméstico, tais como as famigeradas sacolinhas, Marostica, ao mesmo tempo que se opõe a uma tradição rígida e monumental da escultura, também sugere que reflitamos sobre o seu potencial extraordinário, movimentando uma energia erótica que eleva e fortalece as nossas experiências.

Obra de Carolina Marostica.

O título da mostra é uma referência a frase de Roland Barthes, no texto no qual o ensaísta elabora sobre a estética do plástico e sua essência prosaica e alterada, por vezes fascinante, por vezes maldita, dada a sua onipresença residual no mundo, que tanto faz eco a sensibilidade atual. A mostra tem curadoria de Taís Cardoso e irá contar com o lançamento de uma publicação realizada em parceria com a Austral Edições.

Carolina Marostica é artista visual e sua produção artística envolve esculturas, pinturas e instalações. Atualmente realiza doutorado em Poéticas Visuais no PPGAV-UFRGS, em Porto Alegre, onde reside e trabalha. É mestre em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) e Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Realizou diversas mostras individuais e coletivas no Brasil, em Portugal e no Uruguai, além de salões. Participou das residências artísticas Red Bull Station (São Paulo, 2017) e Pivô (São Paulo, 2019). Em 2018, foi finalista do 2o Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea de Porto Alegre. Em 2019, foi premiada na Mostra de Artes da Juventude do SESC Ribeirão Preto. Em 2012, foi selecionada para a terceira edição da mostra Pintura e Desenho – A novíssima geração, no Museu do Trabalho (Porto Alegre), local para onde ela retorna 10 anos depois para expor um rearranjo de esculturas em instalações que configuram sua pesquisa nos últimos anos.

Obra de Carolina Marostica.

“Algo turvo, cremoso e entorpecido”

Exposição de Carolina Marostica

Instalação com esculturas em materiais sintéticos

Curadoria de Taís Cardoso

Abertura 17 de maio, terça-feira, às 19h

Visitação de 18 de maio a 19 de junho de 2022

Terça a sábado, das 13h30 às 18h30

Domingos e feriados, das 14h às 18h30

Museu do Trabalho

Rua dos Andradas, 230. Centro Histórico. Porto Alegre

51 – 3227 5196 / www.museudotrabalho.org

Apoio:

Bebê Baumgarten Comunicação

Austral Edições

Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis da Cavalhada – ASCAT

Cerveja Sapatista

 

 

 

 

Galeria Bublitz realiza maior exposição de sua história, em Novo Hamburgo

A Bublitz Galeria de Arte vai levar a maior exposição de sua história para um dos locais históricos mais belos de Novo Hamburgo, a Casa Presser. A mostra vai apresentar 400 itens, entre eles 100 pinturas, 50 objetos de arte e 250 tapetes orientais. Em destaque, estarão obras de cinco artistas: Ariadne Decker, Armando Gonzalez, Flávio Scholles, Marcelo Hübner e Marcelo Zeni. A organização do evento é do Bernardo Guedes. A Semana de Arte da Bublitz ocorre de 16 a 20 de maio na Casa Presser, localizada na Rua Marquês de Souza, 50, em Hamburgo Velho, Novo Hamburgo. A abertura oficial será na segunda, 16 de maio, às 18h, com coquetel para a imprensa e convidados.

FLÁVIO SCHOLLES – 90X 120 – VENDEDORAS DE FLORES – 2018

Tradicionalmente, em seus mais de 30 anos de história, a Bublitz Galeria de Arte percorre o Estado com exposições, palestras culturais e leilões. Só neste ano, já foram realizados eventos em Atlântida, Vacaria e Bagé. “Estar em Novo Hamburgo, na Casa Presser, com a maior exposição de nossa história, é uma honra para nós. Por isso, preparamos uma semana especial, com obras de importantes artistas da região e uma programação cultural que integra o evento”, destaca o marchand Nicholas Bublitz.

O galerista Nicholas Bublitz. Foto: Paulo Garavelo/ Divulgação

Na programação, além da exposição, será realizado um encontro e bate-papo com os artistas, na terça, 17 de maio, às 18h. Na quarta, 18 de maio, também às 18h, será a vez de live com a artista Ariadne Decker, também exibida no Instagram @bublitzgaleria. Na quinta, dia 19, às 18h, será realizada a palestra “Tapetes Orientais História e Curiosidades”, com Nicholas Bublitz. A Semana de Arte Bublitz na Casa Presser se encerra na sexta, 20 de maio, às 18h, com pintura ao vivo com Marcelo Hübner.

ARIADNE DECKER – LEMBRANÇAS DE UM TEMPO NÃO TÃO DISTANTE

Os artistas

Os representantes da arte produzida na região são Ariadne Decker e Marcelo Zeni. Ariadne nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, mas desde pequena vive em Novo Hamburgo, onde desenvolve seu trabalho artístico. Com exposições no Brasil e no exterior, ela é reconhecida também por ministrar cursos de desenho e pintura. O artista e designer Marcelo Zeni atualmente vive em Lomba Grande, Novo Hamburgo. Com influência do Renascimento italiano e de outros movimentos, o artista assumiu uma linguagem figurativa em suas produções, que se destacam pela autenticidade e originalidade de expressão.

Flávio Scholles é outro destaque da exposição. Um dos maiores nomes da arte gaúcha da atualidade, Scholles conquistou o Brasil e o mundo com várias de suas criações. Suas obras retratam a colonização alemã, o êxodo, a cidade e as origens. E ele continua produzindo em seu atelier localizado em Morro Reuter.

Marcelo Hübner integra a mostra com seu trabalho figurativo e contemporâneo, que destaca pinturas das séries “Banhistas”, “Floristas”, “Urbanos” e a nova “Paisagens Gaúchas”, que retrata os campos do interior. Em sua trajetória como artista, já esteve em mais de 40 exposições individuais e coletivas.

O artista uruguaio Armando Gonzalez completa a exposição. Com 62 anos de atuação na arte, Gonzalez se destaca pelas obras com elementos da natureza e dos pampas, que revelam suas raízes no Uruguai e no sul do Brasil. Recentemente, produziu uma série com imagens pictóricas, desenvolvidas durante a pandemia, que também expôs na Bublitz Galeria de Arte.

MARCELO HÜBNER – Mercado de Flores .

Programação:

Semana de Arte Bublitz na Casa Presser
Período: 16 a 20 de maio
Endereço: 
Rua Marquês de Souza, 50, em Hamburgo Velho, Novo Hamburgo
Horário de Funcionamento: 10h às 19h

16 de maio – 18h – Coquetel de abertura
17 de maio – 18h – Encontro e bate-papo com os artistas participantes da exposição
18 de maio – 18h – Live com a artista Ariadne Decker ao vivo da Casa Presser e transmitida no Instagram @bublitzgaleria
19 de maio
 – 18h – Palestra Tapetes Orientais História e Curiosidades, com o marchand Nicholas Bublitz
20 de maio – 18h – Encerramento da exposição com pintura ao vivo do artista Marcelo Hübner.

Guitarrista norte-americano Phill Fest lança “Seresta”, no Espaço 373

Nesse sábado, dia 7 de maio, o guitarrista norte-americano Phill Fest sobe ao palco do Espaço 373 para o lançamento do disco “Seresta”, o sexto de sua carreira e o primeiro gravado no Brasil, com coprodução de Léo Bracht (Grammy Latino 2019) e que contou com as participações de Edu Neves, Edu Saffi, Everson Moraes, Kiko Freitas, Luizinho Santos, Nico Bueno, Paulo Dorfman, Ronie Martinez, Rui Alvim e Tutti Rodrigues.

Para este show, Phil convidou Dorfman (piano), Nico (contrabaixo), Ronie (bateria) e Tuti Rodrigues (percussão) para apresentar, também, músicas de suas diversas fases, em uma noite brazilian jazz.

Quem é

Nascido em Minneapolis, Phil Fest vem de uma família de pianistas. O avô Adolfo Gustav Fest foi professor de música na Ufrgs e os pais Manfredo e Lili construíram uma sólida trajetória nos Estados Unidos, a partir de 1967. Manfredo foi um dos precursores da bossa nova naquele país como pianista e diretor musical da banda Bossa Rio, do músico Sérgio Mendes. Com o pai, gravou quatro discos pela Concord Jazz: “Oferenda” (1994), “Começar de Novo” (1995), “Fascinating Rhythm” (1996) e “Amazonas” (1997).

Como guitarrista, Phil tocou com nomes, como Bo Didley, Spencer Davis, Mary Wilson (Supremes), Lou Graham (Foreigner), Maria Creuza, Boca Livre e fez a abertura do show de Don Henley (The Eagles) e de mais de 40 musicais, entre eles: Mama Mia, Hairspray, Saturday Night Fever e Cats.

SERVIÇO
Phil Fest apresenta o disco “Seresta”
Quando: 07 de maio | Sábado | 21h
Ingressos: https://www.eventbrite.com.br/e/guitarrista-phil-fest-tickets-323333638617

Ingresso Amigo: R$ 35

Ingresso Mui Amigo: R$ 45

Ingresso 373: R$ 55

Ingresso Apoiador da Arte: R$ 65

Ingresso Patrocinador da Arte: R$ 100 (tornar um novo espaço colaborativo do Distrito Criativo)

Informações: (51) 9 81423137 | (51) 9 98902810

Claudio Levitan mostra “Só a canção”, em apresentação no Espaço 373

 Nesta sexta, dia seis de maio, o compositor Claudio Levitan apresenta, no Espaço 373, o álbum “Só a canção”, que tem a participação de Fernando Corona no piano e Fernando Pezão na bateria. Lançado em junho do ano passado, o trabalho traz nove canções compostas durante uma viagem de cinco meses pela Europa, em 2015. Parte delas foi criada em inglês e uma em alemão.

Na volta ao Brasil, Levitan chamou seu amigo e parceiro musical Fernando Pezão para fazer a produção e a escolha do repertório final. A referência foi o conjunto de canções chamado “Viagem de Inverno”, do compositor clássico/romântico Franz Schubert, que levou a ideia de algo com voz e piano.

Desde o começo, o nome do pianista Fernando Corona estava nos planos de Levitan e Pezão, e sua adesão ao projeto deu início a um longo processo de busca de caminhos e conceitos para obterem um resultado entre o simples e o perene, como cabe às eternas canções de amor. Arranjos para o piano que criassem uma unidade no conjunto das canções e na conversa entre o canto e o instrumento.

SERVIÇO
Claudio Levitan apresenta o álbum Só a canção
Quando: 06 de maio | Sexta-feira | 21h
Ingressos: https://www.eventbrite.com.br/e/claudio-levitan-tickets-296995480477

Ingresso Amigo: R$ 35

Ingresso Mui Amigo: R$ 45

Ingresso 373: R$ 55

Ingresso Apoiador da Arte: R$ 65

Ingresso Patrocinador da Arte: R$ 100 (tornar um novo espaço colaborativo do Distrito Criativo)

Informações: (51) 9 81423137 | (51) 9 98902810

Faixas do álbum “Só a canção”, de Claudio Levitan
BandAid:https://www.dropbox.com/sh/277xpb3rh9acqu7/AACCh90joxFO3R3NqRx06jdQa?dl=0&preview=02-Band+Aid+Master_2021_04_01_Op%C3%A7%C3%A3o2.wav

Milonga: https://www.dropbox.com/sh/277xpb3rh9acqu7/AACCh90joxFO3R3NqRx06jdQa?dl=0&preview=04-Milonga_Master_2021_04_13.wav

Musical “As Princesas e o Príncipe Encantado” faz releitura de personagens clássicos 

Musical destinado ao público infanto-juvenil, o espetáculo As Princesas e o Príncipe Encantado estreia no próximo dia 5 de maio (quinta-feira), no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736 – Centro).
Segundo o material de divulgação “a peça dirigida por Manuela Falcão busca desconstruir estereótipos marcados por sociedades patriarcais, através de uma releitura contemporânea de personagens dos clássicos infantis e apresenta as princesas descobrindo que casar não é a principal meta de suas vidas.
A Bela Adormecida é acometida pela hiperatividade depois de anos num sono profundo. A Cinderela fica muito ansiosa durante a pandemia. Preta da Terra, nova versão da clássica personagem Branca de Neve, supera a desconfiança gerada pela bruxa.
Objetiva mostrar também a diversidade das famílias e da sociedade ao representar o rei como um homem negro e o príncipe como um rapaz branco. “Acreditamos que a peça contribui para a reflexão sobre questões raciais e promove o respeito, o amor e a amizade entre as pessoas”, afirma a diretora.”
Inspirada no filme Encantado, de William Steig, a dramaturgia também é de Manuela Falcão em parceria com o escritor Duda Falcão.
A temporada do espetáculo é curta: ocorre nos dias 5, 6, 7 e 8 de maio (quinta e sexta, às 16h e sábado e domingo, às 17h). A classificação etária é livre e a peça tem 60 minutos de duração. Os ingressos estão sendo vendidos a R$ 50,00 e R$ 25,00 (meia-entrada, conforme legislação) no site Entretatos (https://www.entreatosdivulga.com.br/asprincesaseoprincipeencantado)

“As princesas e o príncipe encantado. Foto: Marco Pachini/ Divulgação
EQUIPE TÉCNICA
Direção: Manuela Falcão
Adaptação de Texto: Manuela Falcão e Duda Falcão
Elenco: Adriana Lampert (Feiticeira), Guilherme Scalcon (Príncipe), Juliana Katz (Cindi), Juliana
Strehlau (Aventureira), Pâmela Machado (Preta), Tamires Mora (Bela), Thiago de Souza (Rei e

fotógrafo).

Figurinos: Titi Lopes

Coreografia: Lupe Gomes
Cenografia: José luiz lemos
Iluminação: Alexandre Saraiva
Trilha sonora/músicas: Cozme
Estúdio: Master
Assistente de Produção: Nanna Monaco
Fotos: Marco Panichi
Arte Gráfica: Maestra
Produção Geral: Falcão Produções Culturais
Participação Vozes: Mensageiro (LG), Aventureira (Anna Bohn), Cindi (Joana Vaz), Preta (Isadora
Souza), Bela (Jennifer Lemos).

 

SEM MEIAS VERDADES (trechos das últimas cartas de Maria Lidia Magliani)

Eduardo San Martin*

“Bem que eu não ia achar tão ruim se (o mundo) acabasse mesmo. Estou cansada demais pra continuar remando nesta nave de contradições”, disse Maria Lídia Magliani na última mensagem, por e-mail, no final da tarde de 20 de dezembro de 2012.

Referia-se ao dia seguinte, 21 de dezembro, quando  o calendário maia previa o fim do mundo,  que ela ironizou: “Desde ontem, canto a música de Assis Valente (“anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar. Eu saí pra rua para me despedir e comemorar”).

Poucas horas depois, ela morreria de parada cardíaca, aos 66 anos, no Rio de Janeiro.

Acostumado ao anonimado do exílio, é muito difícil para mim falar em público sobre  amigos com quem vivi, convivi e produzi na vida. Não poucos supostos biógrafos profissionais me acusaram de egoísmo por não dividir as cartas, sobretudo, do Caio Fernando Abreu e agora as da Magliani. Este artigo é uma exceção ao silêncio intencional. Revela a ponta do iceberg da correspondência e convivência mais virtual que presencial de várias décadas com a Maria Lídia.

Desta forma, também embarco na “nave das contradições” da Magli que, numa passagem, ressaltou “diga o que quiser. Fica tudo entre nós”, mas me contradigo e torno públicas as mensagens.

Acima de tudo isto, trata-se de um breve ou mini testamento intelectual, confirmando a lucidez e coerência existencial e profissional mantidas do início ao fim de vida e obra limpas. A força destas últimas palavras da Magliani – parafraseando o ex-diretor do MARGS Luiz Inácio Medeiros – vem dela se mostrar exatamente como sempre foi em tudo que fez:  sem meias verdades.  Os textos não escondem o custo e desgaste deste radicalismo no exercício da criatividade sem concessões comerciais. Ela se sentia inadequada e maltratada no Brasil do ano 2000.

Seguem citações de 10 cartas/mensagens trocadas com a Maria Lídia do dia 15 de novembro de 2012 até a despedida em 20 de dezembro. No dia 15, eu estava em San Francisco, na Califórnia, convalescendo de uma cirurgia. Ela ficou sabendo e me procurou, retomando nossa correspondência. Não nos comunicávamos há um bom tempo, mas continuávamos os mesmos.

Ultimas Impressões de Maria Lídia Magliani

SEM OUSADIA PARA MUDAR

Estou no Rio. Não gosto. Quero voltar pra Sampa, que também não está lá estas coisas, mas não tenho condições.

Estou sentindo falta daquela ousadia que me permitia me mudar pra qualquer lugar com 20 reais no bolso.

SEM FÔLEGO E SEM PALAVRAS

Agora sou uma pré velhinha cardíaca que cansa fácil. Fiquei sem fôlego e sem palavras.

Começo a achar que estou sobrando, durando demais.

EXACERBADA SOLIDÃO

Estou internacional  nas minhas preocupações com os amigos. Um em Nova York, outra em Tel Aviv, um terceiro em Friburgo. Todos em áreas de desastres. Dá fadiga e exacerba solidões.

(Até o fim, não perdeu a capacidade de alienar admiradores, como nesta referência a um amigo e colecionador…)

Ele não me escreve mais desde que eu, num momento de mau humor, disse que não me interessava uma notícia sobre um colega medíocre e bem-sucedido que ele me enviou. Magoou-se.

(O afastamento da família, porém, era intencional…)

Não falo com a minha irmã (ou meus parentes) há anos. Nem quero.

PIGNATARI E O CANCELAM ENTO

(Ao saber  que Décio Pignatari – um dos grandes da poesia concreta e autor que líamos  juntos na juventude –  vivia esquecido no Paraná, sem encontrar editor ou produtor para seu teatro…)

Eu nem sabia das incursões do Pignatari no teatro e acho normal que não tenham dado atenção… No teatro, haveria um embate com o ego do (Décio) Antunes, que seria muito exaustivo. Idem, com a infantilidade manheira do Zé Celso (Martinez Corrêa)… Quem mais dirigiria?

(Pouco depois, o nosso antigo poeta predileto voltou a se fazer presente na conversa)

Conheci o Pignatari em São Paulo, na época da Tropicália, junto com os irmãos Campos e o Mário Chamie. Outro dia, recortei palavras de revistas e jornais e comecei a colar numas caixinhas de papelão. Saíram umas frases loucas e outras com algum sentido – poemas aleatórios – mais pra dadaísta que concretista…Lembrei do Pignatari…quando liguei o rádio na CBN,  ouvi que ele tinha morrido.

FEITA PARA  FAZER SENTIDO

Estou voltando de duas exposições. Uma do acervo da Anna Maria Niemeyer que morreu um ou dois meses antes do pai. Tem muita coisa boa. Outra de xilogravuras do Newton Cavalcanti, um pernambucano, que cheguei a conhecer. Belo trabalho, mas ninguém quer mais ver coisas de câmera. Só grandes e vazias instalações… e a ingênua aqui continua achando que nasceu pra produzir sentido…

CONTROLE ESTATAL

A cultura foi para o brejo e nós deixamos. O país que pariu Tom Jobim agora reverencia Michel Teló. Não se consegue fazer arte  sem vencer edital do governo e, consequentemente, sofrer controle estatal disfarçado. Estamos caminhando pra trás, em busca de uma revolução cultural maoísta.

IDENTITARISMO E APARTHEID CULTURAL

E agora teremos também o apartheid cultural institucionalizado. Inventaram uma lei de incentivo específica para a cultura negra; uma boa maneira de chutar os crioulos pra fora da competição. Cria-se uma black box, chama-se de inclusão e a negralhada fica quieta, sambando, bebendo e se sentindo sujeito da História. E os negros tão adorando e cobrando quem não pinta retrato de orixá “meu iáiá, meu ioiô”.

TUDO DE RUIM SE ESPALHOU

É, a tal da globalização (digital) não deu certo. O “tudo de ruim” se espalhou e eu não sei onde se concentrou o pouco de bom que sobrou. Ao contrário de alguns, não acho o Facebook fundamental e  não consigo me convencer que é ótimo profissionalmente. Até já vendi por lá, mas só vejo bobagens. A Internet brinca de esconder o que é relevante. Este é o bug do fim do mundo.

INFANTILIZAÇÃO INTELECTUAL

Pra mim, o pior do retrocesso são pessoas que conheço há mais de 40 anos e que agora estão num processo de infantilização via o Facebook. É a volta ao grunhido. Temos o Web Proust, que vai à padaria e descreve minuciosamente o evento, jurando que está fazendo literatura.  E fica indignado se não dás opinião sobre “meu modesto textinho”.

GUERREIROS SENTADOS E MEMORIALISTAS

Temos os piadistas, os religiosos que te mandam correntes e ameaças se não repassares pra 3.876 amigos. E ainda os Guerreiros Sentados, que escrevem “contra tudo isso que aí está”  em letras vermelhas, corpo 72, reclamando que a imprensa vendida não publica… quase sempre alguma coisa que se leu há dois meses numa coluna assinada de um jornalão.

Mas os que mais me irritam são os memorialistas. Quando menos se espera recebe-se um email que começa: …” Era 1976…”. Deleto na hora. Estes ficam furibundos quando eu pergunto ‘e que cazzo estás fazendo agora’?

PICASSO, DESTRUIDOR DE MULHERES

(Comentei uma mostra de retratos de Dora Maar,  a trágica musa do modernismo francês, grande amor e modelo de Pablo Picasso…)

Vi vários estudos para o retrato de Dora Maar no Museu Picasso. A Dora Maar é uma figura trágica como todas as mulheres do Picasso. De alguma forma, casar com Picasso é escolher uma vida trágica. Acho que ele fazia parte de uma certa fraternidade que odeia as mulheres e só se aproxima delas para melhor destruí-las. E tem umas vice-versa também.

BÉLGICA E SEPARATISMO

Estive um mês e meio na Bélgica.  Adorei o clima, a limpeza, as criancinhas bem educadas e toda a arte flamenga que jamais esperei ver ao vivo. Me defendi bem com meu francês jabaculê e até aprendi algumas coisas em flammand. O suficiente para me manifestar contra aquele  separatismo idiota (de Flandres) num país tão pequeno.

MORRER EM PARIS

(Numa das últimas mensagens, convidei a Magliani para passar uma temporada em Nova York…)

Acho que não vou mais a qualquer lugar que não fale francês, italiano ou espanhol. Agradeço tua oferta. Mas se fosse o caso de ficar em algum lugar, continuo preferindo Paris, minha paixão, onde estive duas vezes. De qualquer modo, já decidi que vou morrer em Paris.

IR EMBORA

Eu quero viajar. De preferência ir embora deste Brasil que me trata tão mal… e o calor não melhora as coisas nem um pouco…

———

* Eduardo San Martin é jornalista. Mora em Nova York. Foi editor da BBC de Londres e Rádio das Nações Unidas, correspondente de OGlobo na Europa e agência RBS nos Estados Unidos. Recebeu dois prêmios Açorianos. É autor, entre outros, de O Círculo do Suicida, com capa e ilustrações de Magliani.

Retrospectiva Magliani segue até fim de julho no Museu Iberê Camargo

Prossegue até o final de julho, no Instituto Iberê de Porto Alegre, a maior retrospectiva já realizada sobre a obra de Maria Lídia Magliani.

São mais de 200 obras de 70 coleções / EB/JÁ

O evento, no décimo aniversário da morte da artista gaúcha, reúne cerca de 200 trabalhos vindos de 70 coleções. A mostra exemplifica as diversas fases e faces da sua produção (pintura, gravura, desenho, escultura), assim como suas atividades extra artes plásticas, como o teatro  e o jornalismo gráfico.

Maria Lídia Magliani (1946- 2012), nascida em Pelotas, foi uma das principais artistas plásticas do Rio Grande do Sul e do Brasil na segunda metade do século XX, tendo vivido e atuado em Porto Alegre, São Paulo, Ouro Preto e Rio de Janeiro.  É reconhecida como uma das grandes expressões femininas da arte culta nacional, com obras no acervo dos principais museus brasileiros.

 

 

 

50 anos da arte de Liana Timm em “Dispersos Reunidos”, na GalArt.

A arte de Liana Timm vai marcar a inauguração da “Sala da Frente” da GalArt. A artista apresenta a exposição “Dispersos Reunidos” na galeria localizada na Av. Lucas de Oliveira, 132. A mostra traz 30 obras de Liana, que integram importantes séries produzidas ao longo de sua trajetória de mais de 50 anos de arte. O vernissage será no sábado, 30 de abril, das 11h às 16h. A exposição fica em cartaz no espaço até o dia 31 de maio, com entrada franca.

O galerista e artista Heitor Bergamini, que tem um acervo que se destaca pela representatividade da arte produzida no Rio Grande do Sul e no Brasil, já possuía em sua coleção uma obra histórica de Liana: “Semi público, Semi Privado”, de 1980, que pode ser conferida no segundo andar da galeria. Agora, pela primeira vez, vai apresentar uma exposição completa da artista. “Para nós, da Galart, é uma honra receber a multi-artista Liana Timm e sua linda exposição ‘Dispersos Reunidos’”, destaca Bergamini.

Liana Timm. Foto: Sammy Timm/Divulgação

Além de artista, Liana também é arquiteta, escritora, intérprete e designer. Natural de Serafina Corrêa, recebeu o título de cidadã honorária de Porto Alegre, em 2008, município onde vive desde 1950. Atualmente, transita pelas artes visuais, literatura e música, com mais de mil trabalhos produzidos nas mais diferentes áreas. Para a exposição “Dispersos Reunidos”, Liana selecionou 30 obras que representam suas mais emblemáticas séries: Outro(s) de Mim, O Traço Sensível e Passados Presentes.

Dispersos Reunidos

Outro(s) de mim’ foi iniciada em 2009 e está sempre in progress. São obras, em arte digital, de retratos de grandes personalidades da cultura universal e giram em torno das identidades múltiplas que nos habitam. Na mostra, a série é composta por 21 obras de 30 cm x 30, com retratos de nomes como Freud, Anne Frank e Andy Warhol. “Nossa diversidade, poço sem fundo de uma intimidade suspensa, nos escapa e indaga quem somos ou quantos somos. Mas a importância da resposta se apaga na busca. Uma riqueza de interesses toma lugar e emerge outra interrogação: quem mais podemos libertar em nós?”, provoca Liana. A série lembra Mário de Andrade, também representado na exposição, que dizia ser apenas trezentos e cinquenta. O mais ele desprezava.

Em ‘O Traço Sensível’, Liana traz quatro obras em técnica mista (medindo 80 cm x 120 cm), unindo a manualidade do desenho e da pintura à tecnologia. Explora, desta maneira, as nuances que cada técnica lhe oferece criando produções de extremo efeito estético e significações abrangentes. A série une história e contemporaneidade, um tema que vem explorando de diversas maneiras em sua trajetória de 53 anos de arte.

‘Passados Presentes’ completa a mostra, trazendo um outro viés da produção da artista. São cinco obras de 80 cm x 80 cm. Nesta série, Liana promove a desconstrução do conhecido e as referências imediatas não estão presentes. Manchas e massas de cores tomam a primazia para constituir o todo dos trabalhos. A técnica empregada é a mesma das obras da série ‘O Traço Sensível’, com uma expressão menos figurativa do que a presente em seus trabalhos anteriores.

Serviço

Exposição “Dispersos Reunidos” por Liana Timm
Local: “Sala da Frente” da GalArt – Galeria de Arte
Endereço: Av. Lucas de Oliveira, 132
Vernissage: 30 de abril, das 11h às 16h
Visitação: 30 de abril a 31 de maio
Horário: segunda à sexta, das 9h às 18h, sábados, das 10h às 14h

Roteiro cultural no centro de Porto Alegre ganha biblioteca em novo endereço

O corredor cultural que se estende do Memorial do Rio Grande do Sul
até a Usina do Gasômetro, no centro da capital gaúcha, ganha um novo
espaço.

A biblioteca comunitária do Cirandar foi reinaugurada em novo
endereço no sábado, dia 23 de abril. A nova sede fica localizada na Rua dos
Andradas, no 851, no térreo. Uma programação de poesia e música marcou
a data.

A ONG Cirandar atua desde 2008 na promoção da leitura, literatura,
educação, arte e cultura junto a crianças, adolescentes, jovens e suas
famílias. Além da biblioteca central, a instituição é responsável também pela Biblioteca Comunitária Chocolatão e atua em outras comunidades com projetos de leitura.

Na nova casa, funcionará uma biblioteca com um acervo de
aproximadamente 2,5 mil livros e atenderá moradores e frequentadores da
região central de Porto Alegre.

As obras disponíveis tem temática variada:
literatura brasileira, estrangeira, infantil e juvenil, além de arte, comunicação e leituras obrigatórias do vestibular da UFRGS.

Para realizar empréstimos, será necessário o preenchimento de um
cadastro, além da apresentação de documento de identidade e comprovante de residência. A biblioteca funcionará de segunda a quinta-feira e sábados, das 14 e 18 horas; e sextas-feiras, das 9 às 18 horas.

Para o segundo semestre, o Cirandar projeta a realização de cursos
voltados para leitura, educação e infância. A programação poderá ser
acompanhada no site: cirandar.org.br.

Cirandas de Histórias
A partir deste 23 de abril, Dia Mundial do Livro, também serão
realizadas Cirandas de Histórias. As rodas, voltadas ao público infantil,
acontecerão aos sábados, às 16 horas, com acesso gratuito.

Histórico da ONG
O Cirandar foi fundado no ano de 2008 e funcionava desde então no 3o
andar da Cia de Arte, na rua dos Andradas, no 1780. A organização, que é
certificada pelo Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e pela
Secretaria Estadual do Trabalho de Assistência Social, foi criada com a
proposta de desafiar, fortalecer e mobilizar as redes comunitárias em prol do saber e da cultura. Para isto, realiza programas e projetos de intervenção pautados na educação como ferramenta de transformação social. A equipe do Cirandar é composta por educadores sociais, bibliotecária, artistas e integrantes da equipe administrativa.