Líder indígena será candidata a vice-presidente da República na chapa do PSTU

Kunã Yporã, conhecida também como Raquel Tremembé, será a vice-presidente na chapa do PSTU,  que tem Vera como candidata à presidência da República nas eleições de 3 de outubro.

A pré-candidatura será formalizada em evento virtual na sexta-feira, 22, às 19h.

“A chapa será composta por duas mulheres, uma operária negra e uma indígena, onde temos o desafio de apresentar um programa socialista contra toda forma de exploração e opressão. Na defesa de uma sociedade que respeite os direitos das populações tradicionais, dos povos indígenas, das comunidades quilombolas, assegurando demarcação, titulação e posse de suas terras e respeitando sua cultura e seu modo de vida”, declarou Kunã Yporã, que é maranhense.

“A defesa de uma sociedade igualitária, sem explorados e oprimidos, onde os recursos naturais e a riqueza produzida pelo trabalho do povo sejam todas utilizadas para garantir vida digna a todas e todos, onde seja assegurada a preservação do meio ambiente. Uma sociedade que acabe com toda a violência contra os setores mais desprotegidos e que assegure a todas e todos não apenas condições materiais para uma vida digna, mas também acesso ao conhecimento, à cultura, ao lazer e a toda liberdade necessária para sua realização plena como seres humanos”, completa.

Quem é a candidata

Kunã Yporã (Raquel Tremembé) tem 39 anos de idade,  da etnia Tremembé do Estado do Maranhão. É pedagoga.

É integrante da Articulação da Teia de Povos de Comunidades Tradicionais do Maranhão e membro da Secretaria Executiva Nacional da Centra Sindical e Popular (CSP)-Conlutas

“Kunã Yporã (Raquel Tremembé) é parte atuante das mobilizações dos povos indígenas contra o governo de Bolsonaro e Mourão, que governam a serviço dos interesses de latifundiários, mineradoras, madeireiras, garimpeiros e grileiros, patrocinando diversos ataques aos povos originários, seja contra seus territórios, suas vidas e também de extermínio cultural”, segundo a nota do partido.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

_Fotos:_ Divulgação

 

Eleições 2022: PSTU apresenta Fabiana Sanguiné ao Senado

O PSTU-RS anunciou nesta segunda-feira, 12,  sua pré-candidata ao Senado: Fabiana Sanguiné,  funcionária municipal da área de saúde.

A pré-candidatura é apresentada como “alternativa para enfrentar os ataques, as privatizações, a opressão, a miséria e o desemprego promovido pelos patrões que controlam o Congresso Nacional”.

“Uma candidatura comprometida com a independência da nossa classe e com a luta pelo socialismo”, segundo a nota do partido.

Fabiana tem uma reconhecida trajetória nas lutas da saúde. Foi dirigente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (SIMPA) e da Associação dos Servidores da Saúde (ASSMS), conselheira do CORES/SAÚDE (Conselho de Representantes Sindicais), esteve a frente de inúmeras greves e mobilizações dos trabalhadores. “Suas convicções socialistas apontam para a necessidade de que a classe trabalhadora organizada lute sempre de forma independente da burguesia, pois não existe a possibilidade de “humanização” do capitalismo”.

“Mais do que nunca, em tempos de destruição do meio ambiente, de aumento da exploração e opressão, aprofundamento do racismo, machismo, xenofobia, LGBTIfobia, genocídio dos povos originários e quilombolas, quando a maior crise sanitária que já vivemos colocou os trabalhadores e o povo pobre, em especial as mulheres negras, em situação de calamidade, só há um caminho possível: a construção de uma alternativa socialista e revolucionária!”

O ato de lançamento será no dia 15, na sede da Atempa (Borges de Medeiros, 1224, ás 18 horas.

Junto com as pré-candidaturas de Vera Lúcia, a presidenta da República, e Rejane de Oliveira a governadora do Estado.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

Fast food na Redenção: parque perde mais mil metros quadrados com novas instalações

As manchetes saúdam o “complexo gastronômico Refúgio do Lago”, que começa a operar em maio no local que, por quase 70 anos, foi ocupado pelo Orquidário Municipal de Porto Alegre.
Na verdade, são cinco instalações em containers que vão oferecer café, sorvetes, bebidas  e refeições rápidas, num espaço de quase mil metros quadrados concedido a uma empresa privada no coração do parque da Redenção.
Em 115 anos, desde que foi doado ao município pelo Imperador Pedro I, o parque já perdeu metade de sua área: dos 69 hectares originais restam pouco mais de 35 hectares.
Foto: Ioparque/Divugação
O Orquidário foi demolido  pela prefeitura,  em março de 2018.  Estava abandonado desde que uma árvore caiu sobre as estufas no temporal que castigou Porto Alegre em janeiro de 2016.,

A supervisora de Praças, Parques e Jardins, na época, Gabriela Azevedo Moura, justificou a demolição dizendo que “já não vinha sendo feita a manutenção da área”  e que “os integrantes do Conselho de Usuários do Parque Farroupilha foram comunicados da ação”.

“Com a falta de manutenção, a área do orquidário vinha sendo utilizada por usuários de drogas, prostituição e casos de assédio sexual de quem passava por ali”, destacou a supervisora.

Na mesma reportagem do Correio do Povo,  Roberto Jakubaszko, integrante do Conselho de Usuários do Parque Farroupilha, lamentou a demolição  e disse que “a população de Porto Alegre foi pega de surpresa com ação dos tratores que derrubaram o prédio”.
Jakubaszko afirmou que “nem a prefeitura, nem a Secretaria de Ambiente”   informaram sobre a demolição da área. “Perdemos um patrimônio da cidade, sem que ninguém fosse consultado”, lamentou.
O conselheiro afirmou que a  exposições de orquídeas todo o ano, que chegavam a receber de 15 mil pessoas durante as duas semanas do evento.

“É um pedaço da história que foi abstraído daqui”, disse ele, queixando-se de falta de investimento e manutenção no parque inteiro.

Segundo a supervisora, ainda não havia uma decisão sobre o que fazer com a área: “A ideia, disse ele,  é dar nova destinação ao local transformando-o em um espaço de convivência para os usuários do parque com a colocação de uma nova iluminação”.

Veja aqui o depoimento do representante do Conselho de Usuários do Parque:

https://youtu.be/hnKUeozDncw
Orquidário ia completar 70 anos, um dos mais antigos do Brasi
O Orquidário do Parque da Redenção foi inaugurado em 1953 e contava com servidores especializados em manejo de orquídeas, que ao longo dos anos foram se aposentando e não foram substituidos.
Foto: Ricardo Stricher/PMPA
O local chegou a abrigar cerca de 4,5 mil mudas de 45 espécies de orquídeas.
O que aconteceu com esse acervo?
Segundo Gabriela Azevedo Moura, as orquídeas foram levadas para o viveiro municipal na Lomba do Pinheiro, na zona Leste da cidade.
“Uma parte do material do orquidário foi destinado para outros parques da cidade. A prefeitura realiza agora a retirada da caliça e depois pretende fechar a área até decidir que projeto será desenvolvido no antigo orquidário do Parque Farroupilha”, disse a então supervisora dos parques no dia da demolição, 29 de março de 2018.
No dia seguinte, no portal GZH,  o então secretário de Meio Ambiente,  Maurício Fernandes repetiu o argumento da Supervisora dos Parques: o espaço estava abandonado  há dois anos e havia se tornado um “local hostil”.

“Justamente pela falta de uso ele acabou gerando uma ocupação muito ruim de drogadição e prostituição”, disse Fernandes.

Ou seja:  a prefeitura deixou o local no abandono, depois justificou a demolição “porque ele estava abandonado”.

Segundo o secretário, a restauração do orquidário estava fora de cogitação: “O governo quer que o local seja transformado em um lounge garden (literalmente “jardim de salão”). Mas, segundo ele, o espaço seria “voltado para o tema de orquídea”.

Fernandes explicou  que “o modelo ainda está sendo avaliado, mas possivelmente será realizada uma permissão de uso para o Café do Lago, que também abranja a revitalização da área do antigo orquidário e do lago”.

Disse ainda o secretário que  seria lançado um  edital. “o mais rápido possível”.

O assunto só voltou ao noticiário no dia 13 de julho de 2021, já na gestão de Sebastião Melo, quando o Diário Oficial publicou o resultado da licitação para ocupar o espaço do orquidário.

“O lugar onde já foi abrigo para mais de 4,5 mil exemplares de 45 espécies de orquídeas agora vai virar um  “Espaço Gastronômico”, com refeições rápidas e bebidas”, segundo reportagem do jornal JÁ.

“A outorga de R$ 20 mil foi oferecida  pela Ioiô Casa de Festas Infantis, vencedora da licitação anunciada pela Prefeitura nesta terça-feira, 13”.

“Serão quatro contêineres de 29,30 metros quadrados, destinados à gastronomia, e um módulo de contêiner de 14,65 metros quadrados, destinado ao sanitário”.

Local terá espaço para 300 pessoas sentadas

“A estrutura também prevê um pergolado de 6×2,50 metros e um pátio de serviço de 128 metros quadrados, ocupando área externa total de 750 metros quadrados para atendimento ao ar livre com mesas, cadeiras e guarda-sóis”.

“Queremos preservar o contato do público com a natureza e valorizar o espaço em meio ao verde, com uma experiência de comer e beber algo saboroso” explicou Pedro Santarem, representante da Ioparque, razão social criada para assumir a concessão e formada por “quatro sócios das áreas de gastronomia e eventos”.

No dia seguinte, (14 de julho de 2021)  o Jornal do Comércio, fala em “complexo do lago” e diz que “até janeiro de 2022, o Parque da Redenção terá novas operações administrando os pedalinhos, o trenzinho e um espaço gastronômico em frente ao lago”.

“A  prefeitura já aprovou o projeto: nas próximas semanas, começa a ser construído o Refúgio do Lago, nome do complexo gastronômico que ocupará a área do antigo orquidário, na Redenção”.

 

“A ideia é ter uma cafeteria, um restaurante especializado em comida saudável, um espaço para doces ou açaí, uma pizzaria ou lancheria e, por fim, uma banca só de bebidas”.

 “Conforme o secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Germano Bremm, a ordem de início das obras deve ser emitida em duas semanas. Falta, segundo ele, apenas o aval do Conselho do Patrimônio Histórico Cultural – como a Redenção é um parque tombado, essa autorização é necessária”.
Ou seja: a licitação foi feita e o projeto aprovado, antes da autorização do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural.

O jornal informa ainda que o modelo ( que é uma versão reduzida do Cais Embarcadero) será replicado em outros parques da cidade:

Segundo o secretário Germano Bremm, a prefeitura pretende levar esse modelo, com “atrações gastronômicas lideradas pela iniciativa privada”, a outros parques da Capital. O próximo edital será direcionado ao Germânia, mas a ideia de montar uma  cafeteria dentro do moinho do Parcão também vem sendo estudada. Hoje o moinho do Parcão abriga uma biblioteca infantil.

 

Terminal de gás e usina térmica em Rio Grande ganham licença ambiental

Está autorizada pela Fundação Estadual de Meio Ambiente a construção de duas plantas industriais em Rio Grande: um terminal para processar gás importado e uma usina térmica que vai gerar energia elétrica a partir do gás.

O investimento total supera os R$ bilhões, segundo o governo do Estado, que nesta terça-feir, 15 anunciou a aprovação ambiental do projeto, que tramitava desde 2008.

Originalmente o projeto foi apresentado pela Bolognesi Engenharia, que com os atrasos no licenciamento ficou sem condições de levar adiante o investimento. O grupo Cobra, grupo espanhol privado, assumiu a obra.

O gás natural será importado, chegando a Rio Grande em navios, liquefeito para reduzir o volume. No terminal será regaseificado e distribuido para consumo industrial e para a geração de energia na usina térmica.

A previsão dos investidores é entrar em operação em 2024, mas o projeto ainda depende de alguns trâmites.

Depende, por exemplo,  de uma decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que ainda não  transferiu a concessão da Bolognesi para os atuais investidores.

É que a agência revogou a outorga em 2017, alegando dificuldades da Bolognesi em cumprir o cronograma. A decisão foi contestada na Justiça, que deu parecer  para aguardar a emissão das licenças pela Fepam.

Foram duas licenças. A Licença Prévia (LP) para a produção de gases industriais para a empresa Regas Brasil Sul S/A, autorizando a implantação de uma “Estação Onshore de Recebimento, Armazenamento e Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL)”,  no Superporto de Rio Grande.

O segundo documento emitido foi a Licença de Instalação (LI) para a usina termelétrica a gás natural ao empreendedor Termelétrica de Rio Grande. A licença autoriza o início das obras de implantação da usina de energia termelétrica a gás natural, com uma capacidade de 1.280 MW.

Além da decisão da Aneel, o empreendimento ainda depende de uma ação do Ministério Público Federal, relativa a medidas de prevenção de riscos na implantação do regaseificador.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Festimel espera 60 mil visitantes em Balneário Pinhal

Um programa para o próximo fim de semana é a Festimel, que começa na sexta-feira (4/10) e vai até o outro domingo (13) em Balneário Pinhal, no litoral norte do Rio Grande do Sul, que tem como atração turística o Túnel Verde, formado por alguns quilômetros de eucaliptos que há décadas se debruçam sobre a RS-040, a rodovia que liga Porto Alegre a Tramandaí.
Na prefeitura de Balneário Pinhal, todos concordam com a prefeita Márcia Tedesco de Oliveira, que espera receber 60 mil visitantes, cinco vezes mais do que a população municipal.
Na primeira Festimel, realizada em 1997, apenas dois anos depois da emancipação do município antes pertencente a Cidreira, a cidade teve 50 mil visitantes pagantes, quando a população total de Balneário Pinhal não passava de 3 mil habitantes, distribuídos entre duas praias (Pinhal e Magistério) e o bairro Túnel Verde.
Este ano a festa será realizada na Praça Cidadão, com área de 6 mil metros quadrados, sendo 3 775 metros cobertos, onde estarão 77 expositores, entre eles 17 apícolas, 12 da agricultura familiar, 12 de artesanato, 13 comerciais e 14 de alimentação.
Referência para quem transita pelo litoral norte,  o Túnel Verde é um fenômeno criado por moradores da antiga Fazenda Pinhal, adquirida no final dos anos 1960 pelo grupo Renner Hermann, que implantou ali a Flosul, um dos maiores projetos de reflorestamento do Estado, com mais de 6 mil hectares de eucaliptos. Vem daí a tradição pinhalense de produzir mel, produto que se tornou um mote promocional do município.
Em 1976 a Flosul tinha tanto eucalipto plantado com incentivos fiscais que o diretor Raul Enech criou um departamento de apicultura para explorar a matéria-prima floral dos seus hortos florestais e de áreas de preservação natural.
No início era apenas um apiário próprio, cuidado pela família Valim, oriunda do interior de Osório. Nos anos seguintes foram admitidos apicultores-parceiros que já nos primeiros anos da década de 1980 mantinham dentro das áreas da empresa centenas de colmeias produzindo até 23 mil quilos de mel por ano. Quem mais se desenvolveu na apicultura dentro dos eucaliptos da Flosul foi a família Haupenthal, nome que virou marca conhecida de produtos apícolas até hoje produzidos nos eucaliptais de Capivari do Sul, Tramandaí e Palmares do Sul.
Embalado em potes de um e cinco quilos numa casa-de-mel construída pela própria Flosul, o mel de Pinhal era vendido na beira das estradas e colocado em consignação em bares e mercearias.
Segundo lembranças de Claudio Obino, engenheiro agrônomo que começou na empresa em 1983 como estagiário e se aposentou como diretor nos anos 2010, as sobras de mel dos anos de boas safras, guardadas em bombonas de 280 quilos, eram entregues a preço de liquidação para uma centenária fábrica de doces de Cachoeirinha.
Após um período de baixa atividade, a apicultura foi retomada na Flosul a partir de 2017/18 graças à iniciativa do recém-contratado engenheiro José Marcio Bizon, que trabalhara anteriormente na área florestal da Celulose Riograndense, onde os apicultores eram bem vindos. Entre os novos parceiros instalados dentro dos 6 400 hectares da empresa florestal-madeireira, destaca-se Edmilson Barrufi Camargo, membro de uma família da vizinha Osório tradicionalmente engajada na apicultura.
A volta da Festimel ao calendário turístico do litoral reflete o entusiamo da população pinhalense com a atividade apícola. Num Estado em que existem 90 associações em 597 municípios, Pinhal possui duas. A mais ativa é a de Túnel Verde, que elegeu como presidente, este ano, o veterano José Cunha, ex-presidente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA) e vice-presidente da Federação Apícola do Rio Grande do Sul (FARGS), entidade que preparou para os últimos dias da Festimel o seu 23º seminário estadual, evento técnico durante o qual serão debatidas as perspectivas da apicultura no Estado e no Brasil no momento em que insetos polinizadores, especialmente as abelhas, estão sendo exterminados pelo uso abusivo de agrotóxicos em lavouras e pomares. (G.H.)