Evento em Curitiba debate inovação e energias renováveis

Para incentivar o debate e a busca por soluções e inovações em energias renováveis, a Conferência Smart Energy chega a sua sexta edição nos dias 19 e 20 de novembro, no Centro de Eventos da Fiep em Curitiba (PR).

“A conferência proporciona a discussão de projetos sobre o setor de energias renováveis e inteligentes que estão em andamento no cenário nacional e internacional.

Trata-se de uma oportunidade para conhecer os trabalhos que apresentam resultados práticos, para fomentar e motivar a inserção dessas tecnologias no setor de energias paranaense e brasileiro”, aponta Jorge Callado, diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), organizador do evento.

O objetivo do evento é unir gestores públicos, agências e entidades de governo, profissionais do setor elétrico, empreendedores, startups, consultores, pesquisadores, estudantes e consumidores para debater os temas e problemáticas atuais mais relevantes, apresentar os avanços e tendências tecnológicas, além das oportunidades que o mercado oferece para a inovação.

“É fundamental estimular toda essa interação, pois com ela aumenta-se cada vez mais o entendimento da importância da utilização de fontes renováveis para geração de energia”, ressalta Celso Kloss, diretor-superintendente da Paraná Metrologia, também organizadora da Conferência Smart Energy.

A programação foi baseada em temas que refletem todos os processos e mudanças que o setor tem atravessado e a transição energética que está ocorrendo nos últimos anos, que impactam todo o sistema elétrico, desde a produção até o consumidor final.

O evento conta com sessões sobre gestão de energia e eficiência energética, fontes alternativas, smart grids e microgrids, smart cities, armazenamento de energia e veículos elétricos.

Entre os assuntos das palestras estão o papel das energias renováveis na transição energética nas cidades, ações para disseminação dessas energias, a eficiência energética na indústria, incluindo linhas de financiamento, projetos que promovem a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, os avanços na implementação de smart grids, cases de sucesso de produção de energia a partir de biomassa, o uso do biogás e a política nacional do gás natural, o impacto da geração distribuída no sistema de energia, a transformação digital das indústrias e cidades inteligentes, o futuro da mobilidade elétrica, entre outras questões apresentadas por especialistas e profissionais do mercado, incluindo a presença do diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira das Agências de Regulação (Abar), Sandoval Feitosa Neto na palestra de abertura.

O coordenador da programação científica da Smart Energy, prof. Dr. Alexandre Aoki, explica que alguns temas que serão debatidos são de áreas em que já há alguns avanços, como a  gestão de energia e eficiência energética, impulsionadas pela Copel Distribuição através do Programa de Eficiência Energética e a micro e minigeração distribuída, que possuem isenção do ICMS na energia injetada na rede.

As inscrições podem ser feitas no site www.smartenergy.org.br/ciexpo-2019/, onde a programação completa também está disponível.

Inovação e ciência

Segundo o diretor de Indústria e Inovação do Tecpar, Rafael Rodrigues, o setor ainda tem muito espaço para o desenvolvimento de novas tecnologias. “A inovação no setor elétrico brasileiro ainda está engatinhando”.

“Todo o processo de aceleração, incubação e criação de ecossistema de inovação nessa área começou somente de uns cinco anos para cá, principalmente, com hackatons dos principais agentes, com aplicabilidade de startups vocacionadas às necessidades do setor”, revela.

As lacunas que ainda existem no setor podem ser preenchidas justamente por startups, ajudando a acelerar o processo.

A pesquisa científica é um dos suportes da inovação e novamente terá espaço na Smart Energy 2019, com apresentações de artigos durante todo o evento.

A energia solar foi o tema mais abordado, segundo o prof. Aoki.

“Os sistemas com armazenamento de energia em baterias, incluindo microrredes, também foram bastante abordados. No aspecto prático, acredito que são áreas que estão demandando mais conhecimentos e estudos no momento, inclusive pelo interesse na aplicação real desses sistemas. Por outro lado, ainda há lacunas interessantes para pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação nessas áreas”, considera.

A Smart Energy 2019 é uma iniciativa do Tecpar, organizada em parceria com a Paraná Metrologia, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e demais instituições que compõe o comitê gestor do projeto Smart Energy Paraná.

O evento tem o patrocínio da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Fundação Araucária, ENGIE Brasil, Itaipu Binacional, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Klabin, Fomento Paraná, L8 Energy, Rumo Logística, Compagas e Sanepar e apoio da Copel, WEG, Siemens, iCities, Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Lactec, Comerc Energia e Ribeiro Solar.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

Decreto de Bolsonaro abre Amazônia e Pantanal para a cana de açúcar

A liberação do plantio de cana na Amazônia, Pantanal e a Bacia do Alto Paraguai, é mais uma medida do governo Bolsonaro na contramão da preservação ambiental.”No meu entender, esse decreto abre as portas do inferno”, disse o promotor Marcelo Novaes.
O decreto 10.084, de 5 de novembro, revoga o Decreto 6.961, de setembro de 2009, do governo Lula, que instituiu o zoneamento para o plantio da cana e as operações de financiamento ao setor do açúcar e do álcool.
Além de Bolsonaro, assinam o decreto a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Com seu ato, os dois ministros, tidos como a ‘ala razoável’ do governo, expõem dois biomas frágeis à expansão predatória e economicamente injustificável da cana e jogam na lama a imagem internacional de sustentabilidade que o etanol brasileiro construiu a duras penas”, afirmou o Observatório do Clima por meio de nota.
A medida foi repudiada pelo ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que chamou Bolsonaro de “ecocida”.

Carlos Minc@minc_rj

Horror! Bolsonero revogou hj decreto do Zoneamento Ecológico Econômico da cana de açúcar, que editamos em 2009 para impedir sua expansão no Pantanal, na Amazônia e em áreas de produção de alimentos. Mancha o etanol brasileiro no mercado mundial. Ecocida! http://www.in.gov.br/web/dou/-/decreto-n-10.084-de-5-de-novembro-de-2019-226227716 

Para essas entidades, permitir o cultivo de cana na região, mesmo que em terras degradadas, é um erro.
“Significa acrescentar mais um motor ao crescente desmatamento. Para dar lugar à lavoura, a pecuária será empurrada para novas áreas, estimulando a devastação da floresta, a violência contra as populações locais e a injustiça social. Além disso, a área já liberada para a cana-de-açúcar no resto do país é do tamanho do território de Minas Gerais.”
A produção de cana também está associada à degradação do solo e dos ecossistemas. E o uso intensivo de agrotóxicos, principalmente por meio da pulverização aérea.
“O decreto que permite a expansão do plantio de cana de açúcar na Amazônia, Pantanal e a bacia do Alto Paraguai, na mesma região, colocará em risco esses biomas, prejudicará a soberania nacional e degradará o meio ambiente, além de dar ensejo a um desastre ambiental”, diz o promotor Marcelo Novaes, ex-coordenador do Fórum Paulista de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos.
“No meu entender, esse decreto ‘abre as portas do inferno’. Além das queimadas ilegais na Amazônia agora nós teremos as queimadas legais por conta das futuras colheitas de cana de açúcar”, avalia Novaes. “Uma ferida aberta no meio das nossas florestas e das nossas matas nativas”.
O decreto presidencial revoga o Decreto 6.961, de setembro de 2009, quando foi instituído o zoneamento para o plantio da cana e as operações de financiamento ao setor sucroalcooleiro.
Na época em que a decisão foi formulada, diversas entidades, junto a ambientalistas, técnicos, pesquisadores e representantes da indústria do açúcar e do álcool participaram do debate que resultou na proibição da plantação nos biomas, como também na entrada da cana em áreas com cobertura vegetal nativa, de proteção ambiental, terras indígenas e de remanescentes florestais.
“Numa twittada, que virou um texto de decreto, revoga-se um ordenamento jurídico que protegia mais da metade do território brasileiro da expansão da monocultura do açúcar em biomas importantíssimos como a Amazônia e o Pantanal”, diz Novaes .
De acordo com Novaes, a produção de cana no país “agride de maneira muito intensa” o meio ambiente porque demanda uma grande quantidade de agrotóxicos, agroquímicos, correção química do solo e irrigação e vai inclusive incentivar queimadas para criação de zonas de plantio.
“Ao meu ver, esse decreto foi redigido por ‘terraplanistas’ e negacionistas do aquecimento global. Ele não interessa ao setor, não interessa à sociedade, ele só interessa àqueles que vivem da grilagem de terra nessas regiões (…) Esse decreto dá ensejo a um desastre ambiental de proporções imagináveis. Brumadinho, Mariana, o petróleo nas costas brasileiras, são pequenos perto do que está prestes a acontecer”.
(com informações da RBA)

Desmatamento é a principal causa do aumento de emissões de gases

Foi um aumento mínimo, de 0,2%. Mas, para quem é o sétimo na lista dos maiores poluidores do planeta, o aumento das emissões de gases do efeito estufa no Brasil, em 2018, é preocupante.
Principalmente porque a causa principal – os desmatamentos e queimadas – parece fora de controle.
O balanço das emissões brasileiras em 2018 foi divulgado na semana passada pelo Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (www.seeg.eco.br). Não mereceu muita atenção.
O total das emissões registradas no Brasil alcançou 1,939 bilhão de toneladas de CO2 equivalente, 0,2% a mais do que em 2017.
As emissões causadas por mudança no uso da terra – queimadas, derrubadas, mineração – representam 44% do total das emissões brasileiras. No conjunto, elas cresceram 3,6% em 2018.
Esse crescimento teve como causa principal as emissões causadas pelo desmatamento na Amazônia,que aumentaram 8,5%.
Foram 29 milhões de toneladas a mais de C02 lançadas na atmosfera pelas queimadas. Segundo o Prodes, dado oficial do desmatamento no Brasil, foram 7.500 km2 em 2018.
O setor agropecuário, em segundo lugar, com 25% do total das emissões, registrou pequena redução de 0,7%.
A  diminuição do rebanho nacional foi a principal causa e por razões que nada têm a ver com preocupações ambientais: a alta cotação da carne no mercado internacional levou a um aumento e antecipação de abates. Desta forma a emissão do metano do gado (muito mais nocivo do que o CO2) foi reduzida.
A maior redução, de 5%, foi registrada no terceiro grupo mais poluente, o setor de energia responsável, por 21% do total das emissões no Brasil.
Duas são as causas principais:
1) o forte aumento do uso do etanol no transporte de passageiros, devido à obrigação de adicionar biodiesel ao diesel.
2) o crescimento das energias renováveis na geração elétrica.
Felipe Barcellos e Silva, analista de projetos do IEMA (Instituto de Energia e Meio Ambiente: “Choveu muito, as hidrelétricas foram muito acionadas em detrimento das térmicas fósseis”.
Também foi a primeira vez que as fontes não hídricas ultrapassaram as fósseis na matriz elétrica, diz ele, citando a energia eólica, biomassa e solar. Este grupo foi a segunda maior fonte de energia no Brasil em 2018.
O setor industrial, que responde por 5% do total das emissões, registrou aumento de 1%, em relação ao ano anterior, apesar da queda na produção.
Outros 5% são emissões decorrentes da decomposição de resíduos, que registraram crescimento de 1,3%.
Desafio do Brasil é  reduzir desmatamento
Ricardo Abramovay, professor da USP, ouvido pelo Valor, chamou atenção para “a grande diferença entre a natureza das emissões do Brasil e a dos grandes países poluidores”.
Nos países desenvolvidos, assim como na Índia e na China, a redução das emissões depende de grandes investimentos em ciência e tecnologia, porque a maior fonte de emissões é o setor de energia.
No Brasil, esforço  tem que ser no combate ao desmatamento.
“Para interromper o desmatamento não precisamos fazer grandes esforços em ciência e tecnologia”, diz o professor. “Infelizmente estamos avançando em direção ao aumento das emissões pelos piores métodos. É vergonhoso”, lamenta.
A meta de reduzir 80% a taxa de desmatamento da Amazônia até 2020 parece inalcançável: “Já tínhamos uma situação delicada antes do desmonte da governança ambiental promovida pelo atual governo”, diz Carlos Rittl, do Observatório do Clima.
“Em 2019, os planos de combate ao desmatamento na Amazônia e Cerrado foram engavetados e não temos nem mesmo um esboço de plano para a implementação da NDC, que deveria ocorrer a partir do ano que vem. Na verdade, até os órgãos que deveriam implantar a NDC foram extintos pela atual administração”, afirmou Rittl.
A NDC (Contribuição Nacional Determinada, em inglês) é o mecanismo de metas de redução estabelecido pelo Acordo de Paris para cada país signatário.
Emissões no Brasil
Fontes                                         % do total      2018
Mudanças nos usos da terra              44%          +3,6
Agropecuária                                       25%          -0,7
Energia                                                21%          -5,0
Industria                                               05%         +1,0
TOTAL                                                100%         +0,2
 

Associação alerta que mudar regras para energia solar é prematuro

As mudanças na resolução da geração distribuída no Brasil, propostas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para 2020, são extremamente prematuras diante do atual cenário brasileiro da modalidade, em comparação com as experiências internacionais ao redor mundo.
A avaliação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Segundo a entidade, a geração distribuída solar fotovoltaica ainda é muito pequena e está em fase de desenvolvimento inicial no Brasil. Atualmente, dos mais de 84,4 milhões de consumidores cativos brasileiros atendidos pelas distribuidoras de energia elétrica, apenas de 163 mil (equivalente a 0,2%) desfrutam desta tecnologia.
A Califórnia (EUA), referência mundial nas regulamentações para o segmento, só começou a mudar as regras – e a taxar os geradores de energia solar – quando esta modalidade já tinha 5% de participação na matriz energética.
Ao atingir este patamar, o regulador estabeleceu que, quando injetar energia na rede, os consumidores com geração distribuída devem pagar US$ 0,02/kWh (R$ 0,08/kWh). Tal pagamento equivale a apenas 10,5% da tarifa de energia elétrica dos consumidores residenciais e comerciais da Califórnia, valor muito inferior às propostas da Aneel para o Brasil, que variam entre 34% e 60%.
O estado californiano também garantiu ao setor estabilidade e previsibilidade nas mudanças, reduzindo riscos e evitando insegurança jurídica e regulatória aos consumidores, empreendedores e investidores do mercado.
A Absolar também cita o caso da Espanha, como alerta às autoridades brasileiras. Em 2010, o governo espanhol alterou as regras para energia solar fotovoltaica, com impactos profundos aos consumidores com geração distribuída e demais agentes do setor. A medida, fora dos padrões internacionais, inviabilizou a energia solar no país durante mais de 8 anos.
Só depois anos de paralisação e retrocesso, novas autoridades espanholas corrigiram os erros do passado. Em 2018, voltaram a viabilizar a energia solar fotovoltaica, adotando um sistema de compensação de energia elétrica equivalente ao utilizado atualmente no Brasil. A nova regra recuperou a confiança dos consumidores, do mercado e dos investidores, abrindo caminho para a atração de milhões de euros em novos projetos e a geração de milhares de empregos de qualidade à população espanhola.
Estes são alguns dos diversos exemplos de países que adotaram medidas bem-sucedidas para o desenvolvimento da energia solar distribuída, com resultados importantes para suas sociedades. Como consequência destes programas, países como Austrália, China, EUA e Japão, por exemplo, já ultrapassaram a marca de 2 milhões de sistemas solares fotovoltaicos distribuídos, enquanto que na Alemanha, Índia, Reino Unido e outros, o quantidade supera 1 milhão de conexões.
Em resumo, a Absolar recomenda ao regulador e ao governo brasileiro que incorpore as melhores práticas internacionais de geração distribuída em suas propostas para o Brasil, evitando retrocessos e riscos econômicos e jurídicos vivenciados em outras economias. Só assim este mercado pode continuar se desenvolvendo e se consolidar, trazendo vantagens econômicas e ambientais para os consumidores e o país.
 

Base da Antartida será reinaugurada sem verba para pesquisas

O presidente Jair Messias Bolsonaro fará no próximo dia 12 uma visita relâmpago de 25 minutos à estação de pesquisa Comandante Ferraz, restaurada parcialmente do incêndio que a destruiu em 2011, na Antártica.
Conformados com o evento de reinauguração, que deverá mobilizar um grande aparato de logística e segurança, os cientistas que pesquisam no local, onde se revezam para manter sempre ocupadas as instalações da base num container de aço, esperam que a visita presidencial sirva para despertar o governo quanto à necessidade de garantir verbas para pesquisas.
É exatamente por escassez de recursos que a estação de pesquisas ainda não foi reconstruída totalmente.
O aperto financeiro se agravou com a crise política no Chile, país que deixou de depositar dias atrás o valor da quota periódica que lhe caberia honrar como parceiro do empreendimento.
Uma das pesquisas mais antigas e importantes da base é sobre as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento da Terra em consequência da acumulação de partículas dispersas na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis e de biomassa.
Preparado para passar uma nova temporada na base de pesquisa recém-restaurada na Antártica, o geógrafo Francisco Eliseu Aquino, do Centro Polar da UFRGS, que conduz estudos sobre a influência das mudanças climáticas nos desastres naturais do Sul do Brasil – o maior deles, o furacão Catarina em 2004 –, diz que os cientistas estão preocupados com o aquecimento global não apenas porque se trata de um fenômeno real, confirmado pelos meteorologistas de todo o mundo, mas porque se acumulam evidências de que as coisas estão se agravando:
1 – O degelo dos pólos é preocupante, já que a função do gelo e da neve é resfriar a Terra, sabendo-se que a Antártica contém 90% do gelo da Terra, enquanto o Ártico está derretendo
2 – A elevação do nível dos oceanos ameaça cidades litorâneas. Na ilha de Tuvalu, com cerca de 15 mil habitantes, as autoridades iniciaram conversações com o governo da Austrália com o objetivo de promover uma migração de sua população
3 – O ano de 2016 foi o mais quente do século XXI
4 – De 1880 a 1920, a temperatura média da Terra foi de 14°C; nos últimos 100 anos, a temperatura média terrestre subiu 1°C
5 – Os eventos climáticos das últimas quatro a cinco décadas são mais fortes e mais frequentes do que antes
6 – O regime de chuvas está mudando no Rio Grande do Sul, com 9% mais chuvas na primavera e 17% mais chuvas no verão
7 – A Bacia do Prata, incluído o RS, tem a maior concentração de CCM (complexos convectivos de mesoescala), sigla pela qual são conhecidos os ciclones como o que de 29 de janeiro de 2016, quando Porto Alegre sofreu um CCM (originário da Antártica) que destruiu de 4 mil a 5 mil árvores.
8 – Não faz muito tempo, foi confirmado por pesquisas que nas camadas de gelo da Antártica se acumulam registros e sinais de tudo o que aconteceu na Terra ao longo da civilização humana, particularmente a “pegada de carbono” dos últimos 200 anos, quando se iniciou a queima de grandes volumes de carvão mineral para geração de energia, ao que se seguiu o uso do petróleo. “O vento desloca para o Polo Sul um infinidade de partículas como grãos de areia do Saara e grãos de sal do Atacama”, diz Francisco Eliseu Aquino, que faz parte de uma equipe de cerca de 30 cientistas com pesquisas na Antártica. Uma delas estuda a capacidade de cicatrização de animais que vivem no gelo.
 

Aneel recua no plano de taxar energia solar para contratos já em vigor

A reação foi tamanha que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já cogita deixar como estão as regras para a geração distribuída de energia elétrica.
A agência abriu dia 29 uma consulta pública sobre retirada de subsídios e taxação, que atinge principalmente a geração de energia solar fotovoltaica.
A consulta pública vai até 16 de dezembro, mas novas regras ficarão para contratos posteriores, sem mudanças para quem investiu na instalação de placas fotovoltaicas com regras válidas por 25 anos.
A participação da solar, gerada pelo próprio consumidor (por isso já nasce distribuída) vem crescendo exponencialmente, mas ainda não chega a 1% da matriz energética nacional, ou 0,2% dos 84 milhões de pontos consumidores.
Nesta quinta-feira, o diretor da Aneel Rodrigo Limp foi à Comissão de Infraestrutura do Senado. Na véspera, tinha ido à Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, onde 30 parlamentares se manifestaram contra a mudança da regra.
Na quarta-feira, o diretor André Pepitone foi à reunião do Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri).
As novas regras propostas mudam pontos que tratam da chamada geração distribuída (GD) previstas na Resolução 482, editada pela agência em de 2012 e revista em 2015.
Hoje, consumidores podem instalar placas e gerar a própria energia elétrica em suas residências, empresas ou propriedades rurais, e entregar a energia excedente ao sistema elétrico pelas redes das distribuidoras.
À noite, sem sol, usam esses créditos para receber pela rede a energia de outras fontes de geração do sistema, e o excedente pode ser usado para o abatimento nas contas de luz.
O diretor da Aneel Rodrigo Limp defendeu que esses incentivos são cobrados de todos os consumidores e que o “crescimento exponencial” da energia solar pode acarretar aumentos na conta de luz.
Por isso a intenção da agência reguladora é reduzir gradualmente esses subsídios.
“Em 2015, a gente já identificava que esse modelo de compensação não é sustentável em longo prazo, afirmou Limp. Pelos cálculos da agência, a taxa de retorno do investimento, ou seja, o tempo para uma pessoa recuperar o dinheiro investido após instalar os painéis solares, subirá, segundo ele, “apenas um ano e meio” em média.
A preocupação da Aneel é compartilhada pelo representante do governo. O diretor do Departamento de Políticas Sociais e Universalização do Acesso à Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Antônio Celso de Abreu Júnior, defendeu a busca de um equilíbrio no texto que garanta tarifa justa para os microgeradores de energia e que não inviabilize a taxa de retorno do investimento.
As distribuidoras temem perder mercado. O representante da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Aurélio Madureira apontou que projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que, se as regras atuais forem mantidas, 25% da energia gerada no Brasil em 2050 virá da GD. Segundo ele, os subsídios já cumpriram a função de estimular o setor.
Crescimento
Desde a regulamentação da resolução 482/2012 pela Aneel, foram implantadas mais de 120 mil unidades consumidoras com micro ou minigeração. Mas, conforme a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), isso representa apenas 1% da matriz energética e beneficia 0,2% dos 84 milhões de consumidores brasileiros. Conselheiro da Absolar, Rodrigo Marcolino defende a manutenção das regras atuais para expansão do setor. Ele ressaltou que a geração distribuída, conectada ao sistema elétrico, reduz os custos de geração e transmissão de energia para as concessionárias.
“Se eu tiro uma pessoa dessa conta e os outros ficam com essa conta, eles vão pagar mais caro, mas se essa pessoa que sai está contribuindo para reduzir essa conta aí é outra conversa. A geração distribuída traz benefícios para a conta diminuir, traz alívio de carga. Os custos rateados por todos os consumidores são menores. Não somos contra remuneração da rede, não somos contra alocação correta de custos, mas tem que considerar os benefícios da geração distribuída” argumentou na audiência no Senado.
A Absolar destaca ainda os benefícios ambientais do crescimento da energia limpa na matriz energética e pede que o Congresso avance em um marco regulatório para garantir segurança jurídica ao setor. Marcolino ressaltou que muitos países definiram metas de “telhados solares” e sugeriu que o Brasil chegue a um milhão de painéis fotovoltaicos instalados até 2022 e cinco milhões até 2030, antes de rever os incentivos. “Uma questão que onera muito a geração distribuída é a instabilidade regulatória”, argumentou.
(Com Agência Senado, Agência Câmara e os jornais)
 

Entidades repudiam agressões a ex-titular do Meio Ambiente

O Semapi Sindicato e a Associação dos Servidores da Fepam assinam nota, publicada nos jornais nesta segunda-feira, 28, em que repudiam as agressões sofridas pelo analista ambiental da Fepam, José Alberto Wenzel, por seguranças da Assembleia Legislativa, durante audiência pública sobre o novo código ambiental, e criticam as propostas de alterações na atual legislação, encaminhadas pelo governo do Estado aos deputados em regime de urgência.
Wenzel, ex-secretário do Meio Ambiente e ex-presidente da Fundação Zoobotânica, participava na segunda-feira passada, 21, no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa de audiência pública para tratar do novo Código Ambiental do Rio Grande do Sul.
As 480 alterações elaboradas pelo Executivo para serem votadas em até trinta dias no Parlamento desagradaram representantes da Justiça e do Ministério Público e as entidades de classe e de defesa do meio ambiente questionaram dezenas de pontos da nova proposta.
Saiba mais: Audiência Pública: maioria pede mais tempo para discutir novo Código Ambiental
No decorrer da audiência, ativistas do Greenpeace subiram ao palco do auditório com uma faixa de protesto e foram retirados. Nesse momento, Wenzel se revoltou com a ação e dirigiu-se a eles, quando foi imobilizado pelos seguranças do Parlamento.
O ex-titular da SEMA foi encaminhado ao hospital, submetido a exames e medicado. Em seguida, registrou boletim de ocorrência onde alegou ter sido agredido de forma violenta.

Greenpeace protesta em Brasília com cenário de praia suja de óleo

Ativistas da organização Greenpeace protestaram hoje (23), em Brasília, contra a negligência do governo federal em relação ao maior desastre ambiental no litoral brasileiro: o óleo cru que se espalha pelas praias de nove estados do Nordeste. Até agora, o Ministério do Meio Ambiente desconhece as origens do óleo. “Tampouco tem adotado medidas efetivas para barrar seu avanço, a contaminação e pela limpeza das águas e das areias”, afirma a organização.
Para chamar atenção, os ativistas reproduziram em frente ao Palácio do Planalto o cenário de uma praia suja pelo óleo. Também colocaram vários troncos de árvores,  para lembrar as queimadas na floresta Amazônica e no Cerrado, até aqui as maiores da história, e que ainda não foram totalmente controladas.
“Enquanto o óleo se espalha, o governo  Bolsonaro segue realizando leilões e oferecendo mais de dois mil blocos de petróleo em diversas áreas sensíveis social e ambientalmente, da costa brasileira à floresta amazônica”, lamentou Thiago Almeida, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
(Com informações do Greenpeace Brasil)
 

Mais de 500 milhões de dólares de prejuízos no rastro do tufão Hagibis

O governo do Japão anunciou que os danos causados pelo tufão Hagibis às indústrias agropecuária, silvícola e pesqueira giram em torno de US$ 527 milhões.
A estimativa do prejuízo total, até esse sábado (19), em 35 províncias foi feita pelo Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca e deverá aumentar.
Prejuízos em instalações agropecuárias, como armazéns e sistemas de irrigação chegaram a cerca de US$ 224 milhões, e estragos em plantações de arroz, maçã e outros produtos agrícolas foram de aproximadamente US$ 57 milhões.
Deslizamentos que atingiram estradas florestais causaram cerca de US$ 95 milhões em danos.
O número em várias províncias, onde rios transbordaram em decorrência do tufão, ainda não foi totalmente contabilizado.
Shinzo Abe
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, visitou a província de Nagano, na região central do Japão, para ver as regiões inundadas pelo tufão Hagibis.
Abe foi de helicóptero ver as comunidades que ficaram inundadas, quando um dique à margem do rio Chikuma se rompeu na semana passada.
Ele esteve em um distrito onde duas pessoas morreram por causa das inundações e, depois de fazer um minuto de silêncio, ouviu relatório sobre o desastre, lido pelo governador da província.
Na quinta-feira (17), o primeiro-ministro tinha ido também às províncias de Miyagi e Fukushima, no nordeste do país, para inspecionar regiões que foram inundadas pelo mesmo tufão.
*Emissora pública de televisão do Japão

Recebido com frieza, Salles voltou sem a garantia dos repasses da Alemanha

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deixou a Alemanha na quarta-feira (02/10) sem conseguir qualquer concessão do governo da chanceler federal, Angela Merkel, na questão da suspensão de uma verba de 155 milhões de reais para projetos de conservação florestal no Brasil.
Em agosto, em meio à crise das queimadas, Svenja Schulze, a ministra do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, anunciou o congelamento da verba, argumentando que a política do governo de Jair Bolsonaro em relação à Amazônia “deixa dúvidas se ainda persegue uma redução consequente das taxas de desmatamento”.
À época, a suspensão da verba gerou uma reação furiosa de Bolsonaro.
Na ocasião, o presidente brasileiro sugeriu que Merkel “pegasse essa grana” para “reflorestar a Alemanha” e afirmou que o Brasil “não precisa disso”, referindo-se ao dinheiro.
Mas, em sua viagem à Alemanha, onde chegou domingo, Salles tentou minimizar as falas de Bolsonaro com o objetivo de reaver a verba.
Em entrevista publicada na terça-feira pelo jornal conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), o ministro disse que o Brasil está, sim, interessado no financiamento alemão e que a fala do presidente foi apenas uma reação “a uma manifestação da Europa”. “Não vamos misturar política com questões técnicas”, afirmou.
No mesmo dia ele se encontrou com a ministra Schulze.
A reunião não rendeu fotos ou a divulgação de uma declaração conjunta, como ocorre normalmente em reuniões com altos representantes estrangeiros. Ao final, Salles foi embora sem reaver o financiamento.
Segundo declarou um porta-voz do ministério alemão nesta quarta-feira, a pasta não pretende rever sua posição em relação à suspensão da verba até que “tenhamos uma impressão bem fundamentada de que o dinheiro será bem investido”.
De acordo com o porta-voz, o encontro entre Salles e Schulze consistiu mais em uma troca de pontos de vista do que uma reunião com efeitos práticos. “A ministra Svenja Schulze deixou sua posição muito clara e pediu a proteção da Amazônia.”
Ainda na terça-feira, Salles se reuniu com o ministro Gerd Müller, da pasta para Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha. O governo brasileiro também vem travando uma queda de braço com esse ministério, desta vez relacionada ao futuro do Fundo Amazônia, o programa bilionário de proteção à floresta que conta com recursos da Noruega e da Alemanha.
Mas, por enquanto, a pasta de Müller vem evitando seguir o exemplo do Ministério do Meio Ambiente alemão e ainda não suspendeu qualquer repasse para o fundo.
Por outro lado, os alemães e noruegueses não escondem sua insatisfação com as mudanças unilaterais promovidas por Salles na gestão do programa, como a extinção de dois comitês, que ocorreu sem qualquer acordo com os europeus.
Os dois países europeus também se posicionaram contra uma proposta do ministro brasileiro de usar recursos do fundo para indenizar fazendeiros que ocupam áreas de proteção ambiental, e rechaçaram publicamente insinuações de Salles sobre supostas fraudes na gestão do programa.
Em agosto, diante das mudanças promovidas pelo Brasil, a Noruega suspendeu um novo repasse de 133 milhões de reais ao fundo.
Em sua entrevista ao jornal alemão FAZ, Salles tentou mais uma vez se apresentar de maneira conciliadora, em contraste com as críticas que fez ao Fundo Amazônia nos últimos meses. “O objetivo é que o fundo possa distribuir dinheiro novamente”, disse.
Segundo fontes do governo alemão, o ministro brasileiro queria convencer a Alemanha a mediar uma solução com os noruegueses. Mas um porta-voz da pasta de Müller indicou que Salles aparentemente não teve sucesso em seu pedido. “Estamos esperando para ver como as negociações entre o Brasil e a Noruega vão se desenrolar”, disse o porta-voz.
Na terça-feira, Angela Merkel também falou sobre a forma como seu governo vem abordando a questão das verbas para projetos ambientais no Brasil.
Evitando fazer críticas aos brasileiros, ela disse que “há necessidade de discussão”. “Se uma boa solução for encontrada, certamente os fundos bilaterais poderão voltar a ser canalizados”, afirmou a chefe de governo.
Salles passou três dias na Alemanha, onde chegou no domingo, com o objetivo, segundo ele, de “desmistificar” um “sensacionalismo” de informações que “não são corretas” sobre a situação ambiental brasileira.
Antes de desembarcar na Alemanha, ele também cumpriu etapas nos Estados Unidos e na França.

 
 
 
 
 
 
 
Na Alemanha, Salles foi recebido com um protesto em seu primeiro dia de compromissos. Na segunda-feira, dezenas de ativistas do braço alemão do Greenpeace organizaram uma manifestação em frente à sede da Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK), no centro da capital alemã, contra a visita do brasileiro.
Inicialmente, uma agenda de Salles – que havia sido vazada na semana passada pelo Greenpeace – indicava que o ministro se reuniria no local com representantes de grandes indústrias alemãs, entre elas as gigantes do setor químico Basf e Bayer, conhecidas pela produção de agrotóxicos.
Na terça-feira, ele voltou a ser alvo de um protesto, desta vez em frente ao Ministério de Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha.
(Com informações da Deutsche Welle)