Editora JÁ faz vaquinha para publicar biografia de Leonel Brizola

A Editora JÁ, de Porto Alegre, está recorrendo ao uma “vaquinha virtual”, através do Catarse, uma plataforma de financiamento coletivo, para publicar o livro “No Fio da História: A vida de Leonel Brizola”, do jornalista Cleber Dioni Tentardini.

O livro resulta de um trabalho de, pelo menos, duas décadas de pesquisas, entrevistas e reportagens e cobre desde a infância pobre num sub distrito do interior gaúcho até a morte num apartamento da avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, aos 82 anos.

“Me envolvi com o tema em 2004, quando fui à região onde Brizola nasceu e se criou, para uma edição especial do Jornal JÁ sobre a morte dele”, diz o autor.

Desde então, à margem das tarefas imediatas, ele foi construindo o livro, que considera uma obra coletiva, porque recebeu contribuições de vários colegas e pesquisadores, em diferentes etapas do trabalho. Nos últimos seis meses, ele se concentrou em consolidar e ordenar o material reunido e dar um texto final ao livro.

“É um trabalho jornalístico, para ser uma base factual consistente, que permita entender melhor a trajetória desse personagem fascinante que é o Brizola”, diz o editor Elmar Bones.

Em destaque, a primeira eleição em Porto Alegre, o governo no Rio Grande do Sul, as encampações, a primeira reforma agrária, a vitória da Legalidade (sua maior façanha) e as derrotas clamorosas para Ildo Meneghetti (…) e para o golpe militar em 1964. A fuga para o exilio, a luta contra a ditadura, os anos de ostracismo e a volta para o Brasil. As diretas JÁ, a criação do PDT e o desastre de 1989, quando o trabalhismo dividido foi derrotado por Fernando Collor. A volta por cima, as eleições no Rio, os dois governos estaduais, os planos para o futuro… e a morte de surpresa.

Um capítulo final reflete sobre a  importância e o legado de lutas e princípios que Leonel de Moura Brizola deixou ao longo de meio século na vida política do Brasil.

Razões não faltam para se falar de Brizola

Neste ano de 2024, no 22 de janeiro, Leonel Brizola completaria 102 anos. Em 31 de março, terão decorridos 60 anos do golpe militar, que baniu os líderes da oposição e implantou uma ditadura.

Em 17 de junho, completam-se 45 anos da Carta de Lisboa, um marco na história do Trabalhismo, e que criou as bases para fundação do PDT.

E, em 21 de junho, terão passados 20 anos da morte do líder político, único a governar dois estados brasileiros – Rio Grande do Sul (1959-63) e, duas vezes consecutivas, o Rio de Janeiro (1983-87 e 1991-94).