Travessia de Viamão (2): Programa alia produção de alimentos a práticas socioambientais

Por Cleber Dioni Tentardini *

Com a abundância de terra, água e reservas naturais, é natural que a vocação do município se volte para a produção de alimentos. Mas, que alimentos?

O engenheiro agrônomo Claudio Fioreze, coordenador do Programa EcoViamão – curso de extensão do IFRS Campus Viamão – defende que o município esteja cada vez mais voltado para práticas ecológicas, criando zonas de amortecimento no entorno das reservas com produção orgânica.

– É o potencial natural de Viamão, diz o professor.

EcoViamão surgiu em 2016 com o propósito de implantar  atividades agroecológicas de ensino, pesquisa, extensão e inovação.

Fioreze lembra que 37% do território é composto por unidades de conservação, de proteção integral e de desenvolvimento sustentável. Ou seja, mais de um terço do município.

– Os assentados estão provando que é possível a convivência da produção com a conservação. Começaram a primeira lavoura de soja orgânica certificada de Viamão. Outros tantos produzem arroz orgânico. Lá em Itapuã, o biólogo Lizandro Pelegrini também está plantando arroz orgânico, na propriedade do O Butiá, ressalta Fioreze.

Fioreze (à dir.) visita produção de soja orgânica no Assentamento Filhos de Sepé. Foto: Gladimir /Emater
Soja Orgânica no Assentamento Filhos de Sepé. Foto: Gladimir/Emater

Mas ainda faltam incentivos, segundo ele. O professor cita a cidade de Nova Santa Rita, onde os assentados tiveram apoio do poder público e estão bem organizados, têm agroindústria, abatedouros para carne suína, bovina, frango e outras coisas.

– E Viamão, com esses ativos ambientais poderosíssimos, algo raro de se ver no Brasil afora, precisa do apoio dos governos. Tem que incentivar os produtores com boas práticas ecológicas com a redução do imposto CDO – Contribuição para o Desenvolvimento da Orizicultura. Eles já estão prestando um serviço ecossistêmico importante para a APA do Banhado Grande, para o Gravataí, deixando a água mais limpa, menos turva, ao reduzir o uso de agrotóxicos, ao não utilizar adubos industriais solúveis, ao não mobilizar demais o solo, destaca o professor.

Fiorezi integra o Conselho do Parque Estadual de Itapuã, o Conselho da APA do Banhado Grande, é vice-presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí, e também é membro do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, cuja coordenação é do Ministério Público Federal.

APA dp Banhado Grande. Foto: Ricardo Aranha Ramos/SEMA

O professor ressalta que Viamão está no estômago de uma Região Metropolitana com cerca de 4 milhões de habitantes, num raio de 60km. Se incluir todo o litoral Norte, segundo ele, são mais seis milhões de pessoas num raio de 100km.

– E quem alimenta esse povo, questiona o ex-extensionista rural da Emater. “Toda a produção de arroz orgânico do Estado dá 5 mil hectares em um universo de um milhão de hectares, então nós temos meio porcento do arroz gaúcho ecológico, enquanto nós poderíamos ter muito mais, diminuindo custos e agregando valor para quem produz. Viamão poderia plantar entre 30 e 40 mil hectares de arroz e todo orgânico, ecológico, e sem muito trabalho. Mas ainda existe muito preconceito com a agroecologia, com o MST, e está dentro das universidades, da Academia, com aquele discurso que a produção de base ecológica pode não sustentar a alimentação do mundo, o que é uma grande bobagem. Primeiro, porque a fome no mundo não é por falta de comida, mas por desigualdade de renda. O que se produz hoje dá para alimentar duas vezes a população mundial. Segundo, porque só o que é desperdiçado – segundo a FAO/ONU representa 30 a 40% do que é produzido -, daria para alimentar todos que passam fome. O desperdício se dá por preconceito cultural, desinformação.

Outra pauta em curso é a cobrança pelo uso da água.

– A Bacia do Gravataí é pioneira em implementar essa política com a ideia de premiar as boas práticas. Não é um debate fácil, tem muitos atores com interesses diferentes, mas têm que ir costurando. Se houvesse mais poderes, mais instrumentos econômicos nas mãos desse e de outros comitês, os resultados seriam muito melhores, não só para o Gravataí, mas para todas bacias hidrográficas do Estado.

Assentamento Filhos de Sepé prioriza comida orgânica

A maior plantação de arroz orgânico da América Latina fica em Viamão, no Assentamento Filhos de Sepé, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

Mais de 1,5 mil hectares plantados de arroz,, que rendem em torno de 100 sacas por hectare.. Fotos: Cleber Dioni Tentardini

Orgânico quer dizer que não há uso de agrotóxicos ou culturas transgênicas.

De acordo com o presidente da Associação dos Assentados Filhos de Sepé, o técnico agrícola Ivan Prado Pereira, há 376 famílias, registradas no Incra e, dessas, 130 estão envolvidas com o arroz. São 1,6 mil hectares plantados, o que rende em torno de 100 sacas por hectare.

Agricultores mais antigos, do Assentamento A Reforma, em Itapuã, da época do governo Leonel Brizola (1959-1962), também produzem arroz orgânico.

Pereira diz que é difícil precisar quantas pessoas vivem hoje no assentamento porque muitos foram para lá solteiros, ou somente o casal, aí separaram um pedacinho para a casa do filho e da filha, que também formaram família, e trabalham na mesma terra.

– A estimativa é que morem aqui umas 750 famílias, afirma Pereira.

O assentamento surgiu no final de 1998. Este assentamento é diferente dos demais no Brasil. Está dentro de uma Área de Proteção Ambiental – APA do Banhado Grande. E totalmente livre de produto químico na lavoura, tanto na horta como no arroz.

Barragem

A terra livre de agrotóxicos pertence ao INCRA e é cedida para os assentados trabalharem. Possui 9,6 mil hectares, e desses, cerca de 2,3 mil integram o Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos. Só a barragem tem 500 hectares de lâmina d’água.

O tamanho dos lotes gira entre de 1 a 3 hectares a parte alta, no entorno da casa, onde as famílias têm sua horta, pomar, galinhas, porcos, e entre 13ha e 16ha na parte baixa, da lavoura. Muitos têm criação de gado de corte, alguns têm vaca de leite. Há famílias ligadas à produção de hortaliças orgânicas, mel.

O Filhos de Sepé possui a escola municipal Nossa Senhora de Fátima, o colégio Josué de Castro, uma escola técnica, e faculdades de Agronomia, Medicina Veterinária, História, e o EJA, com cerca de 150 alunos ao todo.

A associação mantém parceria com a Emater, IRGA, Instituto Federal e UFRGS na área de biotecnologia, estudos para melhoramento do solo e da produção.

O casal Itor e Lurdes Cardoso chegou no Filhos de Sepé em 2013, quando passou a trabalhar somente com produtos orgânicos e pecuária.

Lurdes garante que só trabalha com produtos orgânicos. Fotos: Cleber Dioni Tentardini

O lote da família é de 10,7 hectares, dividido em duas áreas, a parte da casa e o entorno, onde estão as hortaliças, legumes e as árvores frutíferas, e a outra, maior, onde cria 12 vacas, de leite e de corte, e produz milho.

Itor na feirinha no centro de Viamão

As duas filhas já casadas, Iara e Ana Claudia, permanecem no assentamento, e a mais nova, Ionara, ajuda os pais após o colégio. A produção é vendida na Praça Júlio de Castilhos, no centro de Viamão, e através de entregas à domicílio.

– A demanda aumentou bastante durante a pandemia, agora diminuiu um pouco, mas ainda levamos para Porto Alegre e muitos nos encomendam e buscam lá na nossa banca, explica Lurdes.

Nilza Padilha e Elói Kremer vivem no Filhos de Sepé faz 23 anos. Produzem numa área de 12 hectares hortaliças, frutas, legumes e o arroz orgânico, que é beneficiado na agroindústria da cooperativa em Eldorado do Sul, o Terra Livre. Também criam galinhas e vendem ovos.

Comercializam os produtos em duas feiras de Viamão e também entregam à domicílio. Faz pouco tempo, Elói introduziu a agroflorestal em suas hortas.

Elói

Nilza

 

 

 

 

 

O casal é jovem, idades em torno dos 53 anos, mas o trabalho duro no campo já preocupa o futuro, pois as duas filhas, de 17 e 22 anos, não permanecerão no assentamento. Jéssica, a mais nova, faz curso técnico de enfermagem, e Renata cursa Direito em Florianópolis.

José Derli de Alves, de Nonoai, é outro assentado com mais de 20 anos em Viamão. Além do hortifruti, cria vacas e produz derivados do leite. Vende em feiras e por encomendas. Seu Deco é um homem de sorte, tem vários ajudantes. Trabalha ele e mais quatro, às vezes cinco filhos. Os outros sete filhos já casaram e arrumaram outras ocupações.

Deco na feira do Centro

– Tem que ser, né, porque não dá para parar, as verduras estragam, as vacas não esperam, como dizem, quer ter vaca de leite, casa com ela, se diverte seu Deco.

 

 

“É possível produzir alimentos sem venenos”

Trinta anos atrás, o casal Valcir Carpenedo e Ingrid Bergman Inchausti de Barros decidiu mudar de vida de forma radical. Trocou a rotina em um apartamento na movimentada avenida Cristiano Fischer, bairro Petrópolis, em Porto Alegre, por um sítio de meio hectare no bairro Tarumã, em Viamão. Compraram e reformaram a casa que era a sede da fazenda de Tarumã.

Carpenedo

– Buscamos o meio rural como projeto de vida e queríamos provar para nós mesmos que era possível produzir alimentos sem veneno, afirma Carpenedo.

O casal implantou um viveiro com a proposta de produzir hortaliças, chás, temperos isentos de qualquer química.

Carpenedo tem mudas de hortaliças, vegetais, chás e, dependendo da época. algumas frutas,

O pessoal leva ou encomenda as sementes de alfaces, rúculas, brócolis, alho-poró, beterraba, dependendo da época começa as melancias, abóboras, pepino, melão.

– Este espaço nos ajuda a pagar algumas contas, mas o objetivo é reconectarmos à terra. As escolas aqui no entorno trazem os pequenos e a gente nota que ficam admirados em saber como nascem as plantas. Não é de hoje que as crianças estão desconectadas da realidade do campo, as pessoas não sabem plantar um pé de alface, tomate, milho que seja.

Geólogo, especialista em solos, Carpenedo era professor da UFRGS e, hoje, aposentado, ainda dá aulas na Escola Técnica de Agricultura (ETA), onde também estudou.

– Acredito que para produzir é preciso ter um saber holístico das coisas.  Desde a semente até como controlar uma irrigação. A agricultura convencional é bem mais fácil do que a ecológica, porque tu tens que entender todo o processo, entender a planta, a interação com o ambiente. É possível produzir nas bases mais naturais. Aprendemos que se der vida ao solo, ele faz o resto sozinho. Este modelo de agricultura está em prol da comida e da saúde, reforça o professor.

Carpenedo lembra que a localização de Viamão é privilegiada pela quantidade e qualidade da água de que dispõe.

– Nós temos a água que vem do granito, nós estamos no Aquífero Mar de Dentro. Ao arborizar um espaço, a água começa a brotar. A hora que Viamão acordar, vai dar um salto, porque a vocação do município é produzir comida, em vez de commodities. E abrir as portas para as agroindústrias, fazer com que o viamonense trabalhe aqui.

Há cerca de sete anos, ele aceitou convite do amigo Valdon para vender suas mudas na FAE. Gostou tanto que começou a participar de outra feira de orgânicos, no centro de Viamão, com a ajuda do Ricardo Oliveira, seu auxiliar no viveiro.

“As feiras são locais de trocas de saberes muito fortes, cada um ali tem a sua história, sua vivência, ainda temos que conectar mais, trocar mais”, diz.

 

Falta memória das plantas medicinais

Ingrid, engenheira agrônoma, deu aulas durante 39 anos na UFRGS. Especialista em olericultura, ela introduziu o estudo das plantas medicinais na Faculdade de Agronomia e orientou o pessoal sobre as ‘pancs’ (plantas alimentícias não convencionais).

Seu primeiro contato com Viamão foi como estudante da Universidade na antiga estação experimental da Fepagro – Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária -, com o professor José de Almeida Soares. Depois, trabalhou com o técnico agrícola Luiz Osório de Castro, segundo ela, um visionário.

– Ele tinha um conhecimento incrível da flora daqui. Reuniu a maior coleção de plantas medicinais nativas naquela estação experimental e espalhamos por vários lugares, antes de acabarem com a estação e com tudo. Nós temos essa riqueza enorme em Viamão, de fauna e flora, temos esses recursos e mesmo assim ficamos sem registro. Nós trabalhamos muito toda a estruturação da fitoterapia no SUS. Tivemos projetos grandes, no final dos anos 90, com parceria entre UFRGS e Prefeitura de Viamão, Fepagro e UFRGS, e o município esqueceu disso tudo, lamenta a agrônoma.

Segundo Ingrid, duas pessoas conseguiram potencializar o trabalho do Luiz Osório, a Vera Chemale e a Ana Rosa reuniram em livro (Plantas Medicinais Condimentares e Aromáticas) o conhecimento acumulado de muitos anos.

Pioneiros da FAE

Valdon, Lisiane e a filha Lilian colhendo as hortaliças para vender em Porto Alegre. Fotos: Cleber Dioni

A família Wegner é uma das pioneiras da Feira de Agricultores Ecologistas (FAE), que acontece todos os sábados pela manhã na avenida José Bonifácio, em frente à Redenção.

A reportagem acompanhou o trabalho da família meses antes dela arrendar o sítio e sair da FAE. Seu Valdon e a esposa Lisiane decidiram se aposentar e voltar para Santa Cruz do Sul, de onde partiram rumo a Viamão em 1977. Ele trabalhou seis anos como empregado em um tambo de leite, depois arrendou um sítio e começou a plantar verduras. Vendia em Viamão mesmo e, em 1987, foi convidado a participar da feira Tupambaé, que estava sendo realizada desde o ano anterior na área central do Parque Farroupilha (ao longo do espelho d’água) para comercializar produtos e falar sobre ecologia.

No sítio
Na FAE

A feira Tupambaé (palavra de origem tupi-guarani que significa lavoura do comum) foi o embrião da Feira da Coolmeia, e hoje, a FAE – Feira dos Agricultores Ecologistas.

No sítio de dez hectares, plantavam hortaliças, abóbora, acerola, aipim, batata doce, beringela, cebola, entre outros. E contavam com a ajuda da filha Lilian, que alternava no trabalho como fisioterapeuta e na produção e venda dos produtos. O que não vendia na feira, ficava para consumo da família e uma parte era doada.

O que não vende na feira, fica para consumo da família e uma parte é doada.

– Viamão é uma cidade abençoada com a melhor água,  limpa, impressionante. Temos um poço artesiano lá no sítio com 38 metros de profundidade e tem vertentes por tudo, em cinco hectares de mata nativa. Certa vez, fui visitar um sítio na região da Pimenta, e vi a água brotando, cristalina, conta seu Wegner.

Ovos sem hormônios

Na Quinta da Passiflora, a produção de ovos e mel é isenta de aditivos como hormônios, antibióticos ou drogas veterinárias.

A Quinta surgiu em 1984, quando dois irmãos da família Bos Wolff iniciaram a criação de abelhas em parceria. Aos poucos a família foi diversificando as atividades e começou a plantar frutas e hortaliças, aves e ovos, além do mel, própolis e derivados.

Hoje, é administrada por Edson Marcelo Garcia, a esposa Claudia Wolff e os filhos Marina e Maurício. O casal é outro pioneiro da FAE, na Redenção.

 

Edson Marcelo, produtor de ovos orgânicos da Quinta da Passiflora. Fotos: Cleber Dioni

A Quinta trabalha com 800 frangos. A vida útil das poedeiras é de 120 semanas. Depois, são abatidas, algumas são aproveitadas para o consumo da família e as demais transformadas em adubo.

“Esse é um problema que nós, pequenos produtores, enfrentamos, porque não tem abatedouro para poucos frangos. É um investimento muito alto. Além disso, tem que ter toda uma limpeza específica para lidar com o produto no sistema orgânico e agroecológico”, completa Marcelo.

A veterinária Lisiane Feck Ávila, consultora da Emater de Viamão, explica que a linhagem de frango Izabral é a mais comum entre as poedeiras.

– É um animal pequeno. Começa a pôr ovos a partir dos 5 meses e tem vida útil entre 1,5 a 2 anos, afirma a veterinária.

Os desafios da Emater

O engenheiro agrônomo Gladimir Ramos de Souza, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar), diz que o público em um município grande como Viamão abarca diferentes grupos, como indígenas, quilombos, pescadores, assentados, pecuaristas familiares, produtores orgânicos, grandes produtores de arroz, de soja.

Gladimir registro a visita,com o professor Fioreze à plantação de soja orgânica no Filhos de Sepé.

O extensionista ressalta que estão trabalhando com o sistema SPDH – Sistema de Plantio Direto de Hortaliças. Viamão tem hoje o maior grupo de produtores de foliosas da Ceasa do RS. Segundo ele, é utilizado muito insumo químico, que ocasiona a degradação do solo, então adotaram a experiencia do plantio direto, feito há muito tempo em Santa Catarina e introduzido no estado pela UFRGS, para, futuramente, o produtor trabalhar com orgânicos.

– Prestamos auxílio, capacitação, ajudamos a desenvolver as comunidades dando ênfase à produção orgânica e ecológica. Por exemplo, na Costa do Oveiro, orientamos a produção do leite a pasto, ou seja, com as vacas livres e, não, confinadas. O custo é bem mais baixo. A tendência é que esses confinamentos de suínos, galinhas, acabe logo porque é muito oneroso, explica.

Souza lembra que o primeiro assentamento do Estado foi em Itapuã, “A Reforma”. Três famílias remanescentes dos primeiros assentados moram próximas ao parque de Itapuã e produzem arroz orgânico.

Alguns agricultores do Assentamento Filhos de Sepé também estão produzindo arroz orgânico, de forma experimental , em parceria com o IRGA, Instituto Federal e Emater.

Plantação de soja orgânica

– Estamos trabalhando também com a agrofloresta. No Filhos de Sepé, plantamos meio hectare. Produzir hortaliças no meio de árvores frutíferas, por exemplo, ou eucalipto. Isso, a médio prazo, melhora muito o solo, até chegar no ponto que não é preciso colocar insumos químicos. Os galhos e folhas das árvores que caem vão fertilizando o solo. Isso vai crescer muito nos próximos anos”, acredita o agrônomo.

Colaboraram com a série de reportagens o repórter fotográfico Ramiro Sanchez e os jornalistas Elmar Bones e José Barriunuevo. 

A visita de Lula vista pela imprensa estatal da China

Ao contrário da imprensa brasileira que deu mais importância às reclamações dos americanos do que aos acordos firmados na China, a principal agência estatal  chinesa deu excepcional destaque à visita do presidente Lula.

As matérias sobre a presença de Lula estiveram entre as mais lidas do portal chinês.

“A cooperação entre o Brasil e a China está em terreno sólido, e a relação entre os dois países é extraordinária, disse o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva”, destacou a agência na quinta-feira, quando Lula desembarcou em Shangai.

“Lula, que está em visita de Estado à China, disse que a China desempenha um papel muito importante na causa do desenvolvimento e paz globais, e que se esforçará para promover o desenvolvimento da parceria estratégica abrangente Brasil-China em seu mandato”.

“Lula elogiou as relações Brasil-China e a cooperação do BRICS. A amizade é como uma garrafa de vinho, quanto mais velho, melhor, disse ele, citando um provérbio brasileiro”.

“Lula participou da cerimônia de posse da nova presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil, na sede do banco em Pudong, Shanghai, nesta quinta-feira”.

“Ele elogiou a cooperação do BRICS e depositou grandes esperanças nas perspectivas de desenvolvimento do NBD”.

“O NBD é o produto de uma parceria entre os países do BRICS com o objetivo de criar um mundo com menos pobreza, menos desigualdade e mais sustentabilidade, o que é muito diferente dos bancos tradicionais dominados pelos países desenvolvidos”, disse ele.

O NBD é um banco multilateral de desenvolvimento estabelecido pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS) em 2015. Mobiliza recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável no BRICS e em outras economias emergentes e países em desenvolvimento. Desde a sua criação, o NBD aprovou 98 projetos, com o investimento total no valor de US$ 33,2 bilhões.

“Por muito tempo, os países em desenvolvimento tiveram o sonho de criar suas próprias ferramentas de investimento e financiamento. O Novo Banco de Desenvolvimento realizou esse sonho, pois sabe realmente o que os países em desenvolvimento precisam e onde precisam investimento”, disse Lula.

Ele acrescentou que o NBD tem as qualidades para se tornar um dos maiores bancos para os países do Sul e tem grande potencial para melhorar a situação dos países em desenvolvimento.

O presidente brasileiro também visitou a filial da Huawei em Shanghai e se reuniu com representantes de empresas chinesas na quinta-feira. Ele deixou Shanghai para Beijing (Pequim) na noite da quinta-feira para continuar sua visita na China.

Pequim,  14 abr (Xinhua) — O presidente chinês, Xi Jinping, realizou conversas com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que está em visita de Estado à China, no Grande Palácio do Povo, em Beijing, nesta sexta-feira.

Xi disse que a China trabalhará com o Brasil para criar um novo futuro para suas relações na nova era, gerar maiores benefícios aos dois povos, e desempenhar um papel importante e positivo para a paz, a estabilidade e a prosperidade em suas regiões e em todo o mundo.

Lula disse que está honrado e orgulhoso de liderar uma grande delegação em sua quarta visita à China. Trata-se de sua primeira visita fora das Américas desde que foi eleito presidente no ano passado. Essa escolha reflete a afeição do Brasil pela China e o compromisso com as relações Brasil-China.

LAÇOS BILATERAIS

Xi deu as calorosas boas-vindas a Lula por sua visita de Estado à China. Ele ressaltou que a China e o Brasil são os dois maiores países em desenvolvimento e mercados emergentes nos hemisférios oriental e ocidental. Como parceiros estratégicos abrangentes, a China e o Brasil compartilham amplos interesses comuns. A influência abrangente, estratégica e global das relações China-Brasil continua a crescer.

A China sempre vê e desenvolve as relações com o Brasil a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo, e vê o relacionamento como uma alta prioridade em sua agenda diplomática, disse Xi.

Xi observou que este ano marca o 30º aniversário do estabelecimento da parceria estratégica entre a China e o Brasil, e os dois países celebrarão o 50º aniversário de suas relações diplomáticas no próximo ano.

“A China está agora promovendo o desenvolvimento de alta qualidade e a abertura de alto padrão, e promovendo a revitalização nacional em todas as frentes através de um caminho chinês para a modernização. Isso abrirá novas oportunidades para o Brasil e países ao redor do mundo”, disse Xi.

Xi pediu aos dois lados que mantenham uma comunicação estratégica regular e aumentem o compartilhamento de experiências sobre a governança nacional. As duas partes têm de ser firmes em verem-se mutuamente como importantes oportunidades de desenvolvimento, em apoiarem os respectivos caminhos de desenvolvimento que se adaptem às realidades nacionais e em apoiarem uma maior solidariedade e colaboração entre os países em desenvolvimento.

Os dois lados devem aprofundar a cooperação, promover constantemente os principais projetos de cooperação e liberar ainda mais o potencial de cooperação em agricultura, energia, infraestrutura, espaço, aviação, inovação e outros, disse Xi, acrescentando que os dois lados precisam explorar maneiras de uma cooperação mais forte em economia verde, economia digital, energia limpa, etc.

“A China dá as boas-vindas a mais produtos de alta qualidade do Brasil no mercado chinês. A China explorará ativamente uma maior sinergia entre sua Iniciativa do Cinturão e Rota e a estratégia de reindustrialização do Brasil”, disse o presidente chinês, acrescentando que ambos os lados precisam capitalizar o 50º aniversário de suas relações diplomáticas no próximo ano para realizar mais intercâmbios interpessoais e cultivar um apoio público mais forte à amizade sino-brasileira.

“A China é uma força indispensável na política, economia e comércio, ciência e tecnologia globais, e desempenha um papel vital na promoção da paz e do desenvolvimento mundiais. O Brasil está comprometido em construir relações mais estreitas com a China a partir da perspectiva estratégica de dar forma a uma ordem internacional justa e equitativa”, disse Lula, acrescentando que a legislatura e a sociedade do Brasil compartilham esse forte desejo de construir relações fortes e multifacetadas com a China.

Mencionando sua visita à Huawei, onde se encontrou com representantes empresariais chineses, Lula expressou profunda admiração pelo progresso 5G da China e sua esperança de expandir a cooperação Brasil-China em campos relevantes. Ele saudou o investimento chinês em apoio à transformação digital e ao desenvolvimento de baixo carbono do Brasil.

Lula expressou a crença de que uma cooperação mais profunda e maior com a China contribuirá para a reindustrialização do Brasil, ajudará a enfrentar a pobreza e outras questões e gerará benefícios aos povos. O Brasil está pronto para desenvolver intercâmbios e cooperação mais estreitos com a China em educação e cultura para melhorar a compreensão mútua entre seus povos.

Após as conversas, os dois presidentes testemunharam a assinatura de vários documentos de cooperação bilateral sobre comércio e investimento, economia digital, inovação científica e tecnológica, informação e comunicações, redução da pobreza, quarentena, espaço e outras áreas.

Os dois lados divulgaram uma Declaração Conjunta entre a República Popular da China e a República Federativa do Brasil sobre o Aprofundamento da Parceria Estratégica Global.

Reindustrialização do Brasil

Xi prometeu o firme apoio da China aos países da América Latina e do Caribe (ALC) para cimentar o sólido ímpeto de paz, estabilidade, independência, solidariedade e desenvolvimento, promover a integração regional e desempenhar um papel maior nos assuntos internacionais. A China trabalhará com o Brasil para garantir o sucesso contínuo do Fórum China-CELAC, levar a cooperação entre a China e os países da ALC a um novo nível e alcançar o desenvolvimento comum.

A China também trabalhará com o Brasil para fortalecer a cooperação com o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Enfrentando mudanças globais de uma magnitude nunca vista em um século, a China e o Brasil estão decididos a ficar do lado certo da história, praticar o verdadeiro multilateralismo, defender os valores comuns da humanidade, trabalhar por um sistema de governança internacional mais justo e equitativo, salvaguardar verdadeiramente os interesses comuns dos países em desenvolvimento e a justiça e equidade internacionais e construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade. A China intensificará a coordenação estratégica com o Brasil em questões globais de interesse mútuo na ONU, BRICS, G20 e outras instituições multilaterais, e aumentará a coordenação sobre a resposta climática, de acordo com Xi.

Lula disse que o Brasil e a China compartilham pontos de vista e interesses comuns em muitas questões internacionais importantes. Os dois lados defendem o multilateralismo e a equidade e justiça internacionais. O Brasil está pronto para trabalhar com a China para fortalecer a coordenação estratégica no G20, BRICS e outras instituições multilaterais, melhorar a coordenação e a cooperação em finanças internacionais, resposta climática e proteção ambiental, e contribuir para o esforço dos países em desenvolvimento para se livrar de regras injustas e realizar um desenvolvimento mais justo e equilibrado. Lula expressou sua plena confiança de que as relações Brasil-China abraçarão um futuro melhor.

Os dois presidentes também trocaram opiniões sobre a crise na Ucrânia. Ambas as partes concordaram que o diálogo e a negociação são a única forma viável de resolvê-la e que todos os esforços conducentes à sua resolução pacífica devem ser encorajados e apoiados. Eles pediram que mais países desempenhem um papel construtivo para uma solução política da crise na Ucrânia. Os dois presidentes concordaram em manter a comunicação sobre o assunto.

Antes das conversas, Xi realizou uma cerimônia de boas-vindas a Lula na praça exterior ao portão leste do Grande Palácio do Povo.

Quando Lula chegou, uma guarda de honra fez fila em saudação. Os dois presidentes subiram em um palanque, logo a seguir uma banda militar tocou os hinos nacionais da China e do Brasil enquanto se realiza uma saudação com 21 tiros na Praça Tiananmen. Lula passou em revista a guarda de honra do Exército de Libertação Popular e assistiu ao desfile na companhia de Xi.

A senhora Peng Liyuan, esposa de Xi, e a senhora Rosângela Lula da Silva, esposa de Lula, também estiveram na cerimônia de boas-vindas.

Xi e a senhora Peng ofereceram um banquete de boas-vindas para Lula e sua esposa no Salão Dourado do Grande Palácio do Povo na noite.

O presidente chinês, Xi Jinping, realiza uma cerimônia de boas-vindas para o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na praça exterior ao portão leste do Grande Palácio do Povo, antes de suas conversas em Beijing, capital da China, em 14 de abril de 2023. (Xinhua/Liu Weibing)

13 abr (Xinhua) — O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, já está na China, onde buscará estreitar o relacionamento com seu principal parceiro comercial, não só no que tange à economia, mas também em temas como o multilateralismo, a manutenção da paz mundial e promoção do desenvolvimento global, temas em que os dois países mantêm posições convergentes. Na véspera da viagem, em entrevista exclusiva à Xinhua, Lula falou sobre suas expectativas nesta sua quarta visita (2004, 2008, 2009) ao país asiático como presidente brasileiro e o que mudou na relação entre os dois países e no mundo desde então.

“Quando visitei Beijing pela primeira vez, em 2004 (durante seu primeiro mandato presidencial 2003-2006), poucos analistas vislumbravam que a parceria sino-brasileira assumiria a relevância que possui hoje. Desde então, nosso comércio cresceu 16 vezes e a China tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil. Para além das relações econômicas, nosso relacionamento adensou-se politicamente, à medida que estreitamos nossa coordenação em instâncias como o BRICS”, recordou Lula.

O presidente brasileiro, que assumiu seu terceiro mandato em janeiro deste ano, enfatizou que “tenho certeza de que teremos um diálogo muito produtivo com a China, com quem compartilhamos muitos pontos de vista”.

Para Lula, há muito a comemorar na relação com seu maior parceiro comercial desde 2009: “o valor das nossas exportações para a China é maior do que a soma das nossas exportações para os Estados Unidos e para a União Europeia. A China é um grande motor do agronegócio brasileiro”.

E, segundo Lula, há espaço para mais parcerias. “Gostaria que ela fosse também um grande motor da reindustrialização do Brasil, em bases sustentáveis. Há espaço para iniciativas conjuntas em biocombustíveis e hidrogênio verde, por exemplo. Também queremos redobrar esforços em ciência, tecnologia e inovação, desenvolvendo aplicações práticas a partir das fronteiras do conhecimento científico”.

“O governo brasileiro vem promovendo um programa de parcerias e investimentos que tem por objetivo melhorar a infraestrutura do país, com uma carteira abrangente de projetos em áreas como as de portos e aeroportos, rodovias, ferrovias e energia. Há vasto espaço para a ampliação de investimentos chineses nessas áreas, preferencialmente em parceria com as empresas brasileiras. Os investimentos chineses ainda são muito tímidos em relação ao patamar que poderiam atingir. Se no comércio já conquistamos marcas inéditas, nos investimentos ainda temos muito o que construir”, ressaltou.

Questionado sobre a comparação entre o plano de “reindustrialização” do Brasil lançado por ele e a “modernização ao estilo chinês” promovida pela China e se as economias altamente complementares dos dois países podem ser aproveitadas para construir uma ponte para futuras cooperações, Lula comentou que não há uma receita única para o desenvolvimento.

“Creio que o sucesso do ‘caminho chinês para a modernização’ mostra que não há uma receita única para o desenvolvimento e que boas soluções podem estar em toda parte, e cada país deve trilhar seu próprio caminho, conforme seus desafios históricos e suas potencialidades”.

“O Brasil está engajado em criar o ‘caminho brasileiro para a modernização’, que consiga conjugar crescimento econômico, redução da pobreza e das desigualdades sociais, sustentabilidade dos nossos recursos naturais extraordinários e eliminação do racismo e da discriminação racial. Queremos crescer com justiça social, sustentabilidade ambiental e respeito à democracia e aos direitos humanos”, afirmou.

Sobre o papel desempenhado pela China no cenário internacional nos últimos dez anos, Lula comentou que o país asiático foi “o que mais tirou pessoas da pobreza na história. Foram centenas de milhões de pessoas nos últimos 40 anos. É algo extraordinário e que serve de inspiração para todos os países em desenvolvimento. A China é um exemplo impressionante de desenvolvimento que aconteceu beneficiando diversos parceiros comerciais no mundo, inclusive o Brasil, nesse processo”.

Apesar de estarem geograficamente distantes, a China e a América Latina têm expandido e aprofundado intercâmbios e a cooperação nas áreas de economia, comércio, cultura, educação e desenvolvimento social. Perguntado sobre como fortalecer ainda mais esta cooperação, Lula enfatizou que a integração da América Latina e Caribe e, em especial da América do Sul “é uma grande prioridade” para o continente e disse que a China pode desempenhar um papel muito positivo para ajudar essa integração.

“Não há integração regional possível se não há estradas, ferrovias, linhas de transmissão, telecomunicações e conexões aéreas e marítimas ligando nossos países. Uma integração efetiva precisa de uma base material. A China pode desempenhar um papel muito positivo na integração da infraestrutura da região”, ressaltou.

Com relação à estratégia que China e Brasil devem adotar para expandir e aprofundar a cooperação para aumentar ainda mais a influência global do grupo BRICS (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Lula enfatizou que “a importância global do BRICS não deve ser subestimada”.

O presidente brasileiro destacou a importância de manter a identidade e a coerência do grupo BRICS, o que significa apoiar o multilateralismo, promover um papel mais significativo dos países em desenvolvimento no sistema internacional e trabalhar por reformas nas instituições globais, de modo a torná-las mais democráticas e representativas, inclusive no Conselho de Segurança da ONU.

Durante a entrevista, Lula foi perguntado sobre sugestões de planos que Brasil e China podem realizar para fortalecer a cooperação em mecanismos de governança global como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas e a Conferência de Biodiversidade da ONU, para promover desenvolvimento global, redução da pobreza e proteção ambiental.

“Cada um deles tem suas particularidades e requer uma estratégia específica. Mas a Agenda 2030 continua a ser um bom guia para orientar nossas ações nessas diferentes instâncias. Ela é abrangente e aborda de forma articulada as três dimensões – econômica, social e ambiental – da noção de desenvolvimento sustentável, traduzindo um ideal de sustentabilidade com inclusão e prosperidade para todos”, disse.

“Poderíamos nos coordenar mais em organizações como a OIT, a UNESCO e a FAO para promover iniciativas de cooperação trilateral. Uma pauta importante que tem sido negligenciada pela comunidade internacional, mas que o Brasil e a China valorizam, é o combate à fome. É um tema muito caro para mim. Gostaria muito de lançar uma grande iniciativa de combate à fome voltada para África, com o apoio da China e da FAO”, acrescentou o presidente brasileiro.

Treze anos após o término de seu segundo mandato e diante das mudanças no cenário mundial relativas à estrutura política e econômica globais ocorridas desde então, Lula, perguntado sobre quais assuntos internacionais China e Brasil devem fortalecer sua cooperação e colaboração, destacou a promoção do desenvolvimento, o fortalecimento do multilateralismo e a defesa da paz.

“Essas questões continuam mais relevantes do que nunca. É importante que Brasil e China continuem somando suas vozes nesses assuntos. A esses, eu agregaria, hoje, o combate à mudança do clima. Trata-se de uma ameaça concreta, que afetará especialmente as populações mais vulneráveis e poderá fazer retroceder nossos esforços em prol da erradicação da pobreza e da fome. Brasil e China podem liderar pelo exemplo, avançando na transição para uma economia de baixo carbono. O Brasil tem uma matriz energética limpa, que pode ser ampliada e integrada com investimentos chineses”, acrescentou.

Encontro de Xi e Lula abre novo capítulo das relações China-Brasil na nova era, dizem especialistas

2023-04-16 19:10:30丨portuguese.xinhuanet.com

Por correspondentes Zhu Chao, Bi Yuming e Shao Yibo

Beijing, 16 abr (Xinhua) — A convite do presidente Xi Jinping, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fez uma visita de Estado à China de 12 a 15 de abril. Na tarde do dia 14, o presidente Xi Jinping manteve conversações com o presidente Lula e os dois lados concordaram em aprofundar ainda mais a confiança política mútua, expandir a cooperação pragmática, consolidar a amizade tradicional e fortalecer a comunicação e a coordenação estratégicas em importantes questões internacionais e regionais. Após as negociações, os dois lados emitiram uma declaração conjunta sobre o aprofundamento da parceria estratégica global.

Em entrevistas à Agência de Notícias Xinhua, vários especialistas internacionais disseram que a reunião entre os chefes de Estado da China e do Brasil liderou a abertura de um novo futuro para as relações bilaterais e alcançou resultados positivos na promoção do conhecimento mútuo, no aprimoramento da aprendizagem mútua e na expansão da cooperação pragmática, e que o encontro mostrou ao mundo a postura de unidade e automelhoramento das grandes países em desenvolvimento, o que desempenha um papel ativo importante para a paz, a estabilidade, a prosperidade e o desenvolvimento da região e até do mundo.

 

UM NOVO CAPÍTULO NOS LAÇOS AMIGÁVEIS

Durante o encontro, os dois chefes de Estado expressaram grande importância às relações bilaterais. Segundo o presidente Xi Jinping, a China sempre vê e desenvolve as relações com o Brasil a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo, e vê o relacionamento China-Brasil como uma alta prioridade em sua agenda diplomática.

O presidente Lula indicou que esta é a sua primeira visita a um país fora das Américas desde que assumiu o cargo. A visita reflete o amor do lado brasileiro pela China e a importância atribuída ao desenvolvimento das relações entre o Brasil e a China.

Lula iria fazer uma visita de Estado à China de 26 a 31 de março, mas adiou sua viagem devido a desconforto físico. Logo após a recuperação, o presidente Lula liderou uma delegação que incluiu o presidente do Senado, vários ministros do gabinete, governadores, membros do parlamento e mais de 200 líderes empresariais para visitar a China. Antes de visitar Beijing, Lula também participou no dia 13 da cerimônia de posse de Dilma Rousseff, a nova presidente do Novo Banco de Desenvolvimento e ex-presidente brasileira, em Shanghai, onde visitou também o Instituto de Pesquisa de Shanghai de Huawei e se reuniu com empresários chineses.

“Apesar do impacto da emergência anterior, os dois lados rapidamente reorganizaram a visita, o que reflete plenamente a importância que os dois lados atribuem a esta visita e a sua forte vontade de desenvolver as relações China-Brasil e de reforçar a cooperação entre os dois países”, disse Song Junying, diretor do Departamento de Estudos Latino-Americanos e Caribenhos do Instituto Chinês de Estudos Internacionais.

A China e o Brasil são grandes países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes, e são parceiros estratégicos abrangentes um do outro. Desde o estabelecimento de laços diplomáticos, há quase meio século, em face das mudanças internacionais, as relações China-Brasil sempre têm mantido um desenvolvimento estável, e a cooperação pragmática em vários campos produziu resultados frutíferos. O presidente Xi Jinping descreveu repetidamente as relações China-Brasil com o “modelo de relações entre grandes países em desenvolvimento”.

Este ano marca o 30º aniversário da parceria estratégica entre a China e o Brasil e celebrará o 50º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países no próximo ano. Na declaração conjunta, os dois lados chegaram a um importante consenso sobre o aprofundamento conjunto da parceria estratégica global China-Brasil caracterizada pela abertura, tolerância, cooperação e ganha-ganha.

“Neste importante momento, o presidente Xi Jinping e o presidente Lula realizaram um encontro estratégico, o que abriu um nova capítulo na cooperação de amizade entre os dois países, disse Yuan Dongzhen, vice-diretor do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

 

UM NOVO IMPULSO À COOPERAÇÃO BILATERAL

De acordo com o vice-ministro das Relações Exteriores, Xie Feng, os dois chefes de Estado testemunharam a assinatura de 15 documentos de cooperação nos campos de redução da pobreza, inovação científica e tecnológica, aeroespacial, informação e comunicação, investimento, inspeção e quarentena aduaneiras, finanças, economia digital, facilitação do comércio, produção de televisão e mídia. A Declaração Conjunta entre a República Federativa do Brasil e a República Popular da China sobre o Aprofundamento da Parceria Estratégica Global emitida pelos dois lados tem um total de 49 itens, cobrindo todos os aspectos do desenvolvimento das relações China-Brasil.

“Enquanto avançam de forma constante os importantes projetos de cooperação existentes, aprofundando o potencial nas áreas de cooperação de agricultura, construção de infraestruturas e de aviação e aeroespacial, os dois lados também estão explorando para aumentar cooperação nas novas áreas, como a economia verde, a economia digital e a energia limpa”, disse. Song Junying, acrescentando que as áreas de cooperação entre os dois lados serão mais abrangentes e diversificadas, o que efetivamente promoverá o desenvolvimento econômico e social dos dois países e trará mais benefícios para os dois povos.

As estatísticas mostram que a China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil por 14 anos consecutivos e, em 2022, o volume de comércio bilateral atingiu um recorde de US$ 171,5 bilhões, um aumento anual de 4,9%. O Brasil é também o primeiro país da América Latina a ter um volume comercial de mais de US$ 100 bilhões em relação à China. Os especialistas disseram que, em um novo ponto de partida, as perspectivas de cooperação econômica e comercial China-Brasil são mais brilhantes.

“Durante a visita do presidente Lula a Shanghai, foi feita uma visita especial ao Instituto Huawei, que mostrou a grande expectativa do Brasil de introduzir a tecnologia avançada da China e ajudar o Brasil a acelerar o ritmo da ‘reindustrialização'”, disse Sun Yanfeng, vice-diretor e pesquisador do Centro de Estudos Latino-Americanos do Instituto Chinês de Relações Internacionais Contemporâneas. “O governo Lula fez da construção da infraestrutura de comunicação uma das prioridades futuras de desenvolvimento econômico. A China e o Brasil têm um enorme espaço para cooperação nesse campo”.

Sun Yanfeng observou que os dois lados indicaram na Declaração Conjunta que manifestar interesse em examinar sinergias entre as políticas de desenvolvimento e os programas de investimento do Brasil, inclusive nos esforços da integração sul-americana, e as políticas de desenvolvimento e as iniciativas internacionais da China, inclusive a “Iniciativa do Cinturão e da Rota”. “A cooperação industrial entre a China e o Brasil vai receber mais dividendos de políticas e oportunidades de desenvolvimento”, adianta.

No início deste ano, a China e o Brasil assinaram um memorando de cooperação para estabelecer um acordo de liquidação de RMB no Brasil. Antes da visita do presidente Lula à China, a filial do Banco Industrial e Comercial da China no Brasil fez com sucesso o primeiro negócio de liquidação transfronteiriça de RMB, marcando um progresso substancial no negócio transfronteiriço de RMB no mercado brasileiro. Na Declaração Conjunta emitida pela China e pelo Brasil, os dois lados concordaram em aprofundar o diálogo no campo econômico e financeiro e fortalecer o comércio em moeda local.

“A liquidação em moeda local é um produto do desenvolvimento da cooperação econômica e comercial sino-brasileira para um novo patamar, refletindo o nível de confiança mútua entre as duas partes. A prática do mecanismo de liquidação do RMB no Brasil promoverá ainda mais o comércio bilateral, facilitará o investimento, reduzirá os custos de transação e reduzirá a dependência de moedas de terceiros ou de uma única moeda”, disse Yuan Dongzhen.

 

FORTALECIMENTO DA COORDENAÇÃO ESTRATÉGICA EM QUESTÕES GLOBAIS

Na Declaração Conjunta, os dois lados reafirmaram seu compromisso de promover a democratização das relações internacionais e a prática do multilateralismo, avaliaram positivamente o diálogo e a coordenação entre os dois países em organizações internacionais e mecanismos multilaterais e indicaram que continuarão a fortalecer os intercâmbios sob organizações multilaterais e mecanismos multilaterais, como as Nações Unidas, o G20 e o BRICS. A Declaração Conjunta também se refere a conteúdos específicos, como a reforma das Nações Unidas e do Conselho de Segurança, a expansão do BRICS e a expansão do Novo Banco de Desenvolvimento.

De acordo com os especialistas, o alcance panorâmico, estratégico e global das relações China-Brasil é cada vez mais proeminente. A reunião entre os dois chefes de Estado não diz apenas respeito ao desenvolvimento das relações bilaterais, mas também é importante para salvaguardar os interesses comuns dos vários países em desenvolvimento e promover o estabelecimento de uma ordem internacional mais justa e racional.

“O mundo de hoje vive um período de grande desenvolvimento, grande mudança e grande ajustamento, com o aumento do unilateralismo e do proteccionismo. Os países do mundo, especialmente os mercados emergentes e os países em desenvolvimento, enfrentam uma série de desafios comuns”, disse Song Junying. “A China e o Brasil são países do BRICS, membros do G20, assim como os dois maiores países em desenvolvimento do hemisfério ocidental e oriental. O fato de os dois países andarem juntamente ajudará a fortalecer o direito de palavras e a representação dos países em desenvolvimento nos assuntos internacionais e promover o desenvolvimento da governança global em uma direção mais justa e mais razoável.”

Os dois chefes de Estado também trocaram pontos de vista sobre a crise na Ucrânia. Ambas as partes concordaram que o diálogo e as negociações são a única saída viável para a solução da crise na Ucrânia e que todos os esforços em prol de uma solução pacífica da crise devem ser encorajados e suportados. Os dois países pedem que mais países desempenhem função construtiva em promover a solução política da crise na Ucrânia e decidiram manter comunicação sobre isso.

“A China e o Brasil são ambos países amantes da paz e advogam ativamente pela persuasão e a promoção de negociações, promovendo uma solução política para a crise na Ucrânia, o que contrasta fortemente com ações para a escalada da situação por parte de alguns países”, disse Sun Yanfeng. “A China e o Brasil não são partes da crise. No encontro, os dois chefes de Estado expressaram uma voz comum sobre a promoção de uma solução política para a crise na Ucrânia, o que ajudou a comunidade internacional a reunir consensos e formar forças conjuntas, e demonstrou o papel construtivo desempenhado pelos dois grandes países em desenvolvimento na manutenção da paz e estabilidade do mundo.”

Embaixador da China no Brasil: Se abre um novo futuro para a parceria estratégica abrangente China-Brasil na nova era

2023-04-12 15:08:00丨portuguese.xinhuanet.com

Por correspondentes da Xinhua, Bian Zhuodan e Chen Weihua

Brasília, 11 abr (Xinhua) — Em entrevista exclusiva à Xinhua, o embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, disse que, sob a liderança estratégica dos chefes de Estado da China e do Brasil, os dois países fortalecerão a cooperação e avançarão lado a lado, abrindo um novo futuro para a parceria estratégica abrangente China-Brasil na nova era e estabelecendo um verdadeiro modelo de cooperação Sul-Sul.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fará uma visita de Estado à China de 12 a 15 de abril, a primeira dele ao Oriente desde que tomou posse. Zhu disse: “Isso reflete a grande importância que ambos os lados atribuem ao aprofundamento das relações bilaterais sob novas condições históricas”.

Revisando o desenvolvimento das relações entre China e Brasil no último meio século desde o estabelecimento das relações diplomáticas, Zhu apontou que, os dois países sempre aderiram ao respeito mútuo, igualdade de tratamento e cooperação de ganhos mútuos, considerando o desenvolvimento um do outro como uma oportunidade para seu próprio desenvolvimento, vendo as relações bilaterais a partir de uma perspectiva estratégica e aumentando constantemente a confiança política mútua; sempre estiveram comprometidos com uma cooperação prática de base sólida, altamente complementar, enérgica e resiliente; mantiveram um conceito comum ou similar de desenvolvimento, de segurança e de ordem internacional e compartilharam uma ampla gama de interesses e ideias comuns nos assuntos internacionais.

“O Brasil tornou-se o primeiro grande país em desenvolvimento a estabelecer uma parceria estratégica com a China e o primeiro país latino-americano a estabelecer uma parceria estratégica abrangente com a China”, lembrou Zhu, acrescentando que o Brasil é o primeiro país latino-americano cujo comércio com o país asiático superou US$ 100 bilhões, e é o maior parceiro comercial e o maior destino de investimentos deste na América Latina; a China tem mantido sua posição como o maior parceiro comercial e o maior mercado de exportação do Brasil há muitos anos. Atualmente, os dois lados estão desfrutando de frutífera cooperação em uma ampla gama de campos, como petróleo e gás, eletricidade, agricultura, infraestrutura, comunicações, ciência e tecnologia, contribuindo efetivamente para os respectivos desenvolvimentos.

Ao mesmo tempo, os dois lados também se comunicam e coordenam estreitamente sob as estruturas de Nações Unidas, OMC, BRICS, G20, BASIC, entre outras organizações e mecanismos, para salvaguardar os interesses gerais dos países em desenvolvimento e promover o desenvolvimento de uma ordem internacional mais justa, equitativa e razoável. “Hoje o mundo está passando por mudanças sem precedentes em um século, e, sob o contexto de ajuste acelerado no cenário internacional, as relações China-Brasil transcenderam a esfera bilateral e têm importantes implicações globais”, avaliou.

A cooperação econômica e comercial é uma parte importante da parceria estratégica abrangente China-Brasil e um grande destaque da expansão e do aprofundamento das relações bilaterais na nova era. Nos últimos anos, diante dos desafios como epidemia da COVID-19, frequentes conflitos geopolíticos e turbulência econômica mundial, a cooperação econômica e comercial China-Brasil tem mantido um desenvolvimento estável, mostrando forte resistência e vitalidade abundante, e apoiando ambos os países a lidar com as mudanças, manter o desenvolvimento e melhorar a vida das pessoas.

“Na véspera da visita do presidente Lula à China, um grande número de empresários brasileiros de diversos setores já visitou a China, refletindo a ávida expectativa da comunidade empresarial brasileira de aproveitar as novas oportunidades trazidas pelo caminho chinês para a modernização”, ressaltou Zhu, assinalando que os dois lados precisam aproveitar esta oportunidade para fortalecer o acoplamento estratégico, explorar o potencial de cooperação, inovar modelos de cooperação, estreitar os laços de interesse e criar novos pontos de crescimento com base na expansão e no fortalecimento da cooperação em áreas tradicionais, de modo a impulsionar os respectivos desenvolvimentos com uma cooperação bilateral de maior qualidade, de campos mais amplos e mais benéfica para os povos, promovendo conjuntamente o processo histórico de busca de modernização pelos países em desenvolvimento.

Nos últimos anos, o intercâmbio entre o Brasil e a China tem se tornado cada vez mais ativo em áreas como o alívio e redução da pobreza, a proteção ambiental e a saúde; enquanto isso, o intercâmbio e a cooperação entre universidades, grupos de reflexão, mídia e grupos de arte dos dois países têm se tornado cada vez mais ricos. Segundo o embaixador, em resposta ao entusiasmo do povo brasileiro pelo aprendizado da língua e cultura chinesas, a China construiu 14 Institutos e Aulas de Confúcio no Brasil, o maior número entre os países latino-americanos.

“Não faz muito tempo, a China propôs a Iniciativa de Civilização Global, defendendo a igualdade, aprendizado mútuo, diálogo e tolerância entre as civilizações, bem como o fortalecimento de troca e cooperação internacionais de cultura e entre pessoas”, lembrou o embaixador, destacando que, o acúmulo cultural distinto da China e do Brasil e a rica e colorida história dos intercâmbios culturais e interpessoais entre ambos os lados provam que o desenvolvimento e o progresso humano não podem ser separados dos intercâmbios culturais e interpessoais e do aprendizado mútuo entre as civilizações.

Zhu finalizou que, embora a China e a América Latina estejam longe uma da outra, elas compartilham a busca comum pela autoconfiança e autossuficiência, revitalização e desenvolvimento e melhora da vida da população. Há muito tempo, tendo a igualdade e o benefício mútuo como princípio e o desenvolvimento comum como objetivo, os dois lados vêm fortalecendo a confiança política mútua, com florescimento da cooperação em vários campos e melhoria constante do mecanismo geral de cooperação entre a China e a América Latina, enquanto um número crescente de países da região coopera com a China para construir o “Cinturão e Rota”, apoiando e participando da Iniciativa de Desenvolvimento Global e da Iniciativa de Segurança Global, trabalhando em conjunto com a China para criar uma comunidade de futuro compartilhado entre a China e a América Latina. Isto não só beneficia os povos dos dois lados, mas também injeta mais estabilidade e energia positiva no mundo, acrescentou.

(Informações da agência Xinhua)

Incêndios destruiram 300 mil hectares de florestas na Argentina em 2021

O Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Argentina, criou um comitê de crise para combater incêndios florestais que há vários dias castigam a Comarca Andina e no Lago Nahuel Huapi. Também foi emitido alerta por incêndios na Terra do Fogo e em Neuquen.

Segundo os números oficiais foram queimados 302 mil hectares de florestas na Argentina, em 2021.

As provincias mais atingidas foram Córdoba (57.027 hectares), San Luis (49.282), La Pampa (29.390), La Rioja (21.389), Río Negro (20.381), Mendoza (19.730), Entre Ríos (19.707), Formosa (18.009) y Chubut (16.919).

Em março, a região da Patagônia já foi atingida por grandes incêndios, mas as ações do governo para combater o fogo não tiveram continuidade.

Uma das causas do alastramento do fogo em extensas áreas é a monocultura de pinus, que representa mais de 80% das florestas plantadas na Patagônia. “Quando o fogo chega ao pinhal se expande rapidamente para todos os lados”, diz um guarda florestal.

Em Neuquén, movimentos comunitários e de ambientalistas responsabilizam o Estado e os governos municipais pelos incêndios que atingem também grandes extensões de mata nativa.

Eles dizem que 90% dos incêndios são criminosos e tem por finalidade liberar grandes áreas para investimentos imobiliários, turísticos e mineiros.

 

Uruguai, Emirados e Bangladesh, os novos sócio do BRICS

O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS (NDB, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira que adicionará os Emirados Árabes Unidos, Uruguai e Bangladesh como seus membros mais recentes.

“Temos o prazer de receber os Emirados Árabes Unidos, Uruguai e Bangladesh à família do NDB. Os novos membros terão no NDB uma plataforma para fomentar sua cooperação em infraestrutura e desenvolvimento sustentável”, disse Marcos Troyjo, presidente do NDB, em um comunicado à imprensa.

“Continuaremos a expandir a afiliação do banco de forma gradual e equilibrada”, acrescentou.

De acordo com o comunicado de imprensa, a primeira expansão do NDB para ampliar seu alcance global está alinhada com a estratégia do banco de se posicionar como a principal instituição de desenvolvimento para as economias emergentes.

Uma vez aprovada, a adesão de um país ao NDB torna-se efetiva quando este completa seus processos internos e realiza o depósito do instrumento de adesão.

Desde o início de suas operações, o NDB aprovou cerca de 80 projetos para todos seus membros, totalizando uma carteira de US$ 30 bilhões. Os projetos abrangem os setores de transporte, água e saneamento, energia limpa, infraestruturas digital e social, bem como desenvolvimento urbano.

UruCom sede em Shanghai, o NDB foi criado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O banco foi formalmente aberto em julho de 2015.

Com tecnologia da Embrapa, multinacional lança o Life Ultra

A Embrapa completou 48 anos dia 28 de abril falando inglês.  Na Filadélfia (EUA), foi lançada globalmente a tecnologia da nanoemulsão de cera de carnaúba capaz de fazer uma fruta durar duas semanas além do usual.

O lançamento, em âmbito mundial, pela AgroFresh Solutions, Inc. ganhou o nome Life Ultra. A inserção da tecnologia no mercado global ocorre dentro da plataforma de expansão de produtos naturais VitaFresh™ Botanicals da multinacional norte-americana, líder global em soluções pós-colheita.

Desenvolvida pela Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) em parceria com a QGP Tanquímica e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a tecnologia preserva a qualidade e prolonga o tempo de vida das frutas por mais tempo, em média, em até 15 dias. O impacto na forma sustentável de produzir e de consumir reflete na redução de perdas e desperdício de alimentos, um problema grave em âmbito mundial.

O pesquisador Marcos David Ferreira, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da nanoemulsão de cera de carnaúba, explica que a triangulação entre as três instituições envolveu um modelo de negócio diferenciado. A QGP Tanquímica, licenciada para fabricar a solução, assinou um contrato de cooperação com a AgroFresh visando alavancar o produto no mercado nacional e internacional.

“A entrada da AgroFresh está impulsionando a adoção da tecnologia por setores produtivos de países da América Latina, Europa e Ásia, permitindo que um contingente maior seja beneficiado”, diz o pesquisador sobre a primeira tecnologia da Embrapa Instrumentação lançada, distribuída e comercializada internacionalmente.

“O processo geral da tecnologia de nano emulsão usada para produção do VitaFresh™ Botanicals – Life Ultra produz uma solução excepcional para manutenção de frescor”, acrescentou a gerente de pesquisa e desenvolvimento da QGP Tanquímica,  Marilene Ribeiro.

A AgroFresh é a maior distribuidora comercializadora, nacional e internacional, da nanoemulsão de carnaúba. O CEO da empresa, Clint Lewis, disse ser um prazer unir forças com a empresa brasileira para o lançamento global deste novo recobrimento.

“O Life Ultra é parte importante do portfólio VitaFresh™ Botanicals e continua o compromisso de décadas da AgroFresh com inovação e redução da perda e desperdício de alimentos. Estamos felizes pela forma como esta solução a base de plantas abre oportunidades de negócios ao consumidor da cadeia de alimentos, empacotadores e varejistas”. Afirma o CEO.

Entre os fatores que contribuíram para a rápida inserção da tecnologia no mercado estão desenvolvimento sustentável, funcionalidade, facilidade de uso, flexibilidade, inovação, forte conexão com o setor produtivo e segurança. A nanoemulsão mantém as propriedades sensoriais do fruto, reduz a perda de massa e proporciona brilho.

“A internacionalização dessa tecnologia em vários continentes confirma a excelência da pesquisa nacional. Demonstra de forma inequívoca que o investimento em C&T alimenta um ciclo virtuoso de impactos econômicos, sociais e ambientais”, lembra o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, João de Mendonça Naime.

De acordo com o Balanço Social divulgado essa semana, a Empresa gerou um lucro social de R$ 61,85 bilhões no ano passado. Pode se dizer, assim, que o índice de retorno social é de R$ 17,77 para cada real aplicado na Embrapa.

Ganhos de caráter ambiental e socioeconômico foram decisivos para a alemã Lemon Fresh aplicar o produto em 15% das frutas beneficiadas diariamente. A empresa está revestindo o popular limão Tahiti e exportando para a Europa e Oriente Médio – região da Ásia formada por 15 países -, a partir da Alemanha.

De acordo com diretor comercial, Luís Carlos Rugeri, a expectativa da empresa é utilizar a tecnologia em 100% do fruto, ampliar a participação no mercado europeu e entrar em todo o continente asiático, o mais extenso e populoso do mundo, com quase cinco bilhões de pessoas.

“Observamos que a nanoemulsão reduz a perda de peso da fruta, aumentando em até três vezes a vida útil em armazenagem refrigerada, além de melhorar a qualidade do suco e a coloração”, afirma o diretor.

A tecnologia foi desenvolvida em cerca de sete anos de pesquisa, com o suporte técnico e científico do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), sediado na Embrapa Instrumentação e com apoios de órgãos de fomentos. Entre eles, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

No Brasil, terceiro maior produtor mundial de frutas, com grande diversidade de espécies cultivadas, os produtores rurais de base empresarial e empresas de beneficiamento pós-colheita de frutos são os principais contemplados pela tecnologia.

 

Iniciativa quer ampliar renda compatível com a floresta

O potencial de produtos extraídos na Amazônia é muito maior do que se pensa. Entre 2017 e 2019, 64 produtos compatíveis com a floresta foram produzidos e exportados por empresas dos nove Estados da Amazônia Legal, gerando uma receita anual de US﹩ 298 milhões. Embora a receita pareça significativa, é possível crescer ainda muito mais – o mercado global destes 64 produtos é de US﹩ 176,6 bilhões por ano. Isso significa que as empresas da Amazônia atingiram uma participação de apenas 0,17%.

O principal destes produtos vendidos pela Amazônia é a pimenta do reino, com exportações em torno de US﹩ 100 milhões ao ano. O mercado global, contudo, é de US﹩ 1,5 bilhão, e a Amazônia tem participação de 7%. O líder global é o Vietnã, com uma fatia de 35%.

Estudo de Oportunidades

Esses dados foram revelados por meio do estudo “Oportunidades para Exportação de Produtos Compatíveis com a Floresta na Amazônia Brasileira”, de autoria do pesquisador Salo Coslovsky, professor na New York University. “Essa construção foi possível pois cerca de 210 países exigem que suas empresas declarem transações de comércio exterior, usando um catálogo padronizado com aproximadamente 5.000 produtos. No Brasil, esses dados estão disponibilizados por estado, o que permite a identificação aproximada das exportações originadas na Amazônia Legal”, explica Coslovsky.

A análise dos dados revela que empreendimentos sediados na Amazônia exportaram 955 produtos entre 2017 e 2019. Entre esses produtos, 64 são oriundos de extrativismo florestal não-madeireiro, sistemas agroflorestais, pesca e piscicultura tropical e hortifruticultura tropical. Esses 64 produtos são classificados no estudo, como “compatíveis com a floresta”. Estimativa da pesquisa, indica que se as empresas da Amazônia que exportam esses produtos conseguissem atingir o patamar de participação média do Brasil, que é de 1,3% no período, para o mercado global, o faturamento poderia chegar a US﹩ 2,3 bilhões por ano. Um aumento de quase 1000% sobre o valor atiual.

Leia o estudo completo aqui.

Projeto AMAZÔNIA 2030

O projeto Amazônia 2030 é uma iniciativa de pesquisadores brasileiros para desenvolver um plano de ações para a Amazônia brasileira. Seu objetivo é que a região tenha condições de alcançar um patamar maior de desenvolvimento econômico e humano e atingir o uso sustentável dos recursos naturais em 2030.

Para isso, os cientistas envolvidos no projeto levam em conta os aspectos econômicos, humanos e ambientais. Nos próximos três anos (2020 a 2022), eles irão coletar e sintetizar o melhor do conhecimento da academia e das experiências bem sucedidas de desenvolvimento de empresários, empreendedores e agentes públicos. Por essa razão, o projeto irá analisar experiências de êxito comprovado, com rigor e independência. Também irá aprofundar os estudos nas questões críticas e sistematizar as soluções para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Amazônia 2030 é uma iniciativa conjunta do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e do Centro de Empreendedorismo da Amazônia, ambos situados em Belém, com a Climate Policy Initiative (CPI) e o Departamento de Economia da PUC-Rio, localizados no Rio de Janeiro. O Mundo Que Queremos é a organização parceira responsável pela comunicação do projeto.

Mais informações sobre o projeto estão no site amazonia2030.org.br

Guia auxilia professores a incluir educação ambiental na rotina

Um Guia do Educador, para professores de crianças, é um dos resultados da Brazil Water Week, a Semana da Água no Brasil, que ocorreu de 26 a 30 de outubro. A publicação está disponível aqui.

O guia foi elaborado pelo programa Jovens Profissionais do Saneamento da Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), com base nas oficinas sobre educação ambiental que ocorreram durante a Semana da Água,no canal da Abes no YouTube.

O conteúdo do guia envolveu pedagogos, biólogos, químicos, engenheiros ambientais e sanitaristas, com foco no Objetivo para o Desenvolvimento Sustentável ODS 6 – Água e Esgoto para todos até 2030.

O objetivo é proporcionar uma reciclagem para professores das séries iniciais (alunos de 6 a 10 anos) sobre água, efluentes e resíduos sólidos. Traz atividades de educação ambiental como complementação pedagógica, facilita a abordagem transversal do tema em sala de aula e contextualiza as práticas propostas com as competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

A publicação foi coordenada e organizada por Amanda Martins Batista, Manuela Bahiense Wenceslau Proença e Witan Pereira Silva e tem autoria de Amanda Cristina Salomão Dória, bióloga, Amanda Martins Batista, pedagoga, Iara Lemos Nascimento Rosso, engenheira ambiental e sanitarista – JPS/MG, Larissa Dias Rebouças, engenheira ambiental – JPS/PB, Maria Fernanda Garrubo Bentubo, tecnóloga em Hidráulica e Saneamento Ambiental – JPS/SP, Manuela Bahiense Wenceslau Proença, engenheira ambiental – JPS/MG,Bárbara Aiala Silva, engenheira ambiental – JPS/MG, Jean Henrique Menezes Nascimento, estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária – JPS/SE, Lilyany Bezerra de Andrade, engenheira química – JPS Baixada Santista, Mauana Ravadelli, engenheira sanitarista – JPS/SC e Witan Pereira Silva – engenheiro ambiental e sanitarista, coordenador nacional do Programa. 

Oficinas no You Tube

A primeira oficina abordou o tema ÁGUA

 https://m.youtube.com/watch?v=JbFAiWZ-edc

A segunda oficina apresentou o tema ESGOTO

https://m.youtube.com/watch?v=MX8nbvjYGGE

A terceira oficina apresentou o tema RESÍDUOS

https://m.youtube.com/watch?v=U3D4l8vGKHE

Semana Lixo Zero terá 123 atividades gratuitas abertas à população

De hoje a primeiro de novembro acontece a sexta edição da Semana Lixo Zero. O tema deste ano é “O Lixo Zero inspira a minha cidade a…”. Serão 123 atividades gratuitas abertas à população, a maior parte delas de modo virtual, devido à pandemia da Covid-19. São palestras, rodas de conversas, lives e oficinas. As atividades presenciais seguirão os protocolos de segurança, asseguram os organizadores.

A ineficiência do poder público em fazer campanhas educacionais sobre o descarte de resíduos (evidente em Porto Alegre) foi o que levou à criação do projeto.

A realização do evento é do Instituto Lixo Zero Brasil, que tem núcleos em diversas cidades do País. No Rio Grande do Sul, será realizada  simultaneamente em 14 cidades (Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Caxias do Sul, Charqueadas, Cruz Alta, Estrela, Gramado, Igrejinha, Lajeado, Montenegro, Nova Petrópolis,  Novo Hamburgo, Pelotas, Porto Alegre, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santiago, São Leopoldo, Três Palmeiras e Viamão.

Em Porto Alegre, a organização é das empresas Nuvem Ambiental, Ellta Ambiental e Saneamento e Startup Descarta Fácil, com a colaboração de mais de 15 voluntários.

O Coletivo Lixo Zero RS, criado este ano, busca incentivar a atuação de novos embaixadores e voluntários nas cidades em prol do movimento lixo zero no estado. Atualmente são 22 cidades voluntárias junto ao coletivo.

A pauta é ampla e não se limita ao descarte do lixo. Estimula a pensar o modelo de consumo e pretende incentivar a adoção de práticas mais sustentáveis. Cidades lixo zero, consumo consciente, compostagem e reciclagem, hortas urbanas, alimentação saudável, economia circular e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) são alguns dos temas que estão na programação.

A programação completa no Rio Grande do Sul está em https://www.coletivolixozerors.com

Brazil Water Week: no final, a comunicação é o que fará a diferença

A Comunicação será a cereja do bolo da Brazil Water Week (Semana da Água no Brasil), evento internacional promovido online de 26 a 30 de outubro pela ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, com participação de debatedores de 15 países, mais de 100 palestrantes.

“O desafio da comunicação para envolver as pessoas nos temas da água e do meio ambiente nos próximos 10 anos” é o tema de encerramento, dia 30.  A discussão começa dia 26, mas desde 20 de outubro estão abertas ao público sessões gratuitas.

O jornalismo, marketing, publicidade, comunicação corporativa, telecomunicações e redes sociais são, na visão dos organizadores, ferramentas cruciais para envolver as sociedades em todo o mundo nas discussões sobre a importância da água e de preservar o meio ambiente, da Ciência e a valorização do conhecimento.

Poder público, ONGs, empresas e organizações em geral têm um grande desafio pela frente: intensificar este diálogo para viabilizar iniciativas que possibilitem o cumprimento dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) estabelecidos pela ONU e de mais qualidade de vida para o planeta.

Neste âmbito será discutido ainda um grande obstáculo dos nossos tempos: as fake news, que têm não apenas gerado controvérsia em diferentes partes do planeta, mas impactado a percepção das sociedades sobre temas fundamentais e decisões locais, nacionais e mundiais.

A iniciativa, que já ocorre em outros países, como Suécia e Cingapura, reunirá profissionais e empresas do Brasil e outros países e envolverá também a comunidade acadêmica, especialistas e organizações internacionais para discutir a água em sua concepção mais ampla, abordando desafios, políticas públicas e soluções e tecnologias existentes no Brasil e em todo o mundo, com foco no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 da ONU: ODS 6 – Água e Esgoto para todos até 2030!

Serviço:

Brazil Water Week (Semana da Água no Brasil)

Sessão: “O desafio da comunicação para envolver as pessoas nos temas da água e do meio ambiente nos próximos 10 anos”

Quando: 30 de outubro (sexta-feira), das 17h às 18h30

Onde: online

Brazil Water Week, de 26 a 30 de outubro. Inscrições em: https://www.brazilwaterweek.com.br/inscricoes

Para mais informações, acesse: https://www.brazilwaterweek.com.br/

Semana da água tem sessões gratuitas abertas ao público

De 26 a 30 de outubro, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES promoverá em plataforma digital a Brazil Water Week (Semana da Água no Brasil), o mais importante evento internacional sobre água realizado no Brasil.

Durante os cinco dias de transmissão online, convidados de países da Europa, América, África e Ásia estarão reunidos para discutir a água em seus diversos aspectos e apresentar experiências, com foco no OODS 6 da ONU: Água e Esgoto para todos até 2030.

Ao todo, serão 26 sessões, divididas em 8 temas principais, mais de 50 horas de conteúdo online e mais de 100 palestrantes. (Confira a programação geral no site https://www.brazilwaterweek.com.br/resumo-sessoes).

Sessão de Abertura ao vivo no Youtube, aberta ao público

João Dória, governador do Estado de São Paulo e Loïc Fauchon, presidente do Conselho Mundial da Água, estarão presentes na cerimônia de abertura da Brazil Water Week, dia 26 de outubro, das 9h às 10h30. A solenidade contará ainda com participação de Benedito Braga, presidente da Sabesp, Dhesigen Naidoo, CEO da Water Research Commission – WRC, Christianne Dias Ferreira, diretora da Agência Nacional de Águas – ANA, e Alceu Guérios Bittencourt, presidente nacional da ABES.

Versão em português

https://youtu.be/psK_lpSTCNg

English version

https://youtu.be/27jVxljSiUs

As inscrições para o evento podem ser feitas neste link https://www.brazilwaterweek.com.br/inscricoes

Especialistas internacionais que estarão presentes no evento:

Portugal: Rui Cunha Marques, Jaime Melo Baptista, Catarina, Albuquerque, Helena Alegre, Cláudio de Jesus, José Vieira

França: Sam Azimi, Laurence Pellisson Demoulin, Denis Penouel, Denis Penouel

Holanda: Carolina Latorre, Anna Delgado Martin

Reino Unido: Diane D’Arras

Dinamarca: Esther Shaylor

Alemanha: Narne Hinhichseyer

Estados Unidos: Corinne Cathala, Alan Wyatt, Paula Hehoe

México: Diego Rodriguez, Tania Gascón

Peru: Mercedes Zevallos, Cesarina Quintana

Colômbia: Edgardo Martinez Echeverri

Venezuela: Alejandro Liñayo

Bolívia: Tomás Quisbert

África do Sul: Dhesigen Naidoo, Najib Lakooya, Sudhir Pillay, Vishnu Mabeer, Sandile Mbatha, Dean Hodgkiss, Pontsho Moletsane, Mamohloding Tlhagale, Valerie Naidoo, Philip de Souza, Nonhlanhla Kalebaila, Babatunde Abiodun, Francois Engelbrecht, Babatunde Abiodun, Brilliant Petja

Senegal: Serigne Mbaye Thiam – Ministro da Água e Saneamento do Senegal – Cooperação e Desenvolvimento Rural

Israel: Uri Schor

Sri Lanka: Kala Vairavamoorthy

Sessões especiais gratuitas e abertas ao público

A Brazil Water Week promove sessões especiais online, abertas ao público e gratuitas, abordando diversos assuntos ligados à universalização dos serviços de saneamento no Brasil.

Com transmissão ao vivo pelo YouTube da ABES, os próximos eventos acontecerão entre os dias 20 e 30 de outubro.

Para participar, é necessário realizar a inscrição no site do evento (https://www.brazilwaterweek.com.br/sessoes-especiais).

Esta realização, que já ocorre em outros países, como Suécia e Cingapura, reunirá profissionais e empresas do Brasil e outros países e envolverá também a comunidade acadêmica, especialistas e organizações internacionais para discutir a água em sua concepção mais ampla, abordando desafios, políticas públicas e soluções e tecnologias existentes no Brasil e em todo o mundo, com foco no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 da ONU: ODS 6 – Água e Esgoto para todos até 2030!

Serviço:

Brazil Water Week (Semana da Água no Brasil)

26 a 30 de outubro – das 9h às 18h30, em plataforma digital online

Inscrições BWW: https://www.brazilwaterweek.com.br/inscricoes

 

Sessões especiais – de 20 a 30 de outubro – no YouTube da ABES

Inscriçõeshttps://www.brazilwaterweek.com.br/sessoes-especiais