Crescimento na região da Arena: nova adutora vai custar R$ 3,2 milhões ao DMAE

O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) está concluindo as obras da nova adutora de água tratada da rua 18 de Novembro, no bairro Navegantes, Zona Norte.

Nesta semana será finalizada a caixa de expurgo na avenida Pernambuco esquina com a Lauro Müller, o que permitirá a pavimentação e colocação de tampa de acesso no local, atrás da estação Farrapos da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb).

Entre outubro e novembro estão previstas a conclusão de mais uma caixa, na rua Augusto Severo esquina avenida Sertório, e a montagem da rede nas proximidades da rua Dona Sebastiana.

No início de dezembro deve ocorrer o entroncamento final da 18 de novembro com a Padre Diogo Feijó, o que possibilitará o término da adutora.

A nova adutora na 18 de novembro terá 1.250 metros em ferro fundido de 500 milímetros de diâmetro e 270 metros de tubulação em polietileno de alta densidade (pead) de 560 milímetros.

A tubulação irá reforçar o abastecimento na região da Arena do Grêmio, que registrou significativo crescimento populacional e imobiliário nos últimos anos.

As obras da adutora foram reativadas em 2020, após a finalização da Trincheira da Ceará. O Dmae está investindo R$ 3,2 milhões em recursos próprios, e a execução é da terceirizada MGM Serviços Técnicos Ltda.

“Efeito Lula/Olívio” pode dar novo rumo à eleição no Rio Grande do Sul

Os cinco pontos que Edegar Pretto ganhou na última pesquisa sinalizam que a eleição para o governo do Estado no Rio Grande do Sul pode, mais uma vez, surpreender na reta final.

Segundo o Ipec, em pesquisa para a RBS,  o candidato do PT  alcançou 15% das intenções de voto, mostrando crescimento surpreendente desde a última visita do ex-presidente Lula, que reuniu uma multidão no Largo Glênio Peres, no centro de Porto Alegre, há dez dias.

Pretto, que vinha estacionado na casa dos 7%, passou para 10% e agora chega a 15% das intenções de voto.

Isolado na liderança, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), candidato à reeleição, manteve os 38% das pesquisas anteriores, assim como o segundo colocado, ministro Onyx Lorenzoni, que oscilou dentro da margem de erro, 26% para 25%.

Faltam apenas cinco dias para a votação em primeiro turno, Pretto teria que ganhar no mínimo 2 pontos por dia para chegar ao segundo turno, isso contando que Onyx se mantenha em queda.

Os cálculos do comando da campanha de Pretto para chegar ao segundo turno dão grande peso ao “efeito Lula”, cuja candidatura à Presidência vem crescendo no Rio Grande do Sul.

No início do ano, Lula estava 13 pontos atrás de Jair Bolsonaro entre os gaúchos (40 a 27%) nas pesquisas iniciais e agora está com 41% a 37%, de acordo com o Ipec. Por isso a ênfase em Pretto, Pedro Ruas, seu vice, e Olívio Dutra, como a “equipe de Lula no Rio Grande”.

O desempenho de Olívio Dutra, candidato ao Senado, é outro dado que justifica as expectativas otimistas na frente de esquerda. O ex-governador Olívio Dutra se isolou na liderança com 30%, seguido de Ana Amélia com 24% e de Mourão com 21%, os mais votados entre os candidatos que concorrem ao Senado.

Por fim há o fato de que 41% dos votantes ainda estão indecisos quanto o candidato a governador e outros 30% indicam que podem mudar seu voto.

Num quadro assim, a cinco dias do pleito, quase tudo é possível.  Principalmente, num Estado em que os eleitores costumam promover viradas surpreendentes na reta final das eleições e, até agora, não reconhecem o estatuto da reeleição para o governo do Estado.

 

 

Homem decapitado em Porto Alegre: sinal de que a guerra entre facções está longe de acabar

Um carro em chamas foi encontrado pela polícia na noite deste domingo (25) no bairro Santa Tereza, na zona sul de Porto Alegre.

Dentro do carro, um Crossfox,  o corpo de um homem, decapitado e com as mãos amarradas com arame no banco traseiro.

A vítima ainda não foi identificada.

A ocorrência foi registrada na Rua Mutualidade, altura do número 321, por volta das 21h30min. A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil, conduz as investigações.

Na linguagem das facções criminosas que dominam o tráfico de drogas, cortar a cabeça do inimigo é declaração de guerra sem quartel.

Desde abril, quando mais de 20 assassinatos foram registrados em menos de um mês,  a guerra entre as facções do tráfico já contabiliza quase 40 mortes.

Operação “Senhores do Crime”: foram cumpridas 55 ordens judiciais na Capital e RMPA – Foto: Alexandre Nervo/DCS

No início de setembro, a Polícia  desencadeou a operação Senhores do Crime, reunindo várias esquipes especializadas, para desarticular as cadeias de comando das organizações criminosas que disputam território em Porto Alegre.

Foram cumpridas 23 ordens judiciais de busca e apreensão na região metropolitana de Porto Alegre e 32 mandados de prisão temporária. As ações foram em Porto Alegre, Gravataí, Charqueadas, Guaíba e Canoas.
Vinte e dois suspeitos foram presos, com a apreensão de entorpecentes, celulares, computadores e dinheiro em espécie, além do bloqueio de somas financeiras em contas bancárias.
No dia 15 de setembro,  13 chefes de organizações criminosas presos no Rio Grande do Sul foram transferidos para presídios federais de outros três estados: Mato Grosso do Sul (MS), Rio Grande do Norte (RN) e Rondônia (RO).
Eles seriam os mandantes,  articulando os crimes de dentro da cadeia.
A investigação comprovou que a série de homicídios ocorrida no primeiro semestre de 2022 em Porto Alegre, em especial no bairro Santa Tereza, resulta de disputa territorial e dívidas entre os grupos criminosos.
Apurou-se que as principais facções criminosas do Estado têm interligação e mantêm constante negociação, intermediando a compra de armas e drogas entre si e, inclusive, fazendo acordos em determinadas áreas de comunidades distantes e centrais em Porto Alegre.
O inquérito policial também apurou que diversos carregamentos de drogas e armas, possivelmente de fora do país, são trazidos para Porto Alegre mensalmente.
A investigação verificou uma conversa entre dois indivíduos que ocupam posições de liderança nas facções criminosas, na qual se tenta chegar a um acordo sobre a divisão de área territorial de narcotraficância em Porto Alegre.
Na proposta, o criminoso tenta parar com a série de homicídios que está ocorrendo em Porto Alegre. Na conversa, verifica-se que se trata da Vila Conceição e parte do bairro Santa Tereza, nas quais os indivíduos tentam decidir qual facção vai traficar em determinados pontos. Ao final, verifica-se que os criminosos não chegam a nenhum acordo.

(Com informações da Polícia Civil RS)

Revolução Farroupilha: um jornalista morto na invasão de Porto Alegre foi a primeira vítima

Um jornalista foi a primeira vítima na revolução farroupilha: Antonio José da Silva Monteiro, conhecido como “Prosódia”, redator de um jornal fundado no início de 1835, para combater os farroupilhas.

Morreu no primeiro combate, na noite de 19 de setembro, quando os farrapos se preparavam para invadir Porto Alegre, com 400 homens reunidos em Viamão.

Prosódia era um dos civis que acompanhavam a patrulha, comandada pelo Visconde de Camamu, que saiu para fazer o reconhecimento.

Na altura da ponte da Azenha foram surpreendidos por um piquete avançado dos farrapos, que atacou.  A patrulha retrocedeu, mas na rápida refrega que se deu o Prosódia tombou morto.

A guerra civil deflagrada nesse dia durou quase dez anos, até fevereiro de 1845, quando foi assinada a paz entre os rebeldes gaúchos e o governo imperial.

Não há uma estatística precisa sobre o número de mortos ao longo do conflito,  estimativas de historiadores variam entre cinco e dez mil em mais de 50 combates com mortes de parte a parte.

Eis o registro histórico no livro Datas Riograndenses, do historiador Coruja Filho (dr. Sebastião Leão)     

O “Mestre Barbeiro”, jornal de pequeno formato, foi fundado em Porto Alegre para atacar os liberais.

Eram seus redatores: Antônio José da Silva Monteiro, por alcunha “O Prosódia”, e o “Galo Piando” ( Alfredo Ferreira Rodrigues).

Os redatores do “Mestre Barbeiro” eram pessoas de confiança dos chefes caramurus (imperiais) e nos seus ataques aos liberais nada respeitavam.

Prosódia foi a primeira vítima da revolução. Quando na noite de 19 de setembro de 1835, as forças revolucionárias se aproximaram de Porto Alegre, o visconde de Camamu saiu a reconhece-la com um troço de soldados e populares. Chegando à Azenha foi recebido por uma descarga de um piquete avançado dos farrapos. Tanto bastou para que voltassem à meia rédea para a cidade.

Nessa descarga ficou morto o Prosódia, que na madrugada seguinte foi enterrado no centro da várzea. (Coruja Filho, Datas Rio-Grandenses, P.29, com anotações de Walter Spalding ) 

Lula tem segurança reforçada com drones e snipers para comícios em Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis

O mais reforçado esquema de toda a campanha eleitoral será adotado para garantir a segurança do ex-presidente, que inicia nesta sexta-feira, 16, sua viagem pelas capitais da região Sul.

A Polícia Federal  vai acionar o Comando de Operações Táticas, unidade de elite, treinada para situações de alto risco.

O esquema de segurana vai incluir ainda o uso de drones para detectar ameaças e snipers (atiradores)  em pontos estratégicos. Além disso, estarão presentes os policiais que integram a equipe fixa de segurança do petista na PF, coordenada pelo delegado Andrei Passos.

Haverá também o reforço da Polícia Militar de todos os estados, segundo informações do jornal O Globo.

Na campanha de 2018, a caravana de Lula foi alvo de ataques no Rio Grande do Sul, inclusive com disparo de tiros contra o ônibus em que viajava o ex-presidente.

Lula participa sexta em Porto Alegre, de um comício no Largo Glênio Peres, no centro histórico, junto ao Mercado Público. O ato está marcado para às 18 horas.

No sábado, às 10h, o candidato participa de um ato no Largo da Alfândega, também no centro de Florianópolis e domingo no mesmo horário estará em Curitiba, na “Boca Maldita”, ponto tradicional de encontros políticos na capital paranaense.

 

 

Pesquisa: a precarização do trabalho em regimes autoritários

Foi o momento mais difícil da minha vida”, diz a cientista brasileira Rosana Pinheiro Machado, de 43 anos, a respeito da cena cinematográfica (de suspense ou drama, você decide) que protagonizou nesta quinta-feira (17).
Locação: um ponto de ônibus da Universidade de Bath, na Inglaterra, onde ela dá aulas.
Situação meteorológica: chuva, muita chuva.
Objetivo: consultar o resultado de um processo seletivo que havia lhe custado 18 meses de dedicação e que renderia um financiamento de 2 milhões de euros (R$ 11 milhões) para sua pesquisa na área de ciências sociais.
Conflito: com os dedos molhados e a roupa encharcada, era impossível desbloquear a tela do celular para fazer a consulta. E aí?

Foram 10 minutos tentando.
Quando finalmente conseguiu ler a carta-resultado, Machado estava tão nervosa, que apelou para uma leitura dinâmica em busca de palavras como “aprovada” ou “aceita”.
E encontrou o que queria: “I’m pleased to” (traduzindo: “é com prazer que…”). Era a confirmação da verba milionária que bancará seu estudo sobre a relação entre precarização do trabalho e governos autoritários no Brasil, na Índia e nas Filipinas.
Os R$ 11 milhões serão concedidos por um órgão da União Europeia (Conselho Europeu de Investigação – ERC, na sigla em inglês), após rigorosa análise de currículos e sabatinas com nomes importantes da academia.
A seguinte informação comprova a relevância desse financiamento: de 2007 a 2021,  nove pesquisadores apoiados pelo ERC ganharam o prêmio Nobel.
Considerando todos os segmentos (ciências sociais, ciências da natureza e física/engenharia), submeteram-se a esta edição do processo seletivo: 2.652 projetos, principalmente da Alemanha, do Reino Unido e da França. Só 12% (313) foram aprovados e agora dividirão a verba total de 632 milhões de euros.

“Em alguns momentos, passei de 12 a 15 horas do meu dia me preparando para essas entrevistas. Eu precisava convencer [a banca] de que uma antropóloga é capaz de liderar uma pesquisa sobre ciência de dados”, conta a professora.

Nascida em Porto Alegre, Machado sempre estudou na rede pública. Aprendeu inglês, segundo ela, “tardiamente, só aos 26 anos”, o que a faz até hoje suar frio em apresentações no idioma (mesmo depois de já ter lecionado nas universidades de Harvard (nos EUA), como visitante, e de Oxford (na Inglaterra).
“A insegurança nunca acaba. Mas nem essa dificuldade me impediu de ser aprovada.”
Sobre o que é a pesquisa?

O estudo da brasileira busca analisar como governos populistas e autoritários conseguem recrutar apoiadores por meio de mensagens sobre empreendedorismo e individualismo.
Segundo Machado, o foco serão os trabalhadores “plataformizados” e informais da economia digital, como motoristas de aplicativo e vendedores de produtos por redes sociais.
“São grupos que passam 15 horas por dia empreendendo on-line e que estão mais expostos a uma esfera na qual a extrema direita tem mais hegemonia: a digital”, diz a pesquisadora.

“Vamos analisar por que essas novas camadas médias da população são (ou não) alinhadas a esses políticos [conservadores].”
Não é a primeira experiência da brasileira neste assunto da precarização do mercado: desde a iniciação científica na graduação (ciências sociais) até o mestrado e o doutorado (antropologia), ela explora temas como camelôs de Porto Alegre, consumo popular em favelas do país e venda de “muambas” na China (onde, inclusive, chegou a morar durante a pesquisa).
Como usar os R$ 11 milhões do financiamento?

Machado conta que os R$ 11 milhões serão distribuídos da seguinte forma:
75% para a contratação de pesquisadores (doutorandos ou pós-doutorandos, que farão estudos etnográficos por 4 anos no Brasil, na Índia e nas Filipinas);
25% para cobrir custos do trabalho de campo e da divulgação científica (em sites, vídeos e publicações abertas para o público).

A ideia é que, ao longo dos próximos 5 anos, a pesquisa renda publicações de várias teses e artigos científicos.
“Estou até agora me recuperando da notícia [da aprovação do financiamento]”, diz Machado. “Minha conquista mostra que pesquisadores de ciências humanas também podem liderar estudos internacionais. É possível e importante que isso aconteça.”

Datafolha: reação petista na Bahia anima campanha de Pretto na véspera da visita de Lula ao Rio Grande do Sul

A reação do petista Jerônimo Rodrigues, na Bahia, deu novo ânimo à campanha de Edegar Pretto, candidato do partido ao governo do Rio Grande do Sul.

Segundo pesquisa do Datafolha, divulgada nesta quarta, o candidato do PT na Bahia deu um salto de 12 pontos a pouco mais de duas semanas das eleições.

A disputa baiana é liderada pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que alcançou 54% na pesquisa anterior. Agora ele caiu 5 pontos, tem 49%.

Jerônimo, por sua vez,  tinha tinha 16% e agora marca 28%.

Em terceiro lugar vem João Roma (PL), que caiu de 8% para 7% na nova pesquisa.  Os demais postulantes ao governo da Bahia não atingiram 1% das intenções de voto.

Para Senado na Bahia, o candidato da chapa petista também disparou: Otto Alencar (PSD), candidato à reeleição, disparou 7 pontos com relação ao último Datafolha e soma 39% das intenções de voto. O segundo lugar é de Cacá Leão (PP), que tem 16%.

O salto da chapa lulista na Bahia animou as campanhas estaduais do partido, em especial no Rio Grande do Sul, onde o candidato Edegar Pretto, tem 8% das intenções de voto, enquanto o líder, ex-governador Eduardo Leite, candidato à reeleição tem 38% segundo o último Datafolha.

O entusiasmo é maior, porque o resultado surpreendente na Bahia coincide com a visita de Lula, que estará em Porto Alegre nesta sexta-feira, 16.  Está programado um ato no Largo Glênio Peres, no centro histórico do, lugar simbólico da capital gaúcha.

É um local tradicional de grandes eventos políticos um tambor eleitoral que ecoa por todo o do Rio Grande.

Dali, Lula tentará turbinar a candidatura do deputado Edegar Pretto, que patina com 8% das intenções de voto na terceira colocação na disputa pelo governo gaúcho, atrás de Eduardo Leite (38%), Onyx Lorenzonei (24%).

Na disputa pela presidência, Lula conseguiu reverter a situação no Estado, que em 2018 votou amplamente em Bolsonaro:  no inicio do ano tinha 27%, quando Bolsonaro chegava a 40%. Na última pesquisa do Ipec, ele alcançou a 46% ante 34% de Bolsonaro.

O desafio é o governo estadual. Até o momento ele não conseguiu transferir seus votos para seu candidato, Eduardo Pretto.

A expectativa da frente de esquerda que apoia Edegar Pretto e que ganhou alento com a candidatura de Olivio Dutra ao Senado, agora é o “efeito Lula” entre os gaúchos para levar Pretto ao segundo turno, contando também com a divisão dos votos do eleitorado de direita entre três candidados do mesmo campo – além de Eduardo Leite e Onix Lorenzoni, o senador Luiz Heinze,  do PP, que aparece nas pesquisas com 6% das intenções de voto.

Essa divisão abriria a chance de segundo turno  para uma candidatura, como a de Pretto,  que aglutine todas as forças de esquerda e centro esquerda. É nessa tecla que Lula vem  bater em Porto Alegre.

No Paraná, onde Lula estará no dia seguinte, 17, o desafio não é menor. Segundo a última pesquisa do Ipec, Bolsonaro está na frente com 41% das intenções de voto, contra 35% de Lula.

Para o governo do Estado, segundo a última pesquisa do Ipec, o governador Ratinho Junior, candidato à reeleição pelo PSD,  lidera  com 46%, seguido de Roberto Requião do PT com 24% .

Em Santa Catarina, onde Lula estará no dia 18,  a situação é mais grave. Bolsonaro está na frente, com 50% das intenções de voto, o dobro de Lula, que tem 25% segundo a última pesquisa do Ipec.

Na disputa estadual, o governador Carlos Moisés, candidato a reeleição pelo Republicanos, está frente com 23% dos votos.

O candidato do PT, Décio Lima, está em quarto lugar com 6% das intenções de voto, depois de Esperidião Amim (PP) e Jorginho Melo (PL).

Aqui também a expectativa  de Lula é que a divisão dos votos à direita leve  a candidatura petista ao segundo turno.

Criminalidade no RS: 152 homicídios em agosto, 75 feminicídios em oito meses; demais indicadores caíram

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) publicou na sexta-feira (9/8), no fim do dia, os indicadores da criminalidade no Rio Grande do Sul referentes ao mês de agosto, consolidando também o balanço dos oito primeiros meses de 2022.

O governo destaca a redução de feminicídios e de latrocínios neste agosto, em relação ao mesmo período do ano passado. Nos feminicídios, houve queda também: foram sete neste agosto, ante 14 no mesmo mês do ano anterior. Porém, no acumulado dos oito primeiros meses do ano foram 75 mulheres assassinadas,  aumento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.  (veja abaixo). Dados mostram também queda nos índices de estelionato, abigeato e furto de veículos, bem como em parte dos indicadores de violência contra a mulher monitorados pela SSP. Já os furtos e roubo de veículos tiveram alta no mês de agosto.

Os dados mais inquietantes, porém,  referem-se ao número de homicídios que extrapolou em 32% os números do ano passado, com 152 mortes neste  agosto (115 em agosto de 2021).

Esse tipo de crime segue em alta, com registros de 14 mortes nas duas primeiras semanas de setembro em consequência de uma disputa entre organizações criminosas por pontos estratégicos do tráfico de drogas na região metropolitana.  A polícia reforçou todas suas operações para imobilizar as três quadrilhas envolvidas na “guerra” que já no início deste ano, entre março e abril, fez 25 vítimas em Porto Alegre.

Homicídios

Foram 152 homicídios no Rio Grande do Sul neste agosto, uma alta de 32,2% em relação ao mesmo mês no ano passado ( 115 homicídios).

No acumulado, o Estado soma 1.088 vítimas, onze a mais que nos oito meses do ano passado.

Em Porto Alegre, em agosto os homicídios subiram de 13 no ano passado para 26 neste ano, um aumento de 50% No acumulado, a capital também registra alta nos assassinatos, a soma subiu 7,1%, de 183 para 196.

Latrocínios

Quatro casos em agosto do ano passado, três no mesmo mês este ano, uma redução de 25% na comparação mês a mês.

No acumulado de oito meses, o número de roubos com morte caiu de 43 para 35 ocorrências, uma redução de 18,6%, na comparação com agosto do ano passado.

Porto Alegre registrou um latrocínio em agosto de 2022, nenhum no mesmo mês do ano passado.

Na capital, no total dos oito primeiros meses, de 2021 e deste ano, os roubos com morte reduziram 40%. Foram dez de janeiro a agosto do ano passado, neste ano, seis.

Feminicídios

O número de feminicídios  caiu 50% em agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado: de 14 para sete casos.

A redução do mês ainda não foi capaz de reverter o acumulado do ano. De janeiro a agosto, o Rio Grande do Sul contabilizou 75 feminicídios, três a mais que nos oito meses iniciais de 2021, o que representa uma alta de 4,2%.

Violência contra a mulher

Entre os outros quatro indicadores de violência contra a mulher acompanhados pela SSP, além do feminicídio, a variação dos números em agosto foi de redução nas lesões corporais, estupros e ameaças. Nas tentativas de feminicídios foi verificado um caso a mais em relação a agosto do ano passado, de 22 para 23 neste ano. No acumulado do ano, as lesões corporais estão em alta de 1%.

Roubo de veículos

Entre os crimes patrimoniais, o roubo de veículos teve alta de 15,5% em agosto, passando de 316 ocorrências no oitavo mês de 2021 para 365 neste ano, um aumento de 49 casos. No acumulado, esse tipo de crime manteve a redução, somando 2.981 registros, frente aos 3.348 do mesmo período no ano anterior, uma baixa de 11%.

Em Porto Alegre, cidade que tem a maior frota veicular e concentra a maior parte dos delitos desse tipo no Estado, o quadro foi de alta em agosto, com 160 roubos de veículos, frente aos 109 que foram registrados no mês em 2021.

No acumulado de oito meses, houve redução na capital, que soma 1.172 casos desde janeiro, 9,8% menos que os 1.300 de igual período no ano passado.

Roubos a transporte coletivo

Outro crime relacionado à circulação viária urbana, o roubo a transporte coletivo, considerando os delitos contra passageiros e motoristas de ônibus e lotações, reduziu em agosto no Estado. Foram 113 casos em 2021 e 61 neste ano, queda de 46%.

No acumulado, os dados também apresentaram retração, de 786 ocorrências entre janeiro e agosto do ano passado para 446 no mesmo período de 2022, uma diminuição de 43,3%.

Ataques a bancos

Houve em agosto o registro de três ataques (furtos ou roubos) a banco no Rio Grande do Sul, enquanto no mesmo mês em 2021 não houve registro desse tipo de crime. No acumulado desde janeiro, o Estado soma 19 ocorrências do tipo, 38,7% menos que as 31 registradas em igual período do ano anterior.

Abigeato em queda
No meio rural, os crimes de abigeato (furto de gado) apresentam queda tanto no recorte de agosto quanto no cenário do acumulado, em relação a iguais períodos do ano passado.

No mês, o número desse tipo de delito, típico da zona rural, passou de 550 para 356, queda de 35,3%.

A soma acumulada desde janeiro é de 3.065 ocorrências de abigeato, o que representa retração de 14,9% em relação às 3.602 registradas na primeira metade do ano passado.

As tabelas completas estão disponíveis na página de estatísticas do site da SSP.

Violência contra a mulher

O Estado reforça os canais de utilidade pública para o encaminhamento de denúncias anônimas às autoridades policiais quando houver qualquer suspeita ou informação sobre abuso contra mulheres:

190 (situações que demandem socorro imediato)
www.ssp.rs.gov.br/denuncia-digital (Denúncia Digital 181 SSP)
181 (Disque Denúncia SSP)
(51) 98444-0606 (WhatsApp da Polícia Civil)

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

Na reta final da campanha: Lula faz comício nos três Estados do Sul

Dia 16, em Porto Alegre, dia 17 em Curitiba e 18 em Florianópolis. Este é o roteiro do ex-presidente Lula nesta semana, há 15 dias do pleito.

Em Porto Alegre, o candidato participa de um ato no Largo Glênio Peres, junto ao Mercado Público no coração do centro histórico de Porto Alegre.

É um local tradicional de grandes eventos políticos um tambor eleitoral que ecoa por todo o do Rio Grande.

Dali, Lula tentará turbinar a candidatura do deputado Edegar Pretto, que patina com 8% das intenções de voto na terceira colocação na disputa pelo governo gaúcho, atrás de Eduardo Leite (38%), Onyx Lorenzonei (24%).

Lula conseguiu reverter a situação no Estado, que em 2018 votou amplamente em Bolsonaro:  no inicio do ano tinha 27%, quando Bolsonaro chegava a 40%. Na última pesquisa do Ipec, ele alcançou a 46% ante 34% de Bolsonaro.

O desafio é o governo estadual. Até o momento ele não conseguiu transferir seus votos para seu candidato, Eduardo Pretto.

A expectativa da frente de esquerda que apoia Edegar Pretto é a divisão dos votos do eleitorado de direita entre três candidados do mesmo campo – além de Eduardo Leite e Onix Lorenzoni, o senador Luiz Heinze,  do PP, que aparece nas pesquisas com 6% das intenções de voto.

Essa divisão abriria a chance de segundo turno  para uma candidatura, como a de Pretto,  que aglutine todas as forças de esquerda e centro esquerda. É nessa tecla que Lula vem  bater em Porto Alegre.

No Paraná, o desafio não é menor para Lula. Segundo a última pesquisa do Ipec, Bolsonaro está na frente com 41% das intenções de voto, contra 35% de Lula.

Para o governo do Estado, segundo a última pesquisa do Ipec, o governador Ratinho Junior, candidato à reeleição pelo PSD,  lidera  com 46%, seguido de Roberto Requião do PT com 24% .

Em Santa Catarina, a situação é mais grave. Bolsonaro está na frente, com 50% das intenções de voto, o dobro de Lula, que tem 25% segundo a última pesquisa do Ipec.

Na disputa estadual, o governador Carlos Moisés, candidato a reeleição pelo Republicanos, está frente com 23% dos votos.

O candidato do PT, Décio Lima, está em quarto lugar com 6% das intenções de voto, depois de Esperidião Amim (PP) e Jorginho Melo (PL).

Aqui também a expectativa  de Lula é que a divisão dos votos à direita leve  a candidatura petista ao segundo turno.

Guerra de facções em Porto Alegre: governo age para minimizar impacto eleitoral da violência

Os atos de terror praticados na guerra entre facções criminosas em Porto Alegre atingem em cheio um dos baluartes do programa do governador Eduardo Leite, na campanha pela reeleição: a melhoria dos indicadores de segurança.

Uma cabeça decepada, um bar tiroteado, com três mortes e mais de 20 feridos, uma tentativa de ataque com granada a um condomínio e cinco mortes na madrugada desta sexta-feira.

São os fatos da última semana, que tornam inúteis todos os gráficos e estatísticas que o governo apresenta sobre melhoria nos indicadores de segurança.

A visita do prefeito da capital, Sebastião Melo, ao governador em exercício, Ranulfo Vieira, na tarde desta quinta-feira, sinaliza a preocupação com o impacto que o clima de terror instalado em certas áreas pode ter neste período pré-eleitoral.

O recrudescimento da guerra, que no início deste ano já fez 25 mortes , demonstra que as medidas adotadas, de isolar as lideranças que comandavam a guerra de dentro dos presídios, não foram suficientes.

Em entrevistas esta semana as autoridades policiais que estão na linha de frente das investigações disseram que a guerra que decorre de uma disputa pelo mercado de drogas ilícitas, mas vai além dele, envolvendo contrabando de armas e agrotóxicos, assim como vai além de Porto Alegre e da região metropolitana, tendo já ramificações em todo o Estado.

O epicentro do conflito envolve três faccções (informava-se que eram duas até pouco): uma com base no Vale do Rio dos Sinos, outra na Vila Cruzeiro e, agora se diz, uma terceira aquartelada no bairro Rubem Berta.

Os terríveis eventos desta semana sema,  que fecha com um total de 14 mortes, mobilizaram as forças policiais. A Brigada Militar colocou 120 homens e 25 equipes motorizadas nas áreas conflagradas em ações preventivas, enquanto a polícia civil reforçou equipes e acelerou as investigações para desmontar a cadeia de comando que sustenta a guerra.

As cinco mortes registradas nas últimas 24 horas indicam que mesmo com a ampliação das ações policiais, o terror continua. Há informações de toque de recolher em areas como a Vila Planetário e Mário Quintana.

Nesta quinta,  a polícia prendeu Paulo Ricardo Santos da Silva, 63 anos, o Paulão da Conceição, de 63 anos, ex-lider do tráfico na Vila Conceição, que estava em prisão domiciliar, com tornozeleira, por questões de saúde.

Paulão tem uma extensíssima ficha criminal, com vários homicídios e condenações que somam mais de 60 anos. Mas tudo indica que, velho e debilitado, está fora dessa guerra. Em todo caso, rende manchetes e passa para os eleitores a sensação de que o governo está agindo.

Mais importante, nesta quinta-feira (8), foi a operação “Senhores do Crime”, deflagrada pela Polícia Civil, envolvendo a 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (1ªDIN) do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
“A investida é resultado de investigações iniciadas em abril de 2022, em decorrência de diversos crimes relacionados à disputa entre grupos de traficantes de entorpecentes que atuam em áreas centrais da Capital”, segundo nota da Polícia Civil.

“Foram cumpridas 23 ordens judiciais de busca e apreensão na região metropolitana de Porto Alegre e 32 mandados de prisão temporária”.

“Dessas ordens judiciais, cinco são no interior de casas prisionais, sendo que 15 indivíduos já se encontram recolhidos no sistema prisional”.

“As ações transcorreram em Porto Alegre, Gravataí, Charqueadas, Guaíba e Canoas. Trata-se da primeira fase de execução de medidas cautelares referentes a essa investigação”.

“Até o momento, a operação contabiliza 22 indivíduos presos e a apreensão de entorpecentes, celulares, computadores e dinheiro em espécie, além do bloqueio de somas financeiras em contas bancárias”.

“A investigação comprovou que a série de homicídios ocorrida no primeiro semestre de 2022 em Porto Alegre, em especial no bairro Santa Tereza, foi resultado de disputa territorial e dívidas entre os grupos criminosos. Apurou-se que as principais facções criminosas do Estado têm interligação e mantêm constante negociação, intermediando a compra de armas e drogas entre si e, inclusive, fazendo acordos em determinadas áreas de comunidades distantes e centrais em Porto Alegre”.

O inquérito policial também apurou que diversos carregamentos de drogas e armas, possivelmente de fora do país, são trazidos para Porto Alegre mensalmente. Dentre os homicídios que o grupo criminoso é responsável, verificou-se que pelo menos cinco resultaram de determinação dos líderes criminosos. Os homicídios ocorreram nos bairros Santana, Lomba do Pinheiro e Santa Tereza. Estima-se que esse número seja maior, tendo em vista a série ocorrida em Porto Alegre no final do ano de 2021 e primeiro semestre de 2022, que estariam relacionados aos grupos”.

“A investigação verificou uma conversa entre dois indivíduos que ocupam posições de liderança nas facções criminosas, na qual se tenta chegar a um acordo sobre a divisão de área territorial de narcotraficância em Porto Alegre. Na proposta, o criminoso tenta parar com a série de homicídios que está ocorrendo em Porto Alegre. Na conversa, verifica-se que se trata da Vila Conceição e parte do bairro Santa Tereza, nas quais os indivíduos tentam decidir qual facção vai traficar em determinados pontos. Ao final, verifica-se que os indivíduos não chegam a nenhum acordo”.

    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um colegiado de juízes das varas de execuções criminais de Porto Alegre decidirá sobre o pedido da Polícia Civil de transferência para uma penitenciária federal de Paulo Ricardo Santos da Silva, 63 anos, o Paulão da Conceição. Ele foi preso novamente nesta quinta-feira (8) em operação para conter a guerra entre facções criminosas em Porto Alegre e região.

Por decisão judicial, com parecer favorável do Ministério Público (MP), Paulão foi transferido em fevereiro de 2022 da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) para prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica por questão humanitária. A juíza Sonáli da Cruz Zluhan concedeu o pedido por 90 dias, prorrogáveis, por motivos de saúde, desde que Paulão comprovasse atendimentos médicos — ele aguarda uma cirurgia cardíaca. Entre policiais e promotores que atuam na área criminal, Paulão é considerado um dos traficantes mais sanguinários do Estado.
Antes de receber o benefício da prisão domiciliar, Paulão havia voltado ao sistema carcerário em 11 de março de 2010, quando foi capturado numa operação do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
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Paulão da Conceição é preso em ofensiva contra líderes de facções criminosas em Porto Alegre

Paulão responde a processos criminais desde 1982 e foi preso várias vezes por envolvimento com tráfico e homicídios e já fugiu algumas vezes do sistema prisional. Uma delas foi ainda em 1995, da Colônia Penal Agrícola, onde cumpria pena. Naquele mesmo ano, foi apontado como responsável por tentativa de roubo contra o dono de uma residência, na Vila Maria da Conceição.
Entre 1995 e 1997, foi preso três vezes por porte ilegal de pistolas. Em 1998, ele foi apontado como responsável por tentar matar seu enteado, com o qual disputava pontos de drogas. Em 2003, teria ameaçado cortar o rosto de uma médica de um posto de saúde da Vila Maria da Conceição que se recusou a receitar um remédio de uso controlado para a sua mulher.
Na ficha criminal de Paulão, são mais de 20 inquéritos policiais que o investigaram. Além disso, no histórico judicial criminal são 62 processos contra ele. Ele acumula penas nesses processos de 86 anos e 10 meses de prisão, sem contar as ações que ainda tramitam e não possuem sentença transitada em julgado.
A pena mais alta é de uma condenação por homicídio, que aconteceu em 2008, com sentença em 2017, quando foi sentenciado a 28 anos de prisão, pena que está sendo cumprida.
Histórico judicial criminal de Paulão
Posse de droga
Cometido em 27/03/1982
Sentença transitada em julgado em 28/07/1982
Pena: seis meses de detenção, regime semiaberto
Homicídio Qualificado
Cometido em 02/01/1999
Sentença transitada em julgado em 09/05/2000
Pena: sete anos de reclusão, regime fechado inicialmente
Tentativa de homicídio
Cometido em 06/11/1997
Sentença transitada em julgado em 19/03/2003
Pena: dois anos de reclusão, regime semiaberto
Homicídio
Cometido em 26/06/1998
Sentença transitada em julgado em 08/07/2015
Pena: 22 anos de reclusão, regime fechado inicialmente
Homicídio
Cometido em 19/09/2007
Sentença transitada em julgado em 06/09/2016
Pena: 16 anos de reclusão, regime fechado inicialmente
Associação ao tráfico de drogas
Cometido em 01/01/2000
Sentença transitada em julgado em 21/11/2014
Pena: cinco anos e quatro meses de reclusão, regime fechado inicialmente
Homicídio
Cometido em 14/07/2008
Sentença transitada em julgado em 23/02/2018
Pena: 28 anos de reclusão, regime fechado inicialmente
Associação ao tráfico de drogas
Cometido em 01/08/2010
Sentença transitada em julgado em 04/02/2015
Pena: seis anos de reclusão, regime fechado inicialmente
Contraponto
Em contato com GZH, o advogado Marcelo Carlet Ferreira, enviou nota sobre a prisão desta quinta-feira (8). Confira a íntegra:
“Venho através do presente e-mail apresentar o contraponto inicial (a defesa teve apenas acesso parcial ao IP) às acusações imputadas em detrimento à pessoa do acusado Paulo Ricardo Santos da Silva (63 anos de idade), preso temporariamente na presente data (08/09/2022) pela polícia judiciária: segundo se denota da própria investigação policial, o Sr. Paulo Ricardo Santos da Silva, alcunhado “Paulão da Conceição”, não teria qualquer relação com os noticiados homicídios ocorridos na Capital (e grande Porto Alegre), apurados durante o ano de 2022, envolvendo supostos conflitos entre facções rivais. Na data de hoje, o Sr. Paulo Ricardo foi preso no interior de residência sem que houvesse a apreensão de qualquer objeto ilícito no local, endereço este devidamente comunicado à Vara de Execuções Criminais e a Divisão de Monitoramento Eletrônico da Susepe, cumprindo prisão domiciliar, mediante tornozeleira eletrônica, desde meados de fevereiro do corrente ano, sem apresentar qualquer intercorrência no curso do cumprimento da custódia domiciliar. Nessa perspectiva pessoal, cumpre destacar que o benefício da prisão domiciliar humanitária foi deferido e prorrogado judicialmente durante o ano, inclusive, mediante endosso do Ministério Público, diante da imprescindibilidade de realização de cirurgia coronariana (revascularização do miocárdio), consoante corroborado fartamente através de diversos laudos médicos, cujo paciente apresenta inúmeras outras moléstias graves e permanentes, passíveis de óbito súbito.  Aliás, durante a permanência do suspeito junto à Delegacia do Denarc, o acusado apresentou quadro de debilidade física, sendo necessário chamamento médico da Samu. Desse modo, não tendo qualquer relação com os fatos ilícitos apurados pela Polícia Civil, diante de flagrante ausência de indícios suficientes de autoria em seu prejuízo individual, tão logo seja disponibilizado acesso à íntegra dos autos do expediente de prisão temporária,  a defesa técnica irá promover os devidos requerimentos judiciais, visando cassar eventual coação ilegal”.

Melo reúne-se com governador para discutir segurança pública na Capital
O prefeito Sebastião Melo foi recebido na tarde desta quinta-feira, 8, pelo governador Ranolfo Vieira Júnior em audiência realizada no Palácio Piratini para tratar sobre as ações de enfrentamento à criminalidade na Capital. No encontro, Melo salientou que os últimos episódios envolvendo facções criminosas vêm impactando diretamente na vida dos porto-alegrenses, em específico em comunidades como Mário Quintana e Cruzeiro. A agenda foi solicitada pelo prefeito Melo.

“Agradeço ao governador por atender ao pedido de audiência sobre a segurança pública na Capital. Os recentes episódios de criminalidade preocupam muito, e precisamos somar esforços para proteger a população e garantir o direito de circulação dos moradores”, afirmou Melo.

Durante audiência, o prefeito também destacou o trabalho contínuo e integrado com as forças policiais que vem ampliando o enfrentamento à criminalidade. “Confio no empenho das forças de segurança estaduais e reforcei a importância de termos estratégia permanente no enfrentamento ao crime organizado. O município, no seu espectro de atuação, investe em tecnologia, integração e fortalecimento da Guarda. Juntos vamos avançar”, enfatizou o prefeito.

Ranolfo esteve acompanhando do secretário da Segurança Pública, Vanius Santarosa, e demais autoridades dos órgãos de segurança. Também estiveram presentes o secretário municipal de Segurança, Mário Ikeda, secretário-adjunto, Comissário Zottis, e o comandante da Guarda Municipal, Marcelo do Nascimento.

Investimentos – Desde o início da atual gestão, a Guarda Municipal vem sendo reestruturada para auxiliar os demais órgãos de segurança. Além de novos armamentos e viaturas, um concurso também foi aberto para ampliar o efetivo municipal. Esta remodelação também passa pelo projeto POA Segura, que conta com R$ 60 milhões em investimentos para segurança pública.