Efeito Guedes: em três anos salários tiveram 19,7% de reajuste, os alimentos subiram 41,5%

Nos últimos três anos a renda dos trabalhadores brasileiros vem sendo corroída pela escalada de preços.

Mesmo quando os salários são reajustados pela inflação, a defasagem continua, porque os alimentos têm subido acima dela desde a pandemia.

É o que constata uma longa e detalhada matéria do g1 publicada nesta sexta-feira, 23/12, sem nenhum destaque.
Nos últimos três anos, mostram os números fornecidos pelo Dieese* , a renda média do brasileiro subiu 19,7%, enquanto os alimentos ficaram 41,5% mais caros.

Em outubro de 2019, o rendimento médio mensal do trabalho era de R$ 2.301. Em outubro de 2022, esse rendimento era de R$ 2.754 – uma alta de 19,68%

Abaixo da inflação do período que ficou em 22,45%.
Já os alimentos subiram 41,5%

Cesta básica e rendimento
Os números do Dieese mostram que em outubro de 2019, 43,8% do salário mínimo era comprometido com a compra da cesta básica. Neste ano, essa fatia cresceu para 58,78%.
Em 2019, o brasileiro precisava trabalhar, em média, 88 horas e 39 minutos para comprar os produtos da cesta básica. Agora, são totalizando 119 horas e 37 minutos.
* Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)

“Vamos anular esse leilão”, diz presidente do Sindiágua

“A água é pública e não pode ser privatizada. Vamos anular esse leilão”, declarou Arilson Wünsch, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua), após o leilão da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) realizado na manhã de terça-feira (20/12) na Bolsa de Valores B3 de São Paulo.

A afirmação está baseada na ofensiva judicial que o Sindicato tem empreendido nas diferentes esferas.
“Há quatro medidas liminares que proíbem a assinatura do contrato com a arrematante exatamente porque afloram indícios de irregularidades neste processo. Agora vamos comprovar que essas irregularidades são reais e causam um enorme prejuízo ao Estado e ao povo do Rio Grande do Sul”, declarou o dirigente.

A assinatura do contrato está prevista para 20 de março de 2023, mas está proibida pela Justiça de ocorrer antes do julgamento de mérito das ações em andamento.
Apenas uma empresa – a Aegea – se apresentou para arrematar a estatal pelo valor de R$ 4.151.508.819,45, com ágio de 1,1% sobre o valor mínimo exigido de R$ 4,1 bilhão.

No dia 16/12 o Sindiágua registrou em cartório prevendo justamente a Aegea como vencedora a partir de suspeitas de favorecimento. O faturamento anual da Corsan é superior a R$ 3,1 bilhões.
“A companhia foi vendida por preço pífio, a um único licitante, que era de todos conhecido muito antes sequer da publicação do Edital. É a legítima crônica de um prejuízo anunciado”, registrou o dirigente que estima o valor patrimonial da companhia em R$ 120 bilhões.
“Entregar a Corsan pelo preço pago pela Aegea é um presente de Natal do Governo do Estado aos empresários privados. O Sindiágua vai provar que o valor pago, fica abaixo do valor real da companhia”, completa Wünsch.
Segundo o Sindiágua, “a ofensiva privatista se desenrola na contramão do movimento mundial de reestatizações de serviços públicos”. Estudo recente demonstra 1.607 casos em 71 países ao redor do mundo de reestatização de serviços essenciais, especialmente na Europa e Estados Unidos (https://cee.fiocruz.br/?q=Privatizacoes-revertidas).

Aumento de tarifa
Durante coletiva após o leilão, os dirigentes da Aegea informaram que o consórcio que arremetou a Corsan projeta investir R$ 16 bilhões. O presidente da Corsan, Roberto Barbutti, declarou aos jornalistas que a “revisão tarifária deve incorporar os investimentos da empresa”, confirmando a ampliação das tarifas.
O compromisso é manter a tarifa até 2027 nos 74 municípios que assinaram contrato com o Governo do Estado, aderindo aos termos da privatização.
]

Corsan e Cais Mauá: os maiores projetos de privatização no RS com financiamento do BNDES

A prioridade do novo presidente do BNDES, Aloísio Mercadante,  será uma  revisão do Programa de privatizações, através do qual o banco  estatal financia empresas privadas em concessões de serviços ou compra de ativos públicos.

O novo presidente ainda não se manifestou publicamente, mas é o que se deduz de seus posicionamentos anteriores e das principais lideranças do novo governo.

O banco estatal tem em andamento projetos de privatizações nos seguintes setores:

Abastecimento
Comunicação
Energia
Educação
Florestas
Gás Natural
Saneamento
Iluminação Pública
Resíduos Sólidos
Telecomunicações
Mobilidade Urbana
Complexos Penais
Parques
Rodovias
Saúde
Portos
Setor Postal
Estruturação Imobiliária

• Fundo Patrimonial IBRAM (Endowment)
• LOTEX
• PISF – Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias do Nordeste Setentrional
• Casa da Moeda do Brasil – CMB (Pregão eletrônico 48/2019)
• Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo – CEAGESP ​ (Pregão eletrônico 01/2020) e (Pregão eletrônico 12/2020)
• Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (NUCLEP) (Pregão eletrônico 14/2020)
• Serpro e Dataprev
• Empresa Gestora de Ativos – EMGEA
O banco faz os estudos, define a modalidade de desestatização (concessão, PPP, etc), e financia os investimentos necessários a implantação do projeto.

No Rio Grande do Sul os maiores projetos são a privatização da Corsan e a revitalização do Cais Mauá, os dois em fase bem adiantada, a Corsan inclusive com data do leilão marcada para este 20 de dezembro. Outro projeto grande é a privatização do Departamento Municipal de Águas e Esgoto, de Porto Alegre, uma autarquia municipal cuja concessão à iniciativa privada está em preparo.

Além disso, uma série da parques estaduais e municipais, inclusive o Horto Florestal Padre Rambo, de 880 hectares, entre Sapucaia do Sul e São Leopoldo e cinco parques em Porto Alegre, incluindo a Redenção, motivo de grande mobilização na cidade.

Projeto de Melo prevê concessão de 138 hectares de parques públicos

A drenagem, que é o problema mais sério da Redenção, não é contemplada no projeto. O parque tinha um eficiente sistema de drenagem implantado há mais de 40 anos, mas ele se deteriorou completamente. Na vistoria feita pela equipe da FGV que trabalhou no projeto de viabilidade da concessão, constatou “algumas áreas alagadiças… no gramado e nos caminhos de saibro. Foram encontrados ralos, mas estes estavam já com altura incapaz de captação de água, pois estavam muito acima do piso”. Um projeto para recuperação do sistema de drenagem, feito há mais de dez anos, estimou em R$ 10 milhões o custo.

A pesquisa ideal, se baseia nos conceitos de Observação Urbana de Jan Gehl e Active Design Guidelines e foram observados sete critérios de análise nos espaços urbanos do Parque Farroupilha:
Segurança: Nos sentimos seguros no local, mas não foram avistados policiais;
Proteção: Nos sentimos protegidos no local, mas não encontramos locais onde nos proteger da chuva ou do sol, por exemplo;
Acessibilidade: O Parque é bem no centro histórico, muito acessível;
Diversidade/Versatilidade: O espaço é diverso, é versátil, recebe feiras nos finais de semana;
Atratividade: O local é atrativo, recebe eventos em datas específicas;
Conectividade: O parque é eixo de conexão da cidade antiga histórica para a parte nova;
Resiliência/Sustentabilidade: O parque não tem capacidade de resiliência ou cuidados com a sustentabilidade.
Os levantamentos sensoriais também foram realizados em dois períodos: dia útil e finais de semana.

Entre as ocorrências, foram registradas 170 espécies de aves, considerando todos os oito parques
estudados. Somente no Parque Farroupilha foram registradas 63 espécies, entre elas, biguá,
garças, pombos, beija-flores, gaviões, suiriri, savacu, sabiá, sanhaçus e muitas outras.

Vale lembrar que, ainda que tenha sido vetado, o Art. 10º da Lei 12.559/2019, que autoriza o Executivo
Municipal a conceder Praças e Parques Urbanos do Município de Porto Alegre, citava que: “Fica
obrigatória a reserva de espaço para área de lazer entre tutores e suas mascotes (cachorródromos), bem como a manutenção daqueles já existentes, em locais com espaço físico suficiente, sem cobrança”. Não na forma de obrigação legal, tal aspecto merece atenção e planejamento especial ao futuro Concessionário dos Parques, visto sua importância aos usuários dos parques, tutores de seus Pets, e a frequência com que os cachorródromos são utilizados nos diferentes parques. Considerando a ocorrência de diversos exemplares da fauna silvestre, torna-se necessário que o Concessionário desenvolva um plano voltado ao estabelecimento de procedimentos ligados a esses
animais, alinhado ao modus operandi da Equipe de Fauna da SMAMUS (setor de atendimento de
fauna silvestre), de modo a padronizar as formas de ocasionais atendimentos, resgate, manejo e
orientações às possíveis ocorrências, sem ferir a legislação, ou gerar riscos aos usuários, colaboradores e ao bem-estar animal.

Toda a vegetação hoje existente no Parque Farroupilha tem origem nos projetos de paisagismo em que o parque foi contemplado, não havendo fragmentos de matas nativas na área. A vegetação do
Parque Farroupilha conta com mais de 8.500 árvores de várias dezenas de espécies, entre nativas e exóticas, como ipês, louro, acácia, angico, várias frutíferas, casuarina, cedro, cinamomo, cipreste, corticeira do banhado, espatódia, eucalipto, jacarandá, figueira,gGuapuruvu, hibisco, palmeiras, pau-brasil, pau-ferro, sibipiruna e dezenas de outras.
Além do paisagismo que compõe o Parque Farroupilha, que normalmente é feito com base em
espécies exóticas ornamentais, o parque ainda conta com inúmeras espécies nativas como o camboatá (Cupania oblongifolia), chal-chal (Allophylus edulis), paineira (Chorisia speciosa), entre outras espécies nativas dos biomas Pampa e Mata Atlântica.
O parque ainda conta com uma espécie muito usada em medicina tradicional, a melaleuca
(Melaleuca leucadendra), espécie pertencente à família dos eucaliptos, originária da Austrália, que possui muitas propriedades medicinais.
Existem exemplares arbóreos que necessitam de alguma atenção quanto ao estado fitossanitário,
pois apresentam risco de queda devido a enfermidades, porém a grande maioria das árvores
apresenta-se saudável.
Foram observadas algumas árvores mortas no parque. Algumas já retiradas, outras secas e ainda
de pé. Cabe avaliar o motivo da morte desses indivíduos e atuar para a correção de solo, da drenagem, nutrientes ou pragas, se esses forem os casos, além de ser providenciada sua reposição. Da mesma forma, apesar de muitas tipuanas, guapuruvus e eucaliptos grandes ainda se encontrarem saudáveis, deve-se planejar o plantio de novos indivíduos, para que quando estes
caírem, e isso pode até ser em série, não fiquem grandes clareiras, percebidas pelos usuários, ou
mesmo, que galhos propensos à queda sejam identificados e avaliados quanto ao risco aos usuários.

Para o atendimento à Lei Complementar nº 757/2015, em seu Art. 2º – “A supressão, o transplante
ou a poda de vegetais deverão ser precedidos de autorização emitida pela Smam, observadas as
exceções previstas nesta Lei Complementar, devendo ser considerada a nidificação habitada”, fica clara a prática de solicitação de autorização para atividades dessa natureza. Assim, para os casos
de plantios de árvores, o concessionário deverá submeter seu plano (laudo técnico, com
localidades, espécie, características principais, manejo etc.) à SMAMUS para análise da viabilidade de plantio de árvores em praças e parques, atendendo ao procedimento estabelecido entre ambos,
salvo as exceções previstas na Lei.
Conforme a Lei Complementar nº 757/2015, em seu Art. 9º – “A supressão de vegetal, nativo ou exótico, dependerá da autorização da Smam [SMAMUS], por meio da expedição de documento denominado Autorização Especial de Remoção Vegetal – AERV, sendo obrigatória a realização de compensação vegetal, por meio do CCTSA [Certificado de Compensação por Transferência de Serviços Ambientais] ou pela firmatura de TCV [Termo de Compensação Vegetal], conforme o caso e de acordo com as quantidades previstas no Anexo I desta Lei Complementar”.

Há relatos de que a rede de drenagem do Parque Farroupilha necessita de adequação e
manutenção, visto ser esta subdimensionada, estar comprometida, com erosão e acúmulo de água, dificultando a manutenção das áreas preservação das edificações e favorecendo a reprodução de insetos. Considerando que tais informações datam de 2003, deve ser verificado se foram realizados serviços na drenagem nos últimos 18 anos, ou, em caso contrário, atribuir tal encargo ao futuro Concessionário.
Considerando que o Parque Farroupilha se localiza em área central do município, é de se esperar
que as ligações de água e esgotos dos banheiros, restaurantes e bares existentes estejam adequadamente ligadas às respectivas redes. Todavia, vale considerar que, caso algum banheiro não esteja ligado à rede de esgotos do DMAE (podem existir antigas fossas, apesar de improvável),
a solução dada deve atender as normas e padrões de saneamento, qualquer que seja o sistema
adotado, não sendo aceitos nenhum tipo de vazamentos que possam colocar os usuários em risco
sanitário.
O Parque Farroupilha conta com  dezenas de ambulantes e vários permissionários fixos de serviços, como de bebidas, sorvetes, trenzinho, pedalinho, parque de diversões, lojas de artesanato e restaurantes. Caberá a avaliação de cada um dos contratos, reposicionamentos e
reavaliações para que tais atividades possam se tornar unidades geradoras de caixa a valor de mercado.
A cancha de bocha carece de alguma requalificação, entendida como uma atividade tradicional e importante para os munícipes, devendo, todavia, passar avaliação de uso pelos frequentadores do parque, estabelecimento de contrato de permissão ou cessão do espaço público, entre outros pontos.
Os eventos realizados no Parque Farroupilha geraram pouco mais de R$ 78.000,00 em 2018, tendo sido os maiores valores originados em shows, ações publicitárias, educacionais e de saúde, respectivamente, representando mais de 95% da arrecadação.
Novas atividades alternativas, como as de “aventura”, podem ser pensadas para geração de caixa, como arvorismo, trilhas suspensas e tirolesa, promovendo a atração de um público formado por famílias com filhos jovens, para um uso diferente do Parque, daquele que se tem hoje. Há locais que, em princípio, apresentam bom suporte a tais atividades, devendo ser melhor avaliado posteriormente.

Conforme o documento “Diagnóstico e Proposições do Parque Farroupilha”, elaborado pela Coordenação de Áreas Verdes da SMAMUS.
Em especial, o portão de acesso e equipamentos “Parque” do Ramiro Souto, em uma das
extremidades do Parque Farroupilha, necessitam de manutenção e recuperação, de modo que, por
suas características, pode-se viabilizar atividades geradoras de caixa no espaço, sem, porém, conflitar com as atividades gratuitas ali realizadas hoje.

Os dois estacionamentos existentes dentro dos limites do Parque deverão ser explorados para geração de caixa, apesar de serem áreas de pequenas dimensões.
O “redário” (suportes metálicos para fixação de redes) existente parece não ser muito utilizado, ao menos durante os dias úteis, mas com interessante potencial de utilização.

Áreas com pouco uso representam oportunidades de geração de caixa, ou mesmo de requalificação da estrutura para uma melhor experiência do usuário. Nesses ambientes podem ser desenvolvidas
atividades de educação ambiental, permissão para café, entre outras alternativas potencialmente viáveis. O próximo relatório deverá analisar essa questão, em especial, referente ao Postinho, Minizoo, Orquidário, Embarcadouro, Ilha e outras áreas.

A inexistência de Planos Diretores aprovados para cada um dos parques urbanos pode se tornar um fator crítico, ou até mesmo um empecilho às concessões, a exemplo do ocorrido no Parque Ibirapuera, em São Paulo, onde uma Ação Civil Pública do Ministério Público e outra Ação
Popular foram impetradas exigindo que a elaboração do Plano Diretor do Parque Ibirapuera antecedesse sua Concessão, condicionando a assinatura do contrato de Concessão à conclusão do Plano. Nesse sentido, há de se estabelecer estratégias de mitigação desse risco, quer seja dando-se início à elaboração dos Planos, ou mesmo desenvolvendo acordos para eliminação dessa eventual insegurança jurídica.
As aves são, sem dúvida, os representantes da fauna com maior diversidade e riqueza nos Parques Urbanos de Porto Alegre. Mesmo que com ocorrências moderadas, de modo geral, não há grandes diferenças funcionais e estruturais entre a avifauna de parques urbanos e naturais da região, como por exemplo, quando comparado com a Reserva Biológica do Lami, onde os
agrupamentos onívoros e insetívoros também se apresentam predominantes. Assim, pode ser
interessante avaliar o desenvolvimento de programas ligados à avifauna nos parques.

Problemas de drenagem impedem a população de transitar depois de chuvas; falta de iluminação à noite;
falta de segurança; falta de lixeiras; mais eventos culturais; gestão de eventos: maior controle, fiscalização e desenvolvimento de um zoneamento;
gestão de estacionamentos: falta fiscalização (lavagem de carros pelos flanelinhas e quebras dos bebedouros).
Gestão do Parque Ramiro Souto: ações conjuntas com o departamento de esportes para a
recuperação da estrutura física do espaço (grande necessidade);
Sugere ainda a criação de logomarca do parque; criação de site oficial e redes sociais do parque; resgates histórico dos recantos; e criação de projeto de sinalização.

——————-

#ParqueFarroupilha #Redenção #Lami #SebastiãoMelo #FGV

Projeto prevê corte de 400 árvores na Redenção. “É um erro”, diz a secretária

A tensão chegou ao máximo na audiência pública sobre a concessão da Redenção quando o professor Heitor Campanha trouxe a informação de que o projeto prevê o corte de 400 árvores no parque, ao custo estimado de R$ 1.372 por árvore, num total de R$ 548.800.

As vaias explodiram, em vão a secretária Ana Pellini tentou explicar: “É um erro no projeto!”, dizia ela ao microfone, o que aumentava as vaias.

Os dados que Campanha apresentou foram retirados do Estudo de Viabilidade do projeto de concessão dos parques, feito pela Fundação Getúlio Vargas. Está prevista também a supressão de vegetação numa área total de 19.672 metros.  A secretária disse que essas informações “são erros do projeto” e serão corrigidas. “Nem teria como cortar 400 árvores na Redenção”, disse a secretária.

O texto do estudo de viabilidade que está no site da Prefeitura diz que a Redenção tem 8 mil árvores.

Projeto prevê concessão da Redenção junto com Calçadão do Lami

Uma audiência pública “extraordinária” dará continuidade ao debate sobre a concessão do Parque Farroupilha e do Calçadão do Lami.

Os dois espaços compõem o Lote 1 do programa de concessões que envolve cinco parques de Porto Alegre.   Significa que serão concedidos num só edital.

O calçadão do Lami foi incluído no projeto posteriormente (substituindo cinco pequenas praças em diversos bairros, que integravam o Lote I, junto com a Redenção).

A parte mais polêmica de todo o projeto é um estacionamento subterrâneo, previsto na Redenção.

Duas audiências híbridas (presencial e virtual) sobre a concessão dos parques  já foram realizadas nos dias 17 e 18.

O projeto original previa a concessão de 138 hectares (1,3 milhão de metros quadrados) de áreas públicas em cinco parques municipais.

O parque Moinhos de Vento, num primeiro momento, ficaria fora das concessões.

No estudo de viabilidade que a Fundação Getúlio Vargas fez para a Prefeitura, está prevista uma receita de  quase R$ 900 milhões ao longo dos 30 anos de concessões (R$ 30 milhões por ano, aproximadamente).

A maior parte desta receita viria do estacionamento subterrâneo, mais de R$ 600 milhões no período, considerando uma capacidade mínima para 550 carros.

A consulta pública dos parques segue até 24 de novembro.

A audiência desta quarta-feira é continuidade da anterior, do dia 18,  quando o tempo previsto pelo regimento do Legislativo de três horas de duração para os debates não foi suficiente para a explanação de todas 47 pessoas inscritas.

O plenário contou com mais de 250 presenças, entre lideranças comunitárias, esportistas, autoridades políticas, vereadores, deputados, ativistas, permissionários, ambulantes, integrantes de associações de bairros, instituições e ONGs, além de moradores da Capital frequentadores do parque.

Já na plataforma virtual, aproximadamente 100 pessoas assistiram pelo Zoom.

“Pelo regimento, na quarta-feira, não terão novos inscritos para fala. Serão ouvidas apenas as pessoas que já se inscreveram na última audiência do dia 18 e cumpriram o protocolo de regras estabelecidas, mas ainda não conseguiram fazer a sua manifestação”, esclarece a secretária de Parcerias, Ana Pellini.

A meta do governo municipal com a concessão dos parques é “impulsionar o crescimento socioeconômico e ambiental da cidade e melhorar a oferta de opções de lazer, turismo e cultura com ambientes seguros de convivência e diversão, gratuitos e abertos, diariamente à população”.

A audiência pública é uma exigência legal para a tramitação dos projetos de concessão. Depois de colhidas as sugestões da sociedade civil, o tema passará por reanálise da Procuradoria-Geral do Município (PGM) e será enviada a minuta do edital para apontamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O órgão tem prazo de três meses para fazer a avaliação. Após este trâmite, serão lançados os editais para atrair e prospectar empresas interessadas em explorar economicamente os tradicionais espaços de lazer da cidade.

A consulta pública dos parques foi aberta no dia 11 de outubro e publicada no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa). As contribuições e questionamentos podem ser enviados até 24 de novembro. Acesse aqui formulário de contribuições consulta pública.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

Aldo Rebelo admite voltar ao Ministério da Defesa (se o convite for feito)

Ivanir Bortot

O ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo, admite  a possibilidade de voltar a comandar a pasta, chefiada por generais durante os quatro anos do Governo Bolsonaro.

Ele tem dito a amigos que não está participando de articulações para ocupar o posto de ministro da Defesa.

Além disto, de acordo com estas mesmas fontes, ele desconhece qualquer iniciativa neste sentido no grupo de transição ou entre articuladores credenciados do presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

Mediante convite, se ocorrer, pensará sobre a possibilidade de aceitar ou não a missão de comandar novamente as Forças Armadas, posição que já ocupou no governo da presidente Dilma Rousseff.

O ex-ministro comandou quatro pastas nos governos dos presidentes Lula e Dilma. Além disto, foi presidente da Câmara dos Deputados.

Ele atribui a lembrança de seu nome na imprensa a fontes de dois segmentos: às Forças Armadas e ao grupo de amigos de petistas históricos.

Nos dois casos, entende a menção de seu nome como um reconhecimento e honraria pelos serviços prestados à administração pública na condição de ministro de Estado e presidente da Câmara dos Deputados.

Nas vésperas da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, Aldo foi convencido por Lula e Dilma a permanecer à frente do Ministério dos Esportes abrindo mão de uma reeleição tranquila a deputado federal por São Paulo, o que acabou afastando-o do Congresso Nacional.

Disciplinado, Aldo cuidou de todo o processo de organização da Copa do Mundo em uma época em que a população foi às ruas pedindo mais hospitais e menos estádios, assunto que a ex-presidente não desejava ver associado à sua imagem de mandatária.

O trabalho à frente do Ministério da Defesa lhe rendeu reconhecimento público dos mais diversos representantes e integrantes das Forças Armadas.

Ao mesmo tempo, suas posições nacionalistas eram compartilhadas pelos militares. Aldo, reconhecido como um intelectual de sólida formação sobre a história do Brasil, da teoria marxista-leninista internacional do PC do B, costuma dizer que “paga-se preço elevado carregar nas costas posições nacionalistas”.

Muitas críticas a suas posições nacionalistas e a sua aproximação com as Forças Armadas partem dos próprios quadros do Partido dos Trabalhadores, a quem foi aliado leal durante os muitos anos.

Incentivos a empresas chegam a R$ 400 bi em 2023; TCU sugere corte

A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) está sugerindo à equipe de transição de governo um corte incentivos tributários a fim de gerar, no médio prazo, cerca de R$ 200 bilhões extras.

Nesta quarta (16), o governo eleito apresentou ao Congresso uma proposta que, entre outros pontos, retira as despesas do Auxílio Brasil (que voltará a chamar Bolsa Família) do teto de gastos.

O presidente eleito Lula tem dito que não se pode falar em responsabilidade fiscal sem antes pensar em responsabilidade social.

O vice-presidente eleito Geraldo Alkmin já afirmou que o governo “não vai ser gastador”, mas que é preciso garantir a rede de proteção social das famílias mais pobres.

O tribunal entregou nesta quarta a Alckmin um relatório com a análise de como está a máquina federal.]

Segundo Dantas, a renúncia fiscal no próximo ano está em cerca de R$ 400 bilhões, e o novo governo poderia reavaliar todos os programas que recebem algum tipo de isenção fiscal e cortar aqueles que não dão retorno ao país.

“O governo deveria avaliar cada programa e eliminar aqueles que não são eficientes”, afirmou Bruno Dantas, segundo o g1.

A sugestão do TCU será analisada pela equipe designada para estudar a área econômica, para o novo governo.

Startup de Florianópolis vai projetar o primeiro “prédio icônico” de Porto Alegre

A Bewiki é uma startup de Florianópolis que se propõe a revolucionar o negócio de imóveis no Brasil.

Ela vai construir o primeiro “prédio icônico”, de Porto Alegre, uma torre de 117 metros de altura no 4° Distrito.

Em entrevista a revista Exame em julho de 2021, o criador da empresa, Eduardo Gastaldo não deixou por menos: “Queremos ser uma Netflix dos serviços e espaços essenciais do dia a dia”,

Gastaldo, diz a revista, “é um engenheiro civil gaúcho que resolveu empreender após uma carreira executiva em grandes empresas da região Sul, como o braço de real estate da marca Mormaii”.

Ele quer incentivar no Brasil o hábito de alugar um apartamento com tudo dentro, inclusive a mobília, sem qualquer burocracia, tudo por aplicativos. Não só apartamentos: escritórios, serviços de saúde, escritórios compartilhados, etc.

Lançada em 2021, segundo a Exame, a Bewiki  “captou 100 milhões de reais via FIDC, um fundo de investimento em direitos creditórios cada vez mais popular em negócios do mercado imobiliário”.

“Os recursos vão ser empregados em obras para adaptar prédios nas regiões centrais de grandes cidades brasileiras para o uso residencial num esquema descomplicado”.

O primeiro imóvel da startup foi concluido em 2021 no centro de Florianópolis.

Nos planos da Bewiki estão empreendimentos no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, segundo a Exame.

“Num horizonte de cinco anos o objetivo é chegar a 4.500 unidades habitacionais e um valor geral de venda de 2,4 bilhões de reais”.

“A ideia para a criação da proptech surgiu em 2011 durante uma viagem de Eduardo para a Califórnia, nos Estados Unidos”.

“Eu trabalhava no setor de construção e tinha acabado de me desligar das minhas funções quando viajei. No período que passei na Califórnia eu entrei em contato com um modo de vida diferente do que eu conhecia, em vez de comprar um imóvel, por conta do valor, lá as pessoas preferiam alugar”, disse Eduardo.

Depois desse primeiro contato, Eduardo contou com a ajuda do irmão, Marcelo Gastaldo, para estudar o modelo de economia compartilhada e encontrar formas de adaptá-lo para a realidade brasileira.

O modelo de negócio segue o de outras proptechs (startups do mercado imobiliário) destinadas a facilitar a interação entre clientes e proprietários de imóveis, a exemplo da paulistana Yuca e da americana Compass, que abriu capital na bolsa americana Nasdaq em abril deste ano.

A intenção dos fundadores da Bewiki é expandir os negócios da startup para além do mercado imobiliário. Para isso, os sócios querem tirar do papel seis verticais:  Behome (studios por assinatura completos e prontos para morar), Bework (escritórios por assinatura, caixa postal virtual e salas sob demanda).

Completam as verticais possíveis do negócio a Becare (cartão de saúde ao estilo de assinatura e hospital-dia em que podem ser realizadas consultas, exames e procedimentos médicos de baixa complexidade), Bemarket (espaço gastronômico com cozinha compartilhada, bares, restaurantes e outros serviços), Bemobi (carros por assinatura com IPVA, licenciamento e seguro inclusos) e Bepark (estacionamento compartilhado entre usuários e visitantes).

Tudo isso estará disponível num mesmo aplicativo para celular, num modelo de carrossel de conteúdos (alguns próprios e outros de terceiros) levado a cabo por gigantes do streaming.

A forma de morar e trabalhar se transformou muito e com a possibilidade de trabalhar no modelo remoto, é possível morar em diferentes cidades em espaços curtos de tempo”, diz Eduardo.

“A Bewiki quer facilitar esse processo, permitindo que o usuário apenas arrume suas malas, faça o agendamento de uma unidade na nova cidade e se mude.”

 

Eleições 2022: por que o PT perdeu em Porto Alegre?

O PT perdeu a eleição para governador em Porto Alegre.

A diferença entre o candidato petista Edegar Pretto e o ex-governador Eduardo Leite na disputa pela vaga do segundo turno foi de pouco mais de dois mil votos no cômputo estadual.

Na capital, Leite ganhou por mais de seis mil votos, que lhe garantiram a vitória final.

Esse resultado é um caso para estudo.

Eduardo Leite fez sua carreira em Pelotas, se tornou governador sem percorrer Porto Alegre, tem presença escassa na capital, distante das crises que a população enfrenta na segurança (fora das estatísticas), no transporte público, na habitação popular…

Edegar Pretto, com uma carreira política ligada aos movimentos sociais e pequenos agricultores do interior do Estado, não é certamente uma figura popular em Porto Alegre. Mas Olívio Dutra é mais do que popular e o PT nos 16 anos que governou a cidade deixou um legado reconhecido até pelos adversários que o sucederam. Pedro Ruas, o vice de Pretto, sempre foi um dos vereadores mais votado em Porto Alegre.

O que explica essa derrota clamorosa em Porto Alegre? Cartas para a redação.

,

.