Criminalidade: diminuem assaltos a ônibus, feminicídio ainda é um desafio

O relatório da Polícia Civil divulgado na sexta-feira, 11 destacou a redução dos assaltos a ônibus no Rio Grande do Sul que tiveram  expressiva redução no mês de outubro. Mas houve aumento em homicídios e o feminicídio segue sendo um grande desafio  para a polícia.

Os casos de roubos em transporte público, que somam ocorrências com usuários e profissionais, teve queda de 69,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Os casos caíram de 111 para 34 no mês.

No acumulado o crime também mantém a tendência de queda já verificada nos meses anteriores. Entre janeiro e outubro deste ano foram 515 casos registrados no Estado, uma queda de 49% frente aos 1.010 casos do mesmo período de 2021. 

Roubo a tranporte coletivo no RS em outubro

 

Roubo a tranporte coletivo no RS e janeiro a outubro

 

Roubo de veículos

O roubo de veículos também apresentou queda no 10º mês do ano no Estado. Foram 393 casos no RS, 3,9% menos que no ano anterior. O acumulado de 2022 também permanece em queda, com 9,3% menos que em 2021, porcentagem que representa 382 veículos que deixaram de ser roubados no RS. Na Capital também foi verificada a tendência de queda, os roubos de veículos em outubro caíram 4,4%, enquanto no acumulado a retração foi de 7,7%, o que representa 123 veículos a menos em comparação com 2021.

Roubo de veículos no RS em outubro
Roubo de veículos no RS de janeiro a outubro

Com o retorno das atividades da Operação Desmanche, uma das principais ações desenvolvidas pelo Estado para o enfrentamento ao roubo de veículos, contribuiu para a manutenção na queda destes indicadores.

Aproximadamente 180 toneladas de sucata automotiva recolhidas em duas ofensivas. Roubo de veículo em Porto Alegre em outubro

Roubo de veículos em Poa de janeiro a outubro

 

Homicídios sobem

O décimo mês de 2022 ainda apresentou uma alta de 2,3% nos índices de homicídios, com três casos a mais do que em outubro de 2021. Com essa alta, o acumulado do ano teve alta de 2%.

Vítimas de homicídio no RS em outubro

Houve desaceleração em relação a alta significativa verificada em agosto, decorrente das inúmeras ações adotadas para coibir a guerra entre facções em Porto Alegre.

Vítimas de homicídio no RS de janeiro a outubro

Na Capital o aumento nos homicídios em outubro foi de 23,8%, passando de 21 casos, no ano anterior, para 26 em 2022. No acumulado a alta é de 14% na comparação entre os períodos.

Vítimas de homicídio em Porto Alegre em outubro

Reforços no policiamento ostensivo da Brigada Militar (BM), operações da Polícia Civil (PC) e transferências de lideranças criminosas estiveram entre as principais ações integradas da Segurança Pública no período.

Vítimas de homicídio em Poa e janeiro a outubro

 

A ação mais recente ocorreu na terça-feira (08/11), quando o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, indiciou 13 pessoas por uma decapitação ocorrida em agosto. Cinco foram presos, um se apresentou na PC na quinta-feira (10/11) e dois ainda são considerados foragidos e outros cinco, que já estavam recolhidos no sistema prisional, foram transferidos para outras unidades.  Outros dois apenados, apontados como responsáveis de outros crimes na região, também foram transferidos.

Antes, foram transferidos 13 lideres  criminosos para penitenciárias federais. Outros dez foram removidos de quatro casas prisionais em Porto Alegre e Charqueadas e encaminhados para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e para a Penitenciária de Canoas (Pecan).  Desde a primeira edição, a Império da Lei já transferiu 47 presos em dois anos. A ofensiva visa neutralizar a cadeia de comando do crime organizado no RS.

Em dois anos de investigação a Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) apurou que criminosos adquiriram ao menos oito postos de combustíveis, movimentando no período aproximadamente R$ 18 milhões, provenientes, principalmente, do tráfico de drogas, roubos, extorsões e receptação.

Latrocínios têm alta

Nos roubos com morte, o resultado é similar aos dos homicídios – alta em outubro, mas sem alterar a tendência de queda no acumulado desde o início de 2022.

Foram três latrocínios a mais no mês em relação aos dois registrados em 2021 (150%), enquanto na soma desde janeiro, o número de casos passou de 52 no ano passado para 45 neste ano, uma redução de 13,5%.

Latrocínios no RS em outubro
Latrocínios no RS de janeiro a outubro

Em outubro a capital teve um latrocínio. No mesmo período do ano anterior não havia sido registrado esse tipo de crime.

Latrocínios em Porto Alegre em outubro
Latrocínios em Porto Alegre de janeiro a outubro

Todos os cinco casos ocorridos no mês de outubro já foram elucidados.

Feminicídios, ainda um desafio

Após a queda registrada no mês de setembro os feminicídios voltaram a apresentar alta no mês de outubro. Sete mulheres perderam a vida por razão de gênero no Estado, em setembro, enquanto no mesmo mês de 2021 foram três vítimas. No acumulado a alta também persiste, com 89 casos de janeiro a outubro, sete a mais que os 82 registrados em igual período de 2021.

Vítimas de feminicídio no RS em outubro
Vítimas de feminicídio no RS de janeiro a outubro

A violência contra a mulher é um crime de difícil combate, pois na grande maioria das vezes acontece silenciosamente dentro do seio familiar. Para incentivar as denúncias e proporcionar as vítimas um ambiente acolhedor e seguro, as forças de segurança se empenharam no desenvolvimento de estratégias inovadoras que criem esse ambiente de coragem para a vítima sair do ciclo da violência.

Inédito no Brasil, o Projeto de Monitoramento do Agressor vai fornecer 2 mil tornozeleiras eletrônicas que serão instaladas em agressores que a vítima tenha medida protetiva vigente.

A nova tecnologia é parte de uma das ações do governo do Estado para frear os casos de feminicídio e violência doméstica no Rio Grande do Sul, tendo como ponto de partida os municípios de Porto Alegre e Canoas. A ferramenta integra é iniciativa do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (emFrente, Mulher), que busca fortalecer a rede de apoio às vítimas e promover uma mudança de cultura que valorize a proteção da mulher na sociedade.

Violência contra a mulher no RS em outubro

 

Violência contra a mulher no RS de janeiro a outubro

As autoridades reforçam o apelo para realização de denúncias ao primeiro sinal de violência – além da vítima, parentes, amigos, colegas, vizinhos e mesmo desconhecidos podem e devem comunicar as forças de segurança para possibilitar ação antes que o ciclo da violência termine em feminicídio.

Das oito vítimas de outubro, três tinham medida protetiva de urgência vigente. Além do Disque Denúncia 181 e do Denúncia Digital 181, o WhatsApp da Polícia Civil (51 – 98444-0606) recebe mensagens 24 horas, sem a necessidade de se identificar, e a Delegacia Online permite fazer o boletim de ocorrência, com a mesma validade do documento emitido presencialmente, a qualquer horário e por qualquer dispositivo com internet. Quem não tem acesso, pode procurar qualquer Delegacia de Polícia, bem como o auxílio das PMPs, cujos telefones se encontram no site da SSP. Para socorro urgente, o número é o 190.

Ataques a banco têm alta

Houve em outubro o registro de três ataques a banco (todos furtos) no Rio Grande do Sul, enquanto no mesmo mês em 2021 foi um registro desse tipo de crime. No acumulado desde janeiro, o Estado soma 23 ocorrências do tipo, 34,3% menos que as 35 registradas em igual período do ano anterior.

Ataques a banco RS em Outubro
Ataques a banco RS de janeiro a outubro

No meio rural, os crimes de abigeato (furto de gado) apresentam queda tanto no recorte de outubro quanto no cenário do acumulado, em relação a iguais períodos do ano passado. No mês, o número desse tipo de delito, típico da zona rural, passou de 415 para 364, queda de 12,3%. A soma acumulada desde janeiro é de 3.941 ocorrências de abigeato, o que representa retração de 13% em relação às 4.530 registradas em dez meses do ano passado.

Abigeatos no RS em outubro

 

Abigeatos no RS de janeiro a outubro

(Com informações da assessoria de imprensa)

As tabelas completas estão disponíveis na página de estatísticas do site da SSP.

PT se rende aos fatos e recomenda “voto crítico” em Eduardo Leite no segundo turno

Nota do PT-RS divulgada nesta segunda-feira, 24:

“Em conformidade com a Resolução Partidária aprovada em 10 de outubro último, e em decorrência dela, compreendendo o momento político que vivemos, decidimos recomendar o voto crítico em Eduardo Leite no domingo próximo, esperando com este gesto que todos aqueles comprometidos com a democracia se unam para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo neste segundo turno.

Entendemos que todos os democratas devem ter como compromisso primeiro a defesa da democracia e o combate às candidaturas que representam o atraso bolsonarista.

Nossas divergências com Leite são muitas, e conhecidas pela sociedade gaúcha.
Representamos projetos políticos distintos. As privatizações dos serviços públicos como a CORSAN, o papel do Estado, a adesão ao regime de recuperação fiscal, a taxação dos aposentados e pensionistas são alguns exemplos de temas que nos separam programaticamente.

Mas agora é a hora de defender o Brasil e o Rio Grande da ameaça representada pelas candidaturas de Bolsonaro e Onyx.

Aproveitamos para reforçar o chamamento à militância petista gaúcha que nos próximos sete dias não podemos sair das ruas, disputar voto a voto para garantirmos a virada no Rio Grande do Sul com Lula e a consolidação da vitória na eleição presidencial.

Paulo Pimenta
Presidente PT-RS

Edegar Pretto
Deputado Estadual PT-RS e candidato a governador no 1º turno

Paulo Paim
Senador PT-RS

Tarso Genro
Ex-governador do RS

Olívio Dutra
Ex-governador do RS

Quadrilha que aplicava “golpe dos nudes” pela internet faturou R$ 2,5 milhões

A polícia pediu a prisão preventiva de 21 suspeitos de serem os líderes da quadrilha que aplicava o “golpe dos nudes” no Rio Grande do Sul.

Uma operação na semana passada prendeu 39 envolvidos, depois  de  investigação policial.

Por enquanto, foram identificadas 14 vítimas da quadrilha.

A delegada Luciane Bertoletti, que cuida do caso, disse à imprensa que foi pedida a prisão preventiva dos líderes e dos que mais se beneficiaram com os crimes. Os nomes não foram divulgados.

Os criminosos teriam arrecadado mais de R$ 2,5 milhões com o golpe em todo o País.

Mais de cem celulares foram apreendidos com o grupo.
As vítimas são do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A delegada diz que ainda não  se sabe real a extensão do estrago. Ainda existem mais vítimas procurando a polícia.

Tudo indica que o golpe era comandado de dentro de presídios. Dos 109 celulares apreendidos, 79 estavam em cinco presídios.

Dos 34 suspeitos com mandato de prisão na semana passada,  sete já  cumpriam pena em presídios.

Ainda há cinco foragidos.
O “golpe dos nudes” foi um dos mais registrados  pela polícia no Estado durante a pandemia.

A delegada Luciane diz que os suspeitos já se passaram por pais e advogados de supostas adolescentes durante a troca de fotos íntimas, simularam ocorrências policiais, atendimentos psicológicos de adolescentes que teriam ficado abaladas com a suposta situação e até criaram falsas notícias de suicídio de jovens.

O mecanismo  do golpe é simples: em alguma rede social (o Twitter é a mais utilizada, mas também existem casos no Facebook e Instagram), uma mulher jovem posta frases como “quero te mandar nudes” ou “meu fetiche é compartilhar minhas fotos nuas”. Em seguida, posta uma primeira foto (geralmente, de biquini ou lingerie) aberta ao público em geral.

Em 90% dos casos, as pessoas que tiverem acesso ao post logo desconfiam que algo está errado – mas sempre haverá aqueles 10% que não vão resistir e pedirão mais fotos e nudes. É o que basta para o golpe.

A jovem manda as fotos, pede o número de contato de WhatsApp e inicia conversa picante com a vítima, que pode durar vários dias. Então, uma outra pessoa surge, geralmente identificando-se como o pai da garota das fotos, afirmando que ela é menor de idade e que, para não levar o caso à Polícia ou expor a vítima nas redes sociais, é preciso pagar uma quantia em dinheiro”.

Como a vítima muitas vezes é casada, a ameaça da divulgação das conversas, com uma suposta menor de idade apavora e cede à chantagem e acaba pagando.

 

O PT no Rio Grande do Sul precisa reconhecer que ficou sem saída

Não temos um noticiário suficientemente arguto que permita entender como o PT do Rio Grande do Sul chegou ao brete em que se encontra no segundo turno das eleições de 2022,  entre Eduardo Leite e Onyx Lorenzoni.

Todo o processo de construção da chapa, todas as tentativas de ampliação, todos os impasses e, ao final, as propostas vencedoras,  tudo isso se passou num âmbito restrito que não chegou ao público que se informa pelos meios de comunicação social.

Em grande parte pelo pouco interesse dos meios, em parte pela incapacidade (ou o desinteresse ) de levar a um público mais amplo a discussão.

O que importa é que houve uma derrota clamorosa. Pela segunda vez a esquerda fica fora do segundo turno no Rio Grande do Sul.

E o PT do Rio Grande do Sul, baluarte das lutas democráticas, está num brete. Um falso brete,  porque uma vez reconhecida a derrota, a opção fica clara.

 

 

 

Tendência 13/13 no PT e dissidentes do PMDB podem ser fatais para Eduardo Leite

Um movimento em pinça ameaça a candidatura de Eduardo Leite à reeleição no Rio Grande do Sul no pleito de 30 de outubro.

De um lado, uma crescente tendência entre petistas de apertar 13 para a presidência e 13 para o governo estadual, anulando o voto neste caso.

Este movimento não está dimensionado e só podera ser devidamente avaliado depois de segunda-feira ao meio dia, quando a direção estadual do PT vai  anunciar seu posicionamento em relação pleito regional.

O ex-governador Tarso Genro já abriu seu apoio e conversa com Eduardo Leite visando um acordo para o segundo turno.

Mais disciplinado, o ex-governador Olívio Dutra, derrotado na disputa pelo Senado, aguarda a decisão do partido.

De outro lado, surge uma dissidência no MDB, partido que indicou o vice Gabriel Souza,  na chapa de Eduardo Leite. A aliança nunca foi unanimidade no PMDB e agora as fissuras começam a aparecer. Ainda não há um diagnóstico seguro da extensão delas. A posição do prefeito Sebastião Melo pró-Bolsonaro, se confirmada, é um sinal de alerta grave.

PT gaúcho define segunda feira posição sobre eleição para governo do Estado

Pela segunda vez fora do segundo turno na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul, o Partido dos Trabalhadores vai definir, segunda-feira ao meio dia, sua posição oficial diante do pleito de 30 de outubro, entre Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB).

Fora da disputa por pouco mais de 2 mil votos, o PT ficou numa saia justa nesta sexta-feira ante a decisão do ex-governador Eduardo Leite de manter-se neutro em relação à disputa presidencial.

A expectativa petista era de apoiar Leite no Estado em troca do apoio deste ao ex-presidente Lula na disputa nacional contra Bolsonaro. Mas Leite desdenhou o apoio, acreditando que os petistas gaúchos serão obrigados a votar nele para não eleger o bolsonarista Onyx Lorenzoni.

As primeiras manifestações da militância do PT logo após a decisão de Eduardo Leite defendem o voto 13/13 (voto em Lula para a presidência e nulo para o governo do Estado).

O debate está acirrado dentro do partido.

O ex-governador Tarso Genro na tarde desta sexta defendeu o voto em Leite para barrar o bolsonarismo de Onyx.

Outro ex-governador, Olívio Dutra, derrotado na disputa ao Senado, vai aguardar a decisão do partido.

Pesquisa da FIERGS: falta de profissionais qualificados afeta mais de 60% das indústrias gaúchas

Quase dois terços das indústrias gaúchas passam por dificuldades para contratar trabalhadores por falta de profissionais qualificados no mercado.

Quem mais sofre é área de produção, na qual 99% enfrentam problemas na busca por técnicos e, 98,1%, por operadores.

As conclusões são da Sondagem Industrial Especial do RS de julho de 2022, realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS).

Ela revela, também, que os setores de Pesquisa e Desenvolvimento e Vendas/Marketing são outros com entraves quando precisam encontrar pessoal capacitado: 95,8% e 90,3% das empresas, respectivamente.

“O principal impacto negativo dessa dificuldade recai sobre a busca por eficiência e redução do desperdício nas indústrias, com consequente prejuízo para o aumento da produtividade, indicado por sete em cada dez das consultadas”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry

Mesmo com o desemprego elevado, os resultados apontam que o problema da falta de profissionais qualificados afeta 64,4% das indústrias, principalmente as de pequeno porte (77,6%), atingindo todas as áreas e categorias profissionais.

Entre as empresas de médio e grande porte é um problema para 63,5% e 58,3%, respectivamente. Na avaliação dos empresários gaúchos consultados na pesquisa, realizada pela Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da FIERGS, além do prejuízo para a produtividade, também são afetadas a garantia e melhoria nos produtos, assinalada por 59,4%, e a expansão da produção, apontada por 43,5%.

Segundo a pesquisa, 93,8% das empresas possuem mecanismos para contornar esse problema, sendo a capacitação na própria sede o mais utilizado, por 86,2% delas. O fortalecimento da política de retenção do trabalhador (45,4%) e a capacitação fora da empresa (33,8%) foram a segunda e a terceira medidas mais utilizadas.

Por fim, o levantamento mostrou também que praticamente todas as indústrias gaúchas, 97,2%, concordam que precisam investir na qualificação do trabalhador, sendo que 79,6% destas têm dificuldades para efetivar o investimento.

O pouco interesse dos funcionários, na avaliação de 38,4%, a má qualidade da educação básica (37%) e a alta rotatividade (36,6%) foram os maiores entraves encontrados. O primeiro e o segundo pontos assinalados perderam importância relativa em relação a 2019, quando a última pesquisa havia sido realizada, e receberam 42,3% e 44,9% das respostas, respectivamente. Já a rotatividade ganhou relevância, pois tinha sido indicada por 27,6%.

Também ganhou importância relativa no período a perda do trabalhador capacitado para o mercado, que foi o quarto obstáculo mais considerado pelas empresas em 2022: 28,7% (contra 25,6% em 2019).

A Sondagem Especial foi realizada entre 1º e 11 de julho com 219 indústrias gaúchas, sendo 49 pequenas, 74 médias e 96 grandes. O resultado completo está em https://www.fiergs.org.br/indicadores-e-estudos-economicos.

(Com a Assessoria de Imprensa da Fiergs) 

“Efeito Lula/Olívio” pode dar novo rumo à eleição no Rio Grande do Sul

Os cinco pontos que Edegar Pretto ganhou na última pesquisa sinalizam que a eleição para o governo do Estado no Rio Grande do Sul pode, mais uma vez, surpreender na reta final.

Segundo o Ipec, em pesquisa para a RBS,  o candidato do PT  alcançou 15% das intenções de voto, mostrando crescimento surpreendente desde a última visita do ex-presidente Lula, que reuniu uma multidão no Largo Glênio Peres, no centro de Porto Alegre, há dez dias.

Pretto, que vinha estacionado na casa dos 7%, passou para 10% e agora chega a 15% das intenções de voto.

Isolado na liderança, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), candidato à reeleição, manteve os 38% das pesquisas anteriores, assim como o segundo colocado, ministro Onyx Lorenzoni, que oscilou dentro da margem de erro, 26% para 25%.

Faltam apenas cinco dias para a votação em primeiro turno, Pretto teria que ganhar no mínimo 2 pontos por dia para chegar ao segundo turno, isso contando que Onyx se mantenha em queda.

Os cálculos do comando da campanha de Pretto para chegar ao segundo turno dão grande peso ao “efeito Lula”, cuja candidatura à Presidência vem crescendo no Rio Grande do Sul.

No início do ano, Lula estava 13 pontos atrás de Jair Bolsonaro entre os gaúchos (40 a 27%) nas pesquisas iniciais e agora está com 41% a 37%, de acordo com o Ipec. Por isso a ênfase em Pretto, Pedro Ruas, seu vice, e Olívio Dutra, como a “equipe de Lula no Rio Grande”.

O desempenho de Olívio Dutra, candidato ao Senado, é outro dado que justifica as expectativas otimistas na frente de esquerda. O ex-governador Olívio Dutra se isolou na liderança com 30%, seguido de Ana Amélia com 24% e de Mourão com 21%, os mais votados entre os candidatos que concorrem ao Senado.

Por fim há o fato de que 41% dos votantes ainda estão indecisos quanto o candidato a governador e outros 30% indicam que podem mudar seu voto.

Num quadro assim, a cinco dias do pleito, quase tudo é possível.  Principalmente, num Estado em que os eleitores costumam promover viradas surpreendentes na reta final das eleições e, até agora, não reconhecem o estatuto da reeleição para o governo do Estado.

 

 

Homem decapitado em Porto Alegre: sinal de que a guerra entre facções está longe de acabar

Um carro em chamas foi encontrado pela polícia na noite deste domingo (25) no bairro Santa Tereza, na zona sul de Porto Alegre.

Dentro do carro, um Crossfox,  o corpo de um homem, decapitado e com as mãos amarradas com arame no banco traseiro.

A vítima ainda não foi identificada.

A ocorrência foi registrada na Rua Mutualidade, altura do número 321, por volta das 21h30min. A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil, conduz as investigações.

Na linguagem das facções criminosas que dominam o tráfico de drogas, cortar a cabeça do inimigo é declaração de guerra sem quartel.

Desde abril, quando mais de 20 assassinatos foram registrados em menos de um mês,  a guerra entre as facções do tráfico já contabiliza quase 40 mortes.

Operação “Senhores do Crime”: foram cumpridas 55 ordens judiciais na Capital e RMPA – Foto: Alexandre Nervo/DCS

No início de setembro, a Polícia  desencadeou a operação Senhores do Crime, reunindo várias esquipes especializadas, para desarticular as cadeias de comando das organizações criminosas que disputam território em Porto Alegre.

Foram cumpridas 23 ordens judiciais de busca e apreensão na região metropolitana de Porto Alegre e 32 mandados de prisão temporária. As ações foram em Porto Alegre, Gravataí, Charqueadas, Guaíba e Canoas.
Vinte e dois suspeitos foram presos, com a apreensão de entorpecentes, celulares, computadores e dinheiro em espécie, além do bloqueio de somas financeiras em contas bancárias.
No dia 15 de setembro,  13 chefes de organizações criminosas presos no Rio Grande do Sul foram transferidos para presídios federais de outros três estados: Mato Grosso do Sul (MS), Rio Grande do Norte (RN) e Rondônia (RO).
Eles seriam os mandantes,  articulando os crimes de dentro da cadeia.
A investigação comprovou que a série de homicídios ocorrida no primeiro semestre de 2022 em Porto Alegre, em especial no bairro Santa Tereza, resulta de disputa territorial e dívidas entre os grupos criminosos.
Apurou-se que as principais facções criminosas do Estado têm interligação e mantêm constante negociação, intermediando a compra de armas e drogas entre si e, inclusive, fazendo acordos em determinadas áreas de comunidades distantes e centrais em Porto Alegre.
O inquérito policial também apurou que diversos carregamentos de drogas e armas, possivelmente de fora do país, são trazidos para Porto Alegre mensalmente.
A investigação verificou uma conversa entre dois indivíduos que ocupam posições de liderança nas facções criminosas, na qual se tenta chegar a um acordo sobre a divisão de área territorial de narcotraficância em Porto Alegre.
Na proposta, o criminoso tenta parar com a série de homicídios que está ocorrendo em Porto Alegre. Na conversa, verifica-se que se trata da Vila Conceição e parte do bairro Santa Tereza, nas quais os indivíduos tentam decidir qual facção vai traficar em determinados pontos. Ao final, verifica-se que os criminosos não chegam a nenhum acordo.

(Com informações da Polícia Civil RS)

210 golpes por dia: é a média de estelionatos no Rio Grande do Sul

A polícia registrou 6.533 estelionatos no Rio Grande do Sul no mês de agosto. Houve uma queda na comparação com o mesmo mês no ano passado, quando foram registradas 7.958 ocorrência — redução de 17,9% ou 1.425 registros a menos.

Mas, a própria polícia reconhece: a média de 210 casos por dia ainda é alta.

Os dados são da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado.
Embora o cenário seja de diminuição, essa retração ocorre em um momento no qual os estelionatos alcançaram números muito superiores ao que era praticado há alguns anos. Em relação aos números de 2018, por exemplo, o número de registros triplicou. (confira no gráfico abaixo).
Houve acréscimo nesse tipo de crime especialmente durante a pandemia de coronavírus, quando se proliferaram os crimes virtuais. No período em que as pessoas passaram a ficar em casa e a fazer mais uso da internet, seja para se comunicar ou mesmo desfrutar de serviços e adquirir produtos, também passaram a ser alvo de inúmeros tipos de golpes – o que levou a uma enxurrada de novas trapaças.

O crescimento de 2020 se acentuou no ano passado, e 2022 também iniciou com alta, mas, nos últimos meses, a tendência tem sido de queda.