Produção de milho cresce 32% e puxa safra de grãos para 271 milhões de toneladas no Brasil

A safra de grãos brasileira 2021/2022 deve alcançar 271,3 milhões de toneladas, informou hoje (8) a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A estimativa, que faz parte do 9º levantamento da safra divulgado pela empresa, aponta ainda um ganho de 15,8 milhões de toneladas na comparação com a safra de 2020/2021.

Segundo a Conab, esse aumento na produção é explicado por um melhor desempenho do milho que apresentou crescimento de 32,3%, mesmo com as perdas causadas pelo comportamento climático e o baixo índice pluviométrico na Região Centro-Sul.

“O comportamento climático e o baixo índice pluviométrico, sobretudo na Região Centro-Sul, causaram perdas significativas nas culturas de milho e de soja, como já estamos anunciando há muito tempo. Inicialmente prevíamos uma produção total de uma safra de 288,6 milhões de toneladas e em função desse fator climático hoje temos uma redução, mas comparando a safra 2020/2021, tivemos um aumento de 6,2%, ou seja de 15,8 milhões de toneladas”, disse o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, durante a apresentação do levantamento.

De acordo com a Conab, a área plantada, na atual safra, é estimada em 73,7 milhões de hectares, crescimento de 5,7% se comparada à safra 2020/21. Os maiores incrementos são observados na soja, 4,6%, ou 1,8 milhão de hectares e, no milho, 8,6% ou 1,7 milhão de hectares.

O levantamento mostra ainda que, no final de maio, as culturas de primeira safra estavam com a colheita praticamente finalizada, as de segunda safra em fase inicial de colheita e as de terceira safra, juntamente com as culturas de inverno, em fase de semeadura.

Na avaliação de Ribeiro, o resultado final vai depender do clima nos próximos meses. “O resultado final do volume desta safra ainda depende do comportamento climático, fator preponderante para o desenvolvimento das culturas”, disse Ribeiro.

A Conab informou que, para o milho, é esperada uma produção total de 115,2 milhões de toneladas, elevação de 32,3% em comparação com a safra 2020/21. O levantamento mostra que a primeira safra já está em fase final de colheita e a segunda safra, em fase inicial. Já a terceira safra teve o plantio finalizado na segunda quinzena de abril.

Em relação ao arroz, a produção será menor que a da safra passada. A queda estimada é de 9,9%. Com isso a safra deve ficar em 10,6 milhões de toneladas, das quais 9,8 milhões são de cultivo irrigado e 0,8 milhões com o plantio sequeiro.

“As condições climáticas de maio foram favoráveis para a conclusão da colheita na maioria dos estados, mas houve um excesso de chuvas no Nordeste, que tem prejudicado o avanço da colheita”, diz o levantamento.

A soja também terá uma queda na produção, disse a Conab. A produção estimada é 10,1% menor em relação à safra anterior e deve ficar em 124,3 milhões.

Já as safras de feijão e de algodão terão aumento em relação à safra anterior. Na de feijão, a Conab estima um aumento de 6,6% em relação à safra anterior, com a produção ficando em 3,1 milhões de toneladas.

A safra de algodão deve ter um crescimento de 19,3%, favorecida, em parte, pelas condições climáticas e pelo aumento na área plantada. A estimativa é que a safra seja de 2,82 milhões de toneladas de pluma. A colheita foi iniciada em maio e ganhará escala em junho.

Já as culturas de inverno, como aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale estão em fase de plantio, mas ainda apresentam uma plantação incipiente e devem somar pouco mais de 10 milhões de toneladas, das quais 8,4 milhões de toneladas para o trigo e 1,2 milhão para a aveia.

(Com informações da Agência Brasil)

Eleições 2022: PSTU lança pré-candidatas com críticas ao PT e à “politica da conciliação”  

O PSTU e o Polo Socialista Revolucionário lançaram no sábado, 04, como pré-candidata ao governo do Rio Grande do Sul nas eleições de outubro, a educadora Rejane de Oliveira. Ativista sindical, negra, socialista e duas vezes presidente do CPERS, ela é a única candidata feminina ao cargo no Rio Grande do Sul.

No evento, com a presença de Vera Lúcia, pré-candidata à Presidência da República pelo partido,  foram lançadas também as candidaturas de Ana Rita à deputada estadual e Nikaia Vitor à deputada federal.

“Só um partido como o PSTU,  profundamente enraízado com suas origens e práticas populares tem a coragem de lançar duas mulheres, negras e socialistas, a cargos de tal envergadura nas eleições de 2022 “, discursou Rejane de Oliveira.

As pré- candidatas fizeram críticas  ao governo federal e ao estadual. “Os governos de direita e liberais no Brasil, praticam cada vez mais uma política de extermínio contra negros, pobres, populações indígenas, trabalhadores do campo e da cidade, além de de grupos minoritários. Eles decidiram que nós vamos morrer. Pois essas nossas pré-candidaturas através do PSTU e do Polo Socialista Revolucionário, é justamente para dizer isso; Nós decidimos que não vamos morrer. Vamos lutar por uma sociedade mais justa e na crença que um outro mundo é possível”, falou a pré- candidata ao governo gaúcho.

Críticas ao PT e ao PSOL

Rejane de Oliveira também criticou a política de conciliação do PT com partidos e nomes que contribuíram para a derrubada da ex-presidente Dilma Roussef da presidência da República em 2016, afirmando que o PT, “em nome da escolha do menos pior, se alia a golpistas”, referindo-se à presença do ex-governador Geraldo Alkmin, do PSDB, como vice na chapa de Lula.

No âmbito estadual a pré-candidata do PSTU criticou igualmente o PSOL,” em aceitar acordo com quem sempre divergiu. Nós do PSTU temos coerência e princípios que não mudam”.

A pré candidata à presidência da República, Vera Lúcia, destacou em sua fala que a primeira medida a ser tomada em governo do PSTU, é a taxação das grandes fortunas brasileiras. “Para resolver o problema da fome, da falta de moradia, da saúde, de saneamento e outros que afligem a população pobre do País, nós vamos tirar dos mais ricos. Começando pelos 315 bilionários brasileiros e das maiores empresas. Não vamos pagar a dívida pública. Só agora em 2022 está reservado para pagamento dessa dívida a grupos privados, a bagatela de um trilhão e 880 bilhões de reais. Com esse dinheiro daria para pagar um melhor salário mínimo aos trabalhadores, resolver problema das Educação e Saúde pública”, explicou Vera.

Júlio Flores, nome histórico do PSTU gaúcho compareceu ao evento e foi saudado pelos oradores. Cerca de 300 pessoas estiveram no local. Entre eles representações dos diretórios municipais do partido, que mandaram caravanas do interior e representantes de entidades e organizações dos trabalhadores.

Pelo Polo Socialista Revolucionário compareceram a CST (Corrente Socialista dos Trabalhadores), o MRT (Movimento Revolucionário dos Trabalhadores) e trabalhadores rurais vinculado ao Assentamento Madre Terra. Assim como o CEDS (Centro de Estudos e Debates Socialistas) e dirigentes da Tribuna Classista. Indígenas Mbyá- Guarani igualmente se fizeram representar.

Texto: Higino Barros

Fotos: Ramiro Furquim

 

Representantes de cooperativas levam demandas a Lula

Na abertura do evento sobre cooperativismo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva  em Porto Alegre (RS), nesta quinta-feira, 2,  representantes de diversas entidades do setor falaram das conquistas ao longo dos governos do PT e dos problemas vividos nos últimos anos.

O ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Guilherme Cassel falou da importância das políticas implementadas pelo governo Lula para a agricultura familiar. Foi a primeira vez, segundo ele, que houve um plano de safra específico para o setor, com crédito, assistência técnica e seguros, e isso se traduziu rapidamente em resultados, inclusive para as cooperativas de pequenos produtores.

“Durante os 8 anos do seu governo, a renda média da sociedade brasileira cresceu 13% em termos reais. Já a renda da agricultura familiar e dos assentados de reforma agrária cresceu 33%, ou seja, quase três vezes mais. E isso não é por acaso, é consequência de políticas direcionadas, com foco, com orçamento. Nos seus dois mandatos, 5,4 milhões de pessoas no meio rural saíram da pobreza e isso não é pouca coisa”, destacou.

Nelsa Nespolo, diretora-presidente das cooperativas Univens (Costureiras Unidas Venceremos) e Justa Trama, que reúnem trabalhadoras do setor têxtil no Rio Grande do Sul, falou sobre a união das cooperadas e na inspiração que veio de uma frase dita pelo ex-presidente Lula.

“Todas nós poderíamos ter enfrentado nossos problemas de forma individual, mas decidimos encará-los de forma coletiva, é isso que nós representamos. Cada um que está aqui representa muitos. Em números, nós significamos muito, em pessoas e no que nós conseguimos fazer na economia. Você nos inspirou a nos organizar. Nós não acumulamos, nós distribuímos o resultado dos nossos ganhos. Na sede das nossas costureiras tem uma frase sua, que “a cooperação é um estágio avançado da consciência humana”, contou.

Representando a Federação das Cooperativas de Energia e Telefonia do estado, José Zordan falou sobre a importância que o Luz Para Todos teve ao levar energia para propriedades rurais (mais de 91 mil foram atendidas no RS), mas revelou que o setor agora enfrenta novos desafios, tanto na disputa com empresas maiores do setor elétrico quanto para manter a população jovem interessada no campo.

“As cooperativas de eletrificação rural sobrevivem brigando com as empresas porque a densidade dos moradores é muito menor. Temos 15 cooperativas que levam eletricidade para cerca de 400 mil propriedades rurais. Depois do Luz Para Todos, agora precisamos ampliar a oferta e transformar as redes de monofásica para trifásica, criar mais subestações para que o povo possa produzir. Além disso, precisamos levar internet de qualidade para o campo, os mais jovens precisam disso, os negócios também”, disse ele.

O diretor estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Adelar Pretto, destacou que a produção dos assentamentos vive um momento difícil, não apenas pela falta de incentivo por parte do governo, mas também porque a seca do ano passado causou imensos prejuízos.

“Ainda vivemos um período muito difícil, mas com esperança muito grande, para que o povo brasileiro volte a andar de cabeça erguida. Queremos dizer que o cooperativismo para nós é essencial. É assim que produzimos comida para alimentar a população brasileira. Nos tempos do PT, o governo comprava mais de 300 produtos do pequeno produtor, hoje o governo compra apenas grãos para fazer ração, é muito pouco. E muita gente que foi prejudicada pela seca não vai receber o auxílio de R$ 1 mil que anunciaram agora porque estavam com o CadÚnico desatualizado, já que não vinha mais nada ali”, denunciou.

Hélio Marchioro, diretor-executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) também trouxe para o evento a realidade enfrentada pelos produtores de vinho e suco de uva do estado. No cenário atual, quem faz a produção acaba tendo de pagar caro para obter um financiamento acima do teto de R$ 15 milhões por cooperativa disponível atualmente.

“O consumidor brasileiro não sabe que nós pagamos para produzir, em outros países você ganha 100% do investimento. Nós pagamos o investimento, a produção a custo de dólar e vendemos no mercado interno a preço de real. Nesse processo, perdemos , pagamos o insumo, a carga tributária, a tributação da produção, para garrafa, para rolha. Quando vamos vender suco de uva para escolas, precisamos pagar antes o tributo e vendemos a prazo”, relatou.

Representando o Movimento Nacional da Luta Pela Moradia (MNLM), Cristiano Schumacher relatou o cenário de abandono nas periferias e ocupações, onde a fome voltou a fazer parte da realidade de milhões de brasileiros, e pediu que a moradia popular volte a ser pauta do governo, como aconteceu nas administrações do PT com o Minha Casa Minha Vida, que entregou 212 mil unidades no Rio Grande do Sul.

“A gente viu nas periferias e nas ocupações a miséria cada dia mais forte, onde a fome não é só uma palavra, é uma realidade. A gente vê no rosto das pessoas, a gente vê nas crianças, as que não comem ficam irrequietas. Queremos trazer para o debate a experiência das cooperativas habitacionais, queremos discutir o crédito e a cooperação. Precisamos pensar no desenvolvimento econômico e social dessas comunidades”, disse ele.

Maria Tugira Cardoso, da Associação de Catadores Amigos da Natureza lembrou dos tempos difíceis, em que ela e outros cerca de 200 trabalhadores viviam de catar lixo em um aterro sanitário em Uruguaiana (RS), e de como esse cenário mudou com o apoio dos governos petistas, tanto nacional como estadual.

“Conseguimos sair daquela miséria do lixão e passar para uma associação, fundar outras cooperativas. Tivemos apoio do Economia Solidária e o movimento nacional dos catadores nunca parou. Nós, catadores e catadoras, precisamos de uma política para o setor da reciclagem, fomos perdendo nossos direitos, queremos viver dignamente do trabalho que conseguimos conquistar com muita luta, muita perseverança. Queremos uma política séria e competente para não termos que voltar novamente para o lixão”, pediu.

Presidente estadual da União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes-RS), Gervásio Plucinski, pediu não apenas a retomada das políticas de incentivo à agricultura familiar e cooperativas, mas uma ampliação nas medidas que regem o setor.

“Este ano vai fazer 17 anos que fundamos a Unicafes nacional em Luziânia (GO) com mais de 1000 cooperativas presentes em 23 estados. Nesses últimos anos, perdemos muito, perdemos o ministério do Desenvolvimento Agrário e a maioria das políticas acabaram ou foram enfraquecendo. O primeiro passo que precisamos pensar é buscar de volta esse conjunto de políticas, o PAA (Plano de Aquisição de Alimentos) não tem mais recursos, é importante para levar alimento para a sociedade”, relembrou Plucinski.

Para ele, é necessário ir além. “Mas também precisamos dar um segundo passo, um programa Brasil Cooperativo, transformar o Brasil no país do cooperativismo. Está provado que as cooperativas criam um país melhor, elas distribuem a renda. Grandes empresas investem na bolsa, as cooperativas investem no país”, concluiu.

(Com informações da Assessoria de Imprensa )

Um dia de luta para a imprensa e a cultura

Por Márcia Turcato, de Brasília

A segurança dos jornalistas e a liberdade de imprensa durante o processo eleitoral de 2022 será tema de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados. A proposta da deputada Luíza Erundina (PSOL/SP) e do deputado Gustavo Fruet (PDT/PR) foi aprovada nesta terça-feira (01/06).

Para justificar o pedido de audiência, os  autores do requerimento apresentaram dados de agressão a jornalistas e a veículos de imprensa da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), da Associação Nacional de Jornalistas Investigativos (Abraji) e da associação internacional Repórteres sem Fronteiras.

De acordo com a deputada Luiza Erundina, as eleições de 2022 no Brasil serão realizadas em um contexto de crescentes ataques a jornalistas, comunicadores e violações da liberdade de imprensa, que tendem a se agravar durante a campanha. Ela citou o levantamento feito pela Fenaj, entre 2019 e 2021, apontando que a violência contra jornalistas no Brasil somou 1.066 ocorrências – total superior à soma de todos os episódios já registrados pela entidade.

A Abraji, que realizou pesquisa semelhante em 2021, registrou 453 ataques contra comunicadores e meios de comunicação. Em 69% dos casos, a agressão foi provocada por agentes públicos, como ministros e o próprio presidente da República. Já o levantamento da associação Repórteres Sem Fronteiras, em parceria com o Instituto Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, registrou, somente entre março e junho de 2021, meio milhão de tweets contendo hashtags com ataques à imprensa nesta rede social.

Serão convidados para participar da audiência pública, que deve ocorrer ainda em junho, representantes da Fenaj, da Abraji, do Repórteres sem Fronteira, do Tribunal Superior Eleitoral, do Ministério Público Federal, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e do Twitter Brasil.

Comissão de Cultura

Logo após a reunião da CCTCI, foi a vez do setor cultural ter voz na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados.

Em audiência pública conduzida pela deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), artistas, cineastas, diretores, poetas e produtores discutiram a derrubada dos vetos do presidente da República às leis Aldir Blanc 2 e Paulo Gustavo.

A apreciação dos vetos pela Câmara e Senado deve ocorrer na próxima semana. Segundo a deputada Jandira Feghali, os dois vetos devem ser derrubados porque o entendimento da maioria é que o setor cultural necessita de auxílio financeiro e que existe recurso para isto.

A lei Aldir Balnc 2 amplia o número de  beneficiados pelo auxílio federal frente aos prejuízos impostos pela pandemia de covid-19, fixando um repasse de três bilhões de Reais para o setor cultural em todas as Unidades da Federação durante cinco anos. A segunda lei destina 3,86 bilhões de Reais a estados e municípios, sendo que 1,06 bilhão de Reais são para ações emergenciais.

A produtora cultural Rita Andrade, de Brasília, e que integra o Conselho Nacional de Cultura, participou da reunião e destacou que a cultura é o mais democrático dos setores produtivos porque todos têm acesso a acesso a ela, sendo quando assistem um filme na TV ou cinema, quando compram um livro ou vão a um show, por exemplo.

Participaram da audiência pública, entre outros, Fabrício Noronha, presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura; Ana Castro, presidente do Fórum Nacional de Gestores de Cultura; Eduardo Barata, da Associação de Produtores de Teatro; Bianca de Felippes, da Gávea Filmes; Fred Maia, da Mídia Ninja; Célio Turino, criador dos Pontos de Cultura; e as atrizes Julia Lemmertz e Rose Campos.

 

Caçapava faz festa para o azeite de oliva, nova riqueza da região

Ivanir Bortot

O azeite do Rio Grande do Sul passa  hoje pela mesma experiência vitoriosa que conquistou os  paladares de consumidores dos bons vinhos e espumantes da Serra Gaúcha.

Como apenas 15 anos de introdução de mudas importadas da Itália, Espanha, Portugal, Grécia e adaptações feitas pela Embrapa,  as oliveiras se adaptaram na região de Caçapava do Sul, entre outras 108 municípios, onde as condições de frio e altitude só existem em condições semelhantes na Serra da Mantiqueira.

Este ano em cerca de 10 mil hectares de planta de oliveiras o Rio Grande do Sul deve produzir 448,6 mil litros de azeita, um aumento  de 122% em relação ao ano anterior.

O começou não foi fácil. Muitos pequenos produtores perderam tudo, por falta de manejo adequado, seca e recursos para investimento.

O modelo de negócio de maior sucesso é de investidores bem estruturados em recursos financeiros e assistência de especialistas do Brasil e países vizinhos. Os primeiros resultados de produção e  processamento do azeita começa ocorrer entre quatro a cinco anos depois do plantio.

“O investimento na cultura das oliveiras é significativo comparado a outras, e ainda necessita de tempo para realização, visto que mais ou menos no sétimo ou oitavo ano de cultivo é que a planta chega ao seu ápice produtivo. Até lá, é necessário investir em manejo, controle de pragas, pessoal e tudo aquilo que é importante para a manutenção de um pomar. Desta forma, pequenos produtores precisam fazer uma grande engenharia econômica para se manter”, disse Rafael Buchabqui produtor do azeite Torrinhas, no Município de Pinheiro Machado, onde tem 90 hectares de oliveira planadas a partir de 2017.

Por ser um produto de alto valor agregado e qualidade muito superior ao importado, os preços ainda são o principal obstáculo para o azeite nacional ampliar ainda mais o consumo doméstico.

O Brasil é o segundo maior importador de azeite de oliva do mundo, perdendo apenas para os EUA. E o que chega aqui são azeites baratos de qualidade duvidosa, muitas vezes de safras antigas e outras tantas de azeites adulterados ou fraudados.

Hoje o azeite gaúcho, em geral extra virgem,  e o da serra de Mantiqueira já conquistaram 5% do mercado brasileiro.

O Azeite Torrinha entrou neste  mercado em  2021  e desde então vem conquistando consumidores  com blends frutados suaves e intensos, constituídos a partir das 8 variedades de azeitonas produzidas na propriedade.

Na safra de 2022 aumentou sua produção e ainda lançou, além dos dois blends já existentes, um azeite da variedade espanhola Picual, marcada pela picância,  amargor e sabor sofisticado.

Um dos segredos para o azeite nacional como o Torrinhas estar sendo reconhecido é o frescor obtido na colheita precoce da azeitona, bem como a tecnologia e cuidados artesanais que garante complexidade e sabor diferenciados.

E exemplos de qualidade do que esta sendo produzido no  Rio Grande do Sul não faltam. O último foi do azeite Milonga que recebeu o prêmio de melhor azeite do hemisfério sul pelo EVO IOOC  da itália.

O município de Caçapava do Sul, cidade histórica que já hospedou o imperador Dom Pedro II, nasceu Borges de Medeiros e foi a segunda capital farroupilha, promoveu neste fim de semana a primeira “Festa  do Azeite de Oliva”, com direito a rainhas, como é feito em Caxias do Sul com a festa da Uva. A economia de Caçapava do Sul, ante então, vinha da pecuária e calcário, especialmente

 

PT reúne mil pessoas em Porto Alegre para organizar a campanha de Edegar Pretto em todo o Estado

Cerca de mil  pessoas, segundo os organizadores, participaram do evento que o Partido dos Trabalhadores promoveu em Porto Alegre, nesta sábado 28.

“O objetivo foi alinhar as estratégias e apresentar as diretrizes da nova fase na disputa”, segundo nota do partido.

O ato reuniu militantes que que coordenarão, em todas as regiões do Rio Grande do Sul, a fase final da pré-campanha de Edegar Pretto ao governo do Estado. “O Rio Grande que o Povo Quer”  é o slogan

No evento,  lançado um jingle  e anunciada a data da convenção estadual do PT, que ocorre em 24 de julho, quando será homologada a candidatura de Edegar Pretto.

Na ocasião, também foram passadas às coordenações regionais orientações para a organização das assembleias populares e reuniões temáticas, que serão promovidas até o mês de julho.

Elas darão subsídios para a elaboração do plano de governo, que terá como eixos norteadores 13 compromissos assumidos por Edegar Pretto.

As propostas defendem questões relevantes para o desenvolvimento do estado, como saúde, educação, agricultura, moradia, emprego e o enfrentamento à pobreza.

Em seu pronunciamento, Edegar Pretto ressaltou que é inadmissível que haja tanta desigualdade social e pessoas passando fome no RS, um estado reconhecido pelo seu solo fértil e produções agrícolas abundantes.

Destacou, ainda, que é preciso retomar o legado dos governos que valorizam a participação popular, tanto em nível estadual quanto federal. Emocionou-se ao agradecer a participação de tantas pessoas de diversas partes do estado.

“Hoje o meu coração está cheio de emoção, porque estou diante de uma militância que ao longo do tempo conquistou o direito de andar de cabeça erguida, com um sorriso no rosto, porque nós somos defensores da democracia, somos antifascistas e estamos ao lado do presidente Lula para reconstruir o nosso Brasil e o nosso Rio Grande”, afirmou. O pré-candidato prestou homenagem à ex-primeira-dama do Estado, Judite Dutra, falecida na semana passada, e solidariedade ao ex-governador Olívio Dutra.

O plano de governo do pré-candidato do PT será construído a partir de 10 assembleias populares, onde Edegar Pretto vai dialogar, presencialmente, com os mais diversos setores da sociedade.

Serão ouvidas lideranças políticas, da educação, da indústria, do comércio, de serviços, da agricultura, do cooperativismo, dos movimentos populares, entre outras, para definir propostas que atendam às realidades locais e promovam o desenvolvimento regional.

No evento, também foi apresentada a Decidim Povo, uma ferramenta digital, fácil, prática e participativa, que permitirá à população gaúcha colaborar com o plano de governo.

Por meio da plataforma é possível opinar e enviar sugestões aos coordenadores da pré-campanha.

A expressão “os ventos da mudança” foi utilizada em diversos momentos, porque é este o espírito das lideranças partidárias para promover uma mobilização em todo estado, com foco na pré-campanha de Lula e de Edegar Pretto.

Lideranças políticas e representantes de diversos setores enviaram depoimentos em vídeos, que foram exibidos em um telão, entre eles o ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Rui Oppermann e o senador Paulo Paim.

Um dos grandes momentos do sábado foi a apresentação do clipe do jingle de Edegar Pretto, pela coordenadora da pré-campanha, Mari Perusso. A canção fala de amor e esperança em um novo tempo.

Foi tamb´´em lançada uma rede digital Time vencedor. Ela vai conectar a militância e fazer com que as pessoas possam ter acesso a todos os conteúdos do pré-candidato, em primeira mão, e ainda multiplicá-los para as suas redes pessoais.

No encerramento, Edegar Pretto destacou os principais momentos de sua trajetória política, e a influência de seus pais, Adão Pretto e Otília Pretto, ambos falecidos. Lembrou do seu primeiro projeto aprovado na Assembleia Legislativa, em favor da agricultura familiar, e de seu trabalho pelo fim da violência contra as mulheres, que o levou a ser coordenador do Comitê Gaúcho Eles Por Elas, da ONU Mulheres.

A sua gestão na presidência da Assembleia Legislativa, em 2017, também foi destacada por ele, por construir consensos em diversas pautas no parlamento gaúcho. Sobre os desafios do próximo período da pré-campanha, Edegar Pretto salientou que a história do RS sempre foi de mobilização, e que agora não será diferente, por isso a constituição das assembleias regionais para reforçar a participação popular. “Os bons ventos da democracia da América Latina estão soprando aqui no estado. Principalmente os ventos da esperança, para recuperarmos a autoestima do nosso povo”, declarou.

Apoios

Deputados e deputadas das bancadas estadual e federal do PT, além de lideranças históricas do partido estiveram presentes..

A ex-presidente Dilma Rousseff, falou e disse que “uma virada na política passa pela eleição de Edegar Pretto em outubro”.

Tarso Genro, ex-governador do RS, lembrou que Edegar Pretto, além de ser filho do deputado Adão Pretto, também é filho do povo, “um trabalhador e lutador coerente, que não renega os seus princípios”.

O presidente do PT RS, deputado federal Paulo Pimenta, disse que os trabalhadores enfrentam um período difícil, diante da ausência dos governos Leite e Bolsonaro, e que enxergam Edegar Pretto e Lula como “passaporte para a dignidade”.

O vice-presidente do PCdoB, Antônio Augusto Medeiros, falou que seu partido está comprometido com a eleição de Edegar Pretto e na batalha contra o bolsonarismo. Já o presidente do Partido Verde, Marcio Souza, falou da grandeza do PT, e que sua sigla tem a missão de trabalhar todos os dias pela eleição de Lula e Pretto.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

Link com imagens em vídeo do evento: https://we.tl/t-csBFrWsWXRCrédito: Claudio Júnior e Pablo Pinzan

Link do Jingle de pré-campanha: https://www.youtube.com/watch?v=0FG4fVSXwGo

Lula tenta costurar “aliança dos sonhos” para derrotar o bolsonarismo no Rio Grande do Sul

Pré-candidato à presidência da República, com 48% das intenções de votos e vitória assegurada no primeiro turno, se a eleição fosse amanhã.

Com essas credenciais o ex-presidente Lula desembarca em Porto Alegre nesta quarta-feira, 1 de junho.

O primeiro evento programado em Porto Alegre, porém,  será em local fechado, uma casa de shows (Pepsi on Stage). Um ato público para o qual estão sendo esperadas caravanas de ônibus de diferentes regiões do Estado, a partir das 16 horas.

Os organizadores justificaram o local fechado: por se tratar de uma atividade de pré-campanha, o Departamento Jurídico recomendou que não fosse realizado em área pública, para não ferir a legislação eleitoral.

A direção do PT ainda está organizando a agenda, que inclui  encontros com líderes partidários, representantes de setores da educação, da produção e do cooperativismo. Será uma incursão de dois dias por redutos bolsonaristas.

Em 2018,  Bolsonaro recebeu 63,2% dos votos no Rio Grande do Sul. Fernando Haddad, do PT teve 36,16% dos votos no estado no segundo turno.

Uma pesquisa interna do PT aponta que Bolsonaro tem 40% das intenções de voto no Rio Grande do Sul, ficando Lula com 27%.

Nesta quinta, 26, Lula anunciou um acordo com o ex-prefeito Alexandre Kalil, do  PSD,  em Minas. O PSD apresentará Alexandre Kalil para o governo de Minas e o senador Alexandre Silveira para a reeleição, enquanto o PT apresentará o deputado estadual André Quintão para candidato a vice-governador.

No Rio Grande do Sul, um de seus objetivos é a “frente dos sonhos” para vencer o bolsonarismo galopante no Rio Grande do Sul, unindo PT, PDT, PSB, Psol, PCdoB, PV.

A frente assim ampla da esquerda parece improvável. O PSOL, por exemplo, optou por marcar posição. No próximo domingo (29), às 15h, será lançada a pré-candidatura de Pedro Ruas a governador.

O PSB também, com seu pré-candidato Beto Albuquerque, se mostra irredutível. O PDT alinhado a Ciro Gomes também já anunciou pré-candidato.

“O bolsonarismo tem a sua força política, mas não é mais o que era e… Leia mais em https://www.cartacapital.com.br/entrevistas/o-bolsonarismo-ja-nao-e-tao-forte-no-rio-grande-do-sul-diz-pre-candidato-do-pt/.

Pista de skate da orla recebe primeiro grande evento nacional

Porto Alegre, RS – 23/10/2021: Abertura do Trecho 3 da Orla do Guaíba. Foto: Giulian Serafim/PMPA

Os principais skatistas de street e park estarão na Capital para a segunda etapa do circuito brasileiro de skate, o STU National de Porto Alegre. O evento ocorre na maior pista de skate da América Latina, na Orla do Guaíba, nesta sexta-feira, 27, sábado, 28, e domingo, 29. Na quinta-feira, 26, os atletas já estarão na cidade para treinamento (veja programação abaixo). O evento integra a programação dos 250 anos de Porto Alegre.
Entre os atletas já confirmados estão os campeões do street masculino, Lucas Rabelo, do park feminino, Raicca Ventura, e do park masculino, Luiz Francisco, o Luizinho. Além de outros nomes que representaram o Brasil na Olimpíada de Tóquio, como Pedro Barros, Isadora Pacheco, Yndiara Asp, Dora Varella e Pedro Quintas.
A secretária municipal de Esporte, Lazer e Juventude, Débora Garcia, ressalta que Porto Alegre está em um momento de transformação social através do esporte, de inclusão e interatividade com novas oportunidades aos esportistas. “Sediar esta etapa na orla comprova esta transformação. O STU é um grande evento esportivo que fomenta a cultura urbana, incentivando a prática do skate, adequado ao contexto social e cultural urbano’’, diz Débora.
Na programação também está um festival de música com artistas nacionais e locais. A identidade visual do evento é de Luís Flávio Vitola, o Trampo, referência da arte urbana em Porto Alegre e um dos pioneiros do grafite na cidade.
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira, 26
10h às 12h30 – Treino livre Street feminino
10h às 12h30 – Treino livre Park feminino
12h30 às 17h30 – Treino livre Street masculino
12h30 às 17h30 – Treino livre Park masculino
17h40 às 18h40 – Congresso Técnico
Sexta-feira, 27
9h às 10h – Treino livre Street feminino
9h às 10h – Treino livre Park feminino
10h às 11h – Coletiva de imprensa
11h às 12h – Treino livre Park feminino
10h às 12h30 – Treino livre Street masculino
10h às 12h40 – Treino livre Park masculino
12h40 às 13h50 – Treino livre Park feminino
13h às 16h20 – Eliminatórias Street masculino
15h às 18h40 – Eliminatórias Park masculino
17h20 às 18h20 – Treino livre Street feminino
Sábado, 28
8h às 9h – Treino livre Park feminino
9h às 10h30 – Treino livre Street masculino
9h às 10h50 – Semifinais Park feminino
10h30 às 11h30 – Treino livre Street feminino
11h40 às 15h55 – Semifinais Street masculino
14h às 15h50 – Semifinais Park masculino
15h50 às 16h20 – BV Tricks Park
15h55 às 19h – Semifinais Street feminino
19h às 19h30 – BV Tricks Street
Domingo, 29
9h às 9h35 – Treino livre Park masculino
9h às 11h30 – Treino livre Street feminino
13h às 14h02 – Final Park feminino
14h15 às 15h30 – Final Street masculino
15h30 às 15h47 – Super Final Street masculino
16h às 17h02 – Final Park masculino
17h10 às 18h25 – Final Street feminino
18h25 às 18h42– Super Final Street feminino

 

Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Alegre

SESI vai investir de R$ 300 milhões em educação de nível médio no RS

Programa “A Indústria pela Educação” prevê construção de seis novas escolas de Ensino Médio, a ampliação do contraturno tecnológico e a implantação de um Instituto de Formação de Professores.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), por meio do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), anunciou, nesta quarta-feira (25), Dia da Indústria, um investimento de R$ 300 milhões na educação gaúcha. Trata-se do Programa “A Indústria Pela Educação”, que
contempla a maior aplicação na área educacional feita pelo Sesi-RS em seus 75 anos de história no Estado, com recursos originários das contribuições das indústrias.
O aporte permitirá a construção de seis escolas de Ensino Médio em tempo integral nos municípios de Bento Gonçalves, Canoas, Caxias do Sul, Novo Hamburgo,
Lajeado e Santa Cruz do Sul, além da ampliação da estrutura já existente em Pelotas. Quando em funcionamento, as unidades deverão gerar 2,4 mil novas vagas para estudantes e 300 empregos diretos.

O investimento ainda contempla a criação de um Instituto de Formação de Professores, em Porto Alegre, dedicado à capacitação e à qualificação de educadores
de escolas públicas e privadas, principalmente por meio de parcerias com os municípios gaúchos.

Além de qualificação docente, o espaço (que será instalado em um prédio da Travessa Leonardo Truda, no Centro da Capital) fará pesquisas e estudos de dados educacionais do Estado, produzindo análises qualitativas que permitam construir soluções personalizadas para os professores.

“As nações hoje desenvolvidas já mostraram que a indústria e a educação formam a base para uma
sociedade próspera”, destaca o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
Também estão previstas a reformulação e a ampliação do contraturno tecnológico com ênfase em pensamento computacional. A iniciativa atende a crianças de seis a
15 anos, no turno inverso à escola. Com a ampliação, serão abertas mil novas vagas, beneficiando um total de 5 mil alunos.

A aplicação dos R$ 300 milhões deve começar ainda em 2022, com o lançamento do Instituto de Formação de Professores, e ser concluída no primeiro semestre de 2027. A previsão é de que as primeiras escolas a serem construídas entrem em operação em 2025.

O público-alvo são filhos de trabalhadores da indústria,
que poderão receber bolsas integrais e parciais, e da comunidade em geral.
Sesi-RS já investe no Ensino Médio

A primeira escola de Ensino Médio do Sesi-RS começou a operar em 2014, em Pelotas. Hoje são mais quatro unidades: Sapucaia do Sul, Gravataí, Montenegro e
São Leopoldo.

A decisão de concentrar investimentos no Ensino Médio, por meio de um modelo diferenciado de educação, surgiu a partir da constatação de que era preciso mudar a forma de ensinar, já que a escola tradicional não está conseguindo formar jovens preparados para os desafios da sociedade no século 21, bem como para as mudanças no mundo do trabalho.

Com índices de evasão e de reprovação perto de zero e com resultados de destaque no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), as Escolas do Sesi-RS já receberam mais de cem premiações em eventos científicos no Brasil e no Exterior, além do reconhecimento do Ministério da Educação como uma das instituições mais inovadoras do País.

As seis novas escolas seguirão a proposta pedagógica que já tornou o Sesi-RS referência em educação, na qual o aprendizado se dá por meio da pesquisa, as tecnologias de inovação estimulam a criatividade e a solução de problemas, as turmas são divididas em grupos para incentivar o trabalho colaborativo e os professores atuam como mentores, em apoio aos estudantes na busca de respostas para cada desafio.

Com esse novo investimento, a indústria gaúcha ainda colabora com a educação ao agir em favor da Meta 6 do Plano Estadual e do Plano Nacional de Educação, que destacam a importância da oferta de escolas em tempo integral no nível médio. Atualmente, a rede estadual gaúcha conta com 17 escolas de Ensino Médio com jornada em tempo integral. Com a expansão anunciada, o Sesi-RS terá 11. “Este investimento consolida o papel do Sesi-RS como referência em Ensino Médio. Os estudantes estarão preparados não apenas para o mundo do trabalho
como, também, para uma sociedade cada vez mais digital”, avalia o superintendente do Sesi-RS, Juliano Colombo.
Formação de professores

Desde 2018, o Sesi-RS realiza trabalhos de formação para professores, por meio de parcerias como as firmadas com prefeituras, Secretaria Estadual de Educação (Seduc-RS) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação, no sentido de compartilhar com os educadores experiências inovadoras que estimulam a aprendizagem. Agora, a instituição investirá na criação de um espaço voltado para essa formação. A meta é preparar os professores das redes pública e privada para desafios da prática em sala de aula, com respeito às culturas juvenis e emprego eficiente de recursos tecnológicos e pedagógicos, resultando em aprendizagens significativas e de qualidade. O Instituto de Formação de Professores do Sesi-RS trabalhará com uma abordagem que considera maior articulação entre a teoria e o contexto mais personalizado do trabalho do professor. Também serão exploradas abordagens didáticas e metodológicas comprovadas e eficazes, que dialoguem com as necessidades cotidianas.

Números da educação do Sesi-RS

O Sesi-RS conta hoje com mais de 14 mil alunos, matriculados em estruturas educacionais oferecidas em 33 municípios. As atividades envolvem Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Contraturno Escolar, Formação de Professores, Educação Infantil e Educação Continuada. Os serviços variam de acordo com a necessidade de cada município ou região.

De olho no futuro, startups encontram cenário promissor no RS

Sucesso da South Summit evidencia potencial para projetos de inovação no Estado e em Porto Alegre, que está entre as cidades com forte presença de incubadoras e programas de aceleração

Letícia Heinzelmann

Aplicativos de transportes ou de entregas estão no dia a dia de todo mundo, mas não faz muito tempo essas praticidades sequer existiam. E, embora a maioria das pessoas não visse problemas em esperar um táxi no ponto ou pesquisar telefones de restaurantes para pedir comida, hoje é difícil imaginar a vida sem esses serviços. Esta é uma característica das startups: identificar um problema, às vezes não tão evidente, e buscar soluções inovadoras, através de um novo formato de negócio. Segundo Rodrigo Heldt Silveira, professor dos cursos de Negócios da UniRitter, startups não estão necessariamente focadas em tecnologia, mas costumam usar plataformas digitais em busca de escalabilidade, ou seja, a replicação do modelo de negócio em outros mercados.

“Startups buscam um novo modelo de negócio, que ainda nem existe e precisará ser validado, passar pelo período de criação, de incubação, de protótipos até ser testado no mercado e avaliar sua aceitação, viabilidade e escalabilidade. Outra característica, portanto, é o alto risco. Para cada caso de sucesso, ou a conquista à alcunha de unicórnio, muitas iniciativas não darão certo”, explica o professor. A inovação geralmente antecipa uma necessidade. “Não é uma ideia ou um invento. A inovação ocorre quando se consegue explorar de forma bem-sucedida a percepção do problema, efetivando um produto, conseguindo viabilizar e garantindo valor no mercado”, detalha.

Para que a dedicação a um projeto ainda tão incipiente seja possível, é necessário muita resiliência, mas também investimentos. “Empreender em startup requer um ecossistema propício. Algumas regiões geográficas são efervescentes nesse sentido, como o Vale do Silício. São locais onde há incentivos de governos, empresas, universidades, parques tecnológicos, que propiciam inclusive a troca de experiências e tecnologias”, comenta Silveira. O Rio Grande do Sul, junto a São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, lidera o ranking de Estados com maior número de startups no Brasil.

Porto Alegre tem buscado se tornar referência para a criação de startups, com forte presença de incubadoras – que abrem espaços para que fiquem alocadas e desenvolvam suas ideias – e aceleradoras – programas criados por empresas públicas ou privadas com o objetivo de ajudar negócios em fase inicial a crescerem. Um exemplo dessa vocação foi a realização da primeira edição brasileira do evento de inovação South Summit, na Capital. “Ali se reuniu muitas ideias inovadoras e investidores-anjo, que buscam viabilizar novos negócios em troca de sociedade”, comenta o professor de Gestão em Negócios da UniRitter, Eduardo Bugallo. Ele indica a participação nesses eventos, cursos e competições de startups para buscar conhecimentos e ativar o networking.

No Brasil, o total dos investimentos captados por startups em 2021, até novembro, foi o maior desde 2016, ultrapassando os R$ 55,6 bilhões, segundo pesquisa da plataforma de inovação Distrito.

Este valor é 200% maior em relação a 2020. As fintechs, startups do setor financeiro, concentraram o maior volume de aportes, seguidas pelas retailtechs, focadas em varejo e consumo; real state, ao mercado imobiliário; edtechs, de educação; e o setor de mobilidade.

Perfil do “startupeiro”

Estar num desses locais de efervescência para a inovação e ter recursos para se manter enquanto o projeto é desenvolvido ajudam, mas a principal competência do “startupeiro”, como se diz no meio, é a inquietude. “É um sentimento de ser capaz de enxergar um futuro que ainda não existe e ter o propósito de viabilizá-lo. Ele mergulha na ideia, não é apenas um negócio. E então entra o carisma para inspirar as pessoas a acreditarem nessa nova necessidade”, aponta Silveira. Além de investimentos, será necessário cercar-se de uma equipe engajada e qualificada. “Startups são multidisciplinares: como todo negócio, requerem gestão administrativa e financeira, envolvendo tecnologia, design thinking. O empreendedor dificilmente será um especialista em todas essas áreas, mas ele precisa entender cada etapa do processo”, complementa.

Embora a maioria dos “startupeiros” seja jovem, na faixa dos 20 anos, Bugallo observa um aumento de empreendedores mais maduros. “São profissionais que já têm experiências corporativas e por isso conseguem identificar mais facilmente algumas dores de seus segmentos. E visualizam soluções para resolver problemas ou otimizar fluxos”, aponta o professor.

Outra característica fundamental é a adaptabilidade. Nem sempre a ideia inicial se mostrará viável, pelo menos dentro do prazo traçado pelo empreendedor. “É uma linha muito tênue entre teimosia e convicção. Eu costumo dar duas dicas. A primeira é ter um propósito maior, pois algumas pessoas não vão entender onde se quer chegar; chamavam Steve Jobs de teimoso, mas ele estava com a visão lá na frente. A segunda é não demorar para identificar as dificuldades do projeto. Não tem problema em errar, mas é preciso errar rápido para ter tempo de partir em outra direção, o que chamamos pivotar”, aconselha Bugallo.

Por fim, startups não são para sempre. Pela própria característica do negócio, haverá o momento da virada de chave para uma empresa com estrutura mais tradicional. De acordo com o Marco Legal das Startups brasileiro, elas deverão ter faturamento de até R$ 16 milhões, tempo de exercício de até 10 anos e modelo de negócios sujeito ao Inova Simples. “São incentivos para ajudar os negócios a decolarem, mas depois eles devem voar sozinhos. Nas incubadoras, o prazo médio de permanência é de dois anos. O startupeiro precisa se preparar para tudo: desistir da ideia, saber a hora de pilotar ou mesmo gerir um negócio que pode se tornar global”, indica o professor de Gestão em Negócios.