Dengue: Ministra pede apoio da população e promete “esforço nacional” para ampliar produção da vacina 

Em pronunciamento à nação na noite desta terça-feira (6), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um apelo à população para evitar a proliferação de criadouros do mosquito transmissor da dengue dentro de casa.

Segundo a ministra, 75% dos focos estão localizados nas residências.  “Precisamos redobrar os cuidados com as nossas casas e nas áreas em volta delas. Cerca de 75% dos focos estão dentro de casa. Vamos tampar as caixas d’água, descartar o lixo corretamente, manter as vasilhas de água dos animais sempre limpas, guardar garrafas e pneus em locais cobertos, retirar água acumulada dos vasos e plantas”, disse.

Nísia Trindade pede ainda que as pessoas recebam os agentes de endemias, que irão ajudar a eliminar os focos. “Receba-os, ajude-os na localização e na erradicação de possíveis focos do mosquito em sua casa e na sua vizinhança”.

O aumento crescente de casos da doença neste início de ano exige medidas adicionais por todas as instâncias de governo, conforme a ministra.

“É fundamental que os prefeitos e prefeitas intensifiquem os cuidados com a limpeza urbana, evitando o acúmulo de lixo e de água onde os mosquitos se proliferam. Da mesma forma, é essencial a ação dos governadores, apoiando seus sistemas de saúde”, afirmou, citando que o Ministério da Saúde ampliou em R$ 1,5 bilhão o repasse a estados e municípios.

“Agora é hora de todo o Brasil se unir contra a dengue”, ressaltou.

Calor e chuvas
No discurso, a ministra atribui a situação de emergência enfrentada por diversas cidades do país ao calor recorde e as chuvas acima de média, registrados desde o ano passado, que levaram ao crescimento dos focos do mosquito Aedes aegypti.

A explosão de casos de dengue em diversas regiões do país fez com que pelo menos quatro estados – Acre, Minas Gerais e Goiás, além do Distrito Federal – decretassem situação de emergência em saúde pública.

Estima-se que o Brasil pode contabilizar mais de 4,1 milhões de casos em 2024.

Vacinação
Sobre a vacinação, Nísia Trindade disse que ocorrerá de forma progressiva, em razão do número limitado de doses fornecidas pelo laboratório fabricante.

Na primeira fase, terão prioridade as crianças entre 10 e 14 anos, faixa etária com o maior número de internações pela doença.

O imunizante será distribuído para 521 municípios por terem maior incidência da doença.

“Ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde coordenará um esforço nacional para ampliar a produção e o acesso a vacinas para dengue”, disse a ministra.

 

 

Mosquito da dengue infesta 39 bairros em Porto Alegre; no país, 75% dos municípios registram surtos

A dengue vem pipocando no noticiário, mas ainda não foi dada a devida atenção para a dimensão e gravidade do problema.

Estamos diante de uma situação que há anos vem se acumulando e vai se tornando um tremendo desafio ao Sistema de Saúde Pública.

Em Porto Alegre, dos 46 bairros com monitoramento constante do mosquito Aedes aegypti, 39 tinham nível crítico de infestação na semana encerrada em 27 de janeiro de 2024 — percentual de 84,7%.

Outros quatro bairros estão em estado de alerta, dois têm infestação moderada e apenas um tem quadro considerado satisfatório.

Esse é o quadro nos 46 bairros monitorados. Qual a situação nos outros mais de 40 bairros da capital?

Não é um problema local. Um “boletim epidemiológico” do Ministério da Saúde, de junho de  2023, registrava 173 mortes por dengue no país, de janeiro a maio,  ou seja, aproximadamente 2 mortes por dia.
Os municípios com casos notificados já eram 4.231 (75% por cento dos municípios).

Dengue: novo recorde anual de mortes leva SUS a incorporar vacina

A dengue matou 1.079 pessoas no Brasil em 2023. Foi o recorde de mortes registradas num ano pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

O número mais alto até agora, de 1.053 mortes, foi  em 2022.  Antes, o maior número de mortes, 986,  havia ocorrido em 2015.

Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira, 27.

Questionado sobre o recorde, o Ministério da Saúde informou que, com a previsão de aumento de casos, cerca de 11,7 mil profissionais de saúde foram capacitados em 2023 para manejo clínico, vigilância e controle de arboviroses, que são infecções causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos.

“O Ministério da Saúde vai investir R$ 256 milhões no fortalecimento da vigilância das arboviroses. O momento é de intensificar os esforços e as medidas de prevenção por parte de todos para reduzir a transmissão das doenças. Para evitar o agravamento dos casos, a população deve buscar o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os primeiros sintomas”, diz a nota.

Ainda segundo a pasta, foi incorporada, no último dia 21, a vacina contra dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante, Takeda, afirmou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses. A vacinação será focada em público e regiões prioritárias, com definição de estratégias de utilização das doses disponíveis prevista para ocorrer nas primeiras semanas de janeiro.

(Com informações da Agência Brasil)

Dengue aumenta 17,5 % e ganha “potencial epidêmico” em vários Estados

Os casos de dengue no Brasil aumentaram 17,5% em 2023 em relação ao ano passado, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Ministério da Saúde.

As ocorrências passaram de 1,3 milhão em 2022 para 1,6 milhão este ano. Já a taxa de letalidade ficou em 0,07% nos dois anos, somando 1.053 mortes confirmadas em 2023 e 999 no ano passado.

Segundo a previsão do Ministério da Saúde, divulgada nesta sexta-feira, “a Região Centro-Oeste do Brasil deve registrar nível epidêmico de dengue em 2024”. “Crianças e idosos, são os grupos que mais nos preocupam”, avaliou a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel

Outro alerta da pasta vale para a Região Sudeste, sobretudo para os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, onde há potencial epidêmico para a dengue em 2024. No Sul, o Paraná foi classificado com potencial muito alto para casos de dengue e, no Nordeste, os casos devem aumentar, mas abaixo do limiar epidêmico. “Vamos seguir monitorando”, disse a secretária.

“Fatores como a variação climática, o aumento das chuvas, o número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipo do vírus são fatores que podem ter contribuído para esse crescimento”, avaliou o ministério em nota. Os estados com maior incidência de dengue são Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás.

Vacina 
Está em análise no Sistema Único de Saúde (Conitec) a incorporação da vacina Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa quinta-feira (7), o ministério abriu consulta pública sobre o tema. “Considerando o cenário epidemiológico, a comissão já recomendou a incorporação do imunizante inicialmente para localidades e públicos prioritários a serem definidos pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI)”.

(Com informações e foto da Agência Brasil)