A oitava edição do Festival do Japão ocorrerá neste fim de semana, 17 e 18, na Academia de Polícia Militar (av. Cel. Aparício Borges). Serão oferecidas práticas esportivas, gastronomia oriental, atrações musicais e atividades de lazer presentes na cultura japonesa. A programação começa às 10h, e a cerimônia de abertura será às 14h.
Os organizadores esperam a participação de mais de 70 mil pessoas. O evento terá como tema Esportes e Lazer, em referência aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2020, que serão sediados em Tóquio, no Japão. A Diretoria-Geral de Esporte, Recreação e Lazer da Secretaria de Desenvolvimento Social e Esporte organizará brincadeiras e jogos esportivos, além de levar ao local o ônibus brincalhão.
O Consulado do Japão vem notando maior interesse da comunidade gaúcha na cultura japonesa, pela sua riqueza e peculiaridade em hábitos, costumes e em especial na gastronomia típica. O Brasil é o país que abriga a maior comunidade japonesa do mundo, com quase dois milhões de japoneses e descendentes até da quinta geração. No Rio Grande do Sul, a colônia japonesa está mais presente em Porto Alegre, Gravataí, Ivoti, Itati, Santa Maria e Pelotas.
O Festival do Japão integra a programação da Semana Internacional do Japão, lançada nessa segunda-feira, 12, no Paço Municipal. O Festival é uma iniciativa da Associação do Festival do Japão no Rio Grande do Sul (AFJ), com apoio da Prefeitura de Porto Alegre.
Confira a programação:
Sábado
10h – Karaokê Time
10h20 – Kendo e Iadô – Leandro Furushô – arte Marcial – Porto Alegre
10h40 – Quarteto TAO – música clássica – Porto Alegre
11h – Shinsei – Porto Alegre
11h15 – Karaokê Time
11h30 – Mariko Nakahira – participação Kenkou Taisso – música japonesa e ginástica – Japão
12h – Demonstração de Ikebana – arte floral – Porto Alegre
12h20 – Sumô – Yuso Sato – luta milenar japonesa – Rio Grande do Sul
12h40 – Ballon Performer AKI – show de balões – Japão
13h10 – Zenkyu Ogawa – J-Pop – Japão
13h30 – Grupo de dança Nadeshiko – Porto Alegre
13h40 – Requios Gueino Dokokai – Tambores de Okinawa – São Paulo
14h – Cerimônia de abertura
15h – Canto lírico japonês – música clássica – Japão
15h20 – Taiyo Daiko – tambores japoneses – Japão
15h40 – Kyudô – arco e flecha japonesa – Paraná
16h – Grupo MIN – música tradicional japonesa – São Paulo
16h30 – Karaokê Time
16h45 – Grupo Aika – dança – Ijuí
17h10 – Mariko Akahira – música japonesa – Japão
17h40 – Requios Gueino Daokokai – Tambores de Okinawa – São Paulo
Domingo
10h – Karaokê Time – Coral Himswari
10h30 – Requios Geino Dokokai – Tambores de Okinawa – São Paulo
10h50 – Shorinji Kenpô – mestre Izidoro Yamamoto – artes marciais – Porto Alegre
11h10 – Shinsei Kotobuki – Porto Alegre
11h20 – Karaokê Time
11h45 – Ballon Performer AKI – show de balões – Japão
12h15 – Karatê Shotokan – mestre Tiago Frosi – artes marciais – Porto Alegre
12h30 – Kenko Taisô – São Paulo
12h45 – Grupo MIN – música tradicional japonesa – São Paulo
13h15 – Kenjutsu – Instituto Cultural Niten Alesssandro Rabelo – artes marciais – Porto Alegre
13h30 – Banda Marcial Colégio São João – Porto legre
13h45 – Kyudô – arco e flecha japonesa – Paraná
14h – Karaokê Time
14h15 – Instituto Sul Brasileiro de Alkidô – mestre Leonel Rade – arte marcial – Porto Alegre
14h30 – Zenkyu Ogawa – música popular japonesa – Japão
14h50 – Requios Geino Dokokai – Tambores de Okinawa – São Paulo
15h15 – Cantor lírico japonês – Japão
15h30 – Naginata – Arte Marcial – São Paulo
15h45 – Grupo de Dança Nadeshiko – Porto Alegre
16h15 – Ballon Performer AKI – show de balões – Japão
16h45 – Grupo Shinsei & Minami Daiko – Porto Alegre
Autor: Carlos Matsubara
Em caso inédito, militar será julgado por estupro de presa política na ditadura
Inês Etienne Romeu passou pelo inferno e viveu —até os 72 anos, quando faleceu em 2015— para contá-lo. Historiadora e ex-integrante de grupos revolucionários na ditadura militar, ela foi a única pessoa a ser libertada da chamada Casa da Morte, um centro clandestino de tortura utilizado pelos militares e localizado em Petrópolis (RJ). Pelo 20 pessoas teriam morrido no local. Nesta quarta-feira, TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) resolveu aceitar a denúncia dela de sequestro e estupro contra o sargento reformado Antônio Waneir Pinheiro de Lima, conhecido como Camarão. Trata-se do primeiro processo criminal de estupro aberto contra militares por crimes cometidos durante a ditadura.
Inês foi sequestrada em São Paulo em 5 de maio de 1971, aos 28 anos, e levada à Casa da Morte, onde, de acordo com seu relato, foi torturada e estuprada pelo sargento reformado. Em depoimento, Lima disse que era apenas o caseiro do imóvel e que esteve com Inês —que ficou detida durante três meses—, mas negou o crime.
Ao acatar a denúncia, o TRF-2 reformou uma decisão da 1ª Vara Federal Criminal de Petrópolis que, por meio do juiz Alcir Luiz Lopes Neto, arquivou o caso no dia 8 de março de 2017, invocando a Lei de Anistia e a prescrição de crimes. “Além de ser caso de desrespeito ao direito adquirido em razão da Anistia de 1979 [do STF], o caso também é de evidente desrespeito a outro direito adquirido do acusado, tendo em vista a verificação da prescrição: o de tentar fazer retroagir uma ‘norma’ de caráter penal com a finalidade de prejudicar o acusado”, afirmou Lopes Neto na decisão.
O desembargador Paulo Espírito Santo seguiu o mesmo entendimento, mas os desembargadores Simone Schreiber, que pediu vista em julho, e Gustavo Arruda acolheram o entendimento do MPF (Ministério Público Federal) de que o caso de Inês é um crime de lesa-humanidade imprescritível e não passível de anistia, sob a ótica do Estatuto de Roma —ratificado pelo Brasil e que constitui a Corte Penal Internacional, que julga crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocídios—. Para o MPF, a palavra de Inês devia ser considerada, ainda mais em crime sexual como o estupro, também considerado tortura pelo órgão. “(…) As torturas, execuções sumárias e desaparecimentos forçados cometidos por agentes de Estado no âmbito da repressão política constituem graves violações a direitos humanos”, afirmaram os procuradores ao recorrer da decisão da primeira instância.
Trajetória
Nascida em 1942 em Pouso Alegre, Minas Gerais, Inês Etienne integrou a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), organização de extrema esquerda que sequestrou o embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, em 1970, no Rio de Janeiro, da qual também fez parte a ex-presidenta Dilma Rousseff. A militante foi detida em maio de 1971 em São Paulo e trasladada para a Casa da Morte, no Rio, mas não sem resistência de sua parte: chegou a se jogar diante de um ônibus quando a transferiam de uma cidade para outra.
Depois de 96 dias de torturas, estupros e humilhações, “estava destroçada, doente, reduzida a um verme, obedecia como uma autômata”, contou Inês depois. Durante o sequestro, tentou suicidar-se outras duas vezes. Os torturadores liberaram-na depois de três meses, acreditando que, após as sessões de tortura e o cativeiro, ela abandonaria a luta armada e chegaria, inclusive, a colaborar com o regime militar —Inês fingiu que aceitaria tornar-se informante de seus captores.
As anotações que ela fez ao sair da Casa da Morte também ajudaram a identificar nove militantes revolucionários assassinados no local. Inês fez um registro detalhadíssimo e apresentou os relatos à Ordem dos Advogados do Brasil em 1979. Sabia até o número do telefone da casa para onde a levaram “com os olhos vendados” porque escutou quando um dos torturadores respondeu a um telefonema. Identificou um médico que ajudava os torturadores, Amílcar Lobo, e o proprietário da casa: “Visitava o lugar e mantinha relações cordiais com seus ocupantes. É estrangeiro, provavelmente alemão. Tem um cão dinamarquês cujo nome é Kill. Embora não participe pessoalmente das atividades e atrocidades cometidas ali, tem pleno conhecimento delas”.
Em 2003, aos 61 anos, Inês Etienne sofreu um misterioso percalço. Um marceneiro foi até a sua casa realizar um serviço. Uma faxineira a descobriu no dia seguinte no chão, ferida na cabeça. A polícia qualificou o caso como acidente doméstico, mas um relatório médico garantia que havia “sinais de traumatismo craniano devido a múltiplos golpes”. O suspeito nunca foi identificado e depois disso ela teve dificuldades para falar e se movimentar. Por conta disso, a ex-guerrilheira não pode depor na Comissão Nacional da Verdade (CNV), devido a um problema na fala, mas sua participação nas reuniões do grupo possibilitou a identificação, por meio de fotos, de seis torturadores.
Arquivamento
Ao arquivar a denúncia de Inês contra o sargento reformado em março de 2017, o juiz Alcir Luiz Lopes Neto justificou que, independente da quantidade de reportagens e entrevistas que foram apresentadas, estas “não se caracterizam como documentos que possam servir como prova de fatos no juízo penal“. Para negar o pedido, o juiz ainda fundamentou a decisão em processos e condenações de Inês pela Justiça Militar na época da Ditadura, como, por exemplo, o “agrupamento que, sob orientação de Governo estrangeiro ou organização internacional, exerce atividades prejudiciais ou perigosas à Segurança Nacional”. A decisão da primeira instância chegou a mencionar Olavo de Carvalho, para argumentar que a proteção ao estupro sofrido por presos políticos durante o regime militar seria uma espécie de “vantagem a minorias selecionadas”. “Como escreveu Olavo de Carvalho, ninguém é contra os ‘direitos humanos’, desde que sejam direitos humanos de verdade, compartilhados por todos os membros da sociedade, e não meros pretextos para dar vantagens a minorias selecionadas que servem aos interesses globalistas”, registrou o magistrado.
Depois de deixar a Casa da Morte, Inês Etienne Romeu ainda cumpriu oito anos de prisão. Inicialmente, sua condenação era à prisão perpétua, mas a Lei da Anistia limitou-a aos oito anos já cumpridos pela participação no sequestro do embaixador suíço. Inês faleceu aos 72 anos, em abril de 2015, por insuficiência respiratória. A ex-presa política dedicou a vida a esclarecer os crimes da ditadura e direitos humanos, auxiliando os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade e do Ministério Público Federal, e recebeu em 2009 o Prêmio de Diretos Humanos, na categoria Direito à Memória e à Verdade. (Com informações do El Pais)
Fashion Black reúne nomes da moda afro-brasileira para debates, oficinas e desfile na Casa de Cultura
Entre os dias 15 e 17 de agosto ocorre na Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) mais uma edição do Fashion Black. O objetivo é fomentar e, ao mesmo tempo, dar visibilidade ao mercado de moda afro-brasileira, discutindo formas de atuação, sustentabilidade e o fortalecimento das marcas. O evento reúne especialistas na área para dois dias de workshops e debates. No terceiro e último dia, um grande desfile encerra o projeto. Todas as atividades são gratuitas.
O encontro contará com quatro workshops e duas mesas redondas, que acontecem na quinta-feira (15/8) e sexta-feira (16/8). As oficinas envolvem temas como finanças, conteúdo, relação com a novas mídias e equipamentos digitais. As inscrições são realizadas pela internet, pelos links inseridos abaixo, junto à programação.
Os debates acontecem às 19h de quinta e sexta (15/8 e 16/8), no auditório Luiz Cosme. O primeiro dia terá como tema “Resistências plurais: ações coletivas como estratégias de mercado”; na sexta o assunto será “Singularidades: projetos autorais no mercado de moda”. A entrada é aberta ao público, sem necessidade de inscrição prévia.
O desfile de sábado reúne estilistas de moda afro-brasileira para uma apresentação do que as marcas estão trabalhando atualmente. A atividade é realizada por meio de uma parceria da CCMQ com a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), com apoio do Programa RS Criativo e do Museu de Arte Contemporânea do RS (MAC).
ATIVIDADES
QUINTA-FEIRA (15/8)
Workshops / Sala Sapato Florido
10h: “Finanças na Moda” – com Dina Prates (RS)
Inscrições no link
15h: “Tornar-se Digital Influencer” – com Lydia Goes (RS)
Inscrições no link
Bate-papo / Auditório Luiz Cosme
19h: “Resistências plurais: ações coletivas como estratégias de mercado” – com Fernanda Gonçalves, da AfroCriadoras (RJ); Cau Brasil e Carol Damazio, da Black Model (RS); e Tiago Santana da Afrotometria (SP)
SEXTA-FEIRA (16/8)
Workshops / Sala Sapato Florido
9h30 – “Eu existo? Produção de conteúdo na moda” – com Deivison Campos (RS), realizada com a equipe da Agência Experimental de Comunicação da Ulbra (Agex/Ulbra)
Inscrições no link
15h – “Produção de imagem com smartphone para o mercado de moda autoral” – com Tiago Santana (SP)
Inscrições no link
Bate-papo / Auditório Luiz Cosme
19h: “Singularidades: projetos autorais no mercado de moda” – com Renato Carneiro (BA) e Mariana Ferreira (RS)
SÁBADO (17/8)
19h: desfile de encerramento – Galeria Augusto Meyer
Sine Municipal tem cursos gratuitos para população LGBTQI+
Cursos presenciais e à distância para a população LGBTQI+ serão disponibilizados nesta terça-feira, 13, às 13h30, no Sine Municipal (avenida Sepúlveda esquina com Mauá). As inscrições devem ser feitas pelo telefone (51) 99108-3449 ou pelo e-mail grupodesobedeca@gmail.com. A promoção da Coordenadoria da Diversidade Sexual e de Gênero da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte, em parceria com a Uber e com a ONG Desobedeça, oferecerá cursos sobre empoderamento pessoal, conquista de objetivos e educação financeira.
“Esta iniciativa tem o propósito de preparar estas pessoas para conquistarem seus sonhos e aproveitarem as oportunidades de renda que a Uber oferece com as parcerias de motorista Uber e entregador Uber Eats”, explica o coordenador Daniel Boeira. Ele salienta a importância deste projeto que tem por objetivo acolher e gerar oportunidades econômicas e contribuir com a autonomia financeira da população LGBTQI+. “Precisamos humanizar essa parcela da população, transformar estas pessoas em cidadãos de fato e de direito. O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo, e precisa urgentemente se acostumar ao convívio entre os diferentes”, conclui.
Depois de críticas, Eduardo Leite evita encontrar Bolsonaro
O governador Eduardo Leite não acompanhou à visita o residente da República, Jair Bolsonaro na manhã desta segunda-feira (12/08) ao Rio Grande do Sul. O motivo seria a sua ida a São Paulo para se encontrar com investidores. Bolsonaro veio participar da inauguração do trecho duplicado da BR 116 em Pelotas. Em nome do governador, falou o vice, Ranolfo Vieira Júnior, que se desculpou e afirmou que a presença de Leite no centro do país era inadiável.
Recentemente, Leite classificou como “lamentável”, a declaração de Bolsonaro sobre a morte do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, durante a ditadura militar. “É de ser repudiada e é inclusive que se busque uma retratação”, afirmou o governador, após evento no Palácio Piratini.
Leite também destacou o trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que investigou os fatos ocorridos durante o período militar. “Há uma Comissão da Verdade, há um grupo de pessoas que estudou, que analisou, e que identificou o que aconteceu naquele período. Isso precisa ser respeitado e é preciso respeitar a memória de pessoas que foram efetivamente perseguidas pelo regime militar. É um fato. Não há versões dessa história. É um fato estabelecido”, disse o governador. O presidente questionou a veracidade dos documentos produzidos pela Comissão Nacional da Verdade, criada pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Eleições primárias na Argentina acentuam polarização
Com mais de 80% das urnas apuradas, as eleições primárias na Argentina mostram que a dupla Alberto Fernández e Cristina Kirchner supera os 47% dos votos, alcançando 15% a mais que Mauricio Macri, atual presidente e candidato à reeleição.
Com atraso de mais de uma hora, os números das votações começaram a ser divulgados. A previsão para a divulgação era, inicialmente, às 21h. Por volta das 23h, Alberto Fernández computava 47%, enquanto Macri, 32%, com mais de 80% das urnas apuradas.
A polarização entre os dois candidatos, visível durante toda a campanha, deve acirrar-se nos próximos meses, que antecedem as eleições gerais, marcadas para o dia 27 de outubro. Um eventual segundo turno será dia 24 de novembro e o novo governo assumirá dia 10 de dezembro.
As eleições de hoje, conhecidas como PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias) servem apenas para definir os partidos e candidatos habilitados a participar das eleições gerais.
O comparecimento dos argentinos foi de aproximadamente 75%. Cerca de 34 milhões de argentinos estavam habilitados para votar.
Profissões ligadas à tecnologia serão mais promissoras, mostra Senai
Levantamento feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) mostra que as profissões ligadas à tecnologia estarão entre as mais promissoras, pelo menos nos próximos cinco anos. No período, ocupações que têm a tecnologia como base não só motivarão a abertura de novos postos de trabalho como exigirão a requalificação de parte da mão de obra hoje disponível.
Realizado para subsidiar a oferta de cursos da instituição, o Mapa do Trabalho Industrial indica que, até 2023, o Brasil terá de qualificar 10,5 milhões de trabalhadores em ocupações industriais para fazer frente às mudanças tecnológicas e à automação dos processos de produção.
Segundo o Senai, a demanda por profissionais qualificados dos níveis superior e técnico deverá criar vagas de trabalho para trabalhadores qualificados a exercer funções pouco lembradas há algum tempo. É o caso de ocupações como condutores de processos robotizados, cujo número de vagas a entidade calcula que aumentará 22% – contra um crescimento médio projetado para outras ocupações industriais da ordem de 8,5% no mesmo período.
Além dos condutores de processos robotizados, as maiores taxas de crescimento do nível de ocupação deverão ocorrer entre pesquisadores de engenharia e tecnologia (aumento de 17,9%); engenheiros de controle e automação, engenheiros mecatrônicos e afins (14,2%); diretores de serviços de informática (13,8%) e operadores de máquinas de usinagem CNC (13,6%).
Divulgado hoje (12), o Mapa do Trabalho 2019-2023 mostra que, entre as áreas que mais vão demandar formação profissional estão a metalmecânica (1,6 milhão vagas), construção (1,3 milhão), logística e transporte (1,2 milhão), alimentícia (754 mil), informática (528 mil), eletroeletrônica (405 mil), energia e telecomunicações (359 mil).
O topo do ranking por área, no entanto, deverá ser liderado pelas chamadas ocupações transversais, compreendidas como aquelas cujos profissionais estão aptos a trabalhar em qualquer segmento, como pesquisadores e desenvolvimento, técnicos de controle da produção e desenhistas industriais. Neste segmento, o Senai estima a criação de 1,7 milhão de vagas nos próximos cinco anos. Técnicos de controle de produção; de planejamento e controle de produção; em eletrônica; eletricidade e eletrotécnica e em operação e monitoração de computadores estão entre as 20 ocupações transversais que mais exigirão formação entre 2019 e 2023.
A demanda por qualificação prevista inclui o aperfeiçoamento de trabalhadores que já estão empregados e, em parcela menor (22%), aqueles que precisam de capacitação para ingressar no mercado de trabalho. Essa formação inicial inclui a reposição em vagas já existentes e que se tornam disponíveis devido à aposentadoria, entre outras razões.
O Mapa ainda indica que os profissionais com formação técnica terão mais oportunidades na área de logística e transporte, que exigirá a capacitação de 495.161 trabalhadores. A metalmecânica precisará qualificar 217.703 pessoas. De acordo com especialistas responsáveis pela elaboração do estudo, a área de logística destaca-se, entre outros fatores, pela necessidade de aumentar a produtividade por meio da melhoria dos processos logísticos.
O Mapa do Trabalho Industrial é elaborado a partir de cenários sobre o comportamento da economia brasileira e dos seus setores, projetando o impacto sobre o mercado de trabalho e estimando a demanda por formação profissional com base industrial (formação inicial e continuada), e serve como parâmetro para o planejamento da oferta de cursos do Senai.
(Com assessoria de imprensa)
Nova lei facilita regularização de obra em moradia de baixa renda
O Diário Oficial da União publicou na sexta-feira (9) a Lei 13.865/19, que dispensa o “habite-se” expedido pela prefeitura para a averbação de obra em moradias familiares de um só pavimento finalizadas há mais de cinco anos em áreas urbanas ocupadas predominantemente por população de baixa renda.
O habite-se é a autorização dada pela prefeitura para a ocupação de uma moradia. Já a averbação é o registro cartorial obrigatório de qualquer alteração no imóvel, como ampliação ou demolição.
O objetivo da nova lei é regularizar a situação de imóveis de famílias de baixa renda que passaram por reformas ou expansões no decorrer dos anos sem autorização da prefeitura. Muitas das obras são realizadas na informalidade, pelas próprias famílias ou mutirões de vizinhos. A regularização permitirá que o proprietário obtenha financiamento e possa vender o imóvel.
A lei, que altera a Lei de Registros Públicos (6.015/73), é oriunda de projeto apresentado pelo então deputado federal, e atual senador, Irajá Abreu (PSD-TO). A proposta foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro desfere duro golpe na mídia tradicional e libera publicidade legal na internet
Jair Bolsonaro está acabando com a exigência de publicação de balanços em jornais impressos. Segundo Medida Provisória que circulou no Diário Oficial da União no último dia 6, as empresas brasileiras deixam de ser obrigadas a veicular publicidade em jornais como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, e outros.
Decisão acaba com o Valor Econômico, que é da Globo e tem 40% de sua receita na publicidade legal.
O presidente Jair Bolsonaro, que no domingo, em culto, instalou a chamada grande imprensa no campo da oposição, acertou um tiro no bolso dos empresários da mídia tradicional – especialmente os jornais de grande circulação.
A MP estabelece que a publicidade legal, a partir de agora, pode ser publicada apenas nos sites da CVM, da Bolsa de Valores e da própria empresa.
Moro mantém popularidade maior que a de Bolsonaro, mostram pesquisas de siglas
As fraturas acumuladas por Sergio Moro (Justiça) entre integrantes dos três Poderes nos últimos dois meses não foram suficientes para corroer o apoio que ele tem em diversos setores da sociedade. Sob forte pressão desde o início da publicação de mensagens pelo The Intercept, em 9 de junho, a força do ministro foi testada em pesquisas internas de partidos. Ele não ostenta a aprovação de outrora —perdeu pontos na casa das dezenas—, mas “mesmo fraco é forte, maior do que Jair Bolsonaro”.
Partidos de centro e centro-direita fizeram nos últimos dias levantamentos municipais e nacionais. A popularidade de Moro foi testada na segunda categoria.
Aliados do ministro da Justiça reconhecem que ele está sob fogo cerrado, uma peça central no que chamam de “crise de confiança entre a Lava Jato e Brasília”, mas dizem que seu trabalho na segurança pública, os índices que tem apresentado, lhe dão sustentação no cargo para além da espuma política.
Apesar de o presidente ter exibido Moro no início de sua live desta quinta (8), são vastos os relatos da crescente desconfiança entre Bolsonaro e seu auxiliar.
No Planalto, prolifera a versão de que o ministro, para se eximir da posição de subscritor de propostas polêmicas, municia a imprensa com informações que o distanciem de casos como o dos decretos que facilitaram porte e posse de armas.
O desconforto entre Bolsonaro e Moro é tema de conversas no Congresso e no Supremo. Em ambos os Poderes, os relatos indicam que o presidente não vê o auxiliar como alguém disposto a segurar rojões que não sejam do próprio interesse.
Ao dizer que Moro precisava dar uma “segurada” na tramitação de seu pacote anticrime, Bolsonaro desagradou parte da bancada da bala. O coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Pública, deputado Capitão Augusto (PL-SP), diz que faltou diálogo com o grupo para avisar que a causa deixaria de ser prioridade.
Para Augusto, é compreensível que o governo queira direcionar sua força para a reforma tributária, mas ele afirma que o pacote de Moro precisa apenas de maioria simples para ser aprovado e poderia ser tratado em paralelo.