O Rio Grande do Sul converteu 2,6 milhões de hectares de matas nativas em lavouras, nos últimos 40 anos.
É o segundo, no Brasil, que mais desmatou para plantar, nos últimos 40 anos.
O primeiro é o Mato Grosso, que desmatou 3 milhões de hectares no período.
O terceiro é Bahia, com 1,8 milhões de hectares.
Maranhão (790 mil hectares) e Goiás (550 mil hectares), completam a lista dos cinco estados brasileiros que mais desmataram para conversão direta em agricultura.
Os dados são do Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas),divulgados na sexta-feira, 6/9.
Esse levantamento precisa ser avaliado com mais atenção; principalmente para o Rio Grande do Sul ele emite sinais preocupantes.
Mato Grosso foi o que mais desmatou, 3 milhões de hectares. Mas Mato Grosso do Sul é nova fronteira, onde o desmatamento praticamente começou nestes 40 anos.
No Rio Grande do Sul o processo é antigo. Esses 2,6 milhões de hectares nativos convertidos em lavouras nos últimos somam-se a uma expansão anterior.
Só a soja por exemplo, que vem dos anos de 1970, já chegou aos 6,5 milhões de hectares de área plantada.
Outro dado que pede relexão: nos últimos 15 anos o eucalipto alcançou 1 milhão de hectares de área plantada.
Um novo zoneamento aprovado recentemente ampliou a área licenciável para plantio de florestas de eucalipto no Estado, para mais três milhões de hectares.
E aí o estudo do MapBiomas acende outro sinal de alerta para o Rio Grande do Sul|: com a expansão desses 2,6 milhões dos últimos 40 anos, a nova fronteira agrícola é o pampa. É o espaço que resta para a expansão das lavouras e das florestas de eucalipto. É um bioma único, de equilíbrio frágil, estará em risco não apenas a biodiversidade e o solo, como a paísagem dos campos e das coxilhas que está no fundo do imaginário do gaúcho riograndense.
RS está em segundo lugar entre estados com maiores áreas de desmatamento para agricultura