Criminalidade: diminuem assaltos a ônibus, feminicídio ainda é um desafio

O relatório da Polícia Civil divulgado na sexta-feira, 11 destacou a redução dos assaltos a ônibus no Rio Grande do Sul que tiveram  expressiva redução no mês de outubro. Mas houve aumento em homicídios e o feminicídio segue sendo um grande desafio  para a polícia.

Os casos de roubos em transporte público, que somam ocorrências com usuários e profissionais, teve queda de 69,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Os casos caíram de 111 para 34 no mês.

No acumulado o crime também mantém a tendência de queda já verificada nos meses anteriores. Entre janeiro e outubro deste ano foram 515 casos registrados no Estado, uma queda de 49% frente aos 1.010 casos do mesmo período de 2021. 

Roubo a tranporte coletivo no RS em outubro

 

Roubo a tranporte coletivo no RS e janeiro a outubro

 

Roubo de veículos

O roubo de veículos também apresentou queda no 10º mês do ano no Estado. Foram 393 casos no RS, 3,9% menos que no ano anterior. O acumulado de 2022 também permanece em queda, com 9,3% menos que em 2021, porcentagem que representa 382 veículos que deixaram de ser roubados no RS. Na Capital também foi verificada a tendência de queda, os roubos de veículos em outubro caíram 4,4%, enquanto no acumulado a retração foi de 7,7%, o que representa 123 veículos a menos em comparação com 2021.

Roubo de veículos no RS em outubro
Roubo de veículos no RS de janeiro a outubro

Com o retorno das atividades da Operação Desmanche, uma das principais ações desenvolvidas pelo Estado para o enfrentamento ao roubo de veículos, contribuiu para a manutenção na queda destes indicadores.

Aproximadamente 180 toneladas de sucata automotiva recolhidas em duas ofensivas. Roubo de veículo em Porto Alegre em outubro

Roubo de veículos em Poa de janeiro a outubro

 

Homicídios sobem

O décimo mês de 2022 ainda apresentou uma alta de 2,3% nos índices de homicídios, com três casos a mais do que em outubro de 2021. Com essa alta, o acumulado do ano teve alta de 2%.

Vítimas de homicídio no RS em outubro

Houve desaceleração em relação a alta significativa verificada em agosto, decorrente das inúmeras ações adotadas para coibir a guerra entre facções em Porto Alegre.

Vítimas de homicídio no RS de janeiro a outubro

Na Capital o aumento nos homicídios em outubro foi de 23,8%, passando de 21 casos, no ano anterior, para 26 em 2022. No acumulado a alta é de 14% na comparação entre os períodos.

Vítimas de homicídio em Porto Alegre em outubro

Reforços no policiamento ostensivo da Brigada Militar (BM), operações da Polícia Civil (PC) e transferências de lideranças criminosas estiveram entre as principais ações integradas da Segurança Pública no período.

Vítimas de homicídio em Poa e janeiro a outubro

 

A ação mais recente ocorreu na terça-feira (08/11), quando o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, indiciou 13 pessoas por uma decapitação ocorrida em agosto. Cinco foram presos, um se apresentou na PC na quinta-feira (10/11) e dois ainda são considerados foragidos e outros cinco, que já estavam recolhidos no sistema prisional, foram transferidos para outras unidades.  Outros dois apenados, apontados como responsáveis de outros crimes na região, também foram transferidos.

Antes, foram transferidos 13 lideres  criminosos para penitenciárias federais. Outros dez foram removidos de quatro casas prisionais em Porto Alegre e Charqueadas e encaminhados para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e para a Penitenciária de Canoas (Pecan).  Desde a primeira edição, a Império da Lei já transferiu 47 presos em dois anos. A ofensiva visa neutralizar a cadeia de comando do crime organizado no RS.

Em dois anos de investigação a Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) apurou que criminosos adquiriram ao menos oito postos de combustíveis, movimentando no período aproximadamente R$ 18 milhões, provenientes, principalmente, do tráfico de drogas, roubos, extorsões e receptação.

Latrocínios têm alta

Nos roubos com morte, o resultado é similar aos dos homicídios – alta em outubro, mas sem alterar a tendência de queda no acumulado desde o início de 2022.

Foram três latrocínios a mais no mês em relação aos dois registrados em 2021 (150%), enquanto na soma desde janeiro, o número de casos passou de 52 no ano passado para 45 neste ano, uma redução de 13,5%.

Latrocínios no RS em outubro
Latrocínios no RS de janeiro a outubro

Em outubro a capital teve um latrocínio. No mesmo período do ano anterior não havia sido registrado esse tipo de crime.

Latrocínios em Porto Alegre em outubro
Latrocínios em Porto Alegre de janeiro a outubro

Todos os cinco casos ocorridos no mês de outubro já foram elucidados.

Feminicídios, ainda um desafio

Após a queda registrada no mês de setembro os feminicídios voltaram a apresentar alta no mês de outubro. Sete mulheres perderam a vida por razão de gênero no Estado, em setembro, enquanto no mesmo mês de 2021 foram três vítimas. No acumulado a alta também persiste, com 89 casos de janeiro a outubro, sete a mais que os 82 registrados em igual período de 2021.

Vítimas de feminicídio no RS em outubro
Vítimas de feminicídio no RS de janeiro a outubro

A violência contra a mulher é um crime de difícil combate, pois na grande maioria das vezes acontece silenciosamente dentro do seio familiar. Para incentivar as denúncias e proporcionar as vítimas um ambiente acolhedor e seguro, as forças de segurança se empenharam no desenvolvimento de estratégias inovadoras que criem esse ambiente de coragem para a vítima sair do ciclo da violência.

Inédito no Brasil, o Projeto de Monitoramento do Agressor vai fornecer 2 mil tornozeleiras eletrônicas que serão instaladas em agressores que a vítima tenha medida protetiva vigente.

A nova tecnologia é parte de uma das ações do governo do Estado para frear os casos de feminicídio e violência doméstica no Rio Grande do Sul, tendo como ponto de partida os municípios de Porto Alegre e Canoas. A ferramenta integra é iniciativa do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (emFrente, Mulher), que busca fortalecer a rede de apoio às vítimas e promover uma mudança de cultura que valorize a proteção da mulher na sociedade.

Violência contra a mulher no RS em outubro

 

Violência contra a mulher no RS de janeiro a outubro

As autoridades reforçam o apelo para realização de denúncias ao primeiro sinal de violência – além da vítima, parentes, amigos, colegas, vizinhos e mesmo desconhecidos podem e devem comunicar as forças de segurança para possibilitar ação antes que o ciclo da violência termine em feminicídio.

Das oito vítimas de outubro, três tinham medida protetiva de urgência vigente. Além do Disque Denúncia 181 e do Denúncia Digital 181, o WhatsApp da Polícia Civil (51 – 98444-0606) recebe mensagens 24 horas, sem a necessidade de se identificar, e a Delegacia Online permite fazer o boletim de ocorrência, com a mesma validade do documento emitido presencialmente, a qualquer horário e por qualquer dispositivo com internet. Quem não tem acesso, pode procurar qualquer Delegacia de Polícia, bem como o auxílio das PMPs, cujos telefones se encontram no site da SSP. Para socorro urgente, o número é o 190.

Ataques a banco têm alta

Houve em outubro o registro de três ataques a banco (todos furtos) no Rio Grande do Sul, enquanto no mesmo mês em 2021 foi um registro desse tipo de crime. No acumulado desde janeiro, o Estado soma 23 ocorrências do tipo, 34,3% menos que as 35 registradas em igual período do ano anterior.

Ataques a banco RS em Outubro
Ataques a banco RS de janeiro a outubro

No meio rural, os crimes de abigeato (furto de gado) apresentam queda tanto no recorte de outubro quanto no cenário do acumulado, em relação a iguais períodos do ano passado. No mês, o número desse tipo de delito, típico da zona rural, passou de 415 para 364, queda de 12,3%. A soma acumulada desde janeiro é de 3.941 ocorrências de abigeato, o que representa retração de 13% em relação às 4.530 registradas em dez meses do ano passado.

Abigeatos no RS em outubro

 

Abigeatos no RS de janeiro a outubro

(Com informações da assessoria de imprensa)

As tabelas completas estão disponíveis na página de estatísticas do site da SSP.

PSB quer expulsar vereadores que declararam apoio a Bolsonaro na eleição

O PSB/RS, por meio da Comissão Executiva Estadual presidida por Mário Bruck, encaminhou ofício aos dirigentes municipais da sigla de Marau, Igrejinha, Vacaria e Alvorada pedindo a expulsão imediata dos vereadores que declaram apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições, contrariando as deliberações da sigla, em todos os níveis, de vetar apoio à reeleição do atual presidente.  São eles: João Vagner da Rosa Daré – Marau, Dirceu Valdir Linden Junior – Igrejinha, Mauro Deluchi Schuler – Vacaria e Elias Fernandes – Alvorada. Além dos vereadores, estão sendo avaliados casos de prefeitos, vice-prefeitos e também dirigentes municipais, que seguiram a mesma linha.

O ofício aponta, ainda, que ao assumiram posicionamentos contrários às legítimas decisões tomadas pelo partido, tornaram-se diretamente responsáveis pelos resultados eleitorais no Estado, abaixo das expectativas, e pelo agravamento de um ambiente interno no partido nitidamente hostil, em muitos casos.

“Não faltam em nossos documentos e orientações clareza quanto ao posicionamento que esperamos de nossos representantes públicos e dirigentes em todos os níveis. Sendo assim, solicitamos à Comissão Executiva Municipal a instauração de processo ético por publicamente atuarem em campanhas contrárias às defendidas pelo PSB, diz o ofício”.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

Safra de “prédios icônicos” começa no 4° Distrito: primeira licença sai um mês após mudança na lei

Uma torre de 117 metros (39 andares) será o primeiro dos “prédios icônicos” que a prefeitura quer estimular para renovar a paisagem urbana de Porto Alegre.

Será no 4º Distrito, região formada por cinco bairros junto ao centro histórico da capital.

A licença ao projeto arquitetônico foi anunciada nesta segunda feira, 31 de outubro, menos de um mês depois que o  prefeito Sebastião Melo sancionou a Lei complementar 960/2022, alterando o Plano Diretor para estimular investimentos imobiliários na região.

(Uma lei anterior criou regime semelhante para o centro histórico.)

Foto: Pedro Piegas/PMPA

Prefeito Sebastião Melo sancionou a lei que muda o regime urbanistico no 4° Distrito no dia 6 de outubro., 

Antiga zona industrial da capital, o 4° Distrito perdeu população e renda com a migração das fábricas e, depois, com as mudanças que abalaram o chamado “comércio de rua”. Hoje dispõe de grandes áreas com prédios baixos e antigos.

Com a mudança aprovada, que libera índices construtivos e dá incentivos aos investidores, a Prefeitura pretende triplicar a população da região, hoje pouco mais de 20 mil moradores.

Este primeiro projeto licenciado, na rua Sete de Abril, no terreno do antigo Moinho Germani,  bairro Floresta, será o edifício mais alto da cidade, conectado por um rooftop ao prédio do moinho preservado, na base.

O empreendimento é da Bewiki, startup de Florianópolis, voltada para “quem busca um estilo de vida mais leve, prático e flexível”.

Sua proposta é conceber plataformas imobiliárias, reunindo áreas residenciais, serviços de saúde, comércio, escritórios compartilhados, acionados por aplicativos.

Notas na imprensa anunciaram R$ 150 milhões a serem investidos no empreendimento, com a geração de 200 empregos diretos.

 

Quadrilha que aplicava “golpe dos nudes” pela internet faturou R$ 2,5 milhões

A polícia pediu a prisão preventiva de 21 suspeitos de serem os líderes da quadrilha que aplicava o “golpe dos nudes” no Rio Grande do Sul.

Uma operação na semana passada prendeu 39 envolvidos, depois  de  investigação policial.

Por enquanto, foram identificadas 14 vítimas da quadrilha.

A delegada Luciane Bertoletti, que cuida do caso, disse à imprensa que foi pedida a prisão preventiva dos líderes e dos que mais se beneficiaram com os crimes. Os nomes não foram divulgados.

Os criminosos teriam arrecadado mais de R$ 2,5 milhões com o golpe em todo o País.

Mais de cem celulares foram apreendidos com o grupo.
As vítimas são do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A delegada diz que ainda não  se sabe real a extensão do estrago. Ainda existem mais vítimas procurando a polícia.

Tudo indica que o golpe era comandado de dentro de presídios. Dos 109 celulares apreendidos, 79 estavam em cinco presídios.

Dos 34 suspeitos com mandato de prisão na semana passada,  sete já  cumpriam pena em presídios.

Ainda há cinco foragidos.
O “golpe dos nudes” foi um dos mais registrados  pela polícia no Estado durante a pandemia.

A delegada Luciane diz que os suspeitos já se passaram por pais e advogados de supostas adolescentes durante a troca de fotos íntimas, simularam ocorrências policiais, atendimentos psicológicos de adolescentes que teriam ficado abaladas com a suposta situação e até criaram falsas notícias de suicídio de jovens.

O mecanismo  do golpe é simples: em alguma rede social (o Twitter é a mais utilizada, mas também existem casos no Facebook e Instagram), uma mulher jovem posta frases como “quero te mandar nudes” ou “meu fetiche é compartilhar minhas fotos nuas”. Em seguida, posta uma primeira foto (geralmente, de biquini ou lingerie) aberta ao público em geral.

Em 90% dos casos, as pessoas que tiverem acesso ao post logo desconfiam que algo está errado – mas sempre haverá aqueles 10% que não vão resistir e pedirão mais fotos e nudes. É o que basta para o golpe.

A jovem manda as fotos, pede o número de contato de WhatsApp e inicia conversa picante com a vítima, que pode durar vários dias. Então, uma outra pessoa surge, geralmente identificando-se como o pai da garota das fotos, afirmando que ela é menor de idade e que, para não levar o caso à Polícia ou expor a vítima nas redes sociais, é preciso pagar uma quantia em dinheiro”.

Como a vítima muitas vezes é casada, a ameaça da divulgação das conversas, com uma suposta menor de idade apavora e cede à chantagem e acaba pagando.

 

Pesquisa da FIERGS: falta de profissionais qualificados afeta mais de 60% das indústrias gaúchas

Quase dois terços das indústrias gaúchas passam por dificuldades para contratar trabalhadores por falta de profissionais qualificados no mercado.

Quem mais sofre é área de produção, na qual 99% enfrentam problemas na busca por técnicos e, 98,1%, por operadores.

As conclusões são da Sondagem Industrial Especial do RS de julho de 2022, realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS).

Ela revela, também, que os setores de Pesquisa e Desenvolvimento e Vendas/Marketing são outros com entraves quando precisam encontrar pessoal capacitado: 95,8% e 90,3% das empresas, respectivamente.

“O principal impacto negativo dessa dificuldade recai sobre a busca por eficiência e redução do desperdício nas indústrias, com consequente prejuízo para o aumento da produtividade, indicado por sete em cada dez das consultadas”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry

Mesmo com o desemprego elevado, os resultados apontam que o problema da falta de profissionais qualificados afeta 64,4% das indústrias, principalmente as de pequeno porte (77,6%), atingindo todas as áreas e categorias profissionais.

Entre as empresas de médio e grande porte é um problema para 63,5% e 58,3%, respectivamente. Na avaliação dos empresários gaúchos consultados na pesquisa, realizada pela Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da FIERGS, além do prejuízo para a produtividade, também são afetadas a garantia e melhoria nos produtos, assinalada por 59,4%, e a expansão da produção, apontada por 43,5%.

Segundo a pesquisa, 93,8% das empresas possuem mecanismos para contornar esse problema, sendo a capacitação na própria sede o mais utilizado, por 86,2% delas. O fortalecimento da política de retenção do trabalhador (45,4%) e a capacitação fora da empresa (33,8%) foram a segunda e a terceira medidas mais utilizadas.

Por fim, o levantamento mostrou também que praticamente todas as indústrias gaúchas, 97,2%, concordam que precisam investir na qualificação do trabalhador, sendo que 79,6% destas têm dificuldades para efetivar o investimento.

O pouco interesse dos funcionários, na avaliação de 38,4%, a má qualidade da educação básica (37%) e a alta rotatividade (36,6%) foram os maiores entraves encontrados. O primeiro e o segundo pontos assinalados perderam importância relativa em relação a 2019, quando a última pesquisa havia sido realizada, e receberam 42,3% e 44,9% das respostas, respectivamente. Já a rotatividade ganhou relevância, pois tinha sido indicada por 27,6%.

Também ganhou importância relativa no período a perda do trabalhador capacitado para o mercado, que foi o quarto obstáculo mais considerado pelas empresas em 2022: 28,7% (contra 25,6% em 2019).

A Sondagem Especial foi realizada entre 1º e 11 de julho com 219 indústrias gaúchas, sendo 49 pequenas, 74 médias e 96 grandes. O resultado completo está em https://www.fiergs.org.br/indicadores-e-estudos-economicos.

(Com a Assessoria de Imprensa da Fiergs) 

Criminalidade no RS: 152 homicídios em agosto, 75 feminicídios em oito meses; demais indicadores caíram

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) publicou na sexta-feira (9/8), no fim do dia, os indicadores da criminalidade no Rio Grande do Sul referentes ao mês de agosto, consolidando também o balanço dos oito primeiros meses de 2022.

O governo destaca a redução de feminicídios e de latrocínios neste agosto, em relação ao mesmo período do ano passado. Nos feminicídios, houve queda também: foram sete neste agosto, ante 14 no mesmo mês do ano anterior. Porém, no acumulado dos oito primeiros meses do ano foram 75 mulheres assassinadas,  aumento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.  (veja abaixo). Dados mostram também queda nos índices de estelionato, abigeato e furto de veículos, bem como em parte dos indicadores de violência contra a mulher monitorados pela SSP. Já os furtos e roubo de veículos tiveram alta no mês de agosto.

Os dados mais inquietantes, porém,  referem-se ao número de homicídios que extrapolou em 32% os números do ano passado, com 152 mortes neste  agosto (115 em agosto de 2021).

Esse tipo de crime segue em alta, com registros de 14 mortes nas duas primeiras semanas de setembro em consequência de uma disputa entre organizações criminosas por pontos estratégicos do tráfico de drogas na região metropolitana.  A polícia reforçou todas suas operações para imobilizar as três quadrilhas envolvidas na “guerra” que já no início deste ano, entre março e abril, fez 25 vítimas em Porto Alegre.

Homicídios

Foram 152 homicídios no Rio Grande do Sul neste agosto, uma alta de 32,2% em relação ao mesmo mês no ano passado ( 115 homicídios).

No acumulado, o Estado soma 1.088 vítimas, onze a mais que nos oito meses do ano passado.

Em Porto Alegre, em agosto os homicídios subiram de 13 no ano passado para 26 neste ano, um aumento de 50% No acumulado, a capital também registra alta nos assassinatos, a soma subiu 7,1%, de 183 para 196.

Latrocínios

Quatro casos em agosto do ano passado, três no mesmo mês este ano, uma redução de 25% na comparação mês a mês.

No acumulado de oito meses, o número de roubos com morte caiu de 43 para 35 ocorrências, uma redução de 18,6%, na comparação com agosto do ano passado.

Porto Alegre registrou um latrocínio em agosto de 2022, nenhum no mesmo mês do ano passado.

Na capital, no total dos oito primeiros meses, de 2021 e deste ano, os roubos com morte reduziram 40%. Foram dez de janeiro a agosto do ano passado, neste ano, seis.

Feminicídios

O número de feminicídios  caiu 50% em agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado: de 14 para sete casos.

A redução do mês ainda não foi capaz de reverter o acumulado do ano. De janeiro a agosto, o Rio Grande do Sul contabilizou 75 feminicídios, três a mais que nos oito meses iniciais de 2021, o que representa uma alta de 4,2%.

Violência contra a mulher

Entre os outros quatro indicadores de violência contra a mulher acompanhados pela SSP, além do feminicídio, a variação dos números em agosto foi de redução nas lesões corporais, estupros e ameaças. Nas tentativas de feminicídios foi verificado um caso a mais em relação a agosto do ano passado, de 22 para 23 neste ano. No acumulado do ano, as lesões corporais estão em alta de 1%.

Roubo de veículos

Entre os crimes patrimoniais, o roubo de veículos teve alta de 15,5% em agosto, passando de 316 ocorrências no oitavo mês de 2021 para 365 neste ano, um aumento de 49 casos. No acumulado, esse tipo de crime manteve a redução, somando 2.981 registros, frente aos 3.348 do mesmo período no ano anterior, uma baixa de 11%.

Em Porto Alegre, cidade que tem a maior frota veicular e concentra a maior parte dos delitos desse tipo no Estado, o quadro foi de alta em agosto, com 160 roubos de veículos, frente aos 109 que foram registrados no mês em 2021.

No acumulado de oito meses, houve redução na capital, que soma 1.172 casos desde janeiro, 9,8% menos que os 1.300 de igual período no ano passado.

Roubos a transporte coletivo

Outro crime relacionado à circulação viária urbana, o roubo a transporte coletivo, considerando os delitos contra passageiros e motoristas de ônibus e lotações, reduziu em agosto no Estado. Foram 113 casos em 2021 e 61 neste ano, queda de 46%.

No acumulado, os dados também apresentaram retração, de 786 ocorrências entre janeiro e agosto do ano passado para 446 no mesmo período de 2022, uma diminuição de 43,3%.

Ataques a bancos

Houve em agosto o registro de três ataques (furtos ou roubos) a banco no Rio Grande do Sul, enquanto no mesmo mês em 2021 não houve registro desse tipo de crime. No acumulado desde janeiro, o Estado soma 19 ocorrências do tipo, 38,7% menos que as 31 registradas em igual período do ano anterior.

Abigeato em queda
No meio rural, os crimes de abigeato (furto de gado) apresentam queda tanto no recorte de agosto quanto no cenário do acumulado, em relação a iguais períodos do ano passado.

No mês, o número desse tipo de delito, típico da zona rural, passou de 550 para 356, queda de 35,3%.

A soma acumulada desde janeiro é de 3.065 ocorrências de abigeato, o que representa retração de 14,9% em relação às 3.602 registradas na primeira metade do ano passado.

As tabelas completas estão disponíveis na página de estatísticas do site da SSP.

Violência contra a mulher

O Estado reforça os canais de utilidade pública para o encaminhamento de denúncias anônimas às autoridades policiais quando houver qualquer suspeita ou informação sobre abuso contra mulheres:

190 (situações que demandem socorro imediato)
www.ssp.rs.gov.br/denuncia-digital (Denúncia Digital 181 SSP)
181 (Disque Denúncia SSP)
(51) 98444-0606 (WhatsApp da Polícia Civil)

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

Eleições 2022: candidata à presidência pelo PSTU faz campanha no RS

A candidata à presidência da República pelo PSTU, Vera Lúcia, ficará quatro dias no Rio Grande do Sul, a partir desta segunda-feira, dia 29. Vera Lúcia concorre ao cargo, tendo a indígena Kunã Yporã (Raquel Tremembé), da etnia Tremembé, do Maranhão, como candidata a vice-presidente.

No seu percurso pelo interior e capital gaúcha, ela será acompanhada por Rejane de Oliveira, candidata ao governo estadual e por Fabiana Sanguiné, candidata ao Senado pela sigla. Uma das características das chapas do PSTU nessa eleição é ter como destaque a participação de mulheres, negras e socialistas.

A primeira parada das candidatas do PSTU será em Passo Fundo, dia 29.

No dia seguinte, 30 de agosto, terça-feira, vão à Santa Cruz do Sul e dia 31, quarta-feira, em Santa Maria. Com Vera Lúcia encerrando a vinda ao sul, dia 1º de setembro, em Porto Alegre.

Governo para oprimidos

Durante suas falas nessa campanha, Vera Lúcia defende a estatização das 110 maiores empresas do país, os bancos e a agroindústria, além da revogação das reformas e leis que retiraram direitos dos trabalhadores. Segundo ela, a chapa composta por ela e Raquel Tremembé, é uma chapa indígena, negra e operária, que responde aos setores mais oprimidos da classe trabalhadora brasileira.

Vera Lúcia, tem 54 anos e é natural de Inajá, Pernambuco. Operária sapateira, é formada em ciências sociais pela Universidade Federal de Sergipe. Iniciou sua militância ao começar a trabalhar em uma fábrica de calçados, aos 19 anos. Está no PSTU desde a sua fundação, em 1994. Já foi candidata ao governo de Sergipe, à prefeitura de Aracaju e à Câmara dos Deputados. Em 2018, foi candidata à Presidência da República e teve como vice o professor Hertz Dias, do Maranhão. Em 2020, Vera foi a 1ª mulher negra a disputar a prefeitura de São Paulo (SP), cidade onde mora atualmente.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

 

Área

Mudanças climáticas: Prêmio Nobel faz palestra em Porto Alegre

O economista britânico Benny Dembitzer, Prêmio Nobel da Paz em 1985, vem ao Brasil para uma série de palestras nas instituições da Ânima Educação – uma das maiores organizações privadas de ensino superior do país.

Especialista em economia de países em desenvolvimento, o professor do University College London (UCL) estará na UniRitter no dia 29 de agosto, no Auditório Master do campus Zona Sul, às 19h, para discutir os reflexos da globalização, efeitos do capitalismo, vulnerabilidade social e as ameaças que colocam em risco o futuro da humanidade.

Com o apoio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a palestra ‘Recuperando o nosso planeta: cenários futuros e mudanças globais – economia, sociedade e meio ambiente’ será apresentada também nas instituições UniSul, em Florianópolis (30/8); UniSociesc, em Joinville (31/8); UniCuritiba, na capital paranaense (1/9); e Universidade São Judas, em São Paulo (5/9).

Dembitzer era diretor europeu da Médicos Internacionais para a Prevenção da Guerra Nuclear (IPPNW) quando ganhou, junto com a equipe, o Prêmio Nobel da Paz em 1985. Dirigiu o Fundo de Pesquisa e Investimento para o Desenvolvimento da África na década de 1970; foi conselheiro sobre o desenvolvimento industrial da Conferência de Coordenação de Desenvolvimento da África Austral (SADCC) e, ao longo dos anos, trabalhou em 35 países na África e na Ásia.

Em sua agenda pelas instituições da Ânima, o economista deve promover importantes reflexões sobre os rumos da humanidade e a saturação dos sistemas econômicos, assim como aborda em seu mais recente livro ‘The Famine next door: Africa is burning and the West is watching’ (A Fome ao lado: a África está queimando e o Ocidente está assistindo). Na obra, Dembitzer destaca o quanto as sociedades são centralizadas. “Nossas sociedades são altamente urbanas, metropolitanas e centralizadas. Não entendemos mais as sociedades que estão em diferentes níveis de desenvolvimento nem os países pobres que não têm estruturas para enfrentar seus desafios. Precisamos ajudar por meio de parcerias reais em todos os níveis.”

Graves ameaças 

“Bem-vindo ao mundo real, o mundo em que todos vivemos, o mundo que minha geração destruiu”, diz o vencedor do Prêmio Nobel. “Eu pensei que teria algo para passar para meu neto, mas ele não terá nada para contemplar, nem rios para nadar, nem florestas para desfrutar, nem elefantes para admirar na natureza.”

Os motivos, aponta o palestrante, estão na confluência de graves ameaças: “Inflação de alimentos. Inflação energética. Inflação do custo de vida. Colapso do ambiente físico. As florestas estão pegando fogo, a água está desaparecendo de nossos rios e lagos. Temos um mecanismo de crescimento descontrolado que não podemos parar.”

Globalização

Aos convidados e estudantes da UniRitter, o palestrante falará sobre a globalização e o que chama de capitalismo sem controle.

“Vimos a globalização como o início de uma nova era, um conjunto de princípios que se espalhariam e melhorariam o mundo, mas não podemos romantizá-la. Vivemos em um mundo onde temos a ilusão de ter escolhas, mas não temos. As escolhas estão sendo feitas por aqueles que têm poder, seja o da idade, da força pessoal, das armas, da força bruta e, às vezes, do capital.”

Segundo Dembitzer, a globalização falhou. “Tirou empregos de indivíduos comuns em nossas sociedades. Criou cadeias de abastecimento cada vez mais frágeis nas indústrias e na agricultura. Falhou, inclusive, em fornecer proteção contra a destruição ambiental. Criou escassez de alimentos. Impediu que os países pobres tivessem acesso a vacinas porque as multinacionais controlaram os direitos de propriedade internacional.”

Com sistemas mundiais altamente complexos, avalia o economista, fica difícil manter o controle. “Agora que a globalização atingiu o pico, só podemos esperar que gerenciemos melhor seu declínio do que gerenciamos sua ascensão.”

Soluções individualizadas

Ainda que as nações vivam um grande número de problemas comuns, a ideia de que existem soluções globais é equivocada na análise do especialista. “Cada problema deve ser identificado e tratado separadamente. Se houver um incêndio na Amazônia, você não tem como pedir ajuda aos bombeiros da França. Não devemos travar batalhas globais, mas podemos lutar e vencer batalhas locais.”

Além do localismo cuidadoso que proteja o interesse dos indivíduos, Dembitzer vê o papel das universidades como determinante na recuperação do planeta e das dimensões humanas. “A comunidade acadêmica precisa liderar os elos e construir as pontes, porque só a cooperação poderá garantir a sobrevivência humana”, finaliza.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

Liberdade de expressão: Brasil caiu para a 89ª posição no ranking mundial

Os representantes da Corte Interamericana que se reúnem em Brasilia esta semana vão encontrar um cenário bem diferente no que se refere à liberdade de expressão no país.

O Brasil é um dos três países que, tiveram o maior declínio nos indicadores de liberdade de expressão nos últimos dez anos,  segundo o Relatório Global de Expressão, produzido pela ARTIGO 19, organização não-governamental de defesa e promoção do direito à liberdade de expressão e acesso à informação em todo o mundo.

Atrás apenas de Hong Kong e Afeganistão, o país teve redução de 38 pontos na escala do ranking global de liberdade de expressão produzido anualmente pela instituição, que reúne informações de 161 países em 25 indicadores.

Os dados do documento mostram que, de 2015 a 2021, o país caiu 58 posições no ranking global de liberdade de expressão, chegando a 50 pontos e à 89ª posição, seu pior registro desde o início da realização do levantamento, em 2010.

“Saímos de uma nação considerada aberta para restrita em pouquíssimo tempo. Esse dado é um dos mais chocantes de todo o mundo, não só pela queda em si, mas por ter ocorrido de maneira mais acentuada sob a liderança de um presidente que foi eleito, e que deveria prezar a democracia e a liberdade de expressão, o que não é o caso, como mostrado no Relatório”, afirma Denise Dora, diretora-executiva da ARTIGO 19.

“Na América Latina, estamos atrás apenas de Cuba, Nicarágua, Venezuela, Colômbia e El Salvador”, complementa.

O relatório produz uma escala de liberdade de expressão que classifica os territórios em uma pontuação geral que vai de zero a cem, sendo zero a categoria de um país em crise na liberdade de expressão e cem a de total liberdade.

Para chegar aos números, a organização analisa e traz métricas quanto à liberdade de expressão em todo o mundo, refletindo sobre a garantia de direitos de jornalistas, da sociedade civil e de cada indivíduo de se expressar e se comunicar, sem medo de assédio, repercussões legais ou represálias.

Além disso, em 2021, o número de ataques a jornalistas e meios de comunicação alcançou o maior patamar desde a década de 1990 no Brasil.

Foram registrados 430 ataques à liberdade de imprensa, mais que o dobro do registrado em 2018, ano em que Jair Bolsonaro foi eleito presidente do País.

“O diagnóstico reflete o que jornalistas, comunicadores e defensores de direitos humanos têm vivenciado frequentemente no governo Bolsonaro. Basta lembrar que, há menos de um mês, Bruno Araujo Pereira e Dom Phillips foram assassinados na Amazônia. E até hoje não se sabe quem foi o mandante do crime”, lembra Denise.

Eleições 2022

Outro ponto sensível apresentado pelo relatório é a possivel intensificação do cenário negativo devido à proximidade das eleições gerais que acontecem este ano, a partir de  outubro.

Como aponta o relatório, Bolsonaro questiona a integridade do sistema eleitoral, alegando, sem qualquer fundamento, que as duas últimas eleições foram fraudulentas e que a eleição de 2022 não aconteceria sem reforma.

O documento inclusive alerta para um possível episódio como o ataque ao Congresso Americano ocorrido em janeiro de 2021, quando apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio para tentar impedir a certificação de Joe Biden nas urnas.

“As eleições presidenciais de 2022 serão um teste para a democracia brasileira. Enquanto Bolsonaro continua a fazer declarações como ‘Só Deus pode me tirar da presidência’, 2022 pode revelar a real extensão do quanto foi erodida a democracia durante o mandato de Jair Bolsonaro”, afirma o documento.

Mundo

A análise global feita pela organização também é desanimadora. Segundo o documento, 80% da população mundial (6,2 bilhões de pessoas) vivem com menos liberdade de expressão hoje que há dez anos. “Isso é resultado de uma intensificação crescente de mudanças climáticas, conflitos armados e deslocamentos em massa, que silenciam ativistas e comunicadores, deixando populações inteiras sem acesso a informações fundamentais para suas vidas”, explica Denise.

Esses contextos, segundo ela, interrompem o fluxo livre de informações, o debate construtivo, a construção da comunidade, a governança participativa, a construção do espaço cívico e a autoexpressão de pessoas de todo o mundo.

O Brasil tem visto um declínio chocante tanto em termos reais quanto relativos: não
apenas caiu de aberto para restrito no ranking do Relatório Global de Expressão 2022.
Em 2015, o Brasil foi classificado como aberto e 31º no mundo; agora está em 89º lugar e caiu
para a categoria restrita.
Ataques a jornalistas e profissionais da mídia são alarmantemente comuns. Em 2021,
o número de ataques a jornalistas e veículos de mídia foi o maior desde os anos 90, com 430 ataques no ano passado. O aumento das violações da liberdade de
imprensa no Brasil tem mostrado claras correlações tanto com a pontuação quanto com o número de ataques, que aumentou mais de 50% no ano da eleição do presidente Bolsonaro.
A estigmatização da mídia e a polarização a partir do topo do governo brasileiro dificultou o trabalho da mídia. No trabalho de campo, em vez de serem protegidos por suas identificações, os jornalistas são frequentemente escolhidos, assediados e
atacados. O assédio online de Bolsonaro e de seus filhos tem cada vez mais influência
– eles são responsáveis por grande parte do assédio online sofrido pela mídia.

Caso Dom e Bruno: imprensa distante, testemunhas atemorizadas, impunidade à vista

Cinco suspeitos foram presos, mas o assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips parece cada vez mais longe de ser esclarecido.

A imprensa, passado o impacto do duplo assassinato, mantém-se distante, com escassos registros sobre as investigações que patinam.

Nem a denúncia de que testemunhas, com medo represália, estão pedindo proteção ao governo. São moradores locais que auxiliaram nas buscas desde os primeiros momentos de investigação dos crimes até encontrarem os corpos. Ficou evidente a rede criminosa que atua dentro da Terra Indígena (TI) Vale do Javari, no Amazonas.

Segundo o site Amazônia Real,  “pelo menos oito indígenas querem ingressar no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas”.

“A gente não tem segurança para nada, eu vivo com medo agora… por mim e pela minha família. Ainda tem gente solta e ninguém sabe o que eles podem fazer contra nós”, disse um indígena que não se identificou. Por conta própria, indígena se refugia com a família sem apoio, inclusive para seu sustento
A testemunha resolveu se refugiar com a família em uma aldeia de seu povo por conta própria, sem receber apoio, inclusive para seu sustento, longe da área urbana.