Compra de votos: por que a reportagem de Caco Barcellos foi ao ar depois da eleição?

Na sexta-feira, 4, o repórter Caco Barcellos foi ao programa da Ana Maria Braga, uma das maiores audiências da Globo.

Há três dias ele viralizava nas redes com a reportagem que, 48 horas antes da eleição, flagrou um esquema explícito de assédio eleitoral, com claros indícios de compra de votos em Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul.

Mas o assunto não entrou na pauta do Mais Voce.

A apresentadora levou para o terreno pessoal e acabou obtendo uma confissão do jornalista, que se separou recentemente. “Por um erro meu”, disse ele, declarando-se espera de uma decisão da ex-companheira, a promotora Carla Tilley… e o tempo acabou.

A reportagem que Caco Barcellos gravou em Coronel Sapucaia,  dois dias antes do segundo tirno, é o mais importante registro de toda a cobertura das eleições de 2022. E sobre ela ainda restam algumas interrogações.

Segundo o G1, o repórter e o cinegrafista Chico Bahia, do programa Profissão Repórter,  foram a coronel Sapucaia, cidade de 15 mil habitantes, do Mato Grosso do Sul,  porque foi onde Lula e Bolsonaro empataram no primeiro turno:  cada  teve exatos 4.254 votos.

A reportagem pretendia mostrar, depois da eleição, como se decidira o segundo turno na cidade, “um retrato da polarização do país”.

Logo na chegada, os repórteres deram num centro eventos, com muita gente reunida. As imagens e as entrevistas não deixam dúvida: um assédio eleitoral explícito, com indícios claros de compra de votos.

A reunião se dispersou assim que a equipe de reportagem começou a fazer perguntas. Uma vizinha disse que as reuniões começaram na semana do segundo turno.

Segundo ela, Rudi Paetzold, prefeito da cidade, daria R$ 50 para cada um dos presentes.

Uma outra moradora da cidade relatou que durante a reunião os integrantes da prefeitura pediam aos participantes para dar o nome, documentos e telefone celular.

“Eu fui na reunião, chegamos lá e eles, sinceramente, falaram sobre o Auxilio Brasil, mas a outra parte foi só sobre política, que teria que votar no 22 porque senão não teria mais verba para vir para cá, porque parariam com tudo, com o asfalto, as escolas. Você chega lá e precisa do auxílio e o vale-renda para sobreviver, você muda o voto na hora para não perder o benefício. Isso é uma pressão sobre as pessoas”, disse a mulher.

Após a realização das entrevistas, o jornalista da TV Globo recebeu uma ligação de um homem, que relatou, em tom de ameaça, suposta preocupação com a equipe de reportagem, dizendo que, caso eles continuassem, seria por “conta e risco”, e sugeriu que eles deixassem a cidade por ser “perigoso”.

No primeiro turno, Lula e Bolsonaro tiveram o mesmo número de votos no município: 4.254.

No segundo turno, Bolsonaro ficou à frente, com 4.530 votos, e Lula teve 4.090.

Ou seja, enquanto Bolsonaro obteve 276 votos a mais,  Lula perdeu 144 votos.

Quanto disso resultou do assédio eleitoral ou da possível compra de votos? O senador Randolfe Rodrigues pediu uma investigação sobre o caso de Sapucaia do Sul.

Bolsonaro teve 7 milhões e tanto de votos a mais no segundo turno.  Quantos foram obtidos em esquemas como o flagrado em Coronel Sapucaia? 

Outra pergunta: por que a Globo só publicou a reportagem depois da eleição? Ela foi produzida para um programa da semana seguinte, mas o fato relevante se impõe.

Privar o público de uma informação de relevante interesse  não fere o Código de Ética do jornalismo?

5 comentários em “Compra de votos: por que a reportagem de Caco Barcellos foi ao ar depois da eleição?”

  1. Código de ética do jornalismo? Alguém ainda se lembra quando jornalistas não eram militantes de esquerda? Ora, ora comendador, a verdade é que o ex-presidente Lula foi condenado na justiça brasileira pelos crimesde corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes e não poderia sequer ter participado de eleições. Participou graças ao “cep errado” encontrado pelo ministro fã do MST. Também o(s) senhor(es) bem sabe(em) que diretores da Petrobras (para ficar só nela) e empreiteiros de obras públicas confessaram espontaneamente, assistidos em juízo por seus advogados, que cometeram atos de corrupção durante os governos Lula. É verdade também que devolveram parte do
    dinheiro roubado, e que esse dinheiro foi depositado no Tesouro Nacional. Todos ficamos sabendo que colaboradores de primeira grandeza do ex-presidente, a começar pelo seu ministro mais importante, fizeram delações públicas acusando-se mutuamente de ladroagem e denunciando casos de corrupção de uma ponta a outra nos 14 anos de governo da dupla Lula/Dilma. É verdade, enfim, mais um caminhão coisas desse tipo.
    O prezadíssimo comendador Elmar, esqueceu o fato que a região que deu a vitória ao petista foi o nordeste? Que a diferença real que compensou o resultado no restante do país veio dos brasileiros que convivem com os piores indicadores sociais da nação? Aquele onde a compra de votos, o voto de cabresto, etc. foi, é e sempre será normal?
    “Obrigado, Nordeste maravilhoso, que nos deu mais uma vitória na vida”, disse Lula, no domingo 30, em um discurso para apoiadores na capital paulista. Comparando ao resultado do presidente Bolsonaro, o petista conseguiu 12,5 milhões de eleitores nordestinos a mais — quase 70% dos votos válidos locais.
    Esse pedaço do país também é o único em que a maior parte dos governos estaduais segue controlada por partidos de esquerda. Fora os quatro Estados petistas, Paraíba e Maranhão estão com o PSB. Nos outros, a escolha foi por MDB (Alagoas), PSDB (Pernambuco) e PSD (Sergipe). Nas urnas maranhenses, estado que registrou o pior índice de riqueza por habitante, Lula teve uma de suas melhores votações: 71% dos votos. Nordestino sempre votou em qualquer poste, desde que indicado por alguém de confiança.
    O centro-oeste despejou mais de 60% dos votos no presidente Bolsonaro, no entanto, parece que o que importa são duzentos e poucos votos que supostamente foram comprados ou aliciados pelo prefeito de uma cidadezinha no MS. Não mais importa se o ex-ministro Marco Aurélio, até outro dia decano do STF, não teve permissão para dizer que Lula não foi absolvido de nada pela justiça brasileira; o homem é um jurista, mas não pode falar de uma questão puramente jurídica. Em outro momento extraordinário, proibiu-se que fossem mostrados vídeos em que o ministro Moraes, dizia que o PT fez um governo de ladrões — nos tempos em que não era o protetor de Lula, nem seu servidor. Proibiram uma foto em que Lula aparece com o boné usado por uma facção criminosa no Rio de Janeiro; na hora ele achou que era uma grande
    ideia, mas no fim os seus advogados decidiram que a coisa estava pegando mal e mandaram o TSE tirar. Uma ministra, para coroar este desfile de aberrações, anunciou em público que estava, muito a contragosto, violando a lei, mas só fazia isso de forma “excepcional” — porque tinham de impedir a reeleição de Bolsonaro e, com isso, salvar a “democracia”. Nunca se viu nada de parecido em nenhum país
    sério do mundo.
    Voltam a governar esta republiqueta de bananas as múltiplas modalidades de parasitas do Tesouro Nacional. Como bem disse o jornalista José Roberto Guzzo: “São as empreiteiras de obras públicas, que governaram o país nos quase 14 anos de LulaDilma e agora voltam ao Palácio do Planalto — a turma do “amigo do amigo do meu pai” e você sabe muito bem quem mais. São os eternos donos das estatais, que
    passaram esses últimos quatro anos longe delas — um desastre que jamais tinham experimentado antes. Foi um período em que as estatais deram lucro; o que poderia haver de pior para quem ganha bilhões com os seus prejuízos, como foi regra na era PT. São, obviamente, os ladrões do erário público — esses mesmos que confessaram livremente os seus crimes na Operação Lava Jato, devolveram fortunas em dinheiro roubado e fizeram do governo Lula, com base em provas materiais, o mais corrupto da história do Brasil. São os advogados criminalistas que defendem corruptos e o crime organizado. É a mídia, que voltará a receber verbas bilionárias em publicidade oficial pagas com dinheiro dos impostos; só a Globo, nos governos do PT, levou R$ 7 bilhões em valores corrigidos.
    A vitória da associação Lula-STF é a vitória do Brasil da licença-prêmio, dos aumentos automáticos para o funcionalismo público e dos “penduricalhos” que fazem as castas mais elevadas do judiciário terem salários mensais de R$ 100.000 ou mais, sempre com uma explicação legal para isso. Ganham, com Lula, os 12
    milhões de funcionários públicos de todos os níveis — é uma população inteira de eleitores, e a maioria vota no PT, por questões elementares de interesse pessoal.

  2. Não tive tempo antes para responder sobre o “orçamento secreto”. Como agora tenho alguns dias de folga…
    O que até “ontem” o partido do criminoso condenado chamava de “orçamento secreto”, era na verdade só mais uma balela difundida pela imprensa marrom para confundir os bobinhos que sequer perceberam que de tão secreto que é, foi publicado no Diário Oficial da União. A realidade é que a caterva esquerdista buscava de forma implacável algum escândalo de corrupção que pudesse ser equiparado ao Mensalão ou ao Petrolão, marcas registradas dos governos do PT. Quando um órgão da imprensa, daqueles formados em sua maioria pelos METJ (militantes esquerdistas travestidos de jornalistas), no caso, O Estadão, anunciou a existência de um “orçamento secreto”, foi o que bastou para o sucesso entre os METJ’s da vida. Segundo os jornais canhotas, parte dos recursos do orçamento eram destinadas a parlamentares para obter apoio. E aí, Sr. Sabidinho Simon, é preciso que se esclareça que tal peça orçamentária é manejada e aprovada pelo Congresso. O presidente Bozo, chefe do poder executivo, somente enviou o seu planejamento da arrecadação e das despesas. Fez o que lhe cabia, mas o ajuste é feito pelo poder Legislativo. Os recursos financeiros são totalmente legais. O resto é jogo político. Assim sendo, prezado fotógrafo, a responsabilidade pela análise do orçamento cabe à uma comissão mista formada por 12 deputados e 12 senadores. É este grupo que debate e delibera uma série de matérias até chegar à Lei de Diretrizes Orçamentárias. É ela que define quais serão os gastos prioritários do governo no ano seguinte.
    Então, desse bolo orçamentário, os deputados destinam uma parte para seus redutos eleitorais. No ano passado, 2021, cada um teve o direito a indicar 16 milhões de Reais. Tem também as emendas de bancada, pouco mais de 7 bilhões de Reais, etc. Lembre-se, caro fotógrafo, que em 2019 o Congresso criou o código técnico RP9, que nada mais é que a emenda do relator. E é ele (o relator) quem define para onde serão remetidos até 20 bilhões de Reais. O deputado Artur Lira já falou que: “Todos nós temos claro que essa adjetivação de ‘secreto’ é muito injusta. As emendas acontecem desde 1988, e ninguém nunca levantou polêmica sobre isso porque ninguém as conhecia” . Notou que esse esquema já existia desde 1988? Que não foi o Bozo que inventou? Esqueceu que já existiram os “anões do orçamento”? Esqueceu que também já existiu a “máfia dos sanguessugas”? Esquece o senhor que quem cuidou por mais de 20 anos do “orçamento secreto” foi o ex-senador Romero Jucá? Qualquer busca no Google com as seguintes palavras “governo libera emendas”, seguidas do nome de um ex-presidente — Lula, Dilma, Temer, FHC —, retornará centenas de manchetes. É prática recorrente dos governos atender a pleitos dos parlamentares para manter a fidelidade de sua base no Congresso. Goste-se ou não do modelo, é algo que se chama articulação política.
    Durante a votação da Reforma da Previdência, em outubro de 2003, deputados aliados do governo Lula sacaram grandes quantias na boca do caixa do Banco Rural. O mesmo se repetiu com a Lei de Recuperação Judicial de Empresas, chamada de nova Lei de Falências. “Os deputados praticaram atos de ofício sob a influência do pagamento”, afirmou na época o ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa
    O “orçamento secreto”, que nada mais são que emendas do relator, é completamente diferente do Mensalão do PT que entregava dinheiro em espécie à parlamentares, do mesmo modo que Hugo Chaves fazia na Venezuela, como bem dito pelo senador Hamilton Mourão.

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