Grupo antivacina faz manifestação no largo da Prefeitura de Porto Alegre

Zilá Rocha Ramos, 68 anos, pensionista, estava nervosa, tremendo. Voltou para pegar um panfleto que denuncia  supostas mortes de crianças por conta das vacinas. Estava com a filha, bióloga.

A filha ficou irritada com o conteúdo do panfleto, repreendeu a mãe e rasgou o material.

Eram umas dez pessoas  no largo em frente à Prefeitura de Porto Alegre. Segundo funcionários, é  a sexta semana consecutiva que promovem protesto contra o uso de vacina no combate à pandemia de covid. 

Um homem discursava, outro gravava a cena com o celular, duas mulheres estendiam uma faixa, outra senhora com dois cartazes e os demais distribuíam panfletos às pessoas que passavam.

André Oliveira, de 56 anos, aposentado, era um dos que distribuíam panfletos. Ao entregar os papéis ele dizia que “antes da vacinação nenhuma criança havia morrido de covid”,  o que não é verdade.

Desde o início da pandemia treze crianças morreram por conta do novo coronavírus.

| Foto: Ramiro Furquim/@outroangulofoto

 Johny, 57 anos, é securitário e não quis dar o sobrenome. Exaltou-se ao receber o panfleto: “Eu fico assim ó (mostra o punho cerrado junto do peito)… É inacreditável isso em 2022”.

| Foto: Ramiro Furquim/@outroangulofoto

Lisandra Fraga, 45, gestora ambiental, moradora da zona sul, era uma das integrantes do protesto em frente ao Paço Municipal: “A Pfizer mudou a bula 24 vezes em doze meses,” dizia. “Vários países estão tornando endemia: Barcelona(Espanha), Alemanha, Suíça, Ucrânia, que está inclusive em guerra civil…” 

| Foto: Ramiro Furquim/@outroangulofoto

Charles da Luz, 45 anos, comerciante, era quem fazia os discursos ao microfone em uma caixa de som: “Não somos contra nem a favor das vacinas. Queremos é a transparência das informações sobre essas vacinas. Tem de estar em todos os postos de saúde.”

| Foto: Ramiro Furquim/@outroangulofoto

“Infarto, trombose, miocardite. Queremos investigação desses efeitos colaterais.”, completou outra integrante que ouvia a conversa.

O panfleto da menina teria vindo de SC | Foto: Ramiro Furquim/@outroangulofoto

Por que o material é apócrifo? “Nossos panfletos serão diferentes. Nosso grupo FT Liberdade assinará os panfletos”, disse  Charles da Luz.

Perguntado sobre qual vacina é experimental, André não soube dizer qual. Outra mulher o acudiu: “Todas. Todas são experimentais”.

O que é terapia genética? “Antivacina de RNA. E qualquer outra vacina que esteja em fase experimental. O certo mesmo é Terapia Gênica.”

| Foto: Ramiro Furquim/@outroangulofoto

Viaturas da Guarda Municipal e da Brigada Militar acompanhavam a movimentação, aparentemente sem dar atenção ao conteúdo, sem tomar qualquer conhecimento.

| Foto: Ramiro Furquim/@outroangulofoto

Em Novo Hamburgo e São Leopoldo, em manifestações semelhantes, a Guarda Municipal  recolheu carros e materiais apócrifos, a partir de denúncias da população. A Prefeitura de NH apresentou queixa-crime ao MP com base no artigo 268, do Código Penal: Infração de Medida Sanitária Preventiva.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Procurada, a Prefeitura de Porto Alegre respondeu: “A Guarda Municipal informa que monitorou a ação e, assim como em demais protestos em frente à prefeitura ou em demais pontos da cidade, respeita a livre manifestação.”

Putin amplia o front no Cazaquistão

A recente revolta popular no Cazaquistão confirma a consciência geopolítica do presidente russo, Vladimir Putin. Há meses fustigando as fronteiras da Europa com exercícios bélicos, ele agora teve que atender o pedido de socorro do presidente, Tokajew.  Milhares de soldados e equipamentos militares foram deslocados para o país sob a bandeira de “tropas de paz”. 

A chefe da União Européia, Ursula von der Leyen, foi a Paris tratar da transição do próprio cargo e abordou o conflito com o presidente Macron. “Devemos trabalhar para reduzir a violência e promover o diálogo não só com os Russos, mas com todos, em todas as esferas”, defendeu o líder francês, indicando a direção do futuro mandato na UE.

Revolta popular no Cazaquistão é reprimida com total violência pelas forcas militares. O presidente, Kassym-Jomart Tokayev deu ordem de “atirar para matar” em rede nacional. (dpa)

A Europa depende muito da Rússia e de todos os países da região. A crise do gás, razão para a revolta no Cazaquistão, é um fato em muitos outros países, confrontados com um aumento de 400% no preço da commodity. Na Alemanha, o gás é o principal substituto no curto prazo para as usinas nucleares e a carvão que o país pretende desligar. 

Com a vantagem de quem fornece a matéria-prima, e assim define a demanda, o Czar russo parece estar fazendo o seu Reset geopolítico.

Putin fez um duplo movimento antes da virada do ano. Falou com Biden por telefone sobre a Ucrânia, e seguiu viagem no mesmo dia para Minsk, na Bielorrússia, onde encontrou o ditador, Alexander Lukashenko. Juntos, anunciaram manobras militares conjuntas para Fevereiro e Março, num sinal de prolongar ainda mais a pressão na fronteira com a UE.

A Rússia realiza manobras militares nas bordas da Ucrânia desde marco do ano passado. As operações chegaram a concentrar mais de 200 mil soldados. Hoje o contingente baixou para 10 mil, segundo a própria Rússia, mas a Otan anda alertada.

“Diálogo sim, mas não a qualquer preço”, declarou o secretário geral da Otan, Jens Stoltenberg, por vídeo conferência dia 07.01.2022.

Os argumentos do presidente russo são claros: “não aceitaremos mais um sistema de mísseis da OTAN na nossa fronteira”. Em troca das facilidades da participação na União Européia (UE), o presidente Ucrâniano, Volodymyr Zelensky, aceitou a instalação de um sistema de mísseis dos ocidentais em seu território. Dos países do leste europeu, seria o terceiro, depois de Polônia e República Checa, fechando um cerco estratégico sobre os russos.

A crise militar na antiga república soviética revela agora não só a atual força dos laços históricos ao leste da Europa. Ela aponta para uma tomada de posição estratégica em um mundo cada vez mais polarizado.

Governo mantém cronograma e quer privatizar Eletrobras no primeiro semestre

A privatização da Eletrobras ainda está em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mas o governo confirmou a previsão de concluir o processo no primeiro semestre de 2022.

Segundo o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), a venda de ações da União para investidores privados deverá ocorrer até maio.

Segundo a secretária executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, o que pode atrasar, em função da decisão do TCU, é a assinatura dos contratos de concessão de hidrelétricas, mas  “esta será uma etapa secundária, que ocorrerá após o leilão”.

O foco da análise do TCU são os valores definidos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para a outorga de novos contratos de concessão de 22 hidrelétricas.

Criada em 1962 para coordenar as empresas do setor elétrico, a Eletrobras é uma sociedade de economia mista e de capital aberto sob controle acionário da União.

Na década de 1990, uma reestruturação reduziu suas responsabilidades, porém a empresa ainda controla parte significativa dos sistemas de geração e transmissão de energia, estando presente em todas as regiões do país por meio de suas subsidiárias: Amazonas GT, Eletrosul, Chesf, Eletronorte, Eletronuclear, Furnas, Cepel e Eletrobras Participações. Além de principal acionista dessas empresas, a Eletrobras detém metade do capital de Itaipu Binacional. Em 2020, teve um lucro de R$ 6,4 bilhões. Em 2021, só nos dois últimos trimestres, o lucro foi de  R$ 3,5 bilhões.

Embora venha registrando lucros líquidos anuais desde 2018, o governo federal inclui a Eletrobras no Programa Nacional de Desestatização, alegando que a medida possibilitará à empresa melhorar sua capacidade de investimento. A expectativa é de arrecadar até R$ 100 bilhões com a privatização.

Desenhada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)  a modelagem do processo de privatização prevê uma capitalização. Isso significa que o governo não venderia sua participação atual.

Serão emitidas ações para entrada de novos investidores, diluindo assim o capital da empresa até que a fatia da União seja de, no máximo, 45%. Apenas se essa oferta primária não der o resultado esperado é que haverá nova oferta incluindo a venda de ações da própria União.

A modelagem também prevê a segregação de Itaipu Binacional e da Eletronuclear. As ações que a Eletrobras possui nessas empresas serão repassadas à Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar), nova estatal criada em setembro. Dessa forma, a União manterá seu controle sobre elas.

Em 2022, os trabalhos do Tribunal devem ser retomados no dia 16 de janeiro.

No início do ano, o governo federal trabalhava com a meta de concluir a privatização até fevereiro de 2022.

 

 

 

 

 

Covid: Associação Médica Brasileira pede “punição exemplar” aos que “ultrajam a medicina”

Nota oficial da Associação Médica Brasileira

Por investigação e criminalização dos que ultrajam a Medicina, a saúde dos brasileiros e a Ética

“A Associação Médica Brasileira vem a público conclamar o Judiciário do Brasil e as demais autoridades responsáveis à investigação ágil e rigorosa dos recentes fatos apresentados à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, indicando suposta existência de esquema criminoso que teria atuado no sentido de o país atingir a chamada imunidade de rebanho.

Até hoje, somamos cerca de 600 mil óbitos de brasileiros. A CPI já conta com elementos para apontar responsabilidades dos autores de inúmeras faces da tragédia, como a falta de oxigênio no Amazonas, entre outras.

Conforme recentes depoimentos colhidos pelos senadores da República, o mesmo esquema teria adotado ações coercitivas e pressão sobre médicos para a administração de drogas comprovadamente ineficazes contra o vírus SARS-CoV-2. Também teria envidado a repudiável prática de testagem em seres humanos.

A motivação seria desqualificar as medidas de isolamento sanitário e de forçar uma eventual retomada econômica.

A Associação Médica Brasileira, assim como os brasileiros de bem, clamam por apuração imediata, ágil e aprofundada. É mister a punição exemplar de responsáveis por quaisquer ilegalidades que venham a ser comprovadas. Inclusive de médicos que, confirmados depoimentos de depoentes, teriam supostamente participado e encabeçado o esquema.

A AMB sairá invariavelmente em defesa da Ética e da assistência digna aos cidadãos. Caso consistentes o teor dos depoimentos à CPI da Covid-19, simplesmente estaríamos retrocedendo à barbárie, colocando o Brasil como sujeito de uma das piores atrocidades contra a humanidade de toda a história.

Registre-se que autoridades do Direito se manifestam no sentido de que existem provas em suficiência para a sentenciar eventuais infratores no Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia. Temos urgência da verdade. A AMB anseia pela exposição de fatos em detalhes e pela punição de crimes contra seres humanos brasileiros e de outras nações quaisquer.

São Paulo, 30 de setembro de 2021

Associação Médica Brasileira