Uma audiência pública “extraordinária” dará continuidade ao debate sobre a concessão do Parque Farroupilha e do Calçadão do Lami.
Os dois espaços compõem o Lote 1 do programa de concessões que envolve cinco parques de Porto Alegre. Significa que serão concedidos num só edital.
O calçadão do Lami foi incluído no projeto posteriormente (substituindo cinco pequenas praças em diversos bairros, que integravam o Lote I, junto com a Redenção).
A parte mais polêmica de todo o projeto é um estacionamento subterrâneo, previsto na Redenção.
Duas audiências híbridas (presencial e virtual) sobre a concessão dos parques já foram realizadas nos dias 17 e 18.
O projeto original previa a concessão de 138 hectares (1,3 milhão de metros quadrados) de áreas públicas em cinco parques municipais.
O parque Moinhos de Vento, num primeiro momento, ficaria fora das concessões.
No estudo de viabilidade que a Fundação Getúlio Vargas fez para a Prefeitura, está prevista uma receita de quase R$ 900 milhões ao longo dos 30 anos de concessões (R$ 30 milhões por ano, aproximadamente).
A maior parte desta receita viria do estacionamento subterrâneo, mais de R$ 600 milhões no período, considerando uma capacidade mínima para 550 carros.
A consulta pública dos parques segue até 24 de novembro.
A audiência desta quarta-feira é continuidade da anterior, do dia 18, quando o tempo previsto pelo regimento do Legislativo de três horas de duração para os debates não foi suficiente para a explanação de todas 47 pessoas inscritas.
O plenário contou com mais de 250 presenças, entre lideranças comunitárias, esportistas, autoridades políticas, vereadores, deputados, ativistas, permissionários, ambulantes, integrantes de associações de bairros, instituições e ONGs, além de moradores da Capital frequentadores do parque.
Já na plataforma virtual, aproximadamente 100 pessoas assistiram pelo Zoom.
“Pelo regimento, na quarta-feira, não terão novos inscritos para fala. Serão ouvidas apenas as pessoas que já se inscreveram na última audiência do dia 18 e cumpriram o protocolo de regras estabelecidas, mas ainda não conseguiram fazer a sua manifestação”, esclarece a secretária de Parcerias, Ana Pellini.
A meta do governo municipal com a concessão dos parques é “impulsionar o crescimento socioeconômico e ambiental da cidade e melhorar a oferta de opções de lazer, turismo e cultura com ambientes seguros de convivência e diversão, gratuitos e abertos, diariamente à população”.
A audiência pública é uma exigência legal para a tramitação dos projetos de concessão. Depois de colhidas as sugestões da sociedade civil, o tema passará por reanálise da Procuradoria-Geral do Município (PGM) e será enviada a minuta do edital para apontamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O órgão tem prazo de três meses para fazer a avaliação. Após este trâmite, serão lançados os editais para atrair e prospectar empresas interessadas em explorar economicamente os tradicionais espaços de lazer da cidade.
A consulta pública dos parques foi aberta no dia 11 de outubro e publicada no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa). As contribuições e questionamentos podem ser enviados até 24 de novembro. Acesse aqui formulário de contribuições consulta pública.
Porto Alegre será sede do 2º Encontro Gaúcho de Educação Financeira (2º Egef), que acontece na próxima quarta-feira, dia 23 de novembro, às 19 horas, no Centro Cultural da Universidade Federal do RS (Ufrgs), na Rua Eng. Luiz Englert, 333, 2º andar.
O evento reunirá educadores financeiros de todo o estado do RS para discutir o tema, disseminando, assim, a importância da Educação Financeira no âmbito do estado do Rio Grande do Sul como fator transformador das vidas das famílias, evitando os altos graus de endividamento que prejudicam a economia do país como um todo. E um dos grandes objetivos do Encontro é proporcionar esse conhecimento à sociedade, de forma a prepara-la para maior qualidade de vida no futuro, conscientizando-a sobre a importância do planejamento financeiro.
O encontro presencial terá dois painéis, com os temas Planejamento e Organização Financeira e Como evitar o endividamento. Já estão confirmados, como painelistas, os educadores financeiros Adriano Severo, Ana Pregardier, Bruna Hanauer, Camila Bavaresco, Camila Lorentz, Diego Angelos, Dirlene Silva, Everton Lopes, Gabriela Rodrigues, Janile Soares, Mariliane Caramão e Wendy Carraro.
O ingresso será um quilo de alimento não perecível e será fornecido Certificado de Participação.
(Com informações da Assessoria de Imprensa)
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul aprovou R$ 102 milhões em novos investimentos privados por meio do Fundopem. São 14 projetos que devem gerar no mínimo 118 novos postos de trabalho.
Entre os últimos projetos aprovados está o do grupo Nexteer Indústria e Comércio de Sistemas Automotivos Ltda, que registra o maior valor. A empresa, localizada em Porto Alegre, vai implantar uma nova linha de montagem de “semi-eixos homocinéticos” para automóveis de passeio. O investimento previsto é de R$ 24,9 milhões, com a possibilidade de gerar 5 novos empregos.
A quantidade de projetos aprovados em 2022 é a maior dos últimos 10 anos, bem como a previsão de novos empregos diretos.
O relatório da Polícia Civil divulgado na sexta-feira, 11 destacou a redução dos assaltos a ônibus no Rio Grande do Sul que tiveram expressiva redução no mês de outubro. Mas houve aumento em homicídios e o feminicídio segue sendo um grande desafio para a polícia.
Os casos de roubos em transporte público, que somam ocorrências com usuários e profissionais, teve queda de 69,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Os casos caíram de 111 para 34 no mês.
No acumulado o crime também mantém a tendência de queda já verificada nos meses anteriores. Entre janeiro e outubro deste ano foram 515 casos registrados no Estado, uma queda de 49% frente aos 1.010 casos do mesmo período de 2021.
Roubo de veículos
O roubo de veículos também apresentou queda no 10º mês do ano no Estado. Foram 393 casos no RS, 3,9% menos que no ano anterior. O acumulado de 2022 também permanece em queda, com 9,3% menos que em 2021, porcentagem que representa 382 veículos que deixaram de ser roubados no RS. Na Capital também foi verificada a tendência de queda, os roubos de veículos em outubro caíram 4,4%, enquanto no acumulado a retração foi de 7,7%, o que representa 123 veículos a menos em comparação com 2021.
Com o retorno das atividades da Operação Desmanche, uma das principais ações desenvolvidas pelo Estado para o enfrentamento ao roubo de veículos, contribuiu para a manutenção na queda destes indicadores.
Aproximadamente 180 toneladas de sucata automotiva recolhidas em duas ofensivas.
Homicídios sobem
O décimo mês de 2022 ainda apresentou uma alta de 2,3% nos índices de homicídios, com três casos a mais do que em outubro de 2021. Com essa alta, o acumulado do ano teve alta de 2%.
Houve desaceleração em relação a alta significativa verificada em agosto, decorrente das inúmeras ações adotadas para coibir a guerra entre facções em Porto Alegre.
Na Capital o aumento nos homicídios em outubro foi de 23,8%, passando de 21 casos, no ano anterior, para 26 em 2022. No acumulado a alta é de 14% na comparação entre os períodos.
Reforços no policiamento ostensivo da Brigada Militar (BM), operações da Polícia Civil (PC) e transferências de lideranças criminosas estiveram entre as principais ações integradas da Segurança Pública no período.
A ação mais recente ocorreu na terça-feira (08/11), quando o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, indiciou 13 pessoas por uma decapitação ocorrida em agosto. Cinco foram presos, um se apresentou na PC na quinta-feira (10/11) e dois ainda são considerados foragidos e outros cinco, que já estavam recolhidos no sistema prisional, foram transferidos para outras unidades. Outros dois apenados, apontados como responsáveis de outros crimes na região, também foram transferidos.
Antes, foram transferidos 13 lideres criminosos para penitenciárias federais. Outros dez foram removidos de quatro casas prisionais em Porto Alegre e Charqueadas e encaminhados para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e para a Penitenciária de Canoas (Pecan). Desde a primeira edição, a Império da Lei já transferiu 47 presos em dois anos. A ofensiva visa neutralizar a cadeia de comando do crime organizado no RS.
Em dois anos de investigação a Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) apurou que criminosos adquiriram ao menos oito postos de combustíveis, movimentando no período aproximadamente R$ 18 milhões, provenientes, principalmente, do tráfico de drogas, roubos, extorsões e receptação.
Latrocínios têm alta
Nos roubos com morte, o resultado é similar aos dos homicídios – alta em outubro, mas sem alterar a tendência de queda no acumulado desde o início de 2022.
Foram três latrocínios a mais no mês em relação aos dois registrados em 2021 (150%), enquanto na soma desde janeiro, o número de casos passou de 52 no ano passado para 45 neste ano, uma redução de 13,5%.
Em outubro a capital teve um latrocínio. No mesmo período do ano anterior não havia sido registrado esse tipo de crime.
Todos os cinco casos ocorridos no mês de outubro já foram elucidados.
Feminicídios, ainda um desafio
Após a queda registrada no mês de setembro os feminicídios voltaram a apresentar alta no mês de outubro. Sete mulheres perderam a vida por razão de gênero no Estado, em setembro, enquanto no mesmo mês de 2021 foram três vítimas. No acumulado a alta também persiste, com 89 casos de janeiro a outubro, sete a mais que os 82 registrados em igual período de 2021.
A violência contra a mulher é um crime de difícil combate, pois na grande maioria das vezes acontece silenciosamente dentro do seio familiar. Para incentivar as denúncias e proporcionar as vítimas um ambiente acolhedor e seguro, as forças de segurança se empenharam no desenvolvimento de estratégias inovadoras que criem esse ambiente de coragem para a vítima sair do ciclo da violência.
Inédito no Brasil, o Projeto de Monitoramento do Agressor vai fornecer 2 mil tornozeleiras eletrônicas que serão instaladas em agressores que a vítima tenha medida protetiva vigente.
A nova tecnologia é parte de uma das ações do governo do Estado para frear os casos de feminicídio e violência doméstica no Rio Grande do Sul, tendo como ponto de partida os municípios de Porto Alegre e Canoas. A ferramenta integra é iniciativa do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (emFrente, Mulher), que busca fortalecer a rede de apoio às vítimas e promover uma mudança de cultura que valorize a proteção da mulher na sociedade.
As autoridades reforçam o apelo para realização de denúncias ao primeiro sinal de violência – além da vítima, parentes, amigos, colegas, vizinhos e mesmo desconhecidos podem e devem comunicar as forças de segurança para possibilitar ação antes que o ciclo da violência termine em feminicídio.
Das oito vítimas de outubro, três tinham medida protetiva de urgência vigente. Além do Disque Denúncia 181 e do Denúncia Digital 181, o WhatsApp da Polícia Civil (51 – 98444-0606) recebe mensagens 24 horas, sem a necessidade de se identificar, e a Delegacia Online permite fazer o boletim de ocorrência, com a mesma validade do documento emitido presencialmente, a qualquer horário e por qualquer dispositivo com internet. Quem não tem acesso, pode procurar qualquer Delegacia de Polícia, bem como o auxílio das PMPs, cujos telefones se encontram no site da SSP. Para socorro urgente, o número é o 190.
Ataques a banco têm alta
Houve em outubro o registro de três ataques a banco (todos furtos) no Rio Grande do Sul, enquanto no mesmo mês em 2021 foi um registro desse tipo de crime. No acumulado desde janeiro, o Estado soma 23 ocorrências do tipo, 34,3% menos que as 35 registradas em igual período do ano anterior.
No meio rural, os crimes de abigeato (furto de gado) apresentam queda tanto no recorte de outubro quanto no cenário do acumulado, em relação a iguais períodos do ano passado. No mês, o número desse tipo de delito, típico da zona rural, passou de 415 para 364, queda de 12,3%. A soma acumulada desde janeiro é de 3.941 ocorrências de abigeato, o que representa retração de 13% em relação às 4.530 registradas em dez meses do ano passado.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, foi o grande derrotado no pleito de 30 de outubro.
Divergindo de seu partido, que forneceu o vice Gabriel de Souza na chapa vencedora de Eduardo Leite, Melo abraçou o bolsonarismo, apoiando Onyx Lorenzoni ao governo do Estado e Bolsonaro para a presidência.
Dupla derrota em Porto Alegre, no Estado e no Brasil.
Some-se a isso a derrota no partido, com o fortalecimento de Gabriel de Souza, agora vice-governador e candidato natural à sucessão de Eduardo Leite, em 2026.
É uma pedra nas pretensões de Melo, de reeleger-se em 2024 e disputar o governo do Estado em 2026.
Sem contar que a eleição de Lula levou a massa petista às ruas. numa retomada como não se via desde o Forum Social Mundial, nos idos de 2002.
Uma torre de 117 metros (39 andares) será o primeiro dos “prédios icônicos” que a prefeitura quer estimular para renovar a paisagem urbana de Porto Alegre.
Será no 4º Distrito, região formada por cinco bairros junto ao centro histórico da capital.
A licença ao projeto arquitetônico foi anunciada nesta segunda feira, 31 de outubro, menos de um mês depois que o prefeito Sebastião Melo sancionou a Lei complementar 960/2022, alterando o Plano Diretor para estimular investimentos imobiliários na região.
(Uma lei anterior criou regime semelhante para o centro histórico.)
Foto: Pedro Piegas/PMPA
Prefeito Sebastião Melo sancionou a lei que muda o regime urbanistico no 4° Distrito no dia 6 de outubro.,
Antiga zona industrial da capital, o 4° Distrito perdeu população e renda com a migração das fábricas e, depois, com as mudanças que abalaram o chamado “comércio de rua”. Hoje dispõe de grandes áreas com prédios baixos e antigos.
Com a mudança aprovada, que libera índices construtivos e dá incentivos aos investidores, a Prefeitura pretende triplicar a população da região, hoje pouco mais de 20 mil moradores.
Este primeiro projeto licenciado, na rua Sete de Abril, no terreno do antigo Moinho Germani, bairro Floresta, será o edifício mais alto da cidade, conectado por um rooftop ao prédio do moinho preservado, na base.
O empreendimento é da Bewiki, startup de Florianópolis, voltada para “quem busca um estilo de vida mais leve, prático e flexível”.
Sua proposta é conceber plataformas imobiliárias, reunindo áreas residenciais, serviços de saúde, comércio, escritórios compartilhados, acionados por aplicativos.
Notas na imprensa anunciaram R$ 150 milhões a serem investidos no empreendimento, com a geração de 200 empregos diretos.
A Bewiki é uma startup de Florianópolis que se propõe a revolucionar o negócio de imóveis no Brasil.
Ela vai construir o primeiro “prédio icônico”, de Porto Alegre, uma torre de 117 metros de altura no 4° Distrito.
Em entrevista a revista Exame em julho de 2021, o criador da empresa, Eduardo Gastaldo não deixou por menos: “Queremos ser uma Netflix dos serviços e espaços essenciais do dia a dia”,
Gastaldo, diz a revista, “é um engenheiro civil gaúcho que resolveu empreender após uma carreira executiva em grandes empresas da região Sul, como o braço de real estate da marca Mormaii”.
Ele quer incentivar no Brasil o hábito de alugar um apartamento com tudo dentro, inclusive a mobília, sem qualquer burocracia, tudo por aplicativos. Não só apartamentos: escritórios, serviços de saúde, escritórios compartilhados, etc.
Lançada em 2021, segundo a Exame, a Bewiki “captou 100 milhões de reais via FIDC, um fundo de investimento em direitos creditórios cada vez mais popular em negócios do mercado imobiliário”.
“Os recursos vão ser empregados em obras para adaptar prédios nas regiões centrais de grandes cidades brasileiras para o uso residencial num esquema descomplicado”.
O primeiro imóvel da startup foi concluido em 2021 no centro de Florianópolis.
Nos planos da Bewiki estão empreendimentos no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, segundo a Exame.
“Num horizonte de cinco anos o objetivo é chegar a 4.500 unidades habitacionais e um valor geral de venda de 2,4 bilhões de reais”.
“A ideia para a criação da proptech surgiu em 2011 durante uma viagem de Eduardo para a Califórnia, nos Estados Unidos”.
“Eu trabalhava no setor de construção e tinha acabado de me desligar das minhas funções quando viajei. No período que passei na Califórnia eu entrei em contato com um modo de vida diferente do que eu conhecia, em vez de comprar um imóvel, por conta do valor, lá as pessoas preferiam alugar”, disse Eduardo.
Depois desse primeiro contato, Eduardo contou com a ajuda do irmão, Marcelo Gastaldo, para estudar o modelo de economia compartilhada e encontrar formas de adaptá-lo para a realidade brasileira.
O modelo de negócio segue o de outras proptechs (startups do mercado imobiliário) destinadas a facilitar a interação entre clientes e proprietários de imóveis, a exemplo da paulistana Yuca e da americana Compass, que abriu capital na bolsa americana Nasdaq em abril deste ano.
A intenção dos fundadores da Bewiki é expandir os negócios da startup para além do mercado imobiliário. Para isso, os sócios querem tirar do papel seis verticais: Behome (studios por assinatura completos e prontos para morar), Bework (escritórios por assinatura, caixa postal virtual e salas sob demanda).
Completam as verticais possíveis do negócio a Becare (cartão de saúde ao estilo de assinatura e hospital-dia em que podem ser realizadas consultas, exames e procedimentos médicos de baixa complexidade), Bemarket (espaço gastronômico com cozinha compartilhada, bares, restaurantes e outros serviços), Bemobi (carros por assinatura com IPVA, licenciamento e seguro inclusos) e Bepark (estacionamento compartilhado entre usuários e visitantes).
Tudo isso estará disponível num mesmo aplicativo para celular, num modelo de carrossel de conteúdos (alguns próprios e outros de terceiros) levado a cabo por gigantes do streaming.
A forma de morar e trabalhar se transformou muito e com a possibilidade de trabalhar no modelo remoto, é possível morar em diferentes cidades em espaços curtos de tempo”, diz Eduardo.
“A Bewiki quer facilitar esse processo, permitindo que o usuário apenas arrume suas malas, faça o agendamento de uma unidade na nova cidade e se mude.”
Aumentam as reações ao projeto de concessão do Parque da Redenção apresentado na semana passada pela prefeitura de Porto Alegre.
Além de um abaixo-assinado virtual, vários atos públicos têm sido promovidos por frequentadores, comerciantes e artistas, que buscam adesão de mais pessoas.
Na manhã de sábado, dia 22, o Coletivo Preserva Redenção, em parceria com a seccional gaúcha do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RS), promoveu uma roda de conversa sobre a concessão de áreas públicas pelo município de Porto Alegre.
“(A concessão) é o esvaziamento de tudo o que é comum; afasta a população que historicamente já é afastada”, disse José Damico, professor do departamento de Psicanálise no Instituto de Psicologia da Ufrgs.
A avaliação de todos é que a gestão privada do parque tende a alterar o perfil de público, ao selecionar quem pode frequentar o espaço de acordo com o poder aquisitivo dos serviços a serem ofertados.
“Estamos falando de valores financeiros, mas também de coisas que importam para nós”, alertou o artista Felipe Felipsen.
Cerca de 50 pessoas acompanharam a roda de conversa, que se estendeu das 9h30 até o meio-dia. Lidos pela presidente eleita do IAB, os termos do contrato que a prefeitura pretende firmar com investidor privado provocou muitas críticas, principalmente a ideia de construir um estacionamento subterrâneo, na área do parque.
Na noite do mesmo dia 22, um grupo de frequentadores promoveu uma “uma vigília luminosa” em frente ao Monumento ao Expedicionário.
Com velas ou lanternas, frequentadores permaneceram no local por cerca de uma hora ouvindo relatos e informações sobre a história do Parque Farroupilha. Ao som de berimbau, encerraram o ato cantando “viva a Redenção viva a Redenção, diga não à privatização”.
A pesquisa do Datafolha jogou água fria no entusiasmo causado pela manifestação que arrastou uma multidão do Largo dos Açorianos à Praça da Matriz em Porto Alegre.
Não foram divulgados números, mas era visível: foi uma das maiores manifestações populares que a cidade já viveu.
A manifestação começou às 16 horas.
Já havia terminado quando o Datafolha divulgou sua pesquisa, em que a vantagem de Lula ante Bolsonaro caiu para 4%.
Há duas semanas, a diferença se mantinha em 5%.
Dentro da margem de erro, a redução de 1% pode não significar nada. Mas lançou dúvidas e inquietações nas hostes lulistas.
O favoritismo de Lula está consolidado, mas ainda faltam onze dias para a eleição. A tensão atinge seu nível máximo.
O PT perdeu a eleição para governador em Porto Alegre.
A diferença entre o candidato petista Edegar Pretto e o ex-governador Eduardo Leite na disputa pela vaga do segundo turno foi de pouco mais de dois mil votos no cômputo estadual.
Na capital, Leite ganhou por mais de seis mil votos, que lhe garantiram a vitória final.
Esse resultado é um caso para estudo.
Eduardo Leite fez sua carreira em Pelotas, se tornou governador sem percorrer Porto Alegre, tem presença escassa na capital, distante das crises que a população enfrenta na segurança (fora das estatísticas), no transporte público, na habitação popular…
Edegar Pretto, com uma carreira política ligada aos movimentos sociais e pequenos agricultores do interior do Estado, não é certamente uma figura popular em Porto Alegre. Mas Olívio Dutra é mais do que popular e o PT nos 16 anos que governou a cidade deixou um legado reconhecido até pelos adversários que o sucederam. Pedro Ruas, o vice de Pretto, sempre foi um dos vereadores mais votado em Porto Alegre.
O que explica essa derrota clamorosa em Porto Alegre? Cartas para a redação.