Bolsonaro lança campanha à reeleição no lugar onde levou a facada em 2018

 O presidente Jair Bonsonaro lançou nesta terça-feira (16) a campanha à reeleição ao Palácio do Planalto, em Juiz de Fora, a cidade onde sofreu um atentado à faca na campanha de 2018.

Em seu discurso, o candidato focou na agenda conservadora e de costumes.

Bolsonaro desembarcou por volta das 10h no Aeroporto da Serrinha, onde o esperava um grupo pastores evangélicos e alguns apoiadores.

No discurso, transmitido em uma rede social do presidente, ele disse que o governo “não errou” durante a pandemia da Covid-19, que já matou mais de 650 mil pessoas no Brasil.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado, que investigou a atuação do governo durante a pandemia atribuiu nove crimes a Bolsonaro e pediu seu indiciamento.

Congressistas mineiros e o senador Flavio Bolsonaro acompanharm a agenda no sudeste de Minas.

Ele também participou de uma motociata pelas ruas da cidade. Depois, subiu em um trio elétrico e discursou para eleitores na Rua Halfeld, na região central da cidade – local onde levou uma facada durante a campanha de 2018.

No pronunciamento, Bolsonaro focou em questões da pauta conservadora e de costumes. Disse ser contrário ao aborto e à legalização das drogas; e defensor da propriedade privada. Ele também afirmou que “o país não quer mais corrupção”.

No campo econômico, Bolsonaro declarou que o governo faz “um esforço” para a redução do preço dos combustíveis e da inflação.
O candidato a vice, Braga Netto, e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também discursaram durante o ato de campanha. Em busca de votos no eleitorado feminino, a campanha de Bolsonaro tem dado maior destaque a Michelle nos eventos dos quais o presidente participa.

Esta foi a segunda vez que Bolsonaro voltou a Juiz de Fora, depois do atentado sofrido durante ato de campanha em 2018, um mês antes do primeiro turno, quando, Bolsonaro tinha apenas 22% das intenções de voto.
Pesquisa do IPEC, divulgada nesta terça-feira, mostra que em Minas Gerais, o ex-presidente Lula tem 42% das intenções de voto contra 29% de Bolsonaro.

 

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36 entidades de ensino e pesquisa protestam contra fechamento de cursos na Unisinos

Manifesto contra o fechamento                                 dos cursos de Pós-Graduação:

As entidades abaixo assinadas vêm a público se manifestar contra o fechamento pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) de seus programas de pós-graduação em diversas áreas.

Tal atitude tem como fundamento privilegiar resultados financeiros em detrimento das contribuições da produção científica e do impacto social desses Programas.

No caso recente, chama a atenção a solidez e qualificação dos programas de pós-graduação, alguns com mais de 30 anos de existência, com notas 6 ou 5 junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

O fechamento dos Programas traz impactos para além da demissão de valorosos/as pesquisadores/as, referências em suas áreas de expertise, e do enxugamento do compromisso com a ampliação do sistema de Pós-Graduação, até então meta da CAPES,
do Plano Nacional de Pós-Graduação e do Plano Nacional de Educação 2014-2024.

Com a extinção dos programas desaparecem Grupos de Pesquisas essenciais e com repercussão nacional e internacional, revistas acadêmicas, além do prejuízo a pesquisadores/as com bolsas de produtividade científica que compõem o quadro de docentes.
Estes programas, por fazerem parte do sistema de pós-graduação, foram contemplados com fatias importantes do investimento público por meio de bolsas e incentivos à pesquisa.

Sua extinção institucional unilateral é um contrassenso do ponto de vista de qualquer intenção de fortalecimento da política científica no Brasil e configura também um atentado ao investimento público realizado durante estes anos todos de construção dos programas.
Não é admissível que Universidades que recebem financiamento público em pesquisa possam adotar estas ações de forma unilateral com base apenas em discussões de dividendos e lucros privados, rompendo com compromissos assumidos junto ao Sistema Nacional de Pós-Graduação e à Sociedade Brasileira.
Neste sentido, as entidades se solidarizam com colegas demitidos/as, estudantes prejudicados/as, funcionários/as dedicados/as e, principalmente, demandam por parte do ente público ações imediatas de cobrança da responsabilidade da Universidade.

Desta e de outras que estejam com as mesmas ações.
Nossa solidariedade a pesquisadores/as, alunos/as e funcionários/as que enfrentam decisão tão daninha para a pesquisa e o País.

Assinam:

-Fórum das Ciências Humanas, Sociais, Sociais Aplicadas, Letras, Linguística e Artes -FCHSSALLA
-Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência-SBPC
-Associação de Linguística Aplicada do Brasil – ALAB
-Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências – ABRAPEC
-Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística – ANPOLL
-Associação Nacional de Pós-graduação em Teologia e Ciências da Religião – ANPTECRE
-A Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN)
-Associação Brasileira de Professores de Língua Inglesa da Rede Federal de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico – ABRALITEC
-Associação Brasileira de Relações Internacionais – ABRI
-Associação Brasileira de Antropologia – ABA
-Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos – SBEC
-Associação Brasileira de Literatura Comparada – ABRALIC
-Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS
-Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – ANPPOM
-Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo – ANPTUR
-Associação Brasileira de Ensino de Biologia – SBEnBio
-Associação Nacional de Política e Administração da Educação – ANPAE
-Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM
-Associação Brasileira dos Pesquisadores em Publicidade – ABP2
-Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia – ANPOF
-Associação Brasileira de Hispanistas – ABH
-Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações
Públicas – ABRAPCORP
-Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura – ABCIBER
-Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciência da Informação- ANCIB
-Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação – COMPOS
-Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPED
-Associação Brasileira de Psicologia Política – ABPP
-Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional – ANPUR
-Associação Nacional de Pesquisa e Pós – graduação em Psicologia – ANPEPP
-Associação Brasileira de Psicologia Social – ABRAPSO
-Associação Brasileira de Pesquisadores de Jornalismo ( SBPJor)
-Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial – ABPEE
-Federação Brasileira de Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação –SOCICOM
-Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia – ALCAR
-Associação Brasileira de Pesquisadores e Comunicadores em Comunicação Popular –
ABPCom

Polícia oferece recompensa para localizar suspeito do ataque à Porta dos Fundos

A Policia do Rio está oferecendo recompensa de R$ 2 mil reais para quem ajudar na localização do suspeito de participar do ataque com bombas caseiras à produtora de vídeos Porta dos Fundos, no Humaitá, na Zona Sul do Rio, na véspera do Natal.
A intenção é receber informações que possam levar ao suspeito. Ele foi identificado como Eduardo Fauzi Richard Cerquise e chegou a publicar um vídeo nas redes sociais falando do ataque.
Em entrevista coletiva, o delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro, titular da 10ª DP, responsável pelas investigações, disse que existe a possibilidade de que ele seja o integrante principal do grupo, sendo o organizador do atentado.
O suspeito é presidente da Frente Integralista Brasileira e filiado ao PSL. Tem 20 anotações criminais por ameaça, lesão corporal, desacato, extorsão e uma relacionada à Lei Maria da Penha.
Em outra, responde por agressão em 2013 ao então secretário de Ordem Pública do Rio, Alex Costa, que levou um soco na cabeça enquanto dava uma entrevista após uma operação contra estacionamento irregular.
O mandado de prisão temporária de 30 dias foi expedido pela Justiça do Rio, atendendo a um pedido do delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro.
Agentes da 10ª DP fizeram, na terça-feira, uma operação de busca, mas o acusado não foi localizado. O delegado afirmou que ele é considerado foragido da Justiça.
suspeito foi identificado por meio de imagens de câmeras obtidas pela Polícia Civil do Rio, nas vias próximas à produtora. Os outros quatro integrantes do grupo ainda não foram identificados..
O homem identificado é acusado de tentativa de homicídio qualificado, uma vez que o vigia da produtora foi atingido no momento em que as bombas foram lançadas na entrada da casa e ainda por crime de explosão.
O Portal dos Procurados destacou que quem tiver qualquer informação a respeito da localização do homem identificado pela polícia e também dos envolvidos no ataque, pode fazer denúncia pelo Whatsapp do Portal dos Procurados (21) 98849-6099; pelo Facebook; pela mesa de atendimento do Disque-Denúncia (21) 2253-1177, ou pelo Aplicativo para celular do Disque Denúncia. As informações sigilosas sobre o caso serão encaminhadas para 10ª DP.
Visivelmente transtornado, Eduardo Fauzi Richard Cerquise divulgou um vídeo na internet onde diz que a “era PT” enriqueceu Gregório Duvivier e Fábio Porchat, humoristas que protagonizam a esquete de Natal, que foi alvo de boicote por grupos conservadores.
“O Porta dos Fundos deixa ainda mais pobre uma multidão de brasileiros que já é miserável, num país com 14 milhões de desempregados herdados justamente da era PT, que foi o que enriqueceu o Porta dos Fundos, Gregório Duvivier, Fábio Porchat, Lava Jato, Lei Rouanet, pa pa pa”, diz.
No vídeo, Fauzi está andando por um quarto onde se vê enfeites de Natal. O atentado ocorreu justamente no dia 24 de dezembro, véspera da festa natalina, em que cristãos comemoram o nascimento de Jesus Cristo.
“Quando o Porta dos Fundos detrata, esmaga, espezinha o nome do nosso senhor Jesus Cristo, ele está maltratando milhões de pessoas que têm na fé em Cristo a sua principal riqueza”, diz o acusado, que fez parte da Federação Integralista Brasileira (FIB) e é adepto das ideias do guru Olavo de Carvalho.
Em tom profético, Fauzi, que possui mais de 15 registros criminais, pede orações para ele próprio e classifica os humoristas do Porta dos Fundos como “criminosos, marginais, são bandidos”, após dizer que Jesus não é um “revolucionário”.
“Jesus Cristo não é um símbolo, uma figura histórica, um revolucionário. Jesus Cristo é Deus, que ressuscitou na carne e no sangue e está sentando num trono e regendo o universo”.
(Com informações da EBC e da Fórum)

Polícia gaúcha investiga duas ameaças inspiradas no atentado de Suzano

Por Tiago Lobo
Dois casos aparentemente inspirados na tragédia de Suzano, em São Paulo, estão sendo investigados pelas autoridades policiais do RS.
O ataque ocorrido na escola paulista Raul Brasil na quarta-feira, 13, deixou 10 mortos e 11 feridos, por dois jovens encapuzados que abriram fogo nas dependências da instituição.
O primeiro caso foi mencionado no dia 19 de março, pela delegada Nadine Farias, chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em palestra na Associação Comercial de Porto Alegre. Ela revelou que um suspeito com características semelhantes aos jovens que praticaram o atentado em SP foi preso no interior do RS. Mas evitou dar mais detalhes: “Não informamos à imprensa para evitar pânico”, explicou.

Delegada Nadine falou na ACPA nesta terça-feira

O caso a que a delegada se referia ocorreu menos de um dia após o ataque em SP.
Um jovem de 21 anos, residente de Santa Rosa, no noroeste do RS, publicou ameaças no seu Facebook, na noite do dia 14, onde dizia:
“Pêsames aos mortos, mas parabéns aos heróis, sabem quem são? (…) São os dois garotos que praticaram tal ato (…) corram mais rápido que as minhas balas”.
A postagem do jovem de Santa Rosa

As ameaças em alusão à tragédia de Suzano geraram pavor entre os alunos do Centro Tecnológico Jorge Logemann, em Horizontina, cidade vizinha de Santa Rosa, com 20 mil habitantes, onde o rapaz estudou até o ano passado.
Na manhã seguinte muitos alunos não foram à escola, o que levou a diretoria a registrar um Boletim de Ocorrência. No mesmo dia foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão na casa do suspeito que resultaram na sua detenção, apreensão de anotações, touca ninja, bandana de caveira (como a utilizada em Suzano), um livro, HD e celulares.
Detido e levado para prestar depoimento na delegacia de pronto atendimento de Santa Rosa, o jovem foi liberado e responderá por “apologia ao crime”.
O vice diretor da escola, Wilson Hélio Hirt, disse ao JÁ que o jovem detido nunca apresentou sinais de violência enquanto era aluno. “Acho que não fez por maldade, foi ingenuidade”, afirmou.
Ameaça assombra universidade
Ameaça veio da Deep Web

Às 21h20min do dia 13/03/2019, poucas horas após a tragédia paulista, outro jovem publicava mensagens de ódio e ameaças no Dogolachan, um fórum anônimo localizado na primeira camada da chamada Deep Web, uma região da internet que não está visível aos operadores de busca e necessita de um navegador específico para ser acessada.
No post original o usuário sentencia:
“(…) já ocorreu em creche, escola infantil, ensino médio. Quero ser o primeiro a fazer uma chacina numa universidade. Quem viver, verá, e quem morrer é escória.”
No dia 18/03 mais uma mensagem anuncia o seu alvo:
“Fiquem ligados nas notícias do Rio Grande do Sul até o final do mês irei gerar o maior lulz que esse país já presenciou (…)”
Lulz, na linguagem dos frequentadores desse fórum é uma corruptela da gíria norte-americana lol (laughing out loud, ou “rindo alto”) que geralmente é utilizada para expressar alegria pelo sofrimento alheio.
Outros usuários incentivaram autor das ameaças

As mensagens que seguem são de usuários comemorando e incentivando o ataque para planejar o que este grupo chama de atcvm sanctvm. Uma ação terrorista para “rir do sofrimento da sociedade”.
Um membro sugere o ato no Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), como seu “presente de aniversário“, e teoriza que a segurança  é “meramente patrimonial” e que o seguranças seriam assaltados por “negros”, visto que Brigada Militar não poderia entrar no local, o que não é verdade.
Outro pede “mate as vadias das exatas no campus do vale”.
Suspeita-se que Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro, os atiradores da tragédia de Suzano, tenham sido frequentadores do mesmo fórum em que estas ameaças foram publicadas.
As mensagens se disseminaram rapidamente pelo whatsapp e grupos de alunos no Facebook. No dia 20 a insegurança já havia tomado conta de estudantes e funcionários.
Às 9h54min daquela quarta-feira um professor do Instituto de Matemática e Estatística da universidade, que pediu para não ser identificado na reportagem, disparou um comunicado interno para colegas explicando que apesar da inverossimilhança das “ameaças”, é necessária “atenção especial ao ambiente de trabalho (…) em relação à segurança”.
Às 16h a reitoria estava em uma reunião a portas fechadas para tratar exclusivamente do caso e já havia acionado a ABIN, Polícia Federal, Polícia Civil e o setor de Inteligência da Brigada Militar.
A Brigada Militar reforçou a segurança no Campus do Vale e segundo a assessoria de comunicação social da Polícia Federal “foi determinada a instauração de inquérito pela Delegacia de Defesa Institucional, unidade especializada na investigação desse tipo de delito. A área de inteligência da Polícia Federal está trabalhando integrada com a Secretaria de Segurança Pública do estado e com a Polícia Civil e Brigada Militar”.
O JÁ segue acompanhando os desdobramentos do caso.